Semifinal merecia mais futebol

POR GERSON NOGUEIRA

Águia e PSC fizeram um jogo muito abaixo do esperado para uma semifinal de campeonato. Sem criatividade, tímida movimentação ofensiva, marcação confusa e poucas chances de gol, o 1º tempo foi difícil de ver. Melhorou um pouco na etapa final, principalmente pelos gols, mas ficou a sensação de que os times poderiam oferecer mais.

A primeira oportunidade de gol veio através do lateral Alan Maia, que entrou na área do PSC e passou para o centroavante Iury Tanque, mas a finalização saiu torta. A resposta alviceleste veio com o volante João Vieira, que disparou de fora da área, mas sem direção.

O lance mais emocionante aconteceu em cabeceio do zagueiro Lucas Maia na trave, escorando cobrança de escanteio. Nos minutos finais, o lateral Edilson invadiu a área e mandou um chute forte, bem defendido por Axel.

Os gols só aconteceram no 2º tempo, com o jogo mais aberto e alterações dos dois lados. Por alguns minutos, o pau quebrou em campo, o jogo ficou mais feio e a arbitragem distribuiu vários amarelos para conter a pancadaria.

Finalmente, aos 15 minutos, Biel aproveitou um rebote de Axel Lopes na pequena área e chutou para o fundo das redes. O Águia reagiu de forma fulminante: aos 17’, Iury Tanque foi contemplado com um cruzamento perfeito de Wander e cabeceou de cima para baixo, vencendo a zaga do Papão.

O técnico Hélio dos Anjos, na entrevista pós-jogo, considerou que o PSC não esteve bem, mas foi superior ao Águia. Ilusão de ótica que acomete normalmente técnicos de futebol. O jogo foi parelho, com poucas chances de gol e nenhum predomínio em campo.

Ao contrário da vitória sobre o Manaus, domingo passado, o PSC não teve espaço para manobrar e nem encontrou facilidades para chegar à área. O meio-campo voltou a mostrar lentidão excessiva na transição e o combate por parte dos volantes, principalmente Gabriel Bispo, foi deficiente.

Por esse motivo, a torcida mostra ter razão quando cobra a utilização de peças mais jovens, como Esli Garcia e Juninho, ausentes na partida de ontem. Ao mesmo tempo, o técnico tem razão em lamentar a ausência de jogadores acometidos de virose.

As muitas mudanças na escalação, bem antes do problema da virose, por vezes dificultam a evolução técnica do time. Um dos que mais sofrem é Nicolas, que depende de um trabalho eficiente de criação no meio para receber passes para finalização. Ontem, não conseguiu nenhuma grande chance e acabou passando em branco.

Tudo em aberto para o segundo jogo da semifinal acontece no sábado (30), na Curuzu.

Leão e Lusa disputam hoje primeiro duelo decisivo

Com a empolgação gerada pelo grande resultado obtido em Manaus, empatando com o Amazonas e classificando para a semifinal da Copa Verde, o Remo busca manter a pegada no confronto com a Tuna pela semifinal do Parazão, hoje à noite, no Mangueirão.

A escalação deve repetir o time que arrancou um empate heroico na Arena da Amazônia, com a provável exceção de Echaporã, que volta de suspensão, e a possível entrada de Ytalo no comando do ataque.

Há dúvida também sobre o aproveitamento de Henrique, que foi sacado do time aos 30 minutos da partida com o Amazonas por baixo rendimento técnico. Gustavo Morínigo não deu pistas sobre a presença do volante, que pode ser substituído por Renato Alves ou Paulinho Curuá.

Os demais homens de meio devem ser Matheus Anjos, Jaderson e Silas, todos com grande participação na reação azulina diante da Onça Pintada. Ytalo, pelo gol marcado e a melhor movimentação na frente, é candidato a recuperar a titularidade.

Na Tuna de Júlio César Nunes, a ordem é manter a estratégia de marcação forte e intensidade nas jogadas, virtudes que conduziram o time à reta final do campeonato. Foi dessa forma que a Águia Guerreira superou as adversidades impostas por um elenco limitado e um time recheado de jovens valores.

A liderança em campo é do experiente Marlon, que defendeu as cores azulinas por sete temporadas. Gabriel Furtado, atacante ágil e habilidoso, é outra arma importante do time cruzmaltino.

Na fase de classificação, a Tuna surpreendeu o Remo dentro do Baenão, vencendo por 3 a 2 com um comportamento ajustado e eficiente. À época, Ricardo Catalá ainda comandava o Leão e o time exibia muitas deficiências na marcação, causadas principalmente pelo fraco rendimento físico.

