Entenda como dirigentes têm mais a ganhar do que Rogerio Ceni no comando do S. Paulo

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POR LUÍS ANTÔNIO PRÓSPERI, em seu blog

São Paulo tem mais a ganhar do que Rogerio Ceni ao anunciar o ex-goleiro como novo técnico do time. Com o ídolo no comando, dirigentes lavam as mãos e entregam a Ceni, aos 43 anos, a dura missão de reconstruir o futebol do clube, esfarelado há quase uma década sem um título de expressão. A responsabilidade agora não é mais dos cartolas, enrolados com uma gestão fraca e loucos por colher votos nas eleições em abril do ano que vem. Contrato do treinador será de dois anos, com multa alta, e algumas garantias.

Cabe a Rogerio Ceni daqui para frente fazer o time jogar e convencer a torcida de que o São Paulo vai retomar a trilha dos campeões. Não é uma tarefa das mais fáceis.

Veja os desafios do novo treinador:

Reformulação do time
Não adianta sonhar alto na busca por reforços de peso e alto valor no mercado. Caixa baixo e dívidas impedem a contratação de jogadores de nome. Alguns do atual grupo serão dispensados, casos do goleiro Denis, Michel Bastos e outros menos cotados como o atacante Gilberto. Rodrigo Caio deve ser negociado na janela de janeiro para o clube fazer dinheiro.

Reforços
Ceni já apresentou uma lista de jogadores do mercado brasileiro e internacional. A prioridade é um goleiro. Sidão, do Audax e emprestado ao Botafogo, está fechado e vai assinar contrato por dois anos. Treinador quer um volante e um meia que cheguem para resolver os problemas do time.

Pressão
Sem a tão cobiçada Copa Libertadores, Ceni terá o Campeonato Paulista para organizar o time e se preparar ao Brasileirão e Copa do Brasil. Se não for bem no Estadual, novo treinador será poupado de críticas e preservado, até porque as eleições a presidente serão em abril na reta final do Paulistão.

Armação do time
Rogerio conhece todos os cantos do Morumbi, desde onde se escondem os “ratos” até onde se guardam as “joias”. Terá respaldo do porteiro ao presidente para tocar seu trabalho. Sem pressão externa, vai ter de mostrar que está mesmo preparado para comandar o time.

Aprendizado
Ceni nunca dirigiu um time de futebol. Jogou até o ano passado. Aos 43 anos, acumula bagagem volumosa do que viu e aprendeu nesses mais de 20 anos no clube. Conviveu com treinadores excelentes e outros muito fracos. Sabe o que é vestiário. Mas, seis meses de cursos e estágios na Europa, em especial nos clubes ingleses, não são credenciais para dizer que está pronto.

Ídolo
Tudo o que construiu dentro do Morumbi ao longo da sua carreira, vai ser jogado aos leões. No futebol brasileiro é comum clubes sugarem seus ídolos e depois jogar o bagaço fora. Ceni, por mais respaldo que tenha, não é nem vai ser uma exceção. Se não conseguir bons resultados no campo e as conquistas de títulos não vierem a curto prazo, seu destino será o mesmo de tantos outros: o olho da rua.

Mais do que ninguém, Rogério Ceni sabe o tamanho do desafio que terá pela frente. Só ele sabe o risco que corre de perder esse patrimônio em pouco tempo.

Se resolveu assumir esse novo compromisso por entender que tem condições de fazer uma carreira brilhante, perfeito. Se foi por vaidade e desejo de não ficar longe da ribalta após encerrar o trabalho de jogador, então começa errado. Ceni vai salvar cartolas que estavam encaminhados ao paredão. Os mesmos cartolas que não terão piedade se, por acaso, o ídolo falhar.

Kennedy: ex-ministro pode ter gravado conversas com Temer e Geddel

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O jornalista Kennedy Alencar publicou em seu Twitter nesta quinta-feira (24) que “informação que circula em gabinetes de Brasília dá conta de que Marcelo Calero entregou gravações à PF, inclusive de conversa com Temer”.

