Parazão 2012 – Classificação do returno

POS TIMES PG J V E D GP GC SG AP
Remo 7 3 2 1 0 7 3 4 77.8
Independente 6 3 2 0 1 6 3 3 66.7
São Francisco 6 3 2 0 1 8 6 2 66.7
Cametá 4 3 1 1 1 6 6 0 44.4
Paissandu 4 3 1 1 1 3 3 0 44.4
Águia 4 3 1 1 1 5 7 -2 44.4
São Raimundo 2 3 0 2 1 3 4 -1 22.2
Tuna 0 3 0 0 3 2 8 -6 0

Datas da segunda fase da Copa do Brasil

Datas da segunda fase da Copa do Brasil para os representantes paraenses: o Remo enfrentará o Bahia nos dias 04 de abril (ida, no Mangueirão) e 11 de abril, jogo de volta, em Salvador. Já o Paissandu enfrentará o Sport nos dias 11 (ida, no Mangueirão) e 18 de abril, partida de volta, no estádio da Ilha do Retiro, em Recife.

Perguntinha do dia

Por que foram concedidos efeitos suspensivos para os jogadores Alexandre Carioca e Miro, do Águia, e Tonhão, do Cametá, enquanto o Remo espera até hoje pela concessão do benefício para o meia Magnum?

O mico da semana

A partir de hoje, vamos eleger sempre o fato mais ridículo ou inusitado da semana. Sempre às sextas-feiras, os comentaristas e visitantes do blog serão convidados a votar no Mico da Semana. As opções desta semana são as seguintes:

1  A desastrada ideia do presidente da Tuna, Fabiano Bastos, que inventou o preparador físico Fernando Silva como técnico do time. Logo de cara, uma paulada: Paissandu 3 a 0.

2  A desastrada exibição do Independente no Morumbi, levando uma surra de Luís Fabiano (4 gols), com direito a queda de Ró e lambanças da dupla Dida e Preto Barcarena.

3  O Paissandu leva traço dos “investidores” e empresários de Rafael Oliveira. Jogador chega a ser anunciado como contratado, mas termina a semana sem dar uma resposta ao clube. Há quem garanta que vai defender o CRB na Série B.

Quem alcança Pelé?

Por Juca Kfouri

Sim, Lionel Messi pode até ficar maior que Pelé. Mas terá uma longa caminhada pela frente.

PELÉ É AINDA incomparável.

Por mais que seja uma tendência quase invencível não há como comparar o extraordinário Lionel Messi, candidato a Atleta do Século 21, com o Atleta do Século 20. Basta dizer que, aos 24 anos, em sua oitava temporada, Pelé já havia marcado 675 gols, contra 252 do argentino com a mesma idade e o mesmo número de temporadas.

O Rei ganhara 21 títulos contra 19 do craque do Barcelona e havia marcado seis gols em duas Copas do Mundo, das quais saiu campeão, contra as mesmas duas de Messi, com apenas um gol e nenhum pódio. Mas o que importa aqui é menos comparar aquilo que é coletivo. Porque, se o Barcelona de Messi já está no mesmo patamar do Santos de Pelé -e em matéria de títulos em clubes é bem possível que o hermano ultrapasse o Rei-, a seleção brasileira de 1958/62 era muito superior à argentina defendida pelo Pulga.

Veja, no entanto, que a diferença no número de gols é abissal. Pelé marcou 675 gols em 571 jogos, média de 1,18, contra 252 em 379, média de 0,66. E que não se diga, por mentira histórica, que era mais fácil fazer gols nos tempos de Pelé e que mais fácil ainda era marcá-los no Campeonato Paulista, não só porque times como os da Ferroviária, do Guarani, da Ponte Preta, eram melhores que os atuais do Racing Santander, do Zaragoza, do Villarreal, como porque Pelé vivia fazendo gols nos campeões europeus nas estrepitosas excursões do Santos, assim como os fez na Copa do Mundo.

Basta dizer que, só no Benfica, nos dois jogos que decidiram o Mundial de Clubes de 1962, ele fez cinco dos oito gols praianos nas vitórias por 3 a 2, no Maracanã, e por 5 a 2, no Estádio da Luz. E que, três anos antes, fizera dois na goleada (5 a 1) sobre o Barcelona, campeão espanhol, no Camp Nou.

E que fique claro que nenhum saudosismo move tais constatações, até porque aqui se dá de barato que Messi poderá superar Pelé. E que nem precisará ser mais campeão que ele para tanto, mas, apenas (?!!!) manter por mais 13 anos este pique admirável, além de crescer em sua já fabulosa eficácia.