Depressão quase fez Richarlison desistir da bola

Em entrevista à ESPN, ontem, o centroavante Richarlison, do Tottenham e jogador da Seleção Brasileira, revelou detalhes do quadro depressivo que enfrentou depois da eliminação do Brasil na Copa do Mundo do Qatar, associado a um trambique que sofreu.

“Cheguei a falar com meu pai que ia desistir […] é loucura chegar para o meu pai, que foi o cara que correu atrás do meu sonho, assim, e falar que, pô, pai, quero desistir […] Acho que a psicóloga, querendo ou não, salvou, me salvou, salvou minha vida por que eu só pensava besteira. No Google mesmo eu só pesquisava besteira, só queria ver besteira de morte”, disse o atacante.

Como muita gente, Richarlison alimentava preconceito em relação a consultas com psicólogos, mas após passar por todos os contratempos considera hoje que a experiência mudou a sua vida. O astral melhorou ainda mais com a convocação para os dois amistosos europeus da Seleção, já sob o comando do técnico Dorival Júnior. 

(Coluna publicada na edição do Bola desta quinta-feira, 28)

Águia e Papão abrem semifinais com empate chocho em Marabá

Águia de Marabá e Paysandu ficaram no empate (1 a 1) na abertura da fase semifinal do Campeonato Paraense, na noite desta quarta-feira, 27, no estádio Zinho Oliveira. O jogo foi muito fraco e confuso no primeiro tempo, melhorou na etapa final. O Papão marcou com Biel, aproveitando um rebote do goleiro Axel Lopes. Iury Tanque empatou, de cabeça, superando a defesa bicolor.

Águia na luta pelo bicampeonato

POR GERSON NOGUEIRA

Desde que Mathaus Sodré voltou ao Águia, as vitórias voltaram e o otimismo também. Do time trôpego dos primeiros jogos do Campeonato Paraense, quando a classificação chegou a ficar ameaçada, o campeão estadual ressurgiu com ânimo e confiança. Em poucas rodadas, garantiu lugar nas quartas de final e recuperou o respeito de todos.

Pode-se dizer, sem exagero, que Sodré é o grande reforço do Águia na temporada. Além do Parazão, ele fez com que o time se impusesse na Copa do Brasil, superando brilhantemente um adversário de Série A (Coritiba) e passando como um trator sobre o modesto Capital.

É um cenário que lembra bastante o de 2023, quando o Águia caminhou até a decisão (e o triunfo) do Parazão e também alcançou a terceira fase da Copa do Brasil. Sodré já era o comandante e fez um trabalho muito parecido com o atual.

Para o confronto com o PSC, hoje, no estádio Zinho Oliveira, o Águia se preparou para ter um planejamento diferente da partida da fase de classificação, quando foi inteiramente dominado pelo adversário. O placar de 3 a 0 dá bem a medida da ampla superioridade bicolor naquele dia.

Com o ágil Braga vivendo uma grande fase, marcando gols em quase todos os jogos, o ataque ganhou também a força de Yuri Tanque dentro da área, problema que estava sem solução desde a saída de Luan Parede.  

O meio-de-campo se sustenta na movimentação de Junior Dindê, melhor volante em atividade no futebol paraense. Nas laterais, Bruno Limão e Allan Maia, jogadores de eficiência comprovada e que constituem uma importante válvula de escape do time.

A postura do Águia diante do Papão não deve ser muito diferente do que se viu no jogo contra o Coritiba, uma equipe de nível técnico superior, mas que sofreu com a correria e a intensidade impostas pelo Azulão.

Receita bem encaminhada para um jogo à altura da semifinal.

Hélio prepara o Papão para confronto sem favoritos

Com o sentimento de que recuperou a confiança do torcedor após a goleada e a classificação obtida sobre Manaus, domingo, o técnico Hélio dos Anjos tem reafirmado sua preocupação com a semifinal diante do Águia, considerado por ele um dos melhores times do campeonato.

De maneira bem franca, Hélio comentou que não espera encontrar as facilidades da fase de classificação, quando o Papão meteu 3 a 0 dentro do estádio Zinho Oliveira, sem tomar conhecimento do Águia.

Ao mesmo tempo, o bom momento na Copa Verde sacramenta um começo de temporada de números incontestáveis para os bicolores. Em 15 jogos disputados, sofreu somente duas derrotas – Juventude e Manaus – e venceu 10 vezes, empatando três.

Nem mesmo as críticas depois da eliminação na Copa do Brasil abalam o treinador, que vê a equipe retomando a normalidade. Vencer o jogo de ida das semifinais é ponto fundamental para que o torcedor confirme a fase positiva, embora Hélio tenha queixas da relação com a Fiel, ou parte dela.

