Moro veta 21 perguntas embaraçosas de Cunha para Temer

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O juiz Sérgio Moro indeferiu 21 das 41 perguntas que a defesa do deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB) apresentou para que sejam respondidas pelo presidente Michel Temer, convocado como sua testemunha de defesa no processo da Lava-Jato. Moro afirma que o teor das perguntas é inapropriado e que, além disso, a 13ª Vara Federal de Curitiba “não tem competência para a realização, direta ou indiretamente, de investigações em relação ao Exmo. Sr. Presidente da República”.

A defesa de Cunha perguntou a Temer, por exemplo, se ele recebeu alguma vez em sua casa Jorge Zelada, que foi diretor da área internacional da Petrobras: “Vossa Excelência recebeu Jorge Zelada (ex-diretor da área internacional da Petrobras) alguma vez na sua residência em São Paulo, situada à Rua Bennett, 377?”. E continuou: “Quantas vezes Vossa Excelência esteve com Jorge Zelada?”; “Caso tenha recebido, quais foram os assuntos tratados?”; “Vossa Excelência encaminhou alguém para ser recebido por Jorge Zelada na Petrobras?”. Todas essas perguntas foram vetadas pelo juiz.

Zelada é um dos diretores da Petrobras envolvidos em denúncias de corrupção e repasse de dinheiro a partidos políticos. Ele foi condenado a 12 anos e dois meses de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro. Preso na 15ª fase da Operação Lava-Jato, Zelada foi acusado de receber propina envolvendo o contrato de navios sondas da Petrobras. O ex-diretor mantinha 12 milhões de euros em uma conta secreta no exterior.

A defesa de Cunha fez outras perguntas constrangedoras – e também vetadas por Moro – ao presidente Temer. “Vossa Excelência conhece João Augusto Henriques?”; “Caso conheça, quantas vezes esteve com ele e quais assuntos trataram?”. Henriques é apontado pelo Ministério Público Federal como um operador de propina do PMDB. As duas foram igualmente vetadas.

Também foi perguntado a Temer – e vetado – se “Houve alguma reunião com fornecedores da área internacional da Petrobras com vistas à doação de campanha para as eleições de 2010, no seu escritório político na Avenida Antonio Batuira, em São Paulo, juntamente com João Augusto Henriques”.

Os advogados de Cunha perguntaram ainda se José Yunes recebeu alguma contribuição de campanha para Temer ou para o PMDB e se, caso tenha recebido, foi de “forma oficial ou não declarada”. Yunes é assessor especial de Temer e é seu amigo pessoal há pelo menos 40 anos. (De O Globo)

Hum hum…

Eurico demite Jorginho e anuncia reformulação no Vasco

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A saída de Jorginho do Vasco é o início de uma reformulação no departamento de futebol do clube. Na tarde desta segunda-feira, o presidente Eurico Miranda confirmou que o treinador deixa o clube de forma consensual, mostrou certo contragosto com a decisão e fez questão de elogiar o ex-empregado.

eurico– A primeira comunicação é que vou fazer uma reformulação no departamento de futebol, que começa com a saída do treinador. Chegamos a uma conclusão consensual. Quero deixar registrado que tive o reconhecimento ao trabalho desenvolvido. Normalmente, temos memória curta, mas teve um período no Vasco onde tivemos uma conquista da maior importância. Tentam minimizar, mas o Vasco foi campeão estadual invicto, passou 30 e tantos jogos invicto na direção dele como treinador. Essa reformulação que vamos fazer no Vasco é em função de que o que vale é o resultado final – disse Eurico.

O presidente cruz-maltino esteve acompanhado de Jorginho e Zinho na sala de coletiva. A dupla, aliás, vai continuar trabalhando como comissão técnica em futuros projetos. O treinador fez uma retrospectiva de sua passagem pelo Vasco e disse sair com a missão cumprida.