No quesito títulos, Messi já deixou para trás Maradona, que não ganhou nada de importante até os 24 anos. E já quase empata com ele na média de gols, que é de 0,68, fruto de 182 gols em 264 jogos. Diego, como Garrincha, era mais espetacular. Mas todos ainda são súditos do Rei.

Sobre caciques e índios

Por Gerson Nogueira

José Maria Marin nem bem sentou na cadeira que foi de Ricardo Teixeira e já começa a experimentar as agruras da superexposição. Como novo manda-chuva do futebol brasileira, Zé das Medalhas – como é chamado nas redes sociais por conta do patético episódio da final da Copa SP – vê o seu passado de raposa felpuda da política de São Paulo esmiuçado, revirado e reavaliado. E não vai ficar por aí.
Presidentes de federações do Nordeste e do Sul ensaiam uma mobilização para forçar a convocação de novas eleições para escolher o substituto de Teixeira. Além da preocupação em afastar do comando um declarado aliado do ex-presidente, os dirigentes receiam que a CBF se transforme numa extensão da Federação Paulista de Futebol.
Como os estatutos da entidade não têm qualquer inspiração democrática, é pouco provável que Marin largue o osso sem oferecer resistência. Pela parte que nos diz respeito nesse latifúndio, o continuísmo na CBF significa a permanência do esquema político que domina a Federação Paraense de Futebol há anos.
Ao longo de todo o mandato de Teixeira, o coronel Antonio Carlos Nunes, presidente da FPF, comportou-se como obediente seguidor das ordens e vontades de Teixeira, sem que isso tenha resultado em qualquer benefício para o futebol paraense.
Gesto dos mais reveladores dessa fina sintonia entre ambos foi a escolha de Nunes para chefiar a delegação da Seleção Brasileira na Copa das Confederações de 2009, na África do Sul.
À sua maneira, Teixeira buscava compensar o Pará pela derrota na escolha das sub-sedes da Copa de 2014. Indiferente ao clima de revolta entre os paraenses, Nunes aceitou a indicação cala-boca sem pestanejar.
Com a queda de Teixeira, o dirigente paraense foi apontado como um dos maiores prejudicados, justamente pela relação de amizade com o antigo cacique. Rápido no gatilho, porém, apressou-se em hipotecar apoio incondicional ao novo comandante.
A levar em conta o que ocorreu nos últimos anos, é improvável que a proximidade entre os chefões da CBF e da FPF resulte em qualquer vantagem para os paraenses. A essa altura do campeonato, só resta torcer para que os ventos da mudança cheguem até o Norte e façam o que os clubes (e cartolas) daqui nunca tiveram coragem de fazer.  
 
 
O Remo, homenageado do dia na série SuperBola 2012, ainda não ganhou nada no Parazão – aliás, há três anos não sabe o que é conquistar sequer um turno. Mas, mesmo que não seja campeão, já conseguiu uma vitória expressiva. Sob a orientação de Flávio Lopes, reaprendeu a valorizar jogadores formados na própria base do clube. Hoje, no Baenão, há quase um time de garotos à disposição do treinador. Tiago Cametá, Igor João, Alex Juan, Alan Peterson, Paulo André, Jhonnatan, Betinho, Reis e Jaime já estão no elenco profissional. Lopes admite que poderá utilizar outros jovens valores.
Impressiona, acima de tudo, que um técnico vindo de longe (Minas Gerais) tenha tido a sensibilidade que faltou aos seus antecessores. A comparação é ainda mais assombrosa em relação a Sinomar Naves, que dirigiu o Remo por mais de seis meses sem notar que Jhonnatan, Cametá e Reis estavam prontos para jogar. Além disso, insistiu em desconhecer as características de Betinho, usado como volante e até como lateral.    
 
 
 
Direto do blog
 
“Um dia, o nosso pobre futebol paraense retornará às divisões de elite. Um dia, nossos dirigentes deixarão os cargos de presidente de nossos clubes, com vergonha por não conseguirem acabar com os mesmos. Um dia, Remo e Paissandu disputarão a Primeira Divisão do Nacional. Um dia, não haverá mais jogo no Baenão ou na Curuzu, só no Olímpico. Os ‘caldeirões’ serão apenas centros de treinamento. Um dia, quem sabe…”.
 
De Edmundo Neves, sonhando com dias melhores para o futebol do Pará.

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta sexta-feira, 16)