Caso se confirme a informação poderá representar o fim precoce do governo de Michel Temer.

Em seu depoimento à PF, Calero afirmou que Michel Temer o pressionou a liberar o espigão de 107 metros de altura, onde Geddel tem um imóvel de R$ 2,4 milhões.

O senador Lindbergh Farias (PT) pedirá o impeachment de Temer.

Anistia a políticos, objetivo do golpe, pode ser aprovada pela Câmara

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Após uma reunião que se estendeu madrugada a dentro entre parlamentares e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), a votação de uma anistia ao caixa dois eleitoral pode ser votada hoje na Casa. Em uma espécie de “tapetão” político, a ideia dos deputados é derrubar na íntegra o texto aprovado por unanimidade na comissão especial que analisava o projeto e votar um substitutivo costurado durante esta madrugada, um com novo texto de medidas anticorrupção com direito a anistia para quem cometeu crime de caixa dois e punição mais severa para magistrados e integrantes do Ministério Público.

Maia convocou uma sessão para as 9h desta quinta e há grandes chances de o projeto ser votado e aprovado já nesta manhã. Se isso acontecer, como diria Michel Temer, cumprir-se-á a profecia de seu líder Romero Jucá, que disse ser necessário derrubar Dilma Rousseff, a presidente honesta, para estancar a sangria da Lava Jato.

Leia, abaixo, reportagem da Agência Brasil:

Votação de projeto de lei anticorrupção na Câmara é adiada para quinta-feira

Luciano Nascimento – Repórter da Agência Brasil

Diante da continuidade dos trabalhos da comissão especial que analisa o Projeto de Lei (PL 4.850/16) que trata das medidas de combate à corrupção, a presidência da Mesa da Câmara decidiu encerrar, por volta da meia-noite, a sessão extraordinária que estava ocorrendo simultaneamente à comissão. Havia a expectativa do Plenário da Câmara votar o projeto de lei ainda na madrugada de hoje (24).

O texto principal do projeto foi aprovado na comissão por volta das 22h20, mas os deputados ainda precisavam concluir a votação dos destaques, o que estendeu os trabalhos. Mesmo assim, o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ) havia convocado um pouco antes uma sessão extraordinária sem nenhum projeto para votação.

O deputado Miro Teixeira (Rede-RJ) questionou a manutenção da sessão. “Ainda estão votando na comissão”, disse. Diante da pressão de vários deputados, o primeiro-secretário da Mesa Diretora, Beto Mansur (PRB-SP), que presidia a sessão, decidiu encerrar os trabalhos por volta de meia-noite. Mansur, porém, convocou uma sessão extraordinária deliberativa para a manhã desta quinta-feira (24).

A convocação foi questionada por Teixeira, sob o argumento de que a sessão poderia ser usada para votar a anistia do caixa dois. Na comissão, deputados denunciaram que haveria uma manobra para aprovar uma emenda durante a votação no plenário para anistiar o caixa dois. “Quando se diz que há matéria sobre a mesa pode ser um monte de coisa, inclusive, podemos imaginar que um requerimento de urgência vai jogar a anistia na cola de todo mundo”, disse.

Mansur disse acreditar que o projeto não entraria na pauta, pois a comissão ainda não havia terminado o seu trabalho. “Nós estamos aguardando o relatório final da comissão das dez medidas. Está se votando agora os destaques”, disse. “A informação que me cabe e eu passo a vossas excelências é que amanhã teremos sessão deliberativa com um projeto que tem por tema a Previdência”, disse.

Mais cedo, logo após a aprovação do projeto das medidas de combate à corrupção, o presidente da comissão Joaquim Passarinho (PSD-PA) e o relator da proposta Onyx Lorenzoni (DEM-RS), divulgaram uma nota em que se manifestaram repúdio contra uma suposta manobra para tentar anistiar a prática de caixa dois, uma das medidas criminalizadas pelo projeto.

