A frase do dia

“A frase, além da interpretação, pode ter sido errada, pode ter sido uma tradução ao pé da letra sem contar com o sentido exato da frase. Eu não sei também, nem me interessa, mas ele mesmo se desculpou com o ministro Aldo Rebelo. Foi uma infelicidade, mas não tiro a razão da reclamação dele. O Brasil se comprometeu de entregar a Lei Geral da Copa, se comprometeu com obras de infraestrutura e tem muita coisa atrasada”.

De Ronaldo Fenômeno, do COL, comentando frase grosseira de Jerôme Valcke e perdendo outra boa chance de ficar caladinho. 

O esperneio do juiz que condenou Lúcio Flávio

Por Najla Passos

O juiz da 1ª Vara Cível do Tribunal de Justiça do Pará, Amílcar Roberto Bezerra Guimarães, responsável pela condenação do jornalista paraense Lúcio Flávio Pinto, manifestou-se sobre o caso em uma rede social, após sua sentença ter sido questionada, recentemente, por milhares de amigos e fãs do jornalista, considerado uma das maiores autoridades brasileiras em Amazônia. Em sua página no Facebook, o juiz chama Lúcio Flávio Pinto de “canalha”, diz estar “puto não, magoado”, afirma que “não confia na justiça” e ainda esbanja ironia ao provocar o jornalista para que o denuncie ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ): “Eu quero me aposentar. Bem que esse otário do LFP poderia fazer uma reclamação no CNJ Conselho Nacional de Justiça. Juro que não me defendo e aceito a aposentadoria agora. Me ajuda, babaca!!!!!”.
Amílcar Roberto Bezerra Guimarães assinou a sentença condenatória de Lúcio Flávio Pinto em 2006, quando substituiu, por apenas um dia, o juiz responsável por julgar uma ação indenizatória movida contra o jornalista pelo empreiteiro Cecílio do Rego Almeida, proprietário da empresa CR Almeida, do Paraná.
O empreiteiro havia sido denunciado por Lúcio, em reportagem publicada pelo Jornal Pessoal, em 1999, por tentar promover uma das maiores grilagens da história da Amazônia brasileira. De acordo com a matéria, ele tentara se apropriar de uma área de sete milhões de hectares (superior a de vários estados brasileiros), às margens do Rio Xingu, onde hoje está sendo construída a hidrelétrica de Belo Monte. As denúncias impactaram no cancelamento da operação, mas Lúcio acabou processado por chamar o empreiteiro de “pirata” em uma das suas reportagens.
Lúcio Flávio Pinto é um jornalista experiente com passagens pelos já extintos Correio da Manhã e Realidade. Foi repórter e coordenador da cobertura amazônica de O Estado de S. Paulo. Deu cursos sobre a região em universidades dos Estados Unidos e Europa. Há quase 20 anos, edita, sozinho, o Jornal Pessoal, que não possui publicidade. Em função das suas reportagens investigativas que abalam os interesses dos poderosos da região, acumula 33 processos judiciais. Constantemente sofre ameaças. Já foi agredido fisicamente.
Nas suas postagens nas redes sociais, o juiz ofende o jornalista de várias formas: “canalha”, “bobalhão”, “pateta”, “otário” e “babaca” estão entre elas. Porém, na sua última postagem, datada desta segunda (5), questiona o direito do jornalista de ofendê-lo, em um tom relativamente ameno, se comparado à forma como vinha tratando o caso.
Em um comentário de 29/2, explica sua posição: “Tomei uma decisão juridicamente correta (confirmada em todas as instâncias), mas politicamente insana: condenei a irmã Dorothy do jornalismo paraense em favor do satanás da grilagem. Aí o jornalista faz um monte de insinuações; entre elas de que fui corrompido etc…”. E sobe o tom: “Pensei em dá-lhe uns sopapos, mas não sei brigar fisicamente; pensei em processá-lo judicialmente, mas não confio na justiça (algo que tenho em comum com o pateta do LFP)”.

