Pressão sobre Leão e Morínigo

POR GERSON NOGUEIRA

O Santa Rosa é o segundo adversário do Remo com Gustavo Morínigo no comando técnico do time. O primeiro foi o Trem do Amapá, quinta-feira, pela Copa Verde. A vitória expôs um time ainda desorganizado, mas muito lutador, como o torcedor gosta. Para o confronto desta tarde pelo Parazão, a expectativa é ainda maior – e a pressão também.

Sem mudanças na escalação, o Remo passou pelo Trem com dificuldades, sofrendo para sustentar um jogo estável e propositivo. Fez o primeiro gol, sofreu pressão, cedeu o empate e conseguiu garantir a vitória na segunda etapa, sem superar as falhas coletivas que tanto incomodam a torcida.

A princípio, o novo comandante não fez mudanças de ordem tática, nem teve tempo para isso. Confuso como nos tempos de Catalá, o time teve pelo menos um mérito reconhecido por todos: exibiu gana de vencer.

Para o duelo com o Santa Rosa, um time melhor que o Trem, o Remo de Morínigo precisará mostrar mais que a simples determinação em busca do resultado. Terá que apresentar alternativas de jogo, busca pelo gol e equilíbrio entre os setores.

Não pode conceder tanto espaço à frente da zaga, como na quinta-feira, defeito que o técnico paraguaio deve ter observado. A movimentação dos laterais precisa ser aperfeiçoada, com o suporte de volantes para ajudar a marcar quando o Remo não estiver com a bola.

O setor de meio-campo, com Henrique, Pavani e Jaderson, teve transpiração, mas poucas vezes conseguiu ser criativo como a partida exigia. Diante do Santa Rosa, no primeiro jogo das quartas de final, o Remo terá que se impor.

Talvez seja o maior desafio de Morínigo neste segundo compromisso à frente da equipe. O Remo na atual temporada poucas vezes teve o controle pleno de uma partida, talvez só na estreia contra o Canaã e diante do Águia.

Para seguir com chances reais de brigar pelo título estadual, o Leão terá que se reinventar e a hora de tomar uma atitude é agora.

Textor peita os donos (não assumidos) do futebol no Brasil

É incomum alguém afrontar os podres poderes do futebol brasileiro. Ninguém se atreve, todos temem retaliações. Os clubes, mesmo os que são regularmente assaltados por arbitragens em campeonatos da CBF, não ousam ir além de protocolares protestos que não resultam em nada.

Eis que surge um investidor amalucado, que não rasga dinheiro obviamente, mas com disposição para arranjar briga com gente grande. John Textor, o empresário que comanda a SAF Botafogo, não aceita até hoje a maneira como o clube foi garfado ao longo do Brasileiro 2023.

Sim, para muitos ele apenas reproduz o que virou marca da torcida botafoguense na visão dos adversários: chororô. Está claro que a revolta de Textor vai muito além disso. Quando o campeonato acabou, depois de uma pipocada monumental do Botafogo, ele deu uma guinada inesperada.

Foi ao STJD protestar contra o que considerou privilégios dados ao Palmeiras e parcialidade das arbitragens. Mostrou um relatório encomendado a uma firma de consultoria, mas o tribunal previsivelmente não ligou a mínima para seu esperneio.

Quando não se falava mais no assunto, ele reapareceu nesta semana ainda mais determinado a provar que há corrupção na arbitragem brasileira. Com isso, melindrou a tal Anaf (Associação Nacional dos Árbitros de Futebol), que costuma responder a críticas debochando do acusador.

Com Textor, o buraco parece ser mais embaixo. A Anaf já está pedindo o banimento dele, mesmo sem conhecer em detalhes a denúncia que o dirigente promete encaminhar ao STJD nos próximos dias. Ele avisa que tem áudios de árbitros se queixando de propinas não pagas.

O homem não está para brincadeira. Se estiver certo nas acusações que faz, vai aprontar a revolução que o futebol brasileiro precisa há tempos.

Bola na Torre

Giuseppe Tommaso apresenta o programa, a partir das 22h, na RBATV, com a participação de Valmir Rodrigues e deste escriba de Baião. Em debate, a rodada de abertura das quartas de final do Campeonato Paraense. A edição é de Lourdes Cezar.

Sobre as vaidades que sacodem o mundo da bola

O ambiente tranquilo que se instalou na Curuzu em face da grande campanha do PSC na primeira fase do Parazão foi ligeiramente abalado pelas declarações do técnico Hélio dos Anjos sobre o meia-atacante venezuelano Esli Garcia, logo depois do jogo contra o Rio Branco.

Hélio, com a eloquência de sempre, afirmou que não tinha gostado de algumas firulas do jogador ao longo do 2º tempo. Quando perguntado a respeito da simpatia que a torcida nutre por Esli, foi ainda mais incisivo.

“O torcedor gosta porque ele é estrangeiro e porque ele é pequenininho. Então ele é ‘bonitinho’, todo mundo acha graça dele. Mas ele fez algumas firulas que eu não gosto. Ele sabe disso”, disse.

