Aquecimento para a abertura da Copa

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A primeira impressão que se tem da Arena Corinthians, na distante Itaquera, é de uma espécie de impressora moderna, na feliz definição do irreverente Flávio Prado. Na parte interna, porém, é um belíssimo estádio de futebol, capaz de abrigar com conforto e segurança a abertura oficial da Copa do Mundo no Brasil. Ao passar pelos corredores e dependências destinadas à imprensa e autoridades da Fifa, percebe-se ainda um corre-corre dos operários, tentando fazer os últimos ajustes, botar os últimos pregos nas passarelas e paredes móveis.

Dentro do gramado, Felipão e os jogadores do escrete fazem o primeiro contato com o campo, sob os olhares de voluntários, funcionários e jornalistas. Na sala destinada aos jornalistas, movimentação intensa e sotaques de todo tipo. Não há dúvida, a Copa das Copas está começando agora.

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Pronto para mais uma Copa

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À espera do credenciamento, no Centro de Imprensa da Fifa, junto à Arena Corinthians (Itaquerão), na tarde da última segunda-feira. O processo de legalização foi rápido e, menos de dez minutos depois, recebi a credencial, que permite lugar nas tribunas de imprensa dos jogos e treinos e livre circulação pela área de mídia. A partir de agora, o escriba baionense está definitivamente habilitado para cobrir mais uma Copa, amigos e baluartes. Vamos ao hexa!

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Mais detalhes da festa do Troféu C13