Aposentadoria é punição?
A investigação e punição dos magistrados pelo CNJ foi reconhecida como constitucional pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no mês passado, após grande polêmica. Entretanto, pela legislação atual, a punição máxima possível de ser aplicada aos juízes que comprovadamente cometerem delitos é a aposentadoria compulsória.
Em postagem mais antiga, de 4/2, ao comentar a decisão do Supremo Tribunal Federal (SFT) de permitir que o CNJ investigue juízes, o juiz Amílcar Roberto Bezerra Guimarães ironiza a decisão. Conta que já respondeu a mais de sete processos administrativos, que ficou mais de um ano afastado das funções e que já fora punido com pena de censura. Mas, no final, revela que sua vontade mesmo é ser investigado e punido, atualmente:
“A vida é muito estranha. Passei minha carreira na Magistratura toda mais respondendo reclamações feitas contra mim na Corregedoria do que julgando processos. Processos administrativos foram mais de sete, sendo que fiquei mais de um ano afastado das funções em 1992, e em um deles fui punido com a pena de censura. Agora, que eu já tenho tempo para me aposentar e que o CNJ anda caçando bruxas a torto e a direito, não aparece uma mísera reclamaçãozinha contra mim; não aparece um cristão piedoso para me acusar de qualquer coisa… Eu juro que dessa vez não me defendo. Onde estão meus desafetos??? Não sejam covardes, já pra Corregedoria”.

Lei Geral da Copa libera cerveja nos estádios

A comissão especial da Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira a Lei Geral da Copa, em meio a críticas ao secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, que sugeriu um “chute no traseiro” do Brasil para apressar a votação. Depois de diversas mudanças, o projeto aprovado na comissão libera o consumo de cerveja nos estádios, desde que em copo plástico e somente durante a Copa do Mundo e Copa das Confederações, e também estabelece feriados em dias de jogos do Brasil. A liberação da cerveja foi um dos pontos que sofreu resistência entre os próprios deputados, inclusive da base governista. Foram 15 votos a favor da bebida, e nove contra.

Pela versão aprovada, os estudantes terão meia-entrada somente na categoria 4 de ingressos, na chamada “cota social”. O benefício valerá também para integrantes do Bolsa Família e o preço final deverá sair a US$ 25 (cerca de R$ 45), com venda por meio de sorteios. Ao contrário dos estudantes, os idosos terão o desconto em todas as categorias, que inclui ingresso de até US$ 900. (Da Folha de SP)

Os números da Copa do Brasil

O valor de mercado da Copa do Brasil é de R$ 1,5 bilhão, segundo a Pluri Consultoria. Perde da Libertadores (R$ 2,5 bi), Brasileirão (R$ 2,1 bi) e Sul-americana (R$ 1,7 bi). Já a média do valor de cada equipe gira em torno de R$ 23,7 milhões – os times do Mineirinho valem mais. O São Paulo, que enfrenta o Independente nesta quarta-feira, tem o elenco mais valioso, com R$ 209 milhões, à frente de Grêmio (R$ 142 mi) e Palmeiras (R$ 111 mi). Os primos pobres são Trem (Amapá), Espigão (Rondônia) e Real (Roraima), com R$ 1,4 milhão, R$ 1,1 milhão e R$ 900 mil, respectivamente.