Em entrevista, ontem, ele voltou a destacar o esforço dos jogadores, mencionando diretamente o meia Robinho, lamentando a onda de ofensas destinadas aos atletas nas redes sociais.

Deixou claro que são episódios que incomodam pela gratuidade dos insultos, capazes de abalar a tranquilidade e o bom ambiente no clube.

Sem jogar bem, Brasil de Dorival segura a Espanha

Apesar de não repetir a atuação de sábado, em Wembley, quando venceu e convenceu, a Seleção Brasileira fez um duelo de tempos desiguais contra a Espanha, no estádio Santiago Bernabéu. O placar final de 3 a 3, com três penalidades marcadas, dá a medida das emoções que o jogo proporcionou.

Pelas razões erradas, o árbitro português Antônio Nobre virou um dos protagonistas do amistoso. Com interpretações confusas, teve atuação muito contestada pelos brasileiros.

Eventos contra o racismo, antes da partida, focaram em Vinícius Jr., alvo da fúria discriminatória de quase todas as torcidas adversárias do Real Madrid. O atacante recebeu a braçadeira de capitão da Seleção, que entrou em campo usando agasalhos pretos.

A Espanha foi dominante nos primeiros 45 minutos, com uma ajuda e tanto da arbitragem. Aos 10 minutos, Lamine Yamal caiu dentro da área. Pênalti esquisito. Rodri cobrou e converteu.

A Seleção Brasileira não conseguia se encontrar, apesar das tentativas de Vinícius e Rodrygo. A Espanha foi sempre mais objetiva e, aos 35’, Olmo recebeu passe dentro da área, aplicou um belo drible em Beraldo, superou Bruno Guimarães e tocou no canto para ampliar.

Ainda na etapa inicial, Rodrygo aproveitou uma saída em falso do time espanhol para descontar, com um gol por cobertura. Ainda houve tempo para um ataque poderoso da Espanha. Rodri acertou um disparo e Bento defendeu à queima-roupa.

De uma só tacada, no intervalo, Dorival fez quatro alterações. Endrick foi um dos que foram lançados e novamente confirmou ser um jogador predestinado. Logo aos 4 minutos, Andreas cobrou escanteio, Laporte desviou de cabeça nos pés de Endrick, que emendou para as redes.

Com o placar empatado, Vini Jr. saiu para a entrada de Douglas Luiz e recebeu aplausos gerais no Bernabéu, na condição de grande ídolo do Real.

Aos 39’, Carvajal foi lançado em profundidade e Beraldo fez a segunda besteira da noite, cometendo falta dentro da área. O especialista Rodri foi lá e botou a Espanha na frente, de novo.

Nos acréscimos, Carvajal imitou Beraldo e derrubou Galeno. Outro pênalti marcado. Paquetá bateu e cravou o empate definitivo.

Após a vitória sobre os ingleses e o empate com os espanhóis, o saldo do giro europeu da Seleção Brasileira pode ser considerado positivo, levando em conta o clima de desânimo que baixou sobre o escrete após os pífios resultados nas Eliminatórias. Dorival sai fortalecido.

(Coluna publicada na edição do Bola desta quarta-feira, 27)

Rock na madrugada – Johnny Marr, “How Soon is Now”

POR GERSON NOGUEIRA

Clássico atemporal dos Smiths, aqui em interpretação afiadíssima de Johnny Marr, no programa de Jimmy Fallon (EUA). O arranjo de guitarra em “How Soon Is Now”, como em tantas outras músicas, leva a assinatura inconfundível de um ourives do instrumento, com profundidade na textura e sofisticação nas variações de som.

Interpretar as próprias canções, depois que Morrissey já havia gravado de forma definitiva, não deixa de ser uma iniciativa corajosa de Marr, um guitarrista que se saía bem cantando.

“Há um clube, se você gostaria de ir? Você poderia conhecer alguém que realmente te ama..
Então você vai e fica sozinho, e sai sozinho/ E você vai para casa e chora e quer morrer”.

Simplória, a letra segue a temática preferida de Morrissey e Marr, sempre às voltas com questões de comportamento, dramas próprios de uma juventude entediada e meio que sem horizontes.

Pode-se dizer que, se Morrissey era voz e imagem do Smiths, Marr era o som. Mais que isso: Johnny tem um jeito peculiar de tocar, tornando a guitarra crucial para a sonoridade da banda.

