Coluna: A ciranda dos reforços

O fenômeno é tão manjado como a piracema ou a pororoca. A cada fim de campeonato paraense, os grandes da capital partem para o ritual do desmanche imediato. Normalmente, dispensam 10 a 15 jogadores e trazem quantidade igual ou superior para recompor o elenco. Por tão repetida, a providência nem surpreende ninguém. Causa, no máximo, comentários desolados, por parte dos torcedores mais conscientes e esclarecidos.
Fica óbvio que, ao montar o plantel para a disputa do torneio estadual no começo do ano, os dirigentes já trabalham com a idéia de desmontar tudo em junho, para logo em seguida ir às compras de novo e trazer “reforços” para a competição nacional (séries C ou D) que começa em julho.
Soa incrível que todos já não saibam os custos desse tipo de operação e as dificuldades óbvias que surgirão pelo caminho quanto à garimpagem de atletas realmente qualificados para reestruturar o time. E, quando a mudança envolve o comando técnico, as despesas são praticamente duplicadas, pois incluem salários e hospedagem dos auxiliares do novo treinador.
Foi precisamente o que sucedeu desta vez com o Paissandu. Depois de segurar Sérgio Cosme até os 46 do segundo tempo, resistindo à aberta hostilidade da torcida e aos maus resultados no segundo turno, a diretoria só despachou o treinador em maio.
Era de conhecimento até do reino mineral que Cosme não seria mantido para a disputa da Série C, mas o clube teimosamente prolongou sua permanência. Com isso, perdeu pelo menos dois meses antes da escolha do novo técnico. Esse tempo podia ter sido aproveitado para mudanças mais consistentes no time para disputar a final do campeonato e para a montagem do novo grupo para o torneio nacional.
A verdadeira legião que desembarca na Curuzu desde ontem é justificada pela necessidade de dar mais competitividade ao Paissandu na campanha em busca do acesso à Série B. De fato, a equipe vice-campeã estadual de fato não tinha a menor condição de representar o clube na Terceirona. Mas a falta de critério para escolher reforços faz a torcida mergulhar em dúvidas quanto às reais chances desse time na competição. 
Sobre os novos atletas pouco se sabe. Trata-se de uma aposta no escuro. Não há sequer um nome relevante no grupo. A única referência é que a maioria passou pelo Náutico (PE), ex-clube de Roberto Fernandes, o que não é tão animador assim, se levarmos em conta a desalentadora campanha do alvirrubro pernambucano na Série B. 
 
 
Seria bem mais simples se, a cada começo de temporada, os clubes se preparassem adequadamente para todas as competições previstas. O certame regional seria utilizado para dar consistência e preparo ao time para os torneios de âmbito nacional. Todos seriam mais felizes, principalmente o torcedor, livre dessa angústia cruel que se abate sobre o futebol paraense sempre na metade do ano.

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta quarta-feira, 29)

IBGE: Marituba é a terceira cidade gay do país

Ranking atualizado pelo IBGE das cidades mais gays do Brasil: 

1º São José (SC) 

2º Balneário Camboriú (SC)

3º Marituba (PA)

4º Praia Grande (SP)

5º Niterói (RJ) 

6º Parnamirim (RN)

7º Florianópolis (SP)

8º Porto Alegre (RS)

9º Rio de Janeiro (RJ) 

10º Maricá (RJ)

Dona da maior parada gay do planeta, São Paulo está bem posicionada no ranking, aparecendo em 13º lugar. 

Antes que alguém pergunte, informo que Baião não aparece no tal ranking. Deve ser por causa da rampa.

Da série “Orgulho do Pará”

Por Alessandra Blanco, do Portal iG 

Desde que Alex Atala atingiu o nível “hors concours” dos chefs brasileiros, com seu restaurante galgando posições cada vez mais elevadas na lista dos melhores do mundo, começaram também as apostas de quem seria o “próximo Atala”. Ele mesmo já deu algumas pistas, a cada vez que fala em público, cita novos nomes, de jovens chefs, que vêm despontando pelas cozinhas do Brasil: Rodrigo Oliveira, do Mocotó, Raphael Despirite, do Marcel… Mas, desde o ano passado, um outro nome vem surgindo cada vez mais entre as grandes promessas da culinária brasileira: Thiago Castanho.

Ele é o chef do Remanso do Peixe, em Belém do Pará, ganhou o prêmio deste ano de chef revelação da revista Prazeres da Mesa, já ganhou também o de chef do ano da Vejinha regional de Belém. E tem só 23 anos.

Em dezembro do ano passado, fiz uma pesquisa com alguns chefs brasileiros perguntando o que iríamos comer em 2011. A resposta de Rodrigo Oliveira foi: “Em 2011, a região Norte é a grande tendência, e o Thiago Castanho, o grande nome. Vamos desmistificar aquela comida e entendê-la de vez”. Na última semana, essa “profecia” de Rodrigo ficou mais perto dos paulistanos. Nos dias 23 e 24 de junho, Thiago veio a São Paulo e preparou um menu típico paraense junto com a chef Mara Salles, no Tordesilhas.

Eu estava louca pra provar a comida do Thiago. Até então, ouvia dizer que ele era o discípulo de Paulo Martins, que fazia uma comida com ingredientes típicos paraenses, mas com uma nova abordagem, modernizada. Trabalhou em Portugal com Vitor Sobral.