De acordo com a nota os deputados manifestam “repúdio a tal possibilidade, bem como, a qualquer outra com igual finalidade, que, mesmo regimentalmente amparada, se constituiria numa frustração inaceitável dos anseios nacionais”.

O texto diz ainda que o projeto das dez medidas, elaborado pelo Ministério Público Federal, foi apoiado por mais de 2 milhões de assinaturas e ainda conclama os deputados a votar contra uma possível anistia. “[O projeto resultou] numa construção jurídica cujo resultado deve ser respeitado por seus representantes, sendo reprovável qualquer ação que tenda a frustrá-lo”, diz a nota.

Um dos principais pontos de polêmica do texto, a que criminalização a prática de caixa dois gerou divergências na comissão a respeito do efeito da medida. A proposta torna crime o uso de recursos não contabilizados e responsabiliza os dirigentes partidários. Os partidos, por sua vez, estão sujeitos a multa.

Alguns deputados chegaram a denunciar uma suposta manobra para tentar anistiar os políticos que incorreram na prática. De acordo com o deputado Alessandro Molon (Rede-RJ), a manobra consistiria em uma emenda apresentada em plenário para modificar o texto.

O deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) chegou a mostrar uma proposta de texto que seria apresentado no plenário. O texto dizia que “Não será punida na esfera penal, civil e eleitoral doação contabilizada, não contabilizada ou não declarada, omitida ou ocultada de bens valores ou serviços para financiamento de atividade político-partidária ou eleitoral realizada até a data da publicação desta lei.” (Do Brasil247)

Meio caminho andado

POR GERSON NOGUEIRA

O melhor jogador da final da Copa do Brasil não terminou o jogo. Pedro Rocha foi expulso aos 23 minutos do segundo tempo ao receber o segundo cartão amarelo. Autor de dois gols, era o grande protagonista do confronto no Mineirão. Sua saída tirou parte do brilho do espetáculo, pois obrigou o Grêmio a um recuo estratégico.

unnamedRocha brilhava pela individualidade e pela aplicação tática, desdobrando-se com Luan nas ações ofensivas do Grêmio, que não utiliza atacante de referência e aposta tudo na habilidade de seus jovens homens de frente.

No primeiro gol, aos 29 minutos de partida, ele recebeu passe na área, driblou o zagueiro Gabriel e chutou rasteiro na saída do goleiro Vítor.

No lance do segundo gol, aos 9 minutos, apanhou a bola junto à linha de meio-de-campo e foi avançando até o gol. Ficaram pelo caminho três marcadores e o goleiro atleticano.

Antes disso, já havia perdido duas chances em lances rápidos de contra-ataque, nos minutos finais do primeiro tempo.

O técnico da Seleção, Tite, estava nas tribunas e deve ter ficado, como todos os não atleticanos, desapontado com a exclusão prematura do atacante gremista. O que viu, porém, deve ter sido suficiente para prestar mais atenção em Rocha, atacante que reúne características compatíveis com o atual sistema adotado pelo escrete.

Com a pressão imposta no quarto final do jogo, o Atlético conseguiu diminuir aos 36 minutos, em finalização certeira do zagueiro Gabriel. Quando tentava aplicar um cerco final sobre o Grêmio, sofreu o contragolpe fatal. Geromel avançou pela direita e cruzou para Éverton completar para as redes, aos 45 minutos.

O terceiro gol calou a torcida do Galo, que tem a tradição de acreditar sempre em reversões espetaculares. O desempenho do time, porém, desaconselha maiores expectativas. Com pífia marcação no meio, a criação ficou comprometida. Robinho e Maicosuel não conseguiram jogar e a bola não chegou a Lucas Pratto.

Do lado gremista, além da exuberante participação de Pedro Rocha, cabe destacar a aplicação do time na recomposição da defesa. Douglas comandou a armação e teve papel importante no desenvolvimento de jogadas pelo meio.

Pareceu que o Galo de Marcelo Oliveira não se preparou para neutralizar o esmero gremista em reter a bola e sair tocando em velocidade. Rocha e Luan jogaram quase sempre soltos, sem ninguém a marcá-los, deixando a zaga atleticana em situação de extrema vulnerabilidade.

