Leão vence Santa Rosa e se classifica para a semifinal do Parazão

O Remo derrotou o Santa Rosa por 2 a 0, na partida de volta das quartas de final, na tarde deste sábado, no Baenão. O resultado classificou o time azulino para as semifinais do Campeonato Paraense. No placar agregado, o Leão superou o Macaco Preto por 5 a 0 (3 a 0 no jogo de ida).

O primeiro gol ocorreu logo aos 7 minutos. O lateral Raimar cruzou para o meia Sillas, que entrou na área e bateu cruzado no canto esquerdo do gol de Claudio Vítor. O Remo pressionou em busca do segundo gol, mas esbarrou na boa marcação do Santa Rosa.

Na etapa final, o jogo perdeu muito em intensidade, mas os azulinos conseguiram ampliar o marcador através de Nathan, aos 24 minutos. Ele recebeu um passe de Ronald e chutou forte, sem chances para Claudio Vítor.

Foi a terceira vitória sob o comando do técnico paraguaio Gustavo Morínigo. Na quarta-feira, 20, o Remo enfrenta o Amazonas pela Copa do Brasil, no Baenão.

Rodada define semifinalistas

POR GERSON NOGUEIRA

O Campeonato Paraense conhece neste fim de semana os quatro times semifinalistas. PSC e Remo chegam aos jogos de volta praticamente classificados, pois venceram as partidas de ida por 3 a 0, contra Bragantino e Santa Rosa respectivamente. Tuna x São Francisco e Caeté x Águia são os confrontos que ainda precisam ser definidos.

Os tunantes, invictos até a primeira partida das quartas de final, tentam reverter a derrota por 1 a 0 para chegar à semifinal. O São Francisco, dirigido por Samuel Cândido, é a maior surpresa desta reta final do Parazão. Sem investimentos vultosos, o Leão santareno conseguiu sete pontos em três jogos e chegou às quartas.

Tem boas chances de se intrometer entre os favoritos nas semifinais. Para isso, só precisa empatar com a Lusa, treinada por Júlio César Nunes e dona da segunda melhor campanha na fase de classificação.

O Caeté, de Artur Oliveira, recebe o Águia de Marabá dentro do estádio Diogão, em Bragança. Um duelo de desfecho imprevisível, levando em conta a boa performance do Caeté em seus domínios e a fase vitoriosa do Águia na Copa do Brasil – obteve a vaga à 3ª fase na quinta-feira com vitória acachapante sobre o Capital-TO por 3 a 0.

Deve ser o embate mais interessante e emocionante da rodada decisiva. Na ida, deu Águia no estádio Zinho Oliveira, por 2 a 0. O placar é reconhecidamente um dos mais traiçoeiros do futebol. Ao vitorioso, passa a impressão de que tudo está sacramentado; ao derrotado, mantém abertas as portas da esperança.

Caso consiga superar o Águia, o Caeté chegará pela primeira vez à semifinal do Parazão. Para tanto, terá que vencer por três gols de diferença ou por dois – forçando, nesse caso, a disputa em penalidades.

Caso o Águia passe, vai reeditar a semifinal de 2023, quando eliminou o Papão de Márcio Fernandes, demitido após a partida no Mangueirão. A Tuna, se superar o São Francisco, terá novamente uma semifinal com o Remo. Já o Leão de Santarém, se classificado, terá a chance de repetir a proeza de 2016, quando chegou à final.

Os remistas terão contra o Santa Rosa a oportunidade de ver o time com a cara (ou quase isso) do técnico Gustavo Morínigo. Os bicolores esperam uma vitória categórica sobre o Bragantino, de preferência com o xodó Esli Garcia em ação.

Para uma competição pobre em técnica e emoção, o desfecho das quartas de final funciona como um pequeno ensaio para as fases decisivas, semifinais e finais do Estadual.

Atacante pé torto deixa torcedor bicolor desesperado

Em tempos de celulares sempre a postos para registrar qualquer coisa, os treinos dos times vivem sob a mira dos torcedores mais fanáticos. Uma movimentação dos jogadores do PSC, na sexta-feira, no CT do clube, ganhou as redes sociais por conta de seguidos erros em chutes disparados pelo atacante Leandro.

No primeiro lance, sozinho diante do goleiro Matheus Nogueira, ele bate à queima-roupa e o goleiro defende sem dificuldades. Logo a seguir, nova bola passada ao centroavante é novamente desperdiçada. Quase na linha da pequena área, ele ajeitou o corpo e mandou a bola pela linha de fundo.

A reação do torcedor é hilária: “Esse é o nosso atacante reserva. Estamos lascados”. Dois chutes tortos de fato deixam qualquer torcedor desanimado.

É a prova de que o torcedor muda de humor a cada semana. Antes do confronto com o Juventude, pela Copa do Brasil, o time alviceleste era enaltecido pela excelente campanha no Parazão. A derrota, normal levando em conta as diferenças entre os times, quebrou o encanto.