Alepa realiza Sessão Especial em homenagem à Campanha da Fraternidade 2024

Créditos: Celso Lobo (AID/Alepa)

Por iniciativa do deputado Ronie Silva (MDB), a Assembleia Legislativa do Pará (Alepa) realizou, na manhã desta segunda-feira (25), sessão especial em homenagem à Campanha da Fraternidade. Com o tema “Fraternidade e Amizade Social Vós Sois Todos Irmãos e Irmãs” em 2024, a campanha nasceu por iniciativa de D. Eugênio de Araújo Sales, em Nísia Floresta, Arquidiocese de Natal (RN), como expressão da caridade e da solidariedade em favor da dignidade da pessoa humana.

A Campanha da Fraternidade tornou-se expressão de comunhão, conversão e partilha. Comunhão na busca de construir uma verdadeira fraternidade; conversão na tentativa de deixar-se transformar pela vida fecundada pelo Evangelho; partilha como visibilização do Reino de Deus que recorda a ação da fé, o esforço do amor, a constância na esperança em Cristo Jesus.

A ação tem hoje os seguintes objetivos permanentes: despertar o espírito comunitário e cristão no povo de Deus, comprometendo, em particular, os cristãos na busca do bem comum; educar para a vida em fraternidade, a partir da justiça e do amor, exigência central do Evangelho; renovar a consciência da responsabilidade de todos pela ação da Igreja na evangelização, na promoção humana, em vista de uma sociedade justa e solidária.

De acordo como autor da solenidade, deputado Ronie Silva (foto acima), a Campanha da Fraternidade fomenta temas que cada vez mais a sociedade necessita. “Este ano, o tema chama à atenção da sociedade paraense e de muitas outras. Devemos buscar a construção de uma sociedade mais igualitária, uma sociedade cada vez mais com mais paz social”, disse. “Essa campanha é tão essencial e deve se fazer presente na vida de todos. Parabéns a todos os envolvidos na Campanha da Fraternidade de 2024, o tema é atualizado, sempre envolvendo a sociedade. Obrigada também aos meus colegas parlamentares, em especial ao presidente da Casa, deputado Chicão, por aprovar a realização desta solenidade”, pontua.

Para o bispo auxiliar da Arquidiocese de Belém, dom Paulo Andreolli, é preciso pensar no que a sociedade está vivendo. “O tema veio ao encontro do que é primordial para a sociedade, dos problemas, anseios de uma coletividade. A Sessão demostra que a Alepa reconhece o trabalho da Igreja Católica, o seu comprometimento com a transformação social. Meus agradecimentos a esta Casa de Leis”, destacou. 

Segundo a irmã Rejiane da Mata Dias, a Campanha da Fraternidade, dentro do tema de 2024, apresenta alguns indicativos para a questão social. “O tema deste ano traz uns pontos indispensáveis. Ele garante a discussão de grandes temas como a migração e o preconceito. E isso nós vivemos na grande Belém. Sabemos que existem muitas pessoas que vem do interior para a capital paraense, mas também temos a migração de estrangeiros e que vivem nas ruas de Belém. Essa é realidade que precisa de visibilizada, há irmãos que precisam da nossa atenção”, comenta.

Para a irmã, “apoiar e fomentar as campanhas contra o racismo é algo que deve ser visto, bem como a condenação a todas as experiências autoritárias e ditatoriais da atualidade. É essencial apoiar também as instituições públicas a denunciarem os crimes de ódio e intolerância que circulam no meio da sociedade”, finaliza.

Já a psicopedagoga e professora da Faculdade Católica de Belém, Viviane Cartágenes, acredita que a iniciativa funciona como um suporte para a sociedade. “Como igreja temos uma responsabilidade, e a Campanha da Fraternidade veio despertar uma discussão que vem desde a pandemia. Como psicopedagoga e diante dos atendimentos que faço, percebo que a saúde mental deve ter uma atenção mais ampla dentro da sociedade, da família. A campanha diz respeito à fraternidade social”, disse. “Os pais, as famílias devem ter um olhar melhor para os adolescentes. Família, participem da vida de seus adolescentes. Isso é Campanha da Fraternidade”, completou.

A Campanha da Fraternidade 2024 é inspirada na Encíclica do Papa Francisco, Fratelli Tutti.  Tem como tema: “Fraternidade e Amizade Social” e o lema: “Vós sois todos irmãos e irmãs” (Mt. 23, 8). Este tema e lema foram escolhidos pelo Conselho Permanente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em novembro de 2022.

De acordo com o bispo auxiliar da arquidiocese de Brasília e secretário-geral da CNBB, dom Ricardo Hoepers, o tema e o lema da Campanha da Fraternidade 2024 refletem a preocupação do episcopado brasileiro em aprofundar a fraternidade como contraponto ao processo de divisão, ódio, guerras e indiferença que tem marcado sociedade brasileira e o mundo.

