Orgulho de ser do Pará

Da coluna de Guilherme Augusto, no DIÁRIO

Veja e leia
Segundo a Veja, a “divisão do Pará vai criar um estado violento e outro pobre. Marabá, virtual capital de Carajás, é a quarta cidade na taxa de assassinatos; Tapajós seria o segundo estado mais pobre.”
 
Nove bilhões do meu…
Diz a Veja que a divisão do Pará em três “será objeto de inédito plebiscito organizado pela Justiça Eleitoral. Mas a quem interessa? No balando entre vencedores e perdedores, todos ficam com menos e quem paga a conta é o governo federal – ou seja, o contribuinte. Se forem criados, Carajás e Tapajós vão custar aos cofres públicos pelo menos 9 bilhões de reais só para manter a administração dos estados.”
 
Vanguardas do atraso
Com base em dados mais recentes do Ministério da Justiça, a Veja informa porque Marabá ascendeu à condição de campeã do faroeste no país: foram 250 assassinatos em 2008, ou seja, 125 mortes para cada 100.000 habitantes.
Já com relação à pobreza tapajônica – seria o segundo Estado mais pobre do país -, a revista compara: com um Produto Interno Bruto (PIB) de 6,4 bilhões de reais, Tapajós ficaria atrás apenas de Roraima.

Público inferior ao da decisão do returno

O jogo Independente x Paissandu teve renda de R$ 72.740,00, com público pagante de 3.987 pessoas (mais 200 credenciados). Descontadas as despesas de R$ 18.868,92, o Independente ficou com R$ 53.871,08. Com ingressos a R$ 20,00, o público em Tucuruí foi inferior ao da partida contra o Cametá, domingo passado, na decisão do returno.

Paissandu arranca empate a quatro minutos do fim

Independente e Paissandu foram iguais em praticamente tudo e terminaram empatando em 2 a 2 a primeira partida da decisão do campeonato estadual, na tarde deste domingo, no estádio Navegantão, em Tucuruí. No primeiro tempo, prevaleceu o equilíbrio na marcação de meio-campo e os times produziram poucos lances perigosos no ataque. Nas chances surgidas, os gols acabaram saindo. O Paissandu saiu na frente com um gol de Andrei aos 20 minutos, batendo cruzado da esquerda e surpreendendo o goleiro Dida, que esperava o cruzamento. Três minutos depois, o lateral-esquerdo Fábio Gaúcho aproximou-se da área do Paissandu e bateu forte, à meia altura, empatando o jogo.

O Independente ainda teve uma excelente oportunidade para desempatar aos 31 minutos, quando Marçal lançou Joãozinho pelo lado direito do ataque. Livre, o atacante invadiu a área e bateu rasteiro na saída de Alexandre Fávaro. A bola resvalou no goleiro e se encaminhava para as redes quando apareceu o pé salvador de Alexandre Carioca, evitando o desempate. Logo em seguida, em cruzamento na área do Independente, Mendes cabeceou e a bola desviou no braço do zagueiro Guará. O Paissandu reclamou pênalti, mas o árbitro Delson Freitas interpretou como lance normal.

No segundo tempo, Andrei sentiu o forte calor, passou mal e foi substituído por Billy. O Independente começou a toda força e criou oportunidades seguidas de gol, com Cafu e Marçal. Até que, aos 18 minutos, em rápida troca de passes na área do Paissandu, iniciada pelo lateral-direito Neto, a bola sobrou para Joãozinho tocar para as redes. A bola desviou na zaga e enganou o goleiro Fávaro. O Independente prosseguiu com a pressão e Cafu chegou atrasado numa bola cruzada por Neto.

O Independente dominava amplamente as ações, com triangulações envolvendo Marçal, Gian e Joãozinho. O Paissandu acusava desgaste físico e o meio-de-campo cedia muitos espaços ao Independente. Na frente, Mendes e Rafael Oliveira praticamente não pegavam na bola. Aos 28, Cafu saiu contundido e foi substituído por por Curimatá. Na base da velocidade, o atacante deu muito trabalho ao setor esquerdo da defesa do Paissandu. Com o placar favorável, Sinomar Naves trocou Gian, cansado, pelo zagueiro Marraqueti, buscando fechar ainda mais seu setor defensivo.