Depois de terminar esse menu, dá para entender bem a razão. Estive em Belém do Pará há alguns anos, provei a comida de Paulo Martins (um verdadeiro mestre), tucupi, jambu…  Achei tudo maravilhoso. Comida bem tradicional. Mas é verdade que a comida de Thiago é diferente. É como comer comida nordestina e provar os pratos que Rodrigo Oliveira tem feito no Mocotó. A tradição está lá, os ingredientes são os mesmos, mas tudo é mais suave, elegante, moderno. Tem mágica. Você saboreia, sem sair pesado. Talvez o prato que mais traduza tudo isso seja mesmo o filhote do Remanso. Toda a tradição de Belém está nele, mas é como se fosse uma nova criação. Agora, dos deuses mesmo foi o pirarucu defumado. Odeio a palavra alta gastronomia. Mas se algo pode representar a alta gastronomia brasileira, pra mim, esse prato é forte candidato.

Sortudos que puderem ir a Belém conhecer o Remanso do Peixe, é esse o endereço: Travessa Barão do Triunfo, 2590 – casa 64, bairro Marco, Belém do Pará. Tel. 91  3228-2477.

Como é bom ver alguém falando bem da nossa terra. São coisas assim que comovem a gente.

Perguntinha do dia

Será que a súbita falta de pontaria dos três melhores chutadores do Paissandu, na decisão de domingo, teria alguma ligação com o atraso salarial no clube (em alguns casos, superior a dois meses)?

Começa o desmanche na Curuzu

A diretoria do Paissandu cedeu ao Penarol (AM) os jogadores Paulo Wanzeler, Yago Pikachu, Diego Ourém, Billy, Bryan e Marquinhos para a disputa da Série D. Eles se apresentarão ao clube amazonense ainda nesta semana. Caso não aceitem a transferência, serão dispensados pois não estão nos planos do técnico Roberto Fernandes para a Série C.

Outros jogadores cotados para integrar a barca do adeus na Curuzu são Ari, Hebert, Zeziel e Alisson. O goleiro Nei já foi liberado, depois que o clube fechou acordo com o goleiro Dida, ex-Independente.

Capitão do tri perde a classe e insulta Tostão

Por Bruno Freitas

À espera de um desfecho, a aposentadoria para os jogadores campeões mundiais pela Seleção prometida pelo Governo Federal ainda na gestão Lula suscita debate acalorado mesmo dentro deste rol seleto de ídolos das Copas. Recém nomeado presidente de honra da associação que cuida dos interesses destes atletas, Carlos Alberto Torres qualificou como demagógica a posição do ex-companheiro de 1970 Tostão, que manifestou publicamente que abrirá mão do dinheiro, caso ele realmente seja oferecido.

“É um demagogo, pode escrever aí. O Tostão não precisa ficar falando. Ele teve mais sorte que do os outros, é médico, não sei nem se é ele que escreve aquela coluna lá no jornal. Mas tem gente que não foi preparada. Esse filho da p… deveria falar algum tipo de verdade. Não gosto nem de falar”, comentou Torres.

“Demagógica? Não sou bilionário. Só entendo que o governo não pode pegar dinheiro e distribuir assim [sem critérios]. E os campeões de outros esportes, as outras classes? Um artista que elevou o nome do Brasil também poderia pedir esse benefício. Mesmo assim, entendo também que a carreira de um jogador tem suas particularidades, precisa realmente ser amparada de um jeito diferente”, rebate Tostão, que reforçou à reportagem do UOL Esporteque recusaria o auxílio financeiro em caso de aprovação.

De acordo com projeto do Poder Executivo, os brasileiros campeões de Copas receberiam de uma só vez uma quantia de R$ 100 mil. Fora isso, existe a previsão de um auxílio especial mensal para jogadores sem recursos, ou com recursos limitados, de até R$ 3,4 mil.

Esquartejamento em marcha

Por Guilherme Augusto, no DIÁRIO

Separatistas em ação
Com o título “Duda Mendonça fará o marketing separatista do Pará”, o repórter Daniel Bramatti relata, em matéria no “Estadão”, que, no dia 9 de junho, o pequeno aeroporto de Redenção, no sudeste do Pará, “teve um movimento atípico.”
Conta o jornalista que de jatinhos e helicópteros desembarcaram, para uma reunião com o publicitário baiano, Duda Mendonça, vários fazendeiros, comerciantes e empresários do setor imobiliário. Na pauta do encontro, claro, o projeto separatista.
 
Bala na agulha
A rigor, nada de novo, a não ser a presença na reunião de empresários do ramo imobiliário. 
 
Turno extra
Outra revelação da reportagem é a apresentação de Duda como responsável pelo comando da campanha publicitária dos dois comitês separatistas – o da criação do estado de Carajás e o da criação do estado do Tapajós – “em rede estadual de rádio e televisão nos 40 dias anteriores à consulta popular”, que está prevista para acontecer em dezembro. 
 
Cereja do pudim
Até então se sabia que Duda comandaria a campanha de fundação de Carajás, localizado em região onde é dono de terras e criador de gado. Agora, fica-se sabendo que a sua influência marqueteira chegará também, se a informação for correta, ao oeste do Pará.
Para os separatistas tapajônicos, é a sopa no mel. Eles vinham se queixando da falta crônica de recursos para a campanha. Duda deve entrar nela como a cereja do pudim de cupuaçu.