A iniciativa, dentro do caminho penitencial da Igreja, propõe também durante a Quaresma do próximo ano, um convite de conversão à amizade social e ao reconhecimento da vontade de Deus de que todos sejam irmãos e irmãs. O cartaz da Campanha da Fraternidade 2024 foi criado pelos jovens de Brasília (DF), Samuel Sales e Wanderley Santana, e apresenta o cenário da comunidade como uma casa, espaço onde acolhe-se os irmãos e irmãs para a partilha do alimento e da vida.

As aventuras do Capitão fujão

Na calada da noite, Jair Bolsonaro foi à Embaixada da Hungria em Brasília pedir asilo. Passou dois dias lá, escondido e trêmulo, a fim de escapar de uma possível ordem de prisão. O episódio ocorreu no dia 12 de fevereiro, apenas quatro dias depois de ter seu passaporte retido pela Justiça. Numa comparação direta, Lula quando era ameaçado dia e noite de prisão por Sergio Moro e a gangue da Lava Jato jamais cogitou pedir asilo diplomático. Enfrentou com altivez seus algozes, acabou preso, cumpriu a pena e saiu da prisão para se candidatar e vencer (pela terceira vez) a eleição presidencial, em 2022.

Não há de fato como comparar personagens e biografias tão opostas quando Bolsonaro e Lula.

Um foi presidente do país após um governo maléfico, que não deixou saudades, pelo menos nas pessoas ditas normais. Pilotou um genocídio de mais de 700 mil brasileiros, impedidos de receber a vacina da covid-19 pela omissão dele e de seus ministros. Além dessa mancha eterna, Bolsonaro tramou um golpe de Estado para impedir a posse de Lula. É o responsável pela perseguição e o abandono das nações indígenas, pela devastação da Amazônia via garimpo e extração ilegal de madeira. Por isso, corre o risco de ser preso a qualquer momento.

Lula foi eleito em 2022 pela biografia e por representar as forças democráticas. Assumiu a presidência disposto a trabalhar pela reconstrução de um país devastado por seu antecessor, o que implica em buscar a pacificação após um governo que transformou a cultura do ódio em regra, a fim de dividir o país ao meio.

Nesta segunda-feira, 25, depois de divulgado vídeo de Bolsonaro na Embaixada pelo NY Times – que furou toda a mídia brasileira -, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, deu 48 horas para que o ex-presidente se explique sobre a suspeitíssima “hospedagem” na embaixada. Em função do episódio, pode ser decretada a prisão preventiva de Bolsonaro ou a determinação para uso de tornozeleira eletrônica.

Greenpeace apresenta, em Belém, barco de pesquisa sobre impactos da exploração de petróleo na Foz do Amazonas

Profissionais de imprensa poderão visitar o veleiro Witness, do Greenpeace, entre 9h e 10h desta quarta, no Espaço Náutico Marine Club – avenida Bernardo Sayão

O Greenpeace Brasil apresenta hoje à imprensa o veleiro Witness, embarcação que está em águas brasileiras para viabilizar pesquisas científicas sobre a região da Margem Equatorial e avaliar potenciais impactos da exploração de petróleo na região. A iniciativa é parte da expedição Costa Amazônica Viva. Os jornalistas poderão conhecer o veleiro e entrevistar porta-vozes do Greenpeace entre 9h e 10h no Espaço Náutico Marine Club, na avenida Bernardo Sayão, em Belém.

O Witness possui 22,5 metros de comprimento e, devido à elevação da quilha e do leme, é capaz de navegar em águas rasas e inacessíveis a barcos maiores. Adaptações tecnológicas  promovidas na embarcação em 2022 visam tornar o veleiro mais ecológico e incluem células solares, turbinas eólicas e um sistema otimizado de gerenciamento de energia.

O estudo busca contribuir para um entendimento mais acurado sobre a trajetória de eventuais vazamentos de petróleo, já que não há um consenso científico sobre tais dinâmicas. Pelo contrário, há um dissenso fundamental: as modelagens de dispersão de óleo apresentadas pela Petrobras, que indicavam que ele não chegaria até a costa foram recebidas com ceticismo por oceanógrafos de renomadas instituições do país. 

Ainda há incertezas em relação ao risco do petróleo derramado atingir a costa amazônica, os manguezais, os rios, terras indígenas, açaizais e lavouras da região. Essa falta de informações sobre as correntes costeiras e oceânicas expõe a região a impactos imensuráveis, comprometendo a efetividade de planos de resposta em caso de derramamento.