– Cheguei com o Vasco em último, situação difícil. Nosso projeto era trazer honra ao Vasco. Por pouco não permanecemos na primeira divisão. O trabalho foi muito bem feito. Ficamos todas as 38 rodadas na zona de classificação para a Série A. Saio com a missão cumprida. Não da forma que gostaria, mas com o Vasco na primeira divisão – afirmou Jorginho. (Com informações do globoesporte.com)

Brasil lidera ranking de jogadores em clubes da Europa

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O Centro Internacional de Estudos dos Esportes (CIES) divulgou nesta segunda-feira os números dos países com mais representantes na Europa. O Brasil lidera o ranking com folga: são 469 jogadores atuando em todas as 31 ligas do continente até outubro.

Só o Benfica tem seis: Julio César, Ederson, Luisão, Jardel, Danilo Barbosa e Jonas (foto acima). No Ludogorets, que também disputa a Liga dos Campeões, são oito, assim como no Shakhtar Donetsk, da Ucrânia – que iria a nove com o naturalizado croata Eduardo da Silva.

Entre apenas as cinco principais ligas (Alemanha, Espanha, França, Inglaterra e Itália), o país está em segundo, colocado na França (116 a 114). A Espanha completa o pódio, com 66 atletas – e 201 no total. Fora da Europa, a Argentina é a quinta, com 97 nas cinco ligas e 168 no geral, e a Nigéria é a 10ª, com 109 e 118, respectivamente.

Em agosto, a CBF divulgou um relatório da Diretoria de Registro de Transferência, com dados das saídas de jogadores brasileiros para o exterior. Foram 770 até o mês de julho.

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Um refém na Presidência

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Fustigado pelas denúncias de envolvimento na pressão ao ex-ministro Calero, a fim de ajudar o também ministro Geddel Vieira Lima, Michel Temer vive a esquisita realidade de depender exclusivamente de Renan Calheiros (Senado) e Rodrigo Maia (Câmara), apequenando-se ainda mais para continuar na Presidência. Para o golpista que assumiu o poder prometendo estabilidade e enfrentamento à corrupção, o governo interino vai muito mal das pernas. E há muito mais ainda a ser escavado e descoberto.

Atenção para as cenas dos próximos capítulos…

Um paraense na festa do grande campeão

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O paraense Júnior Moraes, torcedor apaixonado do Palmeiras e ex-atleta de futebol, viajou a São Paulo exclusivamente para acompanhar o jogo contra a Chapecoense e participar da grande festa pela conquista do título brasileiro, na Arena Palmeiras. Antes da partida, Junior fez questão de posar para o blog à entrada do Allianz Parque, exibindo a bandeira do Pará estilizada com o escudo palmeirense. Depois, ao lado da esposa, Júnior fez selfie dentro do estádio em meio à galera alviverde.

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Rock na madrugada – Nação Zumbi, Quando a Maré Encher

Um legítimo campeão

POR GERSON NOGUEIRA

Com o título brasileiro ganho ontem por antecipação, Cuca desfaz em definitivo os últimos questionamentos sobre sua capacidade de montar times vencedores e afugenta a antiga fama de pé-frio. Já havia sido assim no Atlético-MG, vencedor da Taça Libertadores, mas o fracasso no Mundial de Clubes quase ofuscou aquela grande conquista.

Desta vez, após rápida incursão pelo futebol chinês, Cuca levou a cabo um feito quase heroico. Precisava em pouco tempo formatar um Palmeiras competitivo a partir de um elenco repleto de jogadores medianos.

unnamedHavia um astro – Gabriel Jesus – na companhia, cercado de vários operários, alguns experientes e rodados (Fernando Prass, Arouca, Zé Roberto, Jean, Alecsandro, Rafael Marques, Edu Dracena, Cleyton Xavier etc.). Dessa mescla de jogadores, conseguiu em pouquíssimo tempo formar um time razoavelmente forte para o Campeonato Brasileiro.

Os bons resultados iniciais deram força e entusiasmo ao grupo, a partir da confiança que o torcedor foi adquirindo com as vitórias em sequência. Como a competição é longa, sujeita a solavancos e desacelerações, temeu-se que o ainda pouco confiável Palmeiras não aguentasse o ritmo.

