Por que tanto ódio de Moro à Odebrecht?

POR FRANCISCO COSTA, no Facebook

Se observarmos a lista de empreiteiras doadoras de campanhas eleitorais, veremos que a Odebrecht aparece em sétimo lugar e assim mesmo doando fração do que doaram as demais (OAS, UTC, ECOVIX, QUEIROZ GALVÂO, TOYO SETAL e ANDRADE GUTIERREZ, pela ordem, sendo que a OAS sozinha doou mais que todas as demais, juntas, a partir do sétimo lugar).
O que justificaria então essa fome de destruir a Odebrecht, de Washington e Moro?
A Odebrecht é hoje uma das maiores e mais importantes empreiteiras do mundo, tocando obras em todos os continentes, em concorrência direta com as empreiteiras norte-americanas e européias.
Quando os Estados Unidos covardemente invadiu o Iraque, matando mais de 100 000 civis e destruindo o país, justificando-se nas calúnias de que Sadhan Houssein estava fabricando armas atômicas, químicas e biológicas (não encontraram sequer indícios disso) a Odebrecht era praticamente empreiteira única no Iraque, construindo gasodutos, refinarias de petróleo, estradas, conjuntos habitacionais… Dando emprego à mão de obra brasileira, levada para lá, para ter salários em petrodólares, e trazendo divisas para cá.
Destruído o país, com a Odebrecht fora, todas as obras da empreiteira brasileira foram herdadas pela empreiteira da família Bush, que está “reconstruindo o país”, recebendo em petróleo.
Se este é um bom motivo para os norte-americanos desejarem o fim da Odebrecht, há outro, muito maior, o know how da empresa, o seu acervo de conhecimentos científicos e tecnológicos.
Em qualquer país do mundo em que se fale na construção de refinarias de petróleo a Odebrecht é imediatamente lembrada, não só como empreiteira, executora das obras, mas como planejadora.
Grande parte dos conhecimentos de prospecção e extração de petróleo em águas profundas, além da Petrobrás, está nas mãos da Odebrecht.
A Odebrecht é praticamente a única empresa não estatal, no mundo, que tem o domínio do ciclo completo do Urânio, desde a sua mineração, no subsolo, purificação, enriquecimento e uso, seja para fins pacíficos ou bélicos (é a Odebrecht que está construindo a Usina Nuclear de Angra III, é a Odebrecht que está construindo, junto com os franceses, o nosso primeiro submarino atômico, estando em condições de construir a bomba atômica, bastando o governo dar o sinal verde).
Destruir a Odebrecht é questão estratégica para os Estados Unidos.
O Juiz Sérgio Fernando Moro, da primeira instância, em Curitiba, o responsável pela chamada Operação Lava Jato, esteve na Câmara dos Deputados, ocasião em que repetiu Estados Unidos 38 vezes, colocando este país como modelo político, jurídico e constitucional para o Brasil.
Do outro lado, em delação premiada, Marcelo Odebrecht afirmou que deu vinte e três milhões de reais ao Ministro do Exterior, José Serra, dez milhões de reais ao Presidente interino, Michel Temer, e cinco milhões ao Ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, em espécie, dinheiro vivo.
Mais disse, que José Serra lidera uma quadrilha internacional que age contra os interesses brasileiros, o que era desnecessário dizer, basta ler o livro “A Privataria Tucana”, do jornalista Amaury Júnior, contendo reprodução de documentos capazes de colocar Serra na cadeia por algumas décadas, por alta traição ao país.
A acusação de Marcelo bate com outras, principalmente a feita por Fernando Baiano, lobista do PMDB, de que todo o dinheiro saído da Petrobras passou por Madrid, sob a coordenação do marido de uma cunhada de Serra, segundo Baiano, um testa de Ferro de Serra.
Aliás, este é o país dos Fernandos: Collor, Henrique Cardoso, Baiano, Beira Mar e Moro.
É sintomático que a Lava Jato não se debruce sobre o mercado financeiro, fonte de corrupção maior que a da Petrobras; sobre a mídia, corrupta, corruptora e sonegadora, ficando na Petrobras e nas Usinas Atômicas, anunciando que avançará sobre o setor elétrico, limitada ao setor energético, a espinha dorsal de qualquer país.
Na Câmara dos Deputados, recebido de pé e sob aplausos, pelos corruptos que tem isentado na Lava Jato, Moro, depois de cantar loas aos Estados Unidos, diante da pergunta do deputado Paulo Pimenta, do que aconteceria nos Estados Unidos se um juiz de primeira instância, sem ordem judicial, gravasse conversa telefônica entre o ex presidente Bill Clinton e o presidente Barak Obama, como aqui foi feito em telefonema entre o ex presidente Lula e a presidente Dilma, o farsante pediu licença, avisou que o tempo estava esgotado, e como rato diante de gato, fugiu, abandonando o recinto.
Isto explica o poder que ele, junto com Gilmar Mendes, têm sobre o STF.
A Lava Jato é um posto avançado dos Estados Unidos e Moro o seu comandante, fiel aos princípios e interesses dos seus chefes.
Quanto às propinas pagas a Serra, Temer e Padilha, entre outros, isso não vem ao caso, não considerar faz parte da doutrina jurídica praticada por Moro, e que será o mote do próximo artigo.

