Um técnico em xeque

POR GERSON NOGUEIRA

Depois de duas temporadas e dois títulos conquistados no Papão, Dado Cavalcanti tem futuro incerto no clube para 2017. O rendimento abaixo do esperado no começo da Série B deste ano, quando o time chegou a frequentar a zona da degola, é o principal obstáculo à permanência do treinador na Curuzu. Por conta dos maus resultados, foi demitido após a sexta rodada, passou um tempo parado e terminou voltando a Belém por decisão pessoal do presidente Alberto Maia.

Mesmo sob a desconfiança do torcedor, Dado conseguiu engrenar um trabalho mais consistente no retorno ao clube, obtendo bons resultados nas partidas realizadas no estádio Mangueirão no returno. Encontrou a formação mais adequada, baseando toda a estratégia ofensiva no meia-armador Tiago Luiz (trazido pelo técnico Gilmar Dal Pozzo) e na efetivação de Leandro Cearense como atacante de referência.

Cabe ressaltar que as deficiências da zaga que tanto atrapalharam Dado no início da Série B foram corrigidas por Dal Pozzo, seu sucessor, que se preocupou tanto em ajustar o setor defensivo que descuidou dos demais setores. O Papão, por conta disso, ficou dez jogos invictos na Segunda Divisão. O time era competente para não tomar gols, mas não conseguia fazer. Com sua queda, Dado foi reconduzido ao cargo, tendo o mérito de haver conseguido afastar os riscos de queda para a Série C.

Para entender a gangorra que envolve Dado no Papão é preciso voltar ao começo de sua trajetória no clube. Quando chegou a Belém, no ano passado, o técnico foi visto como uma aposta audaciosa dos dirigentes do Papão, pois tinha um histórico de poucas conquistas para exibir.

Começou enfrentando problemas no Parazão e na Copa Verde, mas foi mantido e seu trabalho frutificou no Brasileiro da Série B. Levou o time a brigar pelo acesso até as rodadas finais, culminando com a sétima colocação na classificação geral.

unnamedDepois de superar as desconfianças iniciais, Dado virou unanimidade no Papão. Começou 2016 com prestígio, teve autonomia para montar o elenco para a temporada e os resultados apareceram. Foi campeão estadual e da Copa Verde, consolidando a lua-de-mel com a torcida e encantando os dirigentes.

Quando veio a Série B, os trunfos utilizados nos dois torneios regionais não corresponderam às expectativas. Celsinho, Rafael Luz e Raí, jogadores que se destacavam contra equipes como Cametá, Parauapebas, Águia, Tapajós e Gama, caíram vertiginosamente de rendimento quando foram apresentados à dureza e ao equilíbrio da Série B.

Para piorar as coisas, surgiram as contusões em série que, combinadas com a falta de melhor condicionamento dos reforços que chegavam, tornaram o Papão presa fácil para os adversários logo nas primeiras rodadas da Série B. E, como se sabe, o Campeonato Brasileiro exige rendimento de alto padrão desde os primeiros jogos.

Sem peças de reposição para deter a maré negativa, Dado não conseguiu acertar o passo e acabou saindo. A recondução após a saída de Dal Pozzo deveu-se ao passado de sucesso e o reconhecimento da diretoria, mas sofreu questionamentos de grande parte da torcida. Mesmo com a recuperação operada na campanha, o técnico passou a ser alvo de críticas permanentes.

É comum ouvir gente reclamando da demora nas substituições, da insistência com peças que não rendem e do esquecimento de outros atletas. Quase todos os técnicos do mundo sofrem esse tipo de cobrança. No caso específico de Dado, a situação se complica porque há um claro desgaste na relação entre técnico e torcida.

Atenta a isso, a diretoria que assume em dezembro já começa a avaliar currículos de outros técnicos. Não é impossível que Dado permaneça no Papão, mas, a essa altura, é pouco provável.

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Bola na Torre

Guilherme Guerreiro apresenta o programa, que tem a participação de Giuseppe Tommaso e deste escriba de Baião.

Começa logo depois do Pânico na Band, por volta de 00h20.

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Conservadorismo gera polêmica na eleição remista

O candidato Manoel Ribeiro, veterano de tantas jornadas dentro do Remo, têm causado polêmica no clube pelo desconcertante teor de conservadorismo de suas opiniões. Sincero, sem papas na língua, o dirigente já afirmou que a eleição direta é prejudicial ao clube, que o torcedor não liga para administração boa ou ruim e que o Remo não precisa de diretor de futebol.

São afirmações que conflitam com os conceitos mais modernos de gestão esportiva. Pelo bem do próprio clube, alguém precisa lembrar ao Marechal que o antigo jeito de dirigir um clube, na base do amadorismo, já caducou há tempos e que agremiações presas a procedimentos arcaicos estão condenadas à extinção.