Presença de Luís Fabiano ainda é incerta

Estreia do São Paulo na Copa do Brasil contra o Independente Tucuruí, em Belém, tem importâncias além da simples busca pela vaga na próxima fase da competição que garante a classificação para a Libertadores de 2013. É um dos últimos passos para que Emerson Leão, enfim, aceite ser avaliado pela montagem do time. O duelo será às 22h (de Brasília) desta quarta-feira, com transmissão ao vivo da ESPN Brasil. O técnico prometeu uma equipe pronta em abril, e os próprios jogadores se cobram por não terem encontrado a formação e o estilo ideal ainda nesta temporada. No Pará, o ajuste terá que ser feito sem Jadson, que nem viajou para aprimorar sua forma física e técnica, e com Luis Fabiano como dúvida, já que acaba de se recuperar de estiramento na coxa direita e foi relacionado pela primeira vez desde 28 de janeiro.
Existe ainda a exigência por uma vitória por mais de um gol de diferença, o que eliminaria a necessidade do jogo de volta, já marcado para o dia 14, no Morumbi. O descanso é tido como fundamental para um elenco que perdeu muitos atletas por lesão (Rogério Ceni, Douglas, Fabrício e Wellington e Cañete são desfalques de Leão para esta partida).
Com o que dispõe, o treinador tem uma dúvida além de escalar Luis Fabiano, sem condições de atuar por 90 minutos, ou Willian José como titular. Como Jadson deixou a desejar, sua vaga é disputada por Fernandinho e Maicon. O desempenho de cada um deles durante o afastamento do camisa 10 pode tornar definitiva a escolha pelo 4-4-2 ou o 4-3-3.
Os atletas já acham que a afirmação da equipe, quarta colocada no Paulistão, está atrasada. “O momento de crescer está começando a passar. Já tivemos alguns jogos no Paulista, precisamos pegar uma cara e não podemos mais vacilar. Precisamos nos impor para conseguir o resultado na Copa do Brasil. Aqui é o São Paulo, temos que dar o nosso máximo”, falou Cícero.
Se a busca são-paulina é por definição, seu adversário quer exposição. Impedido de atuar em Tucuruí, sua cidade, o Independente enfrentou viagem de nove horas de ônibus para atravessar os 450 km até Belém para atuar no Mangueirão, capaz de receber um público bem maior – por isso a CBF impôs a mudança de local, para disponibilizar 30 mil ingressos com preços de R$ 30 a R$ 40.

Campeão paraense em 2011, a equipe vem de péssima campanha no primeiro turno da atual edição – foi o pior entre os oito participantes, vencendo só um jogo e somando apenas cinco dos 21 pontos disputados –, mas tem 100% de aproveitamento nas duas rodadas já concluídas do segundo turno. No sábado, venceu em casa o Cametá, campeão do primeiro turno, por 2 a 0.
Para encarar o Tricolor paulista, o técnico Valter Lima reforçará a marcação. Deve armar o time no 3-5-2, mas cogita proteger ainda mais a sua defesa preenchendo o meio-campo em um 3-6-1. “Devemos nos preocupar com todo o time deles, pois tem muita qualidade”, disse o meio-campista Gian.
Para incentivar o elenco, a diretoria prometeu R$ 50 mil como premiação a ser dividida entre os jogadores caso o Independente consiga segurar o São Paulo e garantir o confronto de volta no Morumbi. Para isso, a equipe paraense pode perder por até um gol de diferença. (Da ESPN)

INDEPENDENTE X SÃO PAULO
Local: estádio Mangueirão
Data: 7 de março de 2012, quarta-feira
Horário: 22 horas (de Brasília)
Árbitro: Suelson França Medeiros (RN)
Assistentes: Sergio Campelo Gomes (MA) e Enoque Costa Pacheco (AP)
INDEPENDENTE: Dida; Preto Barcarena, Adison e Alexandre Recife; Lima, Silva, Fidelis, Gian e Rafael Vieira; Thiago Floriano e Ró
Técnico: Válter Lima.
SÃO PAULO: Denis; Piris, Paulo Miranda, Rhodolfo e Cortez; Denilson, Casemiro, Cícero; Lucas, Fernandinho (Maicon) e Willian José (Luis Fabiano)
Técnico: Emerson Leão.