Contra PEC 55/241, estudantes ocupam a UFPA

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Estudantes da Universidade Federal do Pará ocuparam, no final da tarde desta segunda-feira, o prédio da Reitoria da instituição, em protesto contra a PEC 241/55 que congela os gastos com educação e saúde pelos próximos 20 anos. Na foto acima, o momento em que foi iniciada a ocupação. A coordenação do movimento enfatiza o caráter pacífico dos protestos e conclama os demais estudantes a aderirem à causa. O ato de ocupação foi decidido em votação rápida no hall da Reitoria, com a participação de estudantes contrários à ocupação. Por ampla maioria, a ocupação foi aprovada.

Em nota oficial, a UFPA informa que reconhece a legitimidade, respeita e dialoga com os movimentos contrários à aprovação pelo Congresso Nacional da Proposta de Emenda Constitucional 55/2016, que congela por vinte anos os gastos públicos. Conforme declarado em Nota Oficial de seu Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão (Consepe), datada de 25/10/2016, “a UFPA espera que o Governo e o Congresso Nacional, em entendimento com a sociedade, construam uma solução para a crise fiscal que preserve a capacidade de investimento público em Educação, Ciência e Tecnologia, garantindo um ciclo de desenvolvimento com inclusão e superação da pobreza e da desigualdade”.

Em Santarém, o prédio da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa) foi ocupado pelos estudantes desde quinta-feira, 3.

O fenômeno José Serra

POR JOÃO FILHO – The Intercept_Brasil

Quando acordei no domingo e vi a manchete “Serra recebeu R$23 milhões via caixa 2, diz Odebrecht” na capa da Folha, não acreditei. Li mais algumas vezes para me certificar. Denúncia contra o Serra na capa da Folha? Numa manchete com letras garrafais? Sim, não era uma miragem.

Passado o espanto, lembrei que notícias ruins sobre o Serra são como vídeos no Snapchat: duram 24 horas. Resolvi aguardar o desenrolar dos acontecimentos. Na segunda-feira, começo a desconfiar de que meu palpite estava correto: nada mais sobre Serra na Folha. Nenhum colunista indignado, nenhum aprofundamento sobre o assunto. Na terça, a mesma coisa. Na quarta, uma novidade: Elio Gaspari comenta o caso e a coluna ganha uma chamadinha de capa. Mas não se emocione. O nome de Serra, o principal personagem do texto, não aparece nela. O que vemos é apenas um genérico“PSDB paulista”. Detalhe: essa chamada está presente somente na edição nacional. Na edição para o estado de São Paulo, onde o PSDB reina há 22 anos, ela simplesmente não existiu. Talvez essa notícia não seja do interesse do povo bandeirante em ano de eleição.

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Há muito o que se comentar sobre as diferenças das capas, mas não comecemos com trololó. Certamente se trata apenas de uma opção editorial.

É inegável que não há nem sombra daquele ímpeto investigativo que vemos contra outros políticos. Aquela volúpia fiscalizadora parece não incomodar nosso chanceler. Talvez não seja à toa, já que todo jornalista brasileiro já ouviu alguma história referente à influência de Serra sobre as redações do país. Heródoto Barbeiro e Gabriel Priolli que o digam.

