POR GERSON NOGUEIRA
O fim de semana marcou a conquista antecipada da Série B pelo Atlético Goianiense, que atingiu 70 pontos na classificação e não poderá mais ser superado. O título do Dragão não deixa de ser uma surpresa, pois nos últimos anos o campeão da Segunda Divisão é sempre um clube da Série A. Foi assim com o Vasco, Corinthians, Palmeiras e Botafogo.
Na competição mais renhida das últimas temporadas, o rubro-negro goiano levou a melhor porque primou pela regularidade, virtude fundamental na Segundona.
Com folha salarial em torno de R$ 650 mil, o Atlético-GO não fez altos investimentos e evitou inteligentemente cair na tentação de contratar jogadores caros e em fim de carreira.
Por isso mesmo, a façanha do Atlético tem um caráter educativo para os demais clubes de porte médio do futebol brasileiro. Vai servir como referência para as próximas temporadas ao provar que é possível alcançar o topo sem abusar da gastança.
Competiu com clubes muito mais abonados financeiramente. O Vasco tem folha salarial de Série A, acima de R$ 8 milhões, com salários de R$ 400 mil no elenco. O Bahia gasta mensalmente mais de R$ 4 milhões e o Goiás vem logo abaixo. O Dragão tem folha inferior à do Papão, que oficialmente desembolsa R$ 850 mil mensais com o futebol.
Ao mesmo tempo, a 36ª rodada significou a retomada de fôlego do Vasco, que vinha em franco declínio e se posicionava perigosamente perto do quinto colocado, correndo o risco de não conseguir o acesso. Ao vencer o Bragantino em São Paulo, por 2 a 1, o Almirante afastou a crise que rondava São Januário e proporcionou alívio ao torcedor.
Com 62 pontos, bastará uma vitória simples nas últimas duas rodadas para que o Vasco garanta definitivamente a volta à Série A. Não pode, porém, brincar com fogo, pois Náutico e Londrina (ambos com 57 pontos) ainda têm condições matemáticas de ultrapassá-lo.
De toda sorte, o resultado em Bragança Paulista deteve a escalada negativa do time na competição e permitiu abrir uma pequena folga na pontuação, suficiente para recobrar a confiança para os próximos embates.
Nada, porém, será suficiente para fazer esquecer a confusa campanha no segundo turno e a brutal queda de rendimento que pôs em perigo todo o planejamento da temporada.
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Leão começa a negociar jóias da base
O Remo acaba de negociar o garoto Amauri, considerado o sucessor de Roni em qualidade e que – ao contrário deste – nem chegou a ter chance no time principal. Contra a Tuna, sábado, em jogo do sub-17, deixou sua marca, mostrando técnica, velocidade e capacidade de definição.
Da mesma formada que gerou Amauri, menino oriundo de Bonito, o Remo tem Erick Kenji, Paulinho e Ronny, todos do sub-17, prontos para serem transacionados com outros clubes. Chula e Saloman, do sub-20, também inaproveitados entre os profissionais, completam o pacote.
Erick Kenji deve seguir a mesma rota de Amauri, já negociado pelo Remo com o Cruzeiro. Segundo fontes do clube, haveria negociação adiantada para a cessão de Kenji a uma agremiação do Sudeste.
Não é o caminho ideal, mas é a estratégia encontrada para fazer frente ao aperreio das contas que não fecham e das muitas pendências financeiras, acumuladas ao longo dos últimos cinco anos.
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Errata
Cometi uma lomba na coluna de domingo, dando como em Belém o jogo do Papão contra o Vila Nova-GO. Na verdade, a partida será realizada em Goiânia no próximo sábado, às 16h30.
Na capital paraense, a equipe de Dado Cavalcanti jogará na última rodada contra o Criciúma, na Curuzu, no dia 26.
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Roger: balanço positivo da temporada do Papão
Em tom de despedida da função de diretor de Futebol do Papão, Roger Aguilera participou do Bola na Torre de ontem esclarecendo questões referentes à trajetória do clube na Série B e prometendo voltar como presidente em futuro próximo.
Sobre as contratações que não vingaram, lamentou a infelicidade em relação a nomes como Alexandro, Rafael Costa, Rafael Luz e João Lucas, mas considerou a parceria de dois anos com a empresa Elenko como necessária diante das peculiaridades do mercado da bola.
E revelou ter sido o responsável pela contratação de Tiago Luiz, melhor aquisição do clube na temporada. Até então, atribuía-se a Gilmar Dal Pozzo o mérito pela vinda do camisa 10.
(Coluna publicada no Bola desta segunda-feira, 14)