Um choque de realidade. Sem maiores dificuldades, o Juventude derrotou o Paysandu por 3 a 1, na noite desta quarta-feira (13), no estádio Alfredo Jaconi, em Caxias do Sul. As facilidades encontradas pelos gaúchos expuseram o desnível técnico entre os times. O jogo valeu pela segunda fase da Copa do Brasil. Com dois de Gilberto e um de Lucas Barbosa, o Juventude garantiu R$ 2,2 milhões de premiação por avançar na competição nacional. O gol de honra do Papão foi marcado aos 24 minutos do segundo tempo pelo atacante Vinícius Leite. Que acertou um belo arremate de fora área, mas a tentativa de reação dos bicolores ficou nisso.
Dia: 13 de março, 2024
Rock na madrugada – Black Sabbath, “Paranoid”
POR GERSON NOGUEIRA
No vídeo acima, o Black Sabbath com a formação original apresenta “Paranoid” no programa Top of the Tops da TV britânica, em 1970. Um dos hinos definitivos do metal, a canção foi gravada sem maiores pretensões, apenas para completar o segundo disco de estúdio do grupo inglês. O riff apoteótico e envolvente concebido por Tony Iommi transformaria a despretensiosa música no maior sucesso da carreira do Sabbath.
Geezer Butler, baixista e principal letrista da banda, contou à revista American Songwriter que escreveu “Paranoid” em minutos, a partir do ponto de vista de um homem que fuma um baseado e vai ficando paranoico com as pessoas em volta, não conseguindo se conectar com elas. Sem mencionar nenhuma vez a palavra “paranoid” na letra, o baixista admitiu que a música não foi criada para ser um hit.
A gravação original, de fevereiro de 1970, teve a presença dos quatro músicos fundadores do Sabbath: Tony Iommi, Ozzy Osbourne, Butler e Bill Ward (baterista). Com um ritmo pesado e atemporal, “Paranoid” foi composta como uma reflexão tardia.
“Basicamente, precisávamos de uma faixa de 3 minutos para fechar o álbum, e Tony criou o riff de guitarra. Fiz a letra rapidamente e Ozzy a lia enquanto cantava”, contaria Butler em outra entrevista, desta vez à Guitar World. A longevidade da canção pode ser atestada pelo sucesso que faz até hoje: no início deste mês, superou a casa de 1 bilhão de reproduções no Spotify.
De quase enjeitada, “Paranoid” se tornou carro-chefe do Sabbath e a música que eternizou a banda. “A maioria das pessoas nos conhece por causa de ‘Paranoid'”, afirma Tony Iommi, considerado o maior criador de riffs de todos os tempos.
Abaixo, registro da apresentação de 2001 no Jubileu de Ouro da Rainha Elizabeth, em Londres, com Phil Collins na bateria e Pino Palladino no baixo:
Enfim, um desafio de verdade
POR GERSON NOGUEIRA
Líder invicto do Campeonato Paraense, o PSC usa a competição como laboratório para a disputa do Brasileiro da Série B, mas sofre com o nível técnico do Parazão. Não há termo de comparação com os principais campeonatos do país – Paulista, Carioca, Mineiro e Gaúcho. O técnico Hélio dos Anjos recentemente lamentou que alguns clubes da Série B tenham o privilégio de testar forças contra equipes da Série A.
Hélio estava se referindo principalmente a Ituano, Novorizontino, Ponte Preta, Mirassol, Botafogo de Ribeirão Preto e Guarani no Paulistão. Enquanto duelam com Palmeiras, S. Paulo e Corinthians, o Papão joga contra Canaã, Tapajós, Castanhal e Cametá. A diferença é abissal.
Pois hoje à noite, em Caxias do Sul, o PSC tem a oportunidade de encarar um teste de verdade. Desafia o Juventude local pela segunda fase da Copa do Brasil. Uma para difícil e que pode dar ao técnico Hélio dos Anjos as respostas sobre o estágio atual do time.
Para chegar com força máxima à partida de hoje, o PSC poupou cinco jogadores no confronto com o Bragantino, sábado, pelas quartas de final do Parazão. Medida que permitiu um merecido descanso a Nicolas e Robinho, destaques da equipe paraense na temporada.
Diante do Juventude, time que vai disputar a Série A, há a convicção de que o Papão terá que fazer sua melhor apresentação do ano para conquistar a classificação à terceira fase da Copa do Brasil. Caso tenha êxito, vai garantir uma premiação acumulada em torno de R$ 4 milhões.
Nas últimas três partidas, o PSC conseguiu três vitórias, todas pelo placar de 3 a 0 – contra Castanhal e Bragantino, pelo estadual, e contra o Rio Branco (AC) pela Copa Verde. Demonstração clara do excelente momento vivido pela equipe.
Com bom funcionamento do setor defensivo, centrado na dupla Lucas Maia e Wanderson, o time tem opções de qualidade para compor o meio-de-campo. O trio mais utilizado tem sido Val Soares, Gabriel Bispo e Robinho. O ataque tem Nicolas como referência, com Jean Dias e Vinícius pelos lados.
Um time que foi ganhando entrosamento com o passar dos jogos e hoje exala confiança a partir das vitórias convincentes dentro do Parazão. Falta o carimbo de uma atuação consagradora contra um adversário que é da Série A. Chegou a hora de conquistar essa condição.