Com a expedição, o Greenpeace pretende fomentar o debate público em relação aos potenciais impactos do petróleo na região, cobrar responsabilidade das entidades de Estado (e o próprio governo) para que os povos do território e a ciência sejam escutados e que se respeite o Princípio da Precaução – que prevê a não implementação de projetos sem que haja consenso científico em relação à região e os potenciais impactos das atividades. 

Para participar é necessário realizar o credenciamento pelo e-mail imprensa.br@greenpeace.org ou WhatsApp (11) 95761-2703, com Milka Veríssimo.

Papão supera susto e atropela

POR GERSON NOGUEIRA

A goleada de 4 a 1 dá a impressão de um jogo extremamente fácil para o PSC. Não foi bem assim. O time apresentou problemas logo nos minutos iniciais, permitindo a presença do Manaus em seu campo, tomou um gol e teve que se desdobrar para virar o placar ainda na primeira etapa. Mesmo com um jogador a mais, antes de fazer 3 a 1 o Papão sofreu com a movimentação do adversário. Tranquilidade mesmo só no final, com o quarto gol, marcado já nos acréscimos.

O começo do confronto não podia ser mais desanimador. Logo aos 6 minutos, Roney abriu o placar para o Manaus, após um belo passe de Renan e um cochilo de Kevin na marcação. O placar agregado aumentou para 0 a 2 – e as dificuldades também.

Com a força que vinha das arquibancadas, com 12 mil torcedores incentivando, o PSC finalmente entrou no jogo. Saiu da letargia inicial e começou a pressionar. O empate veio aos 15 minutos. Robinho cruzou na área para o cabeceio de Nicolas. O goleiro Vinícius falhou e a bola entrou.

O empate deu um novo astral à equipe, que seguiu atacando. Aos 25’, o lateral Edilson fez um cruzamento baixo para João Vieira desviar de cabeça bem no canto, sem defesa para o goleiro Vinícius.

O Gavião, que até então estava tranquilo em campo, começou a sentir que o controle da partida havia trocado de mãos. Ainda buscou o ataque, mas ficou cada vez mais ocupado em se resguardar, a fim de evitar mais gols. Afinal, o 2 a 1 igualava a disputa e levava a decisão para os pênaltis.

Teve uma excelente oportunidade com o atacante Renan, que cabeceou de cima para baixo. A bola passou sobre o travessão. Mesmo insistindo em busca do empate, a etapa inicial terminou com vantagem alviceleste.

Disposto a surpreender o PSC, o Manaus iniciou o 2º tempo partindo para o ataque. Na primeira investida, Renan invadiu a área em velocidade, mas disparou em cima da zaga. Logo depois, Felipe Eduardo foi expulso e o Manaus recuou para explorar os contra-ataques.

A partida ficou equilibrada, embora o Papão buscasse sempre o terceiro gol. Com a entrada de Edinho, por volta dos 30 minutos, as coisas começaram a mudar para melhor. O time passou a ter alternativas pela direita, pressionando o lado mais frágil da defesa amazonense.

Aos 37 minutos, Edinho ganhou um lance junto à linha de meio-campo, avançou com a bola e descolou uma diagonal perfeita para Nicolas. Entre as linhas de marcação, o centroavante recebeu e chutou rasteiro para fazer 3 a 1, dando ao PSC o resultado buscado desde o início.

O lateral Kevin foi expulso aos 42’, mas logo depois Nicolas roubou uma bola junto à linha de fundo e devolveu a cortesia a Edinho, que fechava no segundo pau e só teve o trabalho de tocar para as redes. A goleada estava sacramentada e o Papão classificado para a semifinal com todas as honras.

Papão e Leão irão se enfrentar, outra vez, na semifinal da Copa Verde. Os bicolores lutam pelo 4º título da competição.

Na base da superação, Leão arranca vaga em Manaus

A atuação do Remo na Arena da Amazônia, neste sábado, dividiu-se em tempos distintos. A primeira parte foi decepcionante. O time não viu a cor da bola e tomou dois gols em falhas pontuais do sistema defensivo. Depois de uma chacoalhada nos vestiários, o Leão voltou transfigurado para o 2º tempo e reagiu de forma heroica, garantindo vaga na semifinal da Copa Verde.

Os instantes iniciais fizeram lembrar o período de Ricardo Catalá no comando do time. As saídas eram sempre defeituosas, o ataque não funcionava e a zaga sofria com os lançamentos em direção a Sassá e William Barbio. Logo de cara, uma bola erguida por Diego Torres chegou a Sassá, que tocou de cabeça para Barbio abrir o placar.