Quando ministros são acusados por corrupção, uma enorme pressão se levanta contra eles. No próprio governo Temer, três ministros foram forçados a pedir demissão após citações na Lava Jato. Editoriais do Globo, por exemplo, pressionaram Temer pela demissão de Fabiano Silveira e Romero Jucá. Mas, quando o nome é José Serra, ninguém ousa pedir sua cabeça. O ministro continua firme e forte no cargo, sem nenhuma pressão, sem ninguém cogitar sua queda.

Outro caso que evaporou do noticiário foi o da funcionária fantasma contratada para o seu gabinete no Senado, Margrit Dutra Schmidt. Ela passava de manhã para pressionar sua digital no ponto eletrônico e voltava ao fim do expediente apenas para registrar mais um dia não trabalhado – porém, muito bem remunerado pelos cofres públicos. Nenhum dos funcionários do gabinete a conheciam. Quem a conhecia muito bem é Álvaro Dias (PV). Quando ainda estava no PSDB, o tucano a exonerou do gabinete da Lucia Vania (PSDB) pelo mesmo motivo: ela não aparecia para trabalhar. Sabe onde ela não trabalhou também? No gabinete do Arthur Virgílio (PSDB).

É bonito de ver a solidariedade dos tucanos com essa trabalhadora, ainda mais eles, que são tarados por cortes de gastos públicos. Mas por que o PSDB a paparicava tanto? Não se sabe, já que esta é uma notícia natimorta, sem aprofundamento, uma notícia fantasma. Mas vamos dar uma escarafunchada nela.

Mesmo sabendo do seu passado fantasmagórico em gabinetes tucanos, Serra pediu para que Álvaro a nomeasse para o seu, porque “desejava que ela se dedicasse a um projeto na área de educação (…) Ainda é um projeto sigiloso.Lançarei em breve. Queria alguém que me ajudasse em questões não econômicas. Conheço a Mag há muitos anos. Tenho relações pessoais e intelectuais”.

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Questionado sobre onde Mag trabalhava nesse projeto educacional ultrassecreto, o ex-senador não soube dizer se era em casa ou no Senado. Quando lhe informaram que nenhum funcionário do gabinete a conhecia, subitamente retomou a memória: “Ela trabalha de casa. Meu gabinete tem pouco espaço, não tem sala para todo mundo.” Ou seja, Serra não sabia onde ela trabalhava, mas, no segundo seguinte, lembrou que o gabinete era tão apertado que nem fantasma cabia. O remendo só piorou a coisa, já que, pelo regimento interno do Senado, os funcionários são proibidos de trabalhar em casa.

Seria um escândalo para atormentar qualquer político, ainda mais um senador da República. Mas Serra não é qualquer político e nunca mais foi incomodado com o assunto.

Só que Mag também não é uma funcionária qualquer. Ex-mulher do lobista Fernando Lemos e irmã de Miriam Dutra – a ex-amante de FHC –, Margrit não ficou famosa apenas por ganhar sem trabalhar em gabinetes do PSDB. Além de ser uma empolgadíssima militante anti-petista nas redes sociais, a amiga de Serra enviava dinheiro para a irmã, que havia se mudado estrategicamente para Europa após engravidar – ou não – do ex-presidente. Segundo Noblat, Miriam “recebia uma mesada em dólar paga por FHC e dinheiro que sua irmã e o marido lhe enviavam regularmente”.

A catalã Carme Polo, uma das melhores amigas de Miriam Dutra, disse ao DCM que Serra “era o contato de Miriam com Fernando Henrique Cardoso”. A relação era tão próxima, que o ministro das relações exteriores chegou a ir para Barcelona para acompanhar uma reforma no apartamento da irmã de Mag.

Aqui não estamos falando apenas da vida pessoal, mas da evidente promiscuidade entre a coisa pública e a privada – um costume político brasileiro sempre muito criticado por Serra. Mas podemos nos fazer de inocentes e acreditar que todos esses empregos fantasmas que Mag conseguiu no ninho tucano não tinham nada de mais. Assim como acreditamos que a cocaína presente no helicóptero da família de um outro senador não tinha dono.

Agora voltemos para as propinas da Odebrecht. Breno Costa, repórter do The Intercept Brasil, escreveu matéria intitulada “José Serra propôs lei que beneficia empreiteiras com redução de impostos e punições”. A Folha teria todas as condições de fazer essa relação e aprofundar o assunto. Mas não, o jornal que já publicou uma ficha policial falsa de Dilma na capa não foi capaz de levantar essa lebre. Parece que a cota de notícia ruim sobre o Serra na semana já havia sido preenchida no domingo, não é mesmo?