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Fotos: MÁRIO QUADROS/Bola

Uma Copa com vários favoritos

Por Gerson Nogueira
Entre as seleções que disputarão a chamada Copa das Copas há um grupo que está no Brasil apenas passando uma chuva e deve permanecer no máximo até a terceira partida. Os outros, com diferentes graus de ambição e possibilidades, devem ir mais longe na estrada da competição. Isso nos leva naturalmente à pergunta mais frequente a esta altura do campeonato: quais os times favoritos para levantar o caneco.
Ora, por uma questão natural, o país-sede sempre tem boas chances. Dos que receberam a Copa nos últimos anos, somente mexicanos, norte-americanos, sul-coreanos, japoneses e sul-africanos não tinham chances concretas de título. Franceses e alemães fizeram Copas na condição de favoritos, embora só os patrícios de Asterix e Obelix tenham confirmado na prática as projeções.
Por esse raciocínio, o Brasil é favorito, e dos grandes. Não adianta fugir a isso, nem faria sentido. Com um técnico vencedor e experiente em Copas, a trajetória da Seleção deve ser tranquila na primeira fase, mas reserva um desafio terrível nas oitavas de final. Poderá ter de encarar a campeã mundial Espanha ou a vice-campeã Holanda. Se superar esse obstáculo, o time dificilmente será contido até a final.
Apenas um degrau abaixo do Brasil, aparecem outros favoritos respeitáveis. Espa, a atual detentora do título, e Alemanha estão nesse seleto grupo. Os dois times vêm com força completa, embora os alemães tenham jogadores importantes em recuperação. A dúvida em relação à Fúria diz mais respeito à capacidade de reproduzir o jogo envolvente e solidário do Mundial passado. A derrota acachapante para o Brasil na decisão da Copa das Confederações também semeou dúvidas quanto ao potencial da equipe de Vicente Del Bosque.
Incluo a Argentina no terceiro degrau. Apesar das instabilidades do time, é das poucas seleções favoritas que conta com um fora-de-série indiscutível. Lionel Messi, melhor jogador do mundo até 2013, não exibe o condicionamento de outras temporadas, mas ainda assim é um jogador acima da média. Outro aspecto particularmente favorável aos argentinos é o caminho a percorrer na Copa. Em situação normal, só devem enfrentar um adversário mais temível nas semifinais.
No quarto degrau, algumas equipes que podem surpreender, mas não fazem parte do primeiro pelotão. França, Inglaterra, Itália, Holanda, Uruguai e Portugal ocupam este honroso grupo, sendo que a França perdeu Ribbery e Portugal tem em suas fileiras o melhor futebolista do mundo. A Itália é sempre a Itália, capaz de façanhas inimagináveis, como em 1982 e 2006. O Uruguai, apesar das limitações, surpreendeu na África do Sul. A Holanda tem o velho estigma de chegar e não levar, mas é um time respeitável.
Chile, Bélgica, Croácia, Colômbia, Japão, Estados Unidos, Suíça, México, Bósnia, Rússia e Gana formam o contingente mais numeroso. São os azarões. Caso algum deles chegue ao topo, a Copa terá um vencedor inédito, como a Espanha em 2010. É possível, mas improvável.
No penúltimo degrau, ficam os que podem até fazer alguma ferida, mas não alimentam chance de conquista. Camarões, Equador, Costa do Marfim, Nigéria e Grécia integram essa tropa de sonhadores. Abaixo deles, Argélia, Costa Rica, Honduras, Coréia do Sul e Austrália, que realmente vieram fazer turismo às custas da Fifa.
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A presença que incomoda
O árbitro Yushi Nishimura já nos deu motivos para chorar. Apitou aquele fatídico Brasil e Holanda em Porto Elizabeth, na Copa da África do Sul, há quatro anos. Minha lembrança dele é mais do sorriso exageradamente gentil em direção aos jogadores. Lá, das cabines de imprensa, podia-se ver Nishimura desmanchando-se em mesuras, que só tinham o efeito de estimular a pancadaria. Os holandeses deitaram e rolaram, baixando o sarrafo em Robinho e Kaká. Este, aliás, sofreu um pênalti claro no primeiro tempo, que o japonês ignorou por completo.
Vencemos os primeiros 45 minutos com uma atuação impecável do time de Dunga. Aliás, a melhor atuação da Seleção Brasileira naquela Copa. Desgraçadamente, não por culpa específica de Nishimura, o Brasil naufragou diante da própria instabilidade emocional. Começou o segundo tempo com razoável tranquilidade, mas aos poucos se deixou envolver por um nervosismo que não combinava com a raça exigida pelo comandante.
Felipe Melo, espécie de representante de Dunga em campo, havia dado o passe preciso para Robinho fazer o gol, mas passou a distribuir pontapés e acabou ajudando Julio César a entregar o ouro em lance bobo, uma bola erguida por Snijder na área brasileira. O popular bumba-meu-boi. Pouco tempo depois, ainda mais destemperado, Melo desferiu um pontapé sem bola em Robben, sendo acertadamente excluído do jogo pelo árbitro.
Que a escalação de Nishimura sirva pelo menos para reavivar esse mau exemplo do futebol brasileiro em Copas, para que não tenhamos a lamentar mais à frente.
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Torcedor pode transformar a Copa 
As grandes cidades ainda parecem arredias, retardando um envolvimento emocional maior com a Copa. Em São Paulo, a população nas ruas parece mais a fim de demonstrar seu apoio nas últimas horas. Bandeirinhas começam a circular nos carros e ruas próximas ao centro começam a aparecer decoradas. Ainda é um movimento tímido, mas certamente deverá se multiplicar até a hora do jogo contra a Croácia.
Felizmente, em outras capitais, o carinho da população tem repetido o que se vê em todos os mundiais de futebol. Diante da presença de craques, como Messi, Cristiano Ronaldo, Thomas Müller, Iniesta, Rooney, Balottelli e Benzema, os torcedores se esmeram em demonstrar gentileza e carinho. A essência do cidadão brasileiro, cordial e receptivo, brota nesses momentos.
Há muito tempo que o Brasil esperava pela chance de sediar de novo uma Copa. Tanta espera não pode se desfazer em atos de oposição ao Mundial e em resmungos em relação aos visitantes, sejam eles atletas, técnicos ou simples turistas. Os moradores de São Paulo, Belo Horizonte, Salvador, Fortaleza, Rio de Janeiro, Natal, Manaus, Brasília, Cuiabá e Porto Alegre têm a imensa responsabilidade de tornar a Copa a festa que todos sonhamos.
Ainda há tempo para isso.
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Suarez: a alma de um valente

Nem os jornalistas uruguaios acreditam que Luizito Suarez conseguirá ser o atacante esperto, raçudo e oportunista de sempre nesta Copa do Mundo. Ameaçado de corte depois de uma cirurgia de alta complexidade, o artilheiro do Liverpool surpreendeu com excepcional recuperação, bem própria dos jogadores uruguaios, que costumam levar ao pé da letra a noção de dedicação à seleção.

Para a estreia na Copa, é improvável que Suarez já esteja em ponto de bala, mas os últimos treinos indicam que para o segundo jogo poderá aparecer como titular. O fato é que nesta ou na próxima fase – se o Uruguai se classificar – ele irá a campo e se a forma física não for a ideal certamente compensará isso com alma e empenho. Sobre ele repousam algumas das maiores esperanças uruguaias de êxito na competição.
(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta quarta-feira, 11) 

Troféu C13: a festa dos melhores do Parazão

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Fotos; MÁRIO QUADROS/Bola