Plebiscito vai custar mais de R$ 5 milhões

O Tribunal Superior Eleitoral prepara para a primeira quinzena de dezembro o plebiscito que vai definir se o estado do Pará será dividido para a criação de Tapajós e Carajás, informou o presidente do TSE, Ricardo Lewandowski. No mês passado, a Câmara aprovou decretos legislativos que deram prazo de até seis meses para a realização da consulta aos mais de 3 milhões de eleitores paraenses. Um grupo de trabalho ficará responsável pelos preparativos para consulta, como orçamento, campanhas publicitárias e questões de logística. Segundo Lewandowski, a Justiça Eleitoral tem orçamento para pagar o custo do plebiscito, estimado em cerca de R$ 5 milhões, mas ele não descarta a possibilidade de necessitar de reforço financeiro.

“Será um esquema de guerra porque estaremos no meio da selva, mas vamos cumprir a determinação do Congresso dentro do prazo”, disse Lewandowski. O TSE já trabalha também na elaboração das perguntas que serão respondidas pelos eleitores na consulta. Estão em estudos duas hipóteses: a de que seja feita apenas uma questão, indagando sobre a criação simultânea de Tapajós e Carajás, ou ainda a formulação de duas perguntas. Nesse último caso, haverá a possibilidade que os eleitores escolham a criação de apenas um dos dois estados propostos. Segundo o TSE, o assunto ainda está em estudo e não há data para definição das perguntas, que terão de ser aprovadas pelo plenário do tribunal. Para facilitar a escolha do eleitor na hora de responder a pergunta diante da urna eletrônica, o TSE analisa ainda o uso de uma imagem para ilustrar como ficaria o mapa do Pará com a divisão. (Do G1)

Independente conquista returno do Parazão

O Independente Tucuruí é o campeão do segundo turno do Campeonato Paraense. Empatou em 2 a 2 com o Cametá em jogo realizado na tarde deste domingo, no estádio Navegantão, em Tucuruí. O jogo foi pouco empolgante ao longo do primeiro tempo, com poucas jogadas de área. Apesar disso, o Cametá foi o time que mais atacou, com tentativas de Leandro Cearense e Robinho. Os donos da casa postavam-se na defesa, à espera de oportunidades para contra-atacar, frustrando a torcida que lotava as arquibancadas (mais de 8 mil pagantes). As emoções e os gols só nasceram na segunda metade da etapa final. Leandro Cearense fez o primeiro do Cametá, disparando um chute forte do lado direito da grande área, aos 20 minutos. Aos 35 minutos, o zagueiro Joatan ampliou com um desvio de cabeça.

A partida ficou tensa porque o resultado garantia o título do returno ao Cametá. No desespero e já sem Gian, que pediu substituição, o Independente foi à frente e conseguiu o empate em três minutos. Wegno diminuiu aos 44 minutos, aproveitando um bate-rebate na pequena área cametaense. Na comemoração, o atacante tirou a camisa e levou o segundo cartão amarelo, sendo expulso de campo. Em busca do terceiro gol, o Cametá lançou-se à frente e permitiu um contra-ataque mortal puxado pelo atacante Joãozinho. Ele avançou sem marcação e bateu sem defesa para André Luiz, aos 46 minutos. (Fotos: MÁRIO QUADROS/Bola)

 

Rádio Clube vai onde o futebol está

Com narração de Guilherme Guerreiro, a Rádio Clube transmitiu o jogo entre Barcarenense e Paissandu. Na foto acima, de Ney Marcondes, as instalações da acanhada cabine de onde foi transmitida a jornada deste sábado.

A despedida de el matador

A temporada tem sido terrível para o Boca Juniors, que não tem mais condições de ser campeão do Torneio Clausura, mas o estádio Bombonera estará lotado para ver o time jogar contra o Banfield. O interesse tem a ver com o ídolo Martín Palermo, camisa 9 do Boca, maior goleador da história do clube, que deve fazer seu último jogo com a camisa boquense. “É uma decisão tomada, que me custou, mas deixo o futebol”, disse Palermo. “Quero desfrutar de minha última partida na Bombonera, me despedir dos torcedores”, declarou.

População aprova apoio de Lula a Dilma

No momento mais agudo da crise que derrubou Antonio Palocci da Casa Civil, o ex-presidente Lula foi a Brasília para tentar estancar a primeira grande crise política do governo de sua sucessora, Dilma Rousseff. Para 64% dos brasileiros, Lula deveria mesmo participar das decisões de Dilma, informa reportagem da Folha de SP publicada neste domingo. Quatro de cada cinco pessoas acreditam inclusive que o ex-presidente já esteja fazendo exatamente isso. A margem de erro da pesquisa, que ouviu 2.188 pessoas em todo o país, é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

Cabra bom. Papel de Lula é exatamente esse: proteger a sucessora dos ataques da direita bovina que atrapalha o país.

Real entre Neymar e Agüero

Cabeça de torcedor é sempre surpreendente. Os do Real Madri, por exemplo, preferem o argentino Agüero ao brasileiro Neymar. Enquete do jornal madrilenho Marca aponta a preferência de 56% dos votantes (31 mil votos) pelo atacante do Atlético de Madri. Neymar e Agüero são os principais nomes na lista de compras do Real. Ambos custam o mesmo, com multa rescisória de 45 milhões de euros. A vantagem do brasileiro é que o Santos parece mais disposto que o Atlético, rival direto do merengues, a baixar o valor da negociação. Neste sábado, o próprio Marca lembrou da passagem frustrada de Robinho pelo Real para questionar a possível contratação milionária de Neymar. Segundo o jornal, o clube poderia ter dificuldades para ‘gerir o comportamento de um jovem com fama de polêmico’. Já o meia alemão Özil esnobou o interesse por Neymar e já disse que o Real está guardando a camisa 10 para o argentino. “O Real tem reservada a 10 para Aguëro”, afirmou em entrevista ao jornal alemão Saz Aktuell.