Já no desespero, Roberto Fernandes lançou Héliton no lugar de Marquinhos, botando três atacantes. A mexida deu mais presença ofensiva e agressividade ao Paissandu, embora sem jogadas agudas de área. O gol de empate nasceu de um vacilo da defesa do Independente, que tinha a bola dominada, aos 41 minutos, e cedeu uma falta à altura da meia-lua da grande área. Mendes cobrou rasteiro, enganando o goleiro Dida, que pulou atrasado. Placar final: 2 a 2. (Fotos: MÁRIO QUADROS/Bola)

River na repescagem e Boca fora da Sul-Americana

Com a derrota por 2 a 1 para o Lanús, o River Plate fica na zona de promoção e terá de disputar sua permanência na primeira divisão argentina com o quarto colocado da segunda divisão. No último jogo de sua carreira, Martín Palermo deu um passe para o gol de Cellay, que garantiu o empate para o Boca Juniors diante do Gimnasia La Plata. O resultado, porém, deixa o Boca fora da Copa Sul-Americana. A última rodada do Campeonato Argentino teve como principal atração a luta do River Plate contra o rebaixamento, fato inédito na história do clube. Dependendo apenas de seus próprios esforços, uma vitória sobre o Lanús no Monumental de Nuñez garantiria o River na primeira divisão. Durante a partida, um torcedor de 68 anos morreu vítima de parada cardíaca.

Coluna: A primeira batalha

Ao longo do campeonato, todas as decisões em ida-e-volta foram definidas na primeira partida – e em favor do time visitante. No turno, o Paissandu foi a Cametá e venceu por 2 a 1, ampliando a vantagem que já tinha para efeito de desempate. Na volta, na Curuzu, jogava até por uma derrota simples, mas acabou ganhando por 3 a 1. No returno, o Independente repetiu (até no placar) a vitória que o Paissandu havia obtido no Parque do Bacurau. Em casa, domingo passado, empatou e levou o título.
Nada impede que a escrita se repita neste domingo. Apesar do equilíbrio entre as equipes, é inegável que o Paissandu parece melhor preparado, até pelo tempo que passou treinando exclusivamente para a decisão. Ao contrário, o Independente traz as marcas do duelo recente contra o Cametá. Além do natural desgaste físico, tem o desfalque de jogadores importantes – Wegno e Lima, principalmente.
O entusiasmo é talvez o principal combustível do Independente. Jogadores e comissão técnica ainda comemoram, com razão, a importante conquista. Os torcedores seguem no mesmo embalo. Tucuruí só pensa na decisão, justificadamente empolgada com o feito de seu representante. 
Ocorre que tudo muda quando a bola rola. Esta é a essência do jogo, marcado desde os primórdios pela capacidade de surpreender. A imprevisibilidade é o que torna o futebol apaixonante, mesmo quando o confronto envolve forças desiguais – o que não é o caso deste duelo no Navegantão, no qual a situação é parelha.
O ligeiro favoritismo do Paissandu vem naturalmente da qualidade do elenco. Não é um grupo de altíssimo nível, está longe disso, mas tem bons valores individuais e supera o oponente quanto às peças de reposição. Outro fator, menos tangível, conspira em favor do time de Roberto Fernandes: o peso da tradição.
Nos últimos anos, esse aspecto influiu bastante na decisão. O Paissandu levou a melhor sobre S. Raimundo e Águia mesmo sem ser tão superior. Camisa, história e torcida pesaram na balança, levando os emergentes a se comportarem de maneira até acovardada nos embates finais.
O Independente tem condições de fazer uma caminhada diferente das de santarenos e marabaenses. Tem um treinador, Sinomar Naves, acostumado a dirigir os grandes da capital e baseia seu poder de fogo em dois armadores experientes, Gian e Marçal. Ainda assim, para ser o primeiro campeão vindo do interior, terá que mostrar em 180 minutos muito mais do que fez até agora na competição.
 
 
As desavenças que abalavam o S. Raimundo desde 2009 explodiram na atual crise institucional, que afastou diretores e ameaça o mandato do atual presidente. O pedido de liminar contra a diretoria, impetrado na justiça comum, já põe em risco a participação do time na Série D 2011. Ao longe, o Remo contempla a confusão, cada vez mais esperançoso. 

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO deste domingo, 19)