(Coluna publicada no Bola deste domingo, 06)

5 comentários em “Um técnico em xeque

  1. Penso que seja hora de Dado e PSC respirar novos ares. Dado fez dois bons anos. Consolidou o PSC na série B. Agora, cabe ao PSC se estruturar fisicamente, futebolisticamente (base) e financeiramente para conseguir subir e se manter na série A.

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  2. Nos dias de hoje, se falar em Manoel Ribeiro para presidente do Remo é até piada… Vale lembrar que muitas dessas pérolas que ele fala, é pensamento da maioria das pessoas que apoiam ele, inclusive do “Cinturão do Traço”.

    Remo sempre teve um Estatuto oficial do clube, mas o Estatuto que sempre valeu foi o do Manoel Ribeiro e daqueles que se acham donos do clube…. Acontece que, agora, apareceu um “doido”(André Cavalcante), capaz de fazer valer o Estatuto do clube e entregar a instituição, nas mãos dos seus verdadeiros donos: O SEU TORCEDOR… Hoje, por exemplo, só existe eleições diretas no clube, graças a um trabalho, incansável e de muita pressão, da ASSOREMO.

    NOTA: Sócios do clube entrarão na Justiça, essa semana, pra fazer valer a data de 12/11 para as eleições no clube, obedecendo o Estatuto OFICIAL

    – Algumas Estórias contadas pro torcedor do REMO,nessa época de eleição no Clube:

    1- “400 sócios foram anistiados(deixando o torcedor pensar,de forma proposital,que a anistia(que foi amplamente divulgada), foi total”… Na verdade, foram anistiados, 87 sócios, com esses pagando 6 meses;

    2- “Eleições foram adiadas, porque houve 3 listas de sócios, muito suspeitas”… Na verdade, percebam que a lista é progressiva.. e isso foi dito e que faltaria os sócios remidos que optaram também,por serem ST’s.. Essa demora se deu porque o sistema é arcaico,na hora que foram contabilizados,gerou uma 2ª lista,pedida pela Comissão Eleitoral… A 3ª lista, foram de pessoas que procuraram a secretaria,outras chegaram a entrar na justiça,se dizendo aptos a votar e, após verificação,se constatou que, alguns teriam sim direito a voto e foram inclusos, numa 3ª lista…

    – Lembro que,nas eleições passadas, e não foram poucas, várias pessoas chegaram pra votar,estavam legais,mas os nomes não constavam na lista, e não votaram. Pra que isso não aconteçamais, foi gerado essa 3ª lista, tudo de comum acordo com a CE, jácom os sócios aptos…

    – Que o torcedor não se engane….O grande problema dessa lenga lenga toda, é que tem chapa que não quer ir pro voto, pra não passar vergonha nas urnas.. É FATO

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  3. Alô vcs, há uns 4 dias postei aqui que esse pessoal remista é maquiavélico e a mim não engana. Eu falei que esse “litígio ” , “briga” interna entre Cavalcante e Ribeiro candidatos à presidência e anúncio de “crise financeira” na minha opinião é tudo circo,
    encenação , armação de comum acordo entre eles para que eles e o clube fujam das vistas ou da atenção dos credores ou cobradores do que o remo deve a eles. Se for isso está dando certo porque quase ninguém dos muitos credores remistas estão cobrando do clube. Acredito que se não tivesse esse anúncio diário de ” briga interna” tinha muita gente cobrando do clube. Falei também que quando chegar próximo do início da nova temporada toda essa briga e crise financeira será esquecida e começará a aparecer contratação bombástica. O meu modo de pensar assim é que no mesmo tempo que anunciam crise financeira braba por lá, “brigam entre sí” funcionários 4 meses de salários atrasados, os candidatos a seu modo divulgam que se forem eleitos salvarão a pátria remista porque tem bala na agulha para isso. O Cavalcante já disse que quer a reeleição porque é o único que pode alavancar o time do Remo e tem muito “recurso” para isso. Já o M Ribeiro deu entrevista pra um repórter de outro blog esportivo da cidade dizendo que se for eleito no outro dia paga os meses dos funcionários e inicia a recuperação do estádio. Ou seja, no “pior” momento de “crise” remista cada um candidato anuncia só grandeza no na outra temporada. Dá para entender uma coisa dessa??? Dá sim , e por isso disse que tudo é armação como ocorreu várias vezes para fugirem da cobrança dos credores nesse momento que o time está parado desde setembro rsrsrsrsrrsrsrsrrsrsr mas a mim eles não enganam e se eu o time do remo me devesse eu estava era cobrando pra valer porque se cada um tem cartas na manga para salvar a pátria do time se forem eleitos, então porque não põe essas cartas na mesa agora e pagam os pobres dos funcionários??? rsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrs

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