Após dois passes errados na entrada da área, Henrique foi substituído pelo técnico Gustavo Morínigo. Renato Alves entrou, mas os problemas persistiram. O Remo simplesmente não conseguia jogar.

Aos 34’, novo apagão. Patric recebeu em velocidade pela direita e teve tranquilidade para cruzar na área para a finalização de William Barbio. Não havia cobertura adequada e a zaga sofria com os ataques pelos lados.

Para buscar uma reação, Morínigo substituiu Ribamar por Ytalo e o efeito foi imediato. No primeiro minuto, Matheus Anjos cruzou na área, Sillas desviou e o goleiro deu rebote. Ytalo aproveitou e mandou para o gol. O lance foi anulado por impedimento, mas foi um ensaio do que viria depois.

Aos 10 minutos, Nathan cruzou, Kelvin fez o corta-luz e Ytalo aproveitou para fazer o primeiro gol do Leão. Dois minutos depois, ele quase empatou ao mandar uma bola junto ao travessão.

O Remo seguiu controlando as ações e investindo pelos lados, coisa que não tinha feito na primeira metade. Matheus Anjos, Sillas e Jaderson foram importantíssimos nos passes e na aproximação entre os setores.

Aos 34’, Vidal acertou um tiro forte da entrada da área e o goleiro Edson deu rebote. Ronald recuperou a bola e deu um passe preciso para Sillas estufar as redes do Amazonas, empatando o confronto. Nos minutos finais, Jô acertou um chute rasteiro, bem defendido por Marcelo Rangel.

Uma classificação muito comemorada pelas circunstâncias do jogo e pela demonstração de capacidade reativa que o Remo deu à sua torcida.

Dorival opta pelo simples e a Seleção volta a vencer

Com os mesmos jogadores que estavam na Seleção Brasileira sob o comando de Fernando Diniz, a estreia de Dorival Júnior trouxe um resultado auspicioso. Além da vitória sobre a forte esquadra da Inglaterra, em Wembley, o escrete canarinho exibiu competitividade e força ofensiva, sem abrir mão de fazer um jogo vistoso.

O gol de Endrick na reta final da partida fez justiça à atuação coletiva da Seleção. No primeiro tempo, Vinícius Jr. e Paquetá tiveram boas chances de abrir o placar e a equipe foi envolvente, deixando os ingleses na roda em várias ocasiões. Para quem temia o pior, depois dos vexames recentes nas Eliminatórias, Dorival veio trazer um sopro de esperança.

Sem inventar, ele armou um time ajustado em poucos treinos e deixou claro que há muito ainda a evoluir. Tudo isso obtido sem depender dos antigos titulares, Neymar e Casemiro, que estão lesionados. 

(Coluna publicada na edição do Bola desta segunda-feira, 25)

Rock na madrugada – Skank, “Vou Deixar”

POR GERSON NOGUEIRA

Clipe oficial da música que é uma espécie de canto de cisne do rock brasileiro da safra 80/90. Coube ao Skank, no disco Cosmotron, de 2003, sintetizar em uma canção pop com vibe roqueira e inspiração beatle, cravar o último grande sucesso da onda que sacudiu o país anos antes com Legião, Titãs, Barão e Paralamas. A composição é de Samuel Rosa e Chico Amaral, espécie de quinto integrante informal do grupo.

Não conte o tempo por nós dois, pois
A qualquer hora posso estar de volta
Depois que a noite terminar

Vou deixar
A vida me levar
Pra onde ela quiser
Seguir a direção
De uma estrela qualquer

Depois de “Vou Deixar”, o rock brasileiro nunca mais conseguiu se impor nas paradas com a força de antes. Passou a vender menos do que antes, preservando apenas um quê de nostalgia gostosa nos festivais e apresentações ao vivo. Há uma certa melancolia nisso, mais ainda porque este êxito temporão não veio das bandas mais icônicas do chamado BRock.

Fundado em 1991, por estudantes universitários de Belo Horizonte (MG), o Skank começou no circuito alternativo tocando rock, reggae e ska, sob indisfarçada influência dos Paralamas do Sucesso. Durante toda a carreira da banda, que encerrou atividades em 2023, a formação não mudou: Samuel Rosa, principal compositor e vocalista; Henrique Portugal (tecladista), Lelo Zaneti (baixo) e Haroldo Ferretti (bateria).

Ao longo de 13 anos de estrada, o Skank vendeu mais de 6 milhões de discos (CDs e DVDs).

