Timão Campeão no Evandro Almeida

Na cabine da Rádio Clube no estádio Evandro Almeida, o companheiro Jones Tavares e eu durante a jornada esportiva deste domingo, transmitindo o confronto entre Remo e Independente. Registro de Mário Quadros, da equipe do Bola.

Leão bate Galo e assume liderança do returno

O Remo derrotou o Independente e assumiu a liderança do returno do Parazão 2012, com sete pontos. Depois de um primeiro tempo disputado em ritmo lento e com poucos lances de área, o jogo se tornou empolgante nos 45 minutos finais. É verdade que grande parte da movimentação que se viu em campo resultou do gol remista logo a 1 minuto, em cobrança de pênalti por Fábio Oliveira, após grande jogada de Reis e Cassiano. Com a desvantagem no placar, o Independente abandonou a cautela que vinha usando como estratégia e partiu em busca do empate. Para sair da defesa e pressionar o Remo em seu campo, o campeão estadual teve que ceder espaços e ficou mais vulnerável.

Com isso, aproveitando contragolpes, o Remo esteve perto de ampliar. Aos 13 minutos, Fábio Oliveira bateu forte para defesa parcial de Dida. No rebote, Cassiano pegou de calcanhar, mas o zagueiro Alexandre Recife salvou em cima da linha. O Independente ameaçava de vez em quando, em jogadas tramadas por Gian. Tiago Floriano desperdiçou dois lances na área, mas, aos 19 minutos, explorando a subida de Aldivan, o mesmo Tiago recebeu livre pela direita e cruzou rasteiro. A zaga não cortou e Totti recebeu livre para tocar para as redes de Adriano, empatando o jogo.

Meio no desespero, o Remo voltou a pressionar e insistiu com as jogadas de Betinho para Aldivan e Cassiano pela esquerda. Aos 25 minutos, após passe de Jhonnathan, Cassiano foi à linha de fundo e cruzou para a finalização de Fábio Oliveira, que chegou por trás dos zagueiros.  O gol entusiasmou a torcida e deu novo gás ao Remo, que ainda desperdiçou três grandes chances em contra-ataques. Reis, Joãozinho (que substituiu Cassiano) e Fábio Oliveira levavam constante perigo à zaga do Independente, principalmente depois que Fidélis foi expulso por jogo violento.

Melhores do Remo em campo: Jhonnathan, Cassiano e Tiago Cametá. Pelo Independente, os destaques foram Gian e o goleiro Dida. (Fotos: MÁRIO QUADROS/Bola)

Remo x Independente (comentários on-line)

Parazão 2012 – terceira rodada do returno.

Remo x Independente – estádio Baenão, domingo, 10h.

Na Rádio Clube – Jones Tavares narra; Gerson Nogueira comenta. Reportagens – Giuseppe Tomaso e Paulo Caxiado.

A patrulha fundamentalista

Por Gerson Nogueira

Queria entender o que leva alguns torcedores a defenderem, com ruidosa insistência, uma espécie de cruzada contra quem ousa ter sentimentos por clubes não paraenses. A campanha tem contornos ortodoxos, quase xiitas, pregando a torcida por um único clube como se o coração pudesse ser controlado de maneira tão automática. 
Diariamente, os programas de rádio e as redes sociais recebem manifestações intransigentes em favor da torcida única, como se a pretendida pureza fosse prova de superioridade ou amor mais extremado. De cara, a iniciativa discrimina milhares de aficionados de Remo ou Paissandu, que, por razões diversas, também nutrem paixão por Vasco, Flamengo, Botafogo, São Paulo, Corinthians, Santos ou qualquer outro time. Nada mais brasileiramente futebolístico do que essa generosidade na opção por bandeiras às vezes tão díspares.
Antigamente, as patrulhas eram tímidas, quase inexpressivas. Brotavam em conversas de rua, sem maiores conseqüências. Aos poucos, porém, turbinadas pela internet, ganharam ares fundamentalistas, que nas versões mais agressivas se traduzem em insultos e xingamentos ao inimigo da vez: o “torcedor misto”.   
Na origem das teses extremistas germinam razões de cunho regionalista, anabolizadas pelos repetidos fracassos de Remo e Paissandu nos torneios nacionais. A prolongada abstinência de conquistas, para quem já viveu fases vitoriosas, ajuda a compor o caldo de sentimentos de rejeição a times que simbolizam a dominação imposta pelo Sul e o Sudeste.
Nada que justifique tanta intolerância. A onda de hostilidades verbais contra o saudável hábito de torcer por um clube, seja de onde for, aponta para problemas mais sérios no futuro próximo e só por isso já mereceria reprovação das cabeças mais lúcidas.
A rigor, tal inquisição se revela de uma inutilidade atroz. Afinal, é impossível proibir o afeto ou legislar sobre a paixão. Quando os sentimentos entram em cena não há como impor regras, e isso vale tanto para o futebol como para a vida das pessoas.
Como dizer a um garoto que ele não pode torcer pelo Manchester United ou Barcelona, clubes estrangeiros? Na boa, que importa ao jovem amante do futebol a localização geográfica do time que escolheu para torcer? Quando os Torquemadas dos estádios encontrarem uma boa resposta para essas perguntas talvez o movimento xiita tenha algum futuro.
 
 
O Remo, decorridas muitas luas, vai finalmente usar neste campeonato três jogadores nativos no meio-de-campo. Jonathan, Betinho e Reis formam a chamada linha média para o jogo desta manhã contra o Independente, no Baenão. Na lateral-direita, Tiago Cametá, outro egresso das divisões de base. É o time mais caseiro que Flávio Lopes já levou a campo na competição e leva jeito de ser também o mais ofensivo. Fábio Oliveira e Cassiano formam o ataque, com a opção de Jaime no banco de reservas. 
Sem explicação lógica, a diretoria do Remo decidiu aumentar o preço do ingresso para R$ 20,00 (arquibancada), sendo que o time vem de dois tropeços seguidos – empates contra São Raimundo e Real.
A moderna estratégia financeira azulina talvez beneficie o Independente, que vem embalado pela boa apresentação contra o São Paulo e dificilmente terá pela frente um estádio lotado a empurrar o Leão.
 
 
Valter Lima, o mais estudioso dos nossos técnicos e arquiteto de times campeões (Remo 2005 e São Raimundo 2010), é o convidado de hoje no Bola na Torre (RBATV, 21h). Guerreirão comanda os trabalhos. 
 
 
Direto do blog

“Penso que enquanto o Remo não estiver na Série C o Paissandu não subirá para a Série B. Parece que a diretoria bicolor faz de propósito: sabota o time para não subir e se afastar do rival. É incrível!”.

De Dennis Oliveira, advogando teoria conspiratória acerca dos desacertos recentes na Curuzu. 

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO deste domingo, 11)