Números dão favoritismo ao Independente

O Independente Tucuruí, neste returno, já realizou 10 partidas e em 8 delas marcou pelo menos 2 gols. Marca expressiva, que atesta a força ofensiva do Galo Elétrico. O time de Sinomar Naves já atuou 9 vezes em casa no campeonato. Venceu 6 vezes, empatou 1 e perdeu 2. Detalhe: nenhuma das derrotas foi por mais de 1 gol de diferença.

Já o Cametá realizou 10 jogos fora de casa no Parazão 2011. Venceu 3, empatou 1 e perdeu 6. Detalhe: nenhuma das vitórias foi por mais de 1 gol de diferença. (Com informações do repórter Michel Anderson, da TV RBA)

Perguntinha do dia

Diante do aperreio financeiro, qual o melhor nome para comandar o processo de soerguimento do futebol do Remo, a partir das categorias de base: Carlinhos Dornelles, Carlos Lucena, Charles Guerreiro, Fran Costa, Sinomar Naves ou Valter Lima? 

Pensata: Divisão da escassez

Por Francisco Sidou (chicosidou@bol.com.br)

Na  Câmara Federal e no Senado,  em votação apressada e simbólica de lideranças, aprovou-se a realização do plebiscito para a criação dos  Estados do Tapajós e de Carajás. Um detalhe chama a atenção nesse “esforço concentrado”: o projeto original do desmembramento do Pará foi de autoria de um senador de Rondônia,  enquanto seus principais defensores, afora os “deputados paraenses diretamente interessados” , são de outros Estados da Federação, incluindo poderosos empresários do agronegócio do Sul do Pará e Tocantins, além de influentes políticos maranhenses. Não por acaso, a campanha pró divisão será milionária, sob a batuta do famoso Duda Mendonça.  Outro detalhe curioso: pelo menos três  líderes separatistas paraenses estão envolvidos até o pescoço em processos na Justiça pela prática de variados delitos tendo como origem a má aplicação do dinheiro público. Como acreditar na sinceri dade de seus propósitos ? Será que lhes move o sincero desejo de promover desenvolvimento e paz social às populações dos  novos Estados ?  Ou será que não estão somente  de “olho gordo”  em novos cargos de governadores, senadores, deputados federais e estaduais, novos Tribunais de Justiça e de Contas, novas  Assembléias Legislativas,  mais DAS para abrigar parentes e afilhados e  muitas obras a serem executadas e superfaturadas?                                                 

Os recentes escândalos descobertos na Assembléia Legislativa do Pará servem  de exemplo didático do “modus operandi” desses “profissionais”, insaciáveis na busca pelo poder e  enriquecimento fácil com o dinheiro do povo, lesado d uplamente, como eleitor e como contribuinte compulsório. Os separatistas não estão nada preocupados com os custos dos novos estados, estimados em R$ 5 bilhões só para obras de infra-estrutura , afora os custos de manutenção , em torno de R$ 2,5 bilhões anuais para cada novo estado. Nesse caso, quem vai pagar a conta é o contribuinte brasileiro. Por isso,  Roberto Pompeu de Toledo, articulista de VEJA, sugeriu que o plebiscito sobre a divisão do Pará deveria ser de âmbito nacional e não apenas restrito aos paraenses. 

Outro aspecto que deve acender a luz de advertência  para a população paraense é a tentativa meio solerte dos líderes separatistas em obstar a consulta a todo o povo paraense e restringir  o plebiscito apenas “à população diretamente interessada”, que eles entendem sendo apenas os atuais habitantes das áreas a serem emancipadas. Chegam ao cúmulo de tentar trapacear na interpretação da própria Constituição. Os que defendem a consulta somente na área a ser emancipada alegam que assim “reza” a Constituição Federal ao asseverar, no terceiro parágrafo do artigo 18 que, sobre a divisão, deve ser consultada “a população diretamente interessada”. A definição, todavia, do que é “a população dire tamente interessada” está na lei 9.709, de 1998, que  remete à Carta Magna e coloca fim à quizília ao declarar que população diretamente interessada é “tanto a do território que se pretende desmembrar quanto a do que sofrerá desmembramento”. De forma  cristalina, será esse o entendimento do Supremo Tribunal Federal sobre a extensão da cobertura geográfica do plebiscito para criação dos Estados de Carajás e Tapajós,  caso chegue até lá essa questiúncula provocada por interesses menores dos que querem ganhar o plebiscito na “marra”. Não passarão. O que  deveriam  fazer era expor  seus argumentos  em debates com a participação de técnicos e estudiosos, de forma a esclarecer a população paraense sobre a extensão da medida separatista, sua  viabilidade econômica, além de suas  implicações de ordem  administrativa, social  e cultural. 

Esse deve ser o objetivo maior do Comitê em Defesa do Pará, criado pela Associação Comercial do Pará, cuja instalação contou com grande afluência de público, onde se misturavam, democraticamente, políticos de expressão, empresários vitoriosos, artistas consagrados, líderes comunitários e sindicais, representando as diversas camadas da  sociedade paraense. É disso que precisamos. Um amplo movimento que possa despertar o sentimento cabano do povo paraense. E de um debate que possa esclarecer e não confundir. É falacioso, por exemplo, esse argumento  de que o Pará é quase ingovernável devido suas distâncias continentais e que só a divisão territorial trará o desenvolvimento para as duas regiões desmembradas.  Ora, se tamanho pequeno fosse  condição favorável a boas práticas de gestão pública, Sergipe seria o Estado mais desenvolvido do Brasil. Por outro lado, não se promove desenvolvimento ou prosperidade com a divisão da pobreza e da escassez.