Mundo sente falta dos goleadores brasileiros
Célebre pela aparentemente inesgotável produção de grandes artilheiros – Pelé, Ronaldo, Romário, Careca, Roberto Dinamite –, o Brasil há muito tempo não frequenta a tábua de goleadores das principais ligas europeias. O último foi Grafite, que brilhou no Campeonato Alemão de 2009.
E olha que era Grafite, um atacante não mais que mediano. Levantamento do site Torcedores.com tenta sem sucesso encontrar uma explicação para a escassez de homens-gol no futebol nacional.
Não dá para encontrar uma explicação apenas, os motivos são diversos. Jovens atletas deixam o Brasil muito cedo, o que por um lado garante rápida adaptação ao estilo europeu de jogar, mas faz com que percam características que distinguem os brasileiros dos concorrentes estrangeiros.
Erling Haaland, norueguês que brilha no Manchester City e deslumbra o mundo, é um centroavante de linhagem essencialmente europeia. Segue o mesmo perfil de atuação do polonês Robert Lewandowski e do inglês Harry Kane. Os três têm pouca habilidade, mas são tecnicamente bem preparados e usam a força física como grande trunfo.
O momento de entressafra no trabalho de formação é outro ponto a ser considerado. Não por acaso, o Brasil vem acumulando insucessos nos torneios sub-17 e sub-20, culminando com a recente eliminação no torneio Pré-Olímpico de Caracas.
As virtudes que antes diferenciavam os atacantes brasileiros hoje são mais valorizadas nos jogadores de meio, orientados desde cedo a atacar e a voltar para marcar. É verdade que o futebol mudou bastante, mas Messi, Cristiano Ronaldo e Mbappé nunca foram obrigados a marcar.
Na aclamada Premier League inglesa, é visível o domínio de meias e pontas, mas a figura do homem de área que sabe fazer gols segue extremamente cultuada. Os esquemas são rígidos, mas os goleadores continuam a existir, mesmo sofrendo dura marcação.
Chato é constatar que nenhum brasileiro se destaca entre os melhores. Richarlyson e Gabriel Jesus, exemplos típicos de atacantes que não funcionam, confirmam a crise de talentos que assola o futebol brasileiro. Sem astros da grande área, o Brasil deixou de ser protagonista.
Racistas precisam ser punidos, pelo bem do futebol
O Águia venceu o Caeté por 2 a 0, no sábado, em Marabá, e um episódio fora do campo acabou ofuscando o triunfo do time da casa. O atacante Fidelis, do time bragantino, foi vítima de ataques racistas por parte de um torcedor do Azulão, de 38 anos, preso em flagrante depois da partida.
O dado importante é que o torcedor racista foi identificado por pessoas que estavam nas arquibancadas do Zinho Oliveira. Conduzido à delegacia da Polícia Civil, ele foi mantido preso e responde a inquérito. O crime de racismo é inafiançável.
Além da manifestação de repúdio por parte do Caeté, o Águia se solidarizou com Fidélis, colocando-se à disposição para colaborar com a apuração dos fatos. “O Águia de Marabá ressalta que ao longo de sua grandiosa história jamais compactuou com tais atos abomináveis e que assim sempre será. Racistas não passarão!”, diz a nota.
A Federação Paraense de Futebol (FPF) informou que acompanha o caso desde o primeiro momento. A investigação corre pela Seccional de Marabá.
Não foi o primeiro caso de racismo no futebol paraense, nem provavelmente será o último, mas a ação imediata é o melhor caminho para extirpar esse ato de desumanidade.
O importante é que todos se conscientizem de que, como disse Angela Davis, não basta repudiar atos racista, é preciso ser antirracista.
(Coluna publicada na edição do Bola desta quarta-feira, 13)
O passado é uma parada
Partida histórica, válida pela final da Taça Brasil de 1966, a vitória do Cruzeiro de Tostão e Dirceu Lopes sobre o Santos de Pelé deixou claro que não havia uma supremacia absoluta de times do eixo Rio-São Paulo. A Raposa tinha um timaço capaz de fazer frente a cariocas e paulistas, e por isso levantou o título. No ano seguinte, foi criado o torneio Roberto Gomes Pedrosa, popularmente conhecido como “Robertão”, abrindo espaço para clubes do Sul e Nordeste. O árbitro do clássico foi Armando Marques e a narração é do consagrado Fiori Giugliotti, da Rádio Bandeirantes. O jogo foi disputado no estádio Paulo Machado de Carvalho (Pacaembu), em São Paulo.
Os gols foram marcados, para o Santos, por Pelé, aos 24, e Toninho, aos 26 minutos do primeiro tempo. Pelo Cruzeiro, marcaram Tostão, aos 18, Dirceu Lopes, aos 28, e Natal, aos 44 minutos do 2º tempo.
SANTOS: Cláudio; Lima, Oberdan, Haroldo e Zé Carlos; Zito e Mengálvio; Amauri (Dorval), Toninho, Pelé e Edu. Técnico: Lula
CRUZEIRO: Raul; Pedro Paulo, William, Procópio e Neco; Wilson Piazza e Dirceu Lopes; Natal, Tostão, Evaldo e Hilton Oliveira. Técnico: Aírton Moreira.