Mesmo arranhada por tantos espinhos, a imagem de homem ilibado, competente, dotado de espírito público continua protegendo a figura de Serra. Nosso ministro é mesmo um fenômeno.

O novo escândalo pode trazer de volta uma figura relegada ao ostracismo: Paulo Preto, o ex-diretor da Dersa responsável pela contratação das empreiteiras que comandaram grande obras quando Serra era governador de São Paulo. O mesmo Paulo Preto cuja filha advogava para essas mesmas empreiteiras e emprestava dinheiro para Aloysio Nunes (PSDB). O mesmo Paulo Preto que Serra, ao ser questionado na campanha presidencial de 2010, afirmou não conhecer quando Dilma trouxe seu nome para um debate: “Eu não sei quem é o Paulo Preto. Nunca ouvi falar. Ele foi um factoide criado para que vocês fiquem perguntando”

Irritado com a já famosa falta de memória de Serra, Paulo Preto fez uma afirmação – ou uma ameaça – que se tornaria clássica: “Não se larga um líder ferido na estrada a troco de nada. Não cometam esse erro”. Ainda sobre a falta de memória do ex-governador, declarou: “Não somos amigos, mas ele me conhece muito bem”.

Mesmo arranhada por tantos espinhos, a imagem de homem ilibado, competente, dotado de espírito público continua protegendo a figura de Serra. Nosso ministro é mesmo um fenômeno. Tanto que, ao ter seu nome ventilado para o ministério de Temer, Sardenberg chegou a elogiá-lo pelo – pasmem! –“rigor com as contas públicas”. A Mag que o diga!

Vamos aguardar o desenrolar dos fatos. Há muitos fantasmas no armário de Serra. Com as delações das empreiteiras prontas para sair do forno, será cada vez mais difícil manter a blindagem do nosso valoroso chanceler. Até agora, ninguém parece disposto a largá-lo ferido na estrada.

Privilégio da BolsaFAB vira religião no governo Temer

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POR JOSIAS DE SOUZA, via UOL

Assim como um ateu é um crente que ainda não recebeu um diagnóstico de doença terminal, um opositor dos privilégios é apenas um aproveitador despudorado que ainda não entrou num jatinho da Força Aérea Brasileira.

Em 2013, ainda sob Dilma Rousseff, a FAB, com pouca força e cada vez mais brasileira, revelou-se uma espécie de Casa da Mãe Joana com asas. Na oposição, o PSDB tomou as dores do contribuinte.

Sob Michel Temer, até tucano se comporta como se tivesse nascido com asas da FAB grudadas no dorso. Em cinco meses da gestão Temer, os ministrosrequisitaram 781 voos da FAB. O Estadão revela que essas requisições ferem as normas em pelo menos 238 casos.

O campeão em milhagem no programa Bolsa FAB é o ministro Alexandre Moraes (Justiça), egresso do secretariado do governador tucano de São Paulo Geraldo Alckmin. O vice-campeão é o ministro José Serra (Relações Exteriores), um grão-tucano de fina plumagem.

Na farra de 2013, o senador Aloysio Nunes Ferreira (SP), então líder do PSDB no Senado, apresentou um requerimento exigindo informações à Força Aérea. Hoje, o tucano Aloysio é líder do governo Temer na Câmara Alta. Está em silêncio. Para o governo, tudo está normal.

Dono da chave do cofre, o ministro Henrique Meirelles (Fazenda) também integra o ranking de autoridades que retiram jatos da FAB para viagens que têm como destino ou origem a cidade onde mantém domicílio. A lista inclui também ministros como Gilberto Kassab (Comunicações) e os palacianos Eliseu Padilha (Casa Civil) e Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo).

A FAB se recusa a informar quanto gasta no custeio da fuzarca aérea. Alega-se que ”o custo da hora de voo das aeronaves militares é informação estratégica e, por isso, protegida”. Heimmm?!?!?

Tudo é protegido em Brasília. Só o bolso do contribuinte não dispõe de blindagem. Uma vez que o privilégio é institucionalizado, a desfaçatez vira religião. Do contribuinte, espera-se que pague os impostos em dia, diga ‘amém’ e não chateie.