Hélio vai de encontro aos sentimentos da torcida, que elegeu Esli como seu novo xodó. O comandante ainda acrescentou que, para ele, o jogador precisa ser frio. “Eu achei ruim com ele porque em duas jogadas ele não fez o que eu gosto que é ir para cima, porque ele tem um contra um muito bom”.

Não será o primeiro treinador a cismar com jogadores queridos pela torcida. Nos tempos de Corinthians, Vanderlei Luxemburgo vivia às turras com Marcelinho Carioca, mesmo quando não tinha motivos para isso.

O Botafogo viu o término do ciclo do ídolo Sebastian Loco Abreu ser apressado pela intransigência de Oswaldo de Oliveira, que só sossegou o facho quando o artilheiro pediu para sair. Nem precisa puxar tanto pela memória para entender quem foi mais importante para o clube.  

Algumas vezes, a pinimba é justificada. Noutras, o confronto de egos é injustificável e nada benéfico para o clube, que paga os salários de ambos. 

(Coluna publicada na edição do Bola deste domingo, 10)

Papão atropela o Bragantino e encaminha classificação às semifinais

POR GERSON NOGUEIRA

Com um gol de Biel logo aos 4 minutos de partida, o PSC se impôs no estádio Diogão e não teve dificuldades para passar pelo Bragantino, na partida de abertura das quartas de final do Campeonato Paraense. O placar final de 3 a 0 expressa bem a diferença técnica entre as duas equipes.

O primeiro lance agudo resultou em gol. Ruan Ribeiro lançou Edinho, que cruzou na área para Biel aparar de sem-pulo e mandar a bola para o fundo das redes. Com a vantagem no placar, o PSC se manteve no ataque, criando várias oportunidades, mas falhando nas finalizações.

A equipe teve mudanças importantes na escalação, com destaque para a ausência do centroavante Nicolas, artilheiro do Parazão, que foi poupado.

O Bragantino só deu o ar da graça aos 16 minutos. O meia Edicleber cobrou falta, mas o goleiro Matheus Nogueira defendeu sem problemas. Quase no final da primeira etapa, uma confusão entre Wanderson e Gileard interrompeu o jogo por alguns minutos.

No minuto final, o meia Gully disparou em direção ao gol bicolor e quase empatou. Matheus Nogueira apareceu bem, novamente. O PSC fez duas trocas por motivos físicos. Saíram Jean Dias e Biel e entraram Esli Garcia e Leandro Vilela.

ESLI GARCIA MARCA DOIS E ENCANTA FIEL

Na volta para o 2º tempo, o Paysandu forçou ainda mais as jogadas ofensivas, observando a fragilidade da zaga do Tubarão. Com o estreante Douglas Silva em campo, o Bragantino melhorou a qualidade do passe e criou uma boa oportunidade, aos 13 minutos. Edicleber recebeu junto à área e chutou forte. Matheus encaixou.

Logo a seguir, Biel arriscou um disparo, mas a bola bateu na zaga e voltou para Edilson, que finalizou por cima da trave. O jogo seguia movimentado, mas o Papão levando a melhor nas tentativas de ampliar o placar, principalmente com Esli Garcia, Ruan Ribeiro e Vinícius Leite.

Aos 40′, Esli Garcia, o xodó da Fiel, recebeu um passe açucarado de Vinícius Leite e não desperdiçou. Encobriu o goleiro para fazer 2 a 0. Aos 43′, Ruan fez linda jogada pela direita, driblando dois marcadores, e cruzou para a pequena área, onde Esli só escorou para fechar o placar no estádio Diogão. Vitória tranquila, segura e categórica do Papão.

A partida de volta será domingo, na Curuzu. Com a vantagem estabelecida na partida deste sábado, o Papão deu um grande passo para chegar às semifinais do campeonato. Para se classificar, pode perder até por dois gols de diferença.

LEÃO SANTARENO QUEBRA INVENCIBILIDADE DA TUNA

Com um golaço solitário de Bruno Costa no 2º tempo, o São Francisco derrotou a Tuna pelas quartas de final, no estádio da Curuzu. O Leão Santareno foi mais objetivo e já poderia ter chegado ao gol na primeira etapa. Edgo chegou a marcar aos 40 minutos, mas o impedimento foi marcado. A Tuna pressionou mais na etapa final, mas foi o São Francisco que chegou ao gol: Bruno Costa pegou de primeira após falta cobrada do lado direito do ataque.

O jogo de volta será no próximo fim de semana, no estádio do Souza, em Belém. O São Francisco joga pelo empate para chegar à semifinal.

ÁGUIA ABRE VANTAGEM SOBRE O CAETÉ

O Águia de Marabá derrotou o Caeté neste sábado (9), no estádio Zinho Oliveira, pelo jogo de ida das quartas de final do Parazão 2024. Os gols da vitória do Azulão foram marcados pelo atacante Braga, todos na segunda etapa. O resultado deu ao time marabaense vantagem diante do Guerreiro Caeteuara na luta por uma vaga à semifinal.

O Azulão foi superior ao adversário em quase todo o jogo. No 1º tempo, o Águia teve as melhores chances, mas errou muito nas finalizações. No 2º tempo, o Azulão continuou melhor e acertou o pé, com dois gols de Braga, aos 3 minutos e outro aos 15′.