Já nem é Clube, é Seleção…

A voz que fala e canta para a planície, já dizia o inesquecível Edgard Proença nos primórdios da PRC-5, a quarta emissora de rádio do país. Obviamente, a tradição se mantém na era digital. No registro de Ney Marcondes, o craque Guilherme Guerreiro sacudindo e estremecendo direto da cabine do estadinho de Barcarena, para toda a Amazônia (e o mundo) o amistoso entre Barcarenense e Paissandu, no sábado. Ao seu lado, um colega de Barcarena e o repórter Lino Machado, da TV RBA.

Paissandu vence amistoso, Fernandes observa

Com gols de Mendes (de cabeça), aos 40 minutos do primeiro tempo, e Sidny aos 43, o Paissandu derrotou o Barcarenense por 2 a 1 na tarde deste sábado, em Barcarena. Gatão descontou para o time local, aos 45 minutos da primeira etapa. Foi a segunda apresentação do time sob o comando de Roberto Fernandes e, apesar de visíveis sinais de desentrosamento, o amistoso serviu para movimentar praticamente todo o elenco do Paissandu e para a observação de algumas mudanças propostas pelo novo técnico. Serviu, ainda, para notar que o setor defensivo continua bastante vulnerável. A dupla titular foi formada por Hebert e Diguinho, com os mesmos problemas de sempre, mesmo diante da modesta equipe interiorana. Uma novidade foi o retorno de Sandro aos gramados, entrando no segundo tempo da partida. (Foto: NEY MARCONDES/Bola)

Jogador denuncia diretor do Mundico à Polícia

Com a desclassificação da semifinal do Parazão e a saída de vários diretores, o São Raimundo mergulhou em crise. Veio à tona na sexta-feira um episódio grave: há cerca de 15 dias, o meia Renato Medeiros, que defendeu o Mundico no campeonato, registrou boletim de ocorrência apontando Sandiclei Monte, diretor financeiro do clube, como responsável por supostas ameaças de morte. Procurado pela Rádio Clube, o atleta preferiu não se manifestar sobre o assunto, mostrando-se irritado com o vazamento da notícia sobre o BO. Sandiclei Monte não atendeu as seguidas ligações para seus telefones. Enquanto isso, segue a indefinição quanto à permanência de Charles Guerreiro no comando técnico para a disputa da Série D.

Coluna: Um campeão tocantinense

Desde domingo passado, o Independente Tucuruí assumiu a condição de favorito absoluto para levar o returno do campeonato. Além da boa vantagem estabelecida (pode perder até por um gol de diferença), baseio essa premissa na maneira de atuar do time de Sinomar Naves. Item fundamental, o passe é o melhor do campeonato, com baixo índice de erros, tarefa facilitada pela aproximação entre os setores.
O entrosamento torna a equipe mais encorpada. Acima de tudo, há objetividade, e essa postura descomplicada foi justamente o que decidiu a parada em Cametá. Enquanto os donos da casa apequenavam-se em torno de um traçado cauteloso e contrariavam a própria essência, Marçal & cia. repetiram o script habitual do Independente. Controle das ações no meio-de-campo sem pressa, à espera do melhor momento de dar o bote. Aí, as duas chances surgiram e o Independente foi lá e definiu.
Os compêndios do futebol ensinam que todo jogo é uma nova história, o que é quase sempre verdade, mas cabe observar também que alguns jogos se estendem até a peleja seguinte. A semana que separou as partidas decisivas permitiu ao Cametá reencontrar seu antigo jeito, agressivo e destemido, porém o mais provável é que o Independente tenha consolidado ainda mais a segurança mostrada ao longo do segundo turno.
Não há como contestar que o maior destaque da segunda metade do campeonato é o representante de Tucuruí. Menos goleador que o Cametá do primeiro turno, mas preciso e regular até na freqüência com que crava 2 a 0 em seus jogos. Caprichosos, os deuses da bola podem até decidir em sentido contrário, mas a lógica fria favorece o Independente.
 
 
Enquanto a bola rola, o Remo se agarra à idéia fixa de melar o campeonato via tapetão. Mesmo considerando que as alegações possam ser justas, a insistência só prolonga o desgaste pela perda da vaga na Série D e aumenta a carga de sofrimento do torcedor.
Desnecessário dizer que, pelo andar da carruagem, o julgamento do recurso pelo Pleno do TJD não deverá ter destino mais feliz do que as duas primeiras investidas. Até porque, além dos infortúnios em campo, o clube há algum tempo já não demonstra força fora dele.
 
 
Enquete do DOL sobre a agressão de um grupo de baderneiros ao goleiro Lopes apontou resultado tão grotesco quanto a violência dos pseudo-torcedores. Espantosamente, a maioria dos internautas apóia o ato covarde praticado na sede do Remo. Prova de que não apenas os times estão no fundo do poço. A torcida paraense, que já foi das mais vibrantes e participativas do país, agora é um poço até aqui de frustração, ódio e intolerância.          

(Coluna publicada no Bola/DIÁRIO, edição de domingo, 12)