Não só aguentou bem as provações, como aos poucos foi assimilando um jeito muito pragmático de encarar o Brasileiro. Cuca estruturou seu esquema na velocidade e no talento da dupla de ataque, Gabriel Jesus-Dudu. Para municiar os atacantes, apostou em Roger Guedes e Moisés.

Foi encaixando as demais posições a partir das características desses atletas. E foi extremamente feliz nas escolhas. Até Zé Roberto, do alto de seus 42 anos, encontrou refúgio na lateral-esquerda, sua posição de origem. Como a confirmar o acerto da escalação por ali, Zé foi um dos mais ativos defensores da equipe diante da Chapecoense, posicionando-se algumas vezes até na cobertura da dupla central de zagueiros.

Guedes e Moisés se afinaram com Dudu e Gabriel, tendo como suporte na marcação Jean e Tchê Tchê, grata revelação do campeonato.

Nada revolucionário ou inovador, apenas um time brigador, incansável na busca pela vitória (dentro e fora de sua arena) e um espírito de agregação que permitiu que veteranos graduados aceitassem numa boa o papel de coadjuvantes.

Por todas essas virtudes, Cuca é o grande símbolo deste Palmeiras campeão após 22 anos de espera, superando até Gabriel Jesus em importância para o desfecho satisfatório da campanha. Sem a sabedoria na escolha das peças e a determinação demonstrada pelo técnico, o título dificilmente iria ficar com o Palestra.

O futebol não foi magistral, nem de encher os olhos, mas a métrica dos pontos corridos é implacável. Nenhum time chega à bandeirada final sem apostar na regularidade e na força do conjunto. Cuca foi quem teve neste ano a melhor leitura sobre as características da competição, e se deu bem.

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Papão e a necessidade de transformação

Dos debates travados no blog campeão, selecionei a análise de dois bicolores juramentados sobre a participação do Papão na Série B e as perspectivas para 2017. Miguel Carvalho, crítico ferrenho de Dado Cavalcanti, avalia que os dirigentes precisam extrair lições da campanha que findou na sexta-feira.

“Creio que a permanência Bicolor mais um ano na segunda divisão brasileira venha para amadurecer a instituição e que, ao subir, não faça como o Joinville, o Santa Cruz e o América-MG. Que se espelhe na Chapecoense, um clube com orçamento fechado, ciente do que pode gastar e de que não é necessário ficar refém de empresas ou empresários que só visam o lucro próprio enfiando jogadores medíocres em clubes que vivem caçando os tais jogadores de expressão”.

Jorge Paz Amorim tem pensamento contrário. “Sou dos poucos que não culpa o elenco pelo pífio desempenho do clube no campeonato. É verdade que alguns jogadores renderam menos do que seus respectivos currículos recomendavam, porém até isso me deu a impressão de ser fruto de fatores extracampo,ou seja, falta de comando que permitiu disputas nada saudáveis entre jogadores e comportamentos notívagos incabíveis a um atleta profissional”.
Quanto à próxima temporada, Jorge chama atenção para algumas particularidades da Série B, que deverá deixar de ser disputada apenas por times do Nordeste e do Centro-Oeste, passando a exigir viagens mais longas com a provável inclusão do Internacional: “Ao todo, serão onze deslocamentos ao eixo Sul-Sudeste. Ora, isso exigirá, além da qualificação técnica para a disputa, dedicação, preparo físico, profissionalismo e espírito coletivo acima do medíocre e recorrente cacoete de muitos jogadores que disputam a competição – o de que ela não passa de ‘exposição em vitrine’. E isso demanda comando altamente enérgico da futura comissão técnica, bem como uma direção administrativa firme e apta a apagar incêndios provocados por labaredas oriundas dessas torpes fogueiras de vaidades”.

(Coluna publicada no Bola desta segunda-feira, 28)

Inter vence e ainda sonha com a salvação

https://www.youtube.com/watch?v=i89yVyoRwCc