Levir Culpi destaca o recorde de ficar 9 meses no clube que mais demite

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A derrota do Fluminense por 4 a 2 para o Cruzeiro, no domingo, foi o ponto final da passagem de Levir Culpi pelo banco de reservas do clube. A má fase, que chega a seis partidas sem uma vitória, fez com que o presidente Peter Siemsen decidisse demitir o treinador ainda nos vestiários do Mineirão. Um dia depois de perder seu emprego, Levir resolveu falar sobre sua saída. “Estou “puto da cara”, comentou o treinador através de sua assessoria. “Quero agradecer a oportunidade de fazer parte da história do Fluminense. Trabalhar nove meses em um clube famoso por ser o que mais demite técnicos no mundo tem também seu mérito. Dos times que trabalhei, o Flu é um dos mais oscilantes no convívio entre vitória e derrota”, opinou.

O técnico assumiu o Fluminense em março de 2016. No Rio de Janeiro, ele conquistou o título da Primeira Liga, mas teve poucas oportunidades de jogar no Maracanã, tradicional casa do clube. “Devido à Olimpíada, nunca jogamos em casa. Só no dia 28 de outubro é que fizemos o primeiro jogo no Maracanã. Formamos um ambiente bom de trabalho, coisa também muito difícil de conseguir porque o Flu estava dividido entre Laranjeiras e CT da Barra. E o pior, terá eleições nesse mês. Sabe o que acontece num clube quando quatro candidatos disputam a presidência”, criticou o ex-comandante da equipe. (Da ESPN)

Filha de Alckmin usa palácio e funcionários para ensaios de moda

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Entidades classistas alertam para os riscos e desvantagens da terceirização

O Supremo Tribunal Federal (STF) decide nesta quarta-feira (9) sobre a terceirização da atividade-fim. A decisão diz respeito ao julgamento de um recurso movido para um caso específico ocorrido em uma empresa de celulose que terceirizou o plantio de árvores, mas a decisão do órgão máximo da justiça brasileira pode ter reflexos em todas as outras instâncias do poder. Por enquanto a legislação do trabalho, só permite às empresas terceirizar atividades-meio, como são chamados os serviços necessários que não tem relação direta com a atividade principal da empresa.

Para o Conselho Regional de Serviço Social de São Paulo (CRESS-SP), entidade que lida diretamente com a luta pela garantia da seguridade social e as demandas da classe trabalhadora, estender a terceirização para a atividade-fim é mais uma manobra do atual governo para promover alterações orçamentárias afetando negativamente as condições de trabalho dos mais pobres.

Para a assistente social e presidenta do CRESS-SP, Mauricleia Soares dos Santos, a terceirização irá fragilizar ainda mais a classe trabalhadora que terá menos força de negociação com as empresas. “Esse sistema só é benéfico para os empresários que terão custos reduzidos na contratação dos profissionais. Os direitos básicos assegurados pela CLT serão atropelados pelo que for acordado entre patrão e empregado e, em tempos de crise econômica, os cidadãos irão abrir mão de seus direitos para não perder a oportunidade de trabalho”, afirma.

Para a presidenta, a terceirização promove um verdadeiro desmonte da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) aumentando o número de trabalhadores em condições precarizadas e diminuindo os direitos e as proteções garantidas aos trabalhadores ao longo dos anos. “A garantia da jornada de 44 horas semanais, os 30 dias de férias, pagamento do 13° salário entre tantos outros direitos legais serão aniquilados pela terceirização e mais uma vez quem pagará o preço é o trabalhador que se sentirá forçado a aceitar uma condição de trabalho fragilizada enquanto os empresários lucram mais e mais”, diz Mauricleia.

Ela alerta ainda que isso irá alterar o mercado de trabalho brasileiro causando uma inversão estrutural aumentando o número de terceirizados e diminuindo o de contratados diretos. Em suma, empresários enriquecerão mais às custas da classe trabalhadora. “Enquanto as condições continuarem favoráveis somente aos patrões e ao governo o trabalhador continuará sendo o mais prejudicado”, finaliza.

