Dormindo com o inimigo

Por Guilherme Augusto, no DIÁRIO 

Separatistas x antiseparatistas
Se os deputados tivessem que decidir hoje sobre a divisão do Pará a tese da criação dos estados de Carajás e Tapajós ganharia com alguma folga.
Ou seja, há mais parlamentares a favor da separação do que contra ela no Legislativo estadual. 
 
Políticos fora 1
Ainda sobre divisão, deu num dos blogs de Carajás: Duda Mendonça, o marqueteiro da campanha pela criação do novo estado, recomendou que os políticos saíssem da linha de frente dela.
Ele quer desatrelar a campanha dos partidos, para torná-la mais palatável, especialmente aos eleitores de Belém. A idéia é transformar a criação de Carajás num movimento popular.
 
Políticos fora 2
Aqui pra nós, entre sugerir o afastamento e os políticos aceitarem cair fora da campanha, vai uma transamazônica distância. Primeiro, são eles que estão pagando parte da conta. Portanto, sabem, ou pensam que sabem mais do que ninguém o tom do discurso.
Depois, o projeto de criação de Carajás, mesmo que seja derrotado, será a principal bandeira política nas eleições municipais do ano que vem. Quem não mostrar a cara agora, depois não vai poder pedir votos.

Coluna: A reabilitação do xerife

O milagre desta final de campeonato fica por conta do ressurgimento de um grande jogador. Poucos acreditavam na recuperação plena de Sandro depois do episódio do Salgueiraço no ano passado. O veterano capitão caiu de rendimento e mergulhou numa fase de silêncio na Curuzu. Desgastado com o torcedor, fugiu de explicações sobre seu papel nos bastidores do time na Série C 2010.
Aos poucos, virou peça descartável sob o comando de Sérgio Cosme e teve o nome incluído até em listas de dispensa. De repente, opera-se a transformação. A capa do caderno Bola de sexta-feira evidenciou a nova imagem de Sandro. Bem mais magro, apareceu treinando forte para a decisão. E um jogador de seu nível, desde que em forma, é titular sem contestações em qualquer equipe paraense.  
Caso seja escalado, Sandro terá a função de organizar o meio-de-campo. Qualquer que seja o parceiro na criação, Marquinhos ou Andrei, ele será o responsável pelo setor. E a carência do Paissandu no setor mais importante de um time vem desde que Tiago Potiguar foi negociado.
Além das qualidades conhecidas, passe e capacidade de definição, Sandro tem outra virtude rara no nosso futebol: a liderança em campo. Fernandes, além de ganhar um meia-armador, está reabilitando o xerife e ídolo da torcida. É um feito considerável para um técnico que está há pouco mais de um mês na Curuzu – e que pode ser campeão em dois jogos.   
 
 
A volta de três titulares, com destaque para Wegno no ataque, embala os sonhos de Sinomar Naves. Sabe que seu time pode jogar de igual para igual com o Paissandu e, acima de tudo, prepara-se para explorar a ansiedade natural de um time pressionado pelas arquibancadas. Paciência e contra-ataque rápido são as armas do Independente para calar o Mangueirão.   
 
 
O Conselho Deliberativo do Remo adiou a esperada reunião extraordinária de segunda-feira (27) para quando fizer bom tempo – ou seja, no dia 26 de julho. Os gestores do clube agem como se tudo estivesse divino e maravilhoso. Perdem um tempo precioso. Por tudo o que não foi feito em 2011, é fundamental começar logo a se reestruturar para 2012.
 
 
Enquanto isso, o Remo luta para garantir a tutela antecipada e retomar a loja oficial. A empresa que explora a butique já se manifestou predisposta a fechar um acordo. Em tempo: o contrato de 10 anos foi negociado pela gestão anterior em condições extremamente desfavoráveis ao clube. Curiosamente, já apareceu ex-dirigente jurando que a firma pagou a quantia de R$ 60 mil ao Remo, embora não exista registro oficial da entrada do dinheiro.

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO deste domingo, 26)