Em busca de um comandante

Por Gerson Nogueira

No afã de arranjar um treinador, o Paissandu dedica-se desde domingo a atirar em todas as direções, sem alvejar ninguém até agora. Sinalizou interesse por Givanildo Oliveira, Ivo Wortmann, Márcio Bittencourt, Edinho, Tarcísio Pugliesi, Flávio Araújo e Estevam Soares. Ledo engano. Quase nenhum desses profissionais está disponível ou disposto a vir trabalhar na Curuzu.
Já à beira do desespero para contratar um treinador, a diretoria chegou a discutir a possibilidade de trazer de novo o polêmico Edson Gaúcho, cuja última passagem pelo clube (na Série C 2011) foi marcada por conflitos com a diretoria e motim de jogadores.
Dispensado pelo Brasiliense no fim de semana, o irascível Gaúcho até admite voltar, mas sob condições especiais. Quer contrato de um ano (com multa indenizatória) e carta branca para “limpar a área”. Dificilmente, os atuais dirigentes topariam um acordo nesses termos. Talvez devessem.
Barco à deriva no Parazão, o Paissandu precisa entrar nos eixos com urgência. O campeonato já está quase comprometido e o time patina nas últimas posições, mas ainda há tempo para estruturar um time competitivo para a disputa da Série C.
Acontece que contratar um bom técnico, além das dificuldades óbvias quanto a ofertas no mercado, custa caro. Todos os profissionais listados pelo Paissandu exigem salários na faixa acima de R$ 40 mil, bem acima do que o clube pretende (e pode) gastar.
No mundo dos negócios do futebol, as propostas ficam mais salgadas na proporção em que diminui a importância e o glamour da divisão. É compreensível. Afinal, arriscar prestígio na Terceira Divisão é aventura que deve ser bem remunerada. 
Ontem, enquanto o time empreendia brancaleônica viagem até Espigão do Oeste, a diretoria centrava esforços em fechar (por telefone) um acordo com o semi-desconhecido Guilherme Macuglia. Apesar de desempregado, o técnico não pareceu entusiasmado com o convite inicial do Paissandu, segundo fontes do próprio clube. As conversas devem prosseguir hoje e seja o que Deus quiser. 

 
A Lei Geral da Copa de 2014 libera o consumo de bebidas alcoólicas nos estádios do Mundial e abre caminho para que, por isonomia, a lei-seca seja derrubada nas praças esportivas brasileiras. Dona Fifa não brinca em serviço e mexeu os pauzinhos para garantir mais alguns milhões de dólares em faturamento.
A medida propicia ganhos para alguns e empregos para muita gente, mas no Brasil é uma temeridade autorizar a venda de cerveja (ou qualquer outra bebida) nos estádios. As estatísticas mostram que o álcool potencializa os conflitos e contribui para diminuir a segurança geral do torcedor.  
 
 
E o Independente vai à luta com a audácia própria dos franco-atiradores. Se olharmos com atenção, não tem rigorosamente o que perder o bravo time do Baixo Tocantins – porque, antes de representar o Pará, o Galo Elétrico empunha a bandeira da região mais linda deste Estado continental.
Jogará contra o impávido São Paulo com o sem-compromisso – e, tomara, com a sem-cerimônia – dos inocentes. Está na competição por ser o campeão paraense, mas não almeja a glória nacional. Conhece seus limites e sabe que a graça da coisa pode estar na simples travessura de derrubar um dos favoritos naturais ao título.
Por isso, ante a descrença dos idiotas da objetividade, o Galo pode quebrar a marra do Leão. Eu acredito.  
 
 
Direto do blog
 
“Nosso futebol está nivelado por baixo, por mais que se tenha boa vontade com nossos clubes não vejo nenhuma chance de o Independente ganhar do S. Paulo até pelo abismo de infra-estrutura existente entre os dois. Acredito em uma goleada para o time paulista nesse jogo, descartando assim o jogo de volta. Quanto a Remo ou Paissandu, acredito que ambos devem passar fácil para a próxima fase”. 
 
De Rogério Silva, sem esperanças no Galo Elétrico.

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta quarta-feira, 07)