Copa 2014: S. Paulo pode perder abertura para BH

Em meio às recentes derrotas políticas da cidade de São Paulo envolvendo a Copa do Mundo de 2014 no Brasil, como a perda do centro internacional de imprensa (IBC) para o Rio de Janeiro e a exclusão da Copa das Confederações de 2013, a CBF já deu o recado nos bastidores: o jogo de abertura do Mundial deve ser realizado no estádio Mineirão, em Belo Horizonte. A informação é do jornalista Juca Kfouri, comentarista e apresentador dos canais ESPN, e foi postada em seu blog no UOL na última quarta-feira. Segundo Juca, o presidente da CBF e do Comitê Organizador Local (COL) da Copa, Ricardo Teixeira, disse ao governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), que já avisou ao senador Aécio Neves (PSDB-MG) que a abertura do Mundial será no Mineirão. Em post publicado às 15h10 da última quarta, 8 de junho, Juca diz textualmente: “Nenhum dos três confirmará, mas Ricardo Teixeira disse a Marconi Perillo, o tucano que governa Goiás, que já avisou ao seu amigo Aécio Neves que a abertura da Copa do Mundo será no Mineirão”. A confirmar.

Lá, como cá…

Cuca briga para receber do Fluminense uma dívida de R$ 400 mil. O clube sinalizou que não quer acordo. O técnico vai à Justiça cobrar do ex-clube direitos trabalhistas, multa por quebra de contrato e premiações não pagas. Com o processo do treinador, o Flu completa 42 pendências trabalhistas só nos últimos dois anos!

A frase do dia

“É brincadeira, esses caras não aprendem. Têm mais é que ficar punidos, banir essa torcida do futebol. Eles atiraram pedras, pilhas”.

De Fernando Prass, goleiro do Vasco, reclamando da agressividade da torcida do Coritiba.

Coluna: No mato sem cachorro

Os dois recentes amistosos da Seleção deixaram o torcedor de orelha em pé e o técnico Mano Menezes a um passo da fritura. A rigor, nenhuma novidade na frustração generalizada. Afinal, os problemas manifestados agora são os mesmos que atormentaram o escrete na última Copa: não temos centroavante, nem meia-armador. Em termos numéricos, significa que não há gente competente para vestir as camisas 9 e 10 da Seleção.  
A constatação dessas carências é naturalmente assustadora para os que nasceram neste país tropical rico em feras do ataque e craques da criação. Difícil explicar tamanha carência para quem já teve Zizinho, Didi, Gerson, Rivaldo e outros bailando ali na meia cancha. Dureza aceitar que o país que gerou Vavá, Mazzola, Amarildo, Quarentinha, Romário e Ronaldo não consiga achar hoje um mísero centroavante para chamar de seu.
Só o extremo aperreio justifica o fato de Mano Menezes ter escalado Elano para usar a 10 contra os holandeses e Jadson, de sua particular preferência, contra os romenos. São dois jogadores medianos, sem aquela faísca que caracteriza o verdadeiro talento. Por sorte, o craque Paulo Henrique Ganso, um legítimo camisa 10, deve ter condições de jogar a Copa América. 
No ataque, Fred é opção de emergência. Sem Luís Fabiano e Adriano, resta a Mano apostar no atacante do Fluminense, mais pelo que já fez um dia do que pela forma atual. Pato, a outra alternativa, é pura incógnita. Às vezes, até empolga, mas no jogo seguinte passa em branco. Ainda assim, joga mais que Fred e Leandro Damião, que acabou preterido.
E assim, na base do desespero e da ausência de alternativas, a Seleção vai tentando se estruturar para 2014. Falta muito para virar um time de verdade, mas Mano bem que podia ser mais radical e apostar tudo na juventude. Ainda é a melhor receita.    
 
 
Vasco campeão pelas mãos de Roberto Dinamite, o libertador da Colina. Depois da queda à Série B, o clube juntou os cacos e agora está na Libertadores. Às vezes, ainda bem, o bom trabalho triunfa.
 
 
Wolter Robilotta, o nosso Rubilota, morreu anteontem. Foi um dos melhores atacantes que o torcedor paraense já viu em ação. Paulista, oriundo do futebol carioca, era um sujeito generoso, capaz até de dividir suas qualidades entre as duas maiores paixões regionais. Veio primeiro para o Paissandu em 1965, onde formou afinadíssimo duo com Bené. O auge foi em 1966, quando ajudou a ganhar o título estadual invicto, num timaço que tinha Abel, Oberdan, Quarentinha, Bené e Tito.
Em 68, mudou de lado. Passou a defender o Remo com igual competência, atuando ao lado de Neves e Zequinha e conquistando títulos. Não teve festa de despedida ou homenagens em vida, mas está definitivamente inscrito na história do futebol paraense.

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta quinta-feira, 9)