Rock na madrugada – Stone Temple Pilots, Interstate Love Song

https://www.youtube.com/watch?v=ynM8FVjiQFY

Desfecho antecipado

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POR GERSON NOGUEIRA

Um campeonato desenxabido desde o começo se encaminha para inevitável anticlímax com a virtual conquista antecipada do título pelo Palmeiras. As últimas rodadas carecem do tempero necessário para adicionar um sopro de emoção à disputa. São as mazelas dos campeonatos de pontos corridos, indiscutivelmente meritórios, mas quase sempre insossos nos momentos decisivos.

Líder ao longo de toda a competição, o Palmeiras mantém confortável dianteira de seis pontos, embora o segundo colocado (Santos) se apresente com apetite e competência para ainda sonhar com o título.

A verdade é que, a não ser pelo equilíbrio visto no fim do primeiro turno, quando o Flamengo ficou bem próximo de roubar a liderança, o Palmeiras navega em águas calmas, sem jamais ter sofrido um bafo tão forte de pressão.

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Mais consistente e confiante, o Palmeiras tem uma sequência aparentemente mais cômoda que a do Santos. Dependendo exclusivamente de suas próprias forças, jogará em Belo Horizonte contra o Atlético na próxima rodada, recebendo depois Botafogo e Chapecoense, saindo para enfrentar o Vitória em Salvador na última rodada. Precisa de duas vitórias para levantar a taça.

O Santos joga contra o Vitória na Vila Belmiro, Cruzeiro no Mineirão, Flamengo no Maracanã e América-MG na Vila. Precisa vencer todas as partidas e torcer para que o Palmeiras faça muita lambança a partir de agora, coisa que não ocorreu ao longo de 34 rodadas.

Para o Flamengo, terceiro aspirante ao título, o grau de dificuldade é ainda maior para superar o Palmeiras. A sete pontos do líder, cumpre o seguinte trajeto final no campeonato: América-MG em BH, Coritiba e Santos no Maracanã e Atlético-PR em Curitiba.

O futebol costuma pregar peças e desafiar a lógica, mas em pontos corridos dificilmente ocorre uma reversão de expectativa na fase terminal de um campeonato. O Palmeiras, em condições normais de temperatura e pressão, já pode mandar fazer as faixas e estocar os fogos.

Por outro lado, reforça-se a impressão de que o modelo europeu de campeonatos adotado desde 2003 pela CBF deixa sempre um quê de frustração, por privar a torcida da confrontação final entre dois adversários em igualdade de condições para levantar o título.

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Enfim, surge uma luz no fim do túnel azulino

Em meio às escaramuças da campanha eleitoral, brota uma alternativa capaz de apaziguar as correntes internas e possibilitar um futuro menos conturbado para o Remo nos próximos dois anos. Bombeiros começaram a agir nos dois lados da disputa que ora divide o clube ao meio.

A ideia é formar uma chapa de consenso unindo os vices das duas candidaturas, Ricardo Ribeiro e Marcos Lobato, que não sofrem restrição no colégio eleitoral azulino.

Caso a proposta seja plenamente aceita pelos dois candidatos, Manoel Ribeiro e André Cavalcante, será levada à apreciação da Assembleia Geral com boas chances de vir a ser aclamada para comandar o clube pelos próximos dois anos.

As primeiras consultas envolveram a chapa de André Cavalcante, que se mostrou receptivo à ideia. Segundo o relato de um emissário, o candidato teria dito que está aberto a tudo que seja bom para o Remo. Deixou a impressão de que não se opõe à terceira via.

A mesma proposta será levada hoje a Manoel Ribeiro, considerado mais refratário à iniciativa, pois encara a candidatura como sua última chance de voltar a presidir o Remo.

Ricardo Ribeiro tem um histórico de bons serviços prestados ao Remo em diferentes gestões. Lobato é da nova geração, mas vem recomendado pelas atividades profissionais na área fazendária.

A dúvida é saber quem iria ser o novo cabeça de chapa na eventualidade de concordância dos atuais candidatos. Outra dificuldade para a fusão de chapas está nos grupos de apoio de cada candidatura. Em torno de Manoel já existem até indicações de futuros ocupantes de cargos na área do futebol.

De toda sorte, é um novo cenário que se abre para a intrincada situação do clube às vésperas da eleição. Para fazer justiça, há duas semanas a coluna citou um cardeal azulino que defendia exatamente essa saída conciliadora, fazendo muitas referências elogiosas aos dois vices das chapas inscritas.

(Coluna publicada no Bola desta segunda-feira, 07)