Pivô do crime, delegado deu instruções sobre melhor local para o assassinato de Marielle

Rivaldo Barbosa. Foto: Divulgação

Segundo informações da delação premiada de Ronnie Lessa, incluída no relatório da Polícia Federal (PF), o delegado Rivaldo Barbosa teria orientado os assassinos de Marielle Franco para evitar que o crime ocorresse na saída da Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro. Isso, segundo Lessa, visava manter as investigações sob a alçada da polícia local e não atrair a atenção da PF.

A delação aponta que Rivaldo Barbosa, que ocupava cargos importantes na Divisão de Homicídios e depois se tornou chefe da Polícia Civil, teria informado aos assassinos que realizar o crime na saída da Câmara dos Vereadores seria mais facilmente caracterizado como um “crime político” e, consequentemente, a investigação seria transferida imediatamente para a PF.

De acordo com Lessa, Edmilson da Silva Oliveira, conhecido como “Macalé” e suposto contratante dos assassinos de Marielle, afirmou que Rivaldo era “um deles”. Essas revelações sugerem uma estreita ligação entre o delegado e os executores do crime.

O relatório da PF ainda destaca que a garantia de impunidade em torno do assassinato de Marielle seria apenas uma das muitas transações ilícitas realizadas pela Divisão de Homicídios na época.

Há alegações de que as delegacias do Rio recebiam pagamentos mensais de propina pelas milícias, sendo que a Divisão de Homicídios teria recebido entre R$ 60 mil e R$ 80 mil por mês. “Isso quando não auferia uma remessa adicional em razão dos crimes que deixavam provas/rastros”, afirma o relatório da PF.

O delegado da Polícia Civil Rivaldo Barbosa, preso neste domingo em ação da Polícia Federal, contou com o aval de militares para avançar na carreira. Barbosa e os irmãos Domingos Brazão e Chiquinho Brazão foram detidos em operação que investiga a morte da vereadora Marielle Franco, onde Domingos e Chiquinho foram os mandantes e Rivaldo apontado como responsável pelo planejamento.

O delegado Rivaldo Barbosa foi militar da Aeronáutica por 15 anos, em boa parte do tempo atuando na área de previsões meteorológicas. Entrou para a reserva em 2002, quando passou no concurso para delegado da Polícia Civil, segundo o jornal O Globo.

O delegado tomou posse como chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro por indicação dos generais Walter Braga Netto e Richard Nunes, respectivamente interventor da Segurança Pública no Rio de Janeiro durante o governo de Michel Temer e o secretário de Segurança durante o período.

Embora sua indicação tenha sido contraindicada pelo setor de inteligência da Polícia Civil, Barbosa teve o aval de Braga Neto para assumir o cargo na véspera do crime. Até então, ele chefiava a Delegacia de Homicídios.

Segundo o site G1, Barbosa foi o responsável pelo plano de inteligência e segurança dos Jogos Pan-Americanos de 2007, realizados no Rio de Janeiro, e em 2008 foi nomeado subsecretário de inteligência da Secretaria de Segurança durante a gestão Sergio Cabral. Ele ficou no cargo por quase três anos. (Com informações do Jornal GGN, Diário do Centro do Mundo, G1 e O Globo)

Goleada sobre o Manaus garante Papão na semifinal da Copa Verde

O Papão goleou o Gavião amazonense por 4 a 1, na tarde deste domingo, e garantiu presença na semifinal da Copa Verde. O jogo começou com o visitante aprontando uma surpresa logo aos 6 minutos: Roney abriu o placar finalizando um passe de Renan e aproveitando falha da defensiva bicolor. Depois do susto, o Papão foi à frente em busca do empate.

Aos 15′, aos 15 minutos, Robinho levantou a bola na área, Nicolas cabeceou e o goleiro Vinicius falhou. 1 a 1 no placar. Dez minutos depois, Edilson cruzou para a área do Gavião e João Vieira desviou de cabeça, no canto direito. PSC 2 a 1. Nos instantes finais, o Manaus teve boa chance com Renan, mas a bola passou rente ao travessão.

No segundo tempo, o Manaus partiu para o ataque e novamente Renan desperdiçou boa chance. Aos 8 minutos, Felipe Eduardo foi expulso e o Papão ganhou mais espaço para impor seu jogo. Apesar disso, as chances diminuíram e o jogo parecia se encaminhar para a disputa em penalidades.

O atacante Edinho entrou no PSC e fez a diferença, dando o passe para Nicolas marcar o terceiro gol aos 37′, fazendo a Fiel explodir de alegria na Curuzu. Kevin recebeu o segundo amarelo e foi expulso, mas o PSC foi que encontrou o caminho do gol, em jogada de Nicolas para Edinho, já nos acréscimos.

Na semifinal, o PSC vai encarar o rival Remo em duas partidas.