Bola na Torre

O programa terá o comando de Giuseppe Tommaso e participações de Valmir Rodrigues e deste escriba de Baião. Começa às 22h, na RBATV. Tudo sobre o fechamento das quartas de final do Campeonato Paraense. A edição é de Lourdes Cezar.

Futebol da Espanha revela um novo grande técnico

O espanhol Xabi Alonso, um volante técnico e aplicado no Real Madrid e no Liverpool, está encantando os alemães como técnico do Bayer Leverkusen, time de uma cidade fanática por futebol. Aos 42 anos, conquistou a admiração geral pelos métodos que utiliza para tornar o time um dos melhores do certame germânico, mesmo sem grandes estrelas.

Líder da Bundesliga, o Bayer de Xabi não dá chutão e despreza o expediente fácil das bolas longas. É bola de pé em pé, sempre. Posicionamento perfeito entre os setores, deslocamentos planejados. Tudo muito bem treinado. Nada é por impulso, há sempre a preocupação em controlar o jogo, mas o improviso é exercitado sempre.  

Eu sei, muitos técnicos europeus buscam exatamente isso em seus times, mas raros conseguem com tanto apuro. Xabi teve bons mestres. Trabalhou com José Mourinho, Carlo Ancelotti, Rafa Benitez e Pep Guardiola, talvez seu maior inspirador.

No Leverkusen, Xabi usa os alas Frimpong e Grimaldo para furar as linhas de marcação e garantir apoio ao quadrado de meio – Palácios, Wirtz, Xhaka e Hoffman. A dupla Frimpong e Grimaldo é responsável por 15 gols e nada menos que 13 assistências. Raramente fazem cruzamentos.

O centroavante Boniface costuma surgir nas costas das linhas inimigas para finalizar. Falsos pontas, Hoffman e Wirtz partem do meio para o ataque, confundindo a marcação com intensa troca de passes. A zaga sai com facilidade, dando o toque de qualidade inicial na movimentação do time.

Não por acaso, o Bayer tem uma campanha invicta na Bundesliga, atuando num 3-4-3 clássico, de ampla mobilidade entre as linhas. Até agora são 31 vitórias em 36 jogos. Difícil de marcar, o time faz sucesso, pontua muito e deixa todo mundo impressionado.

Por essas e outras, muitos consideram que Xabi Alonso tem tudo para ser o novo Pep Guardiola. Já é um dos cotados para assumir o Liverpool em 2025, substituindo Jürgen Klopp.

(Coluna publicada na edição do Bola deste sábado/domingo, 16/17)

Rock na madrugada – Pink Floyd, “Lost For Words”

POR GERSON NOGUEIRA

Execução rara de “Lost For Words” ao vivo, na turnê Pulse (1994), com David Gilmour solando de cabo a rabo no violão acústico, um verdadeiro show à parte. O fraseado de cordas torna a canção ainda mais expressiva quando apresentada no palco, símbolo de um período de transição do Pink Floyd, ainda de ressaca pela briga que levou à saída de Roger Waters.

Eu estava gastando meu tempo na crise
Eu fui pego em um caldeirão de ódio
Me senti perseguido e paralisado
Eu pensei que todo o resto iria apenas esperar
Enquanto você está perdendo seu tempo com seus inimigos
Envolvido em uma febre de despeito
Além da sua visão de túnel, a realidade desaparece
Como sombras na noite

Escrita por David e a esposa, Polly Samson, “Lost For Words” (Sem palavras) sempre foi subestimada dentro da rica obra do Pink Floyd, talvez por não ter sido um hit instantâneo. Com o tempo passou a ser vista pelo que de fato é: “apenas” uma belíssima canção reflexiva dentre as melhores já compostas pela banda.

É a penúltima faixa do 14º álbum de estúdio do grupo, The Division Bell, produzido por Bob Ezrin. Os versos são reflexões amargas e profundas, com metáforas sobre o perdão, revisitando a tensa relação entre David e o ex-colega Waters.

Uma curiosidade: é a única canção do Pink Floyd que contém um palavrão – “But they tell me to please go fuck myself/You know you just can’t win” (Mas eles me dizem para, por favor, ir me foder/Você sabe que simplesmente não pode vencer).

A turbulenta relação dentro da banda se acentuou nos anos 80, principalmente por razões financeiras e divergências quanto ao processo criativo. Roger Waters era o líder e a crise se acentuou com a frustração gerada pelo disco The Final Cut (1983). A separação definitiva viria dois anos depois, em meio a uma briga judicial pela propriedade do nome da banda.

Nos últimos anos, aconteceram momentos de reaproximação, mas de vez em quando o pau quebra de novo, apesar de Waters ter consolidado a carreira solo.

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