A vantagem estabelecida deixa o Grêmio em condição privilegiada para aplicar o jogo que mais aprecia, com bloqueio defensivo e contragolpes fulminantes. Ao Atlético resta lutar e acreditar, torcendo para que o time não repita a pífia apresentação de ontem.

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Leão sub-20 levanta taça, apesar do fogo amigo

Os garotos do sub-20 remista conseguiram dar ao clube o único título do futebol na temporada, derrotando a Tuna, de virada, por 2 a 1. Curiosamente, muitos azulinos ilustres torceram pela derrota, a fim de atribuir o fracasso ao atual presidente André Cavalcante, candidato à reeleição.

Caso típico de miopia gerada pelo fervor da disputa eleitoral, que se sobrepõe ao interesse pelo êxito do clube.

O problema é que dirigentes passam e a instituição permanece.

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As leis não escritas do futebol  

Alex, meia do Internacional, foi sondado para defender o Botafogo na Série A deste ano. As negociações avançavam, mas o jogador decidiu ficar no Beira-Rio, alegando que temia ir para um clube candidato certo ao rebaixamento.

Assim como a bola pune, a língua castiga.

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Algo de podre no reino do grande Barça

Detentor de conquistas invejáveis em campo e exemplos edificantes de gestão, o Barcelona tem saído arranhado de episódios que envolvem suas maiores estrelas. O primeiro problema envolveu Lionel Messi, cuja carreira foi vasculhada pela rígida Justiça espanhola. Chegou a sofrer condenação a 21 meses de prisão por três fraudes, que lesaram o fisco em 4,1 milhões de euros.

Agora o peso da lei desaba sobre Neymar. A Audiência Nacional, espécie de suprema corte espanhola, determinou a reabertura do caso que apura desvio de dinheiro e corrupção no âmbito privado. Neymar, seu pai, o Barcelona e o Santos correm risco de condenação. O jogador pode vir a ser preso. Como é na Europa, a possibilidade é real e imediata.

É o segundo imbróglio de Neymar com a justiça da Espanha. No primeiro, o Barcelona e seu presidente Josep Bartolomeu e o ex-dirigente Sandro Rosell foram acusados de crimes fiscais. Em acordo com a promotoria, os dois cartolas foram inocentados e a culpa toda foi atribuída ao clube, condenado a pagar 5,5 milhões de euros.

(Coluna publicada no Bola desta quinta-feira, 24)

Grêmio abre vantagem na decisão da Copa do Brasil

https://www.youtube.com/watch?v=LKvWAP9ru3U

Trump tenta se distanciar da direita racista que apoiou sua candidatura

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POR JOAN FAUS, no El País

“Eu os repudio e condeno”. Com essa afirmação, o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, procurou se distanciar nesta terça-feira, pela primeira vez em público, do apoio que recebeu de um grupo de direita racista norte-americana. O presidente eleito se envolveu em uma polêmica depois de que, no sábado, cantaram-se palavras de ordem nazistas para comemorar a sua vitória eleitoral em um evento do National Policy Institute, que defende a preservação da raça branca nos Estados Unidos.

Heil Trump. Heil o povo. Heil a vitória”, proclamou Richard Spencer, o dirigente da organização, no ato realizado em Washington. Alguns dos presentes responderam fazendo a saudação nazista com o braço. Spencer é considerado o pai do conceito alt-right (direita alternativa), uma corrente que atrai racistas e antissemitas e que se forma em torno do repúdio à imigração como ameaça ao predomínio demográfico branco e ao establishment político. Outros grupos com ideias semelhantes festejaram a vitória de Trump.

Em encontro com jornalistas e executivos do The New York Times, Trump negou que sua campanha tenha estimulado o crescimento da chamada alt-right. “Não é um grupo que eu queira estimular. E, se eles estão motivados, quero investigar isso e saber o motivo”, disse o republicano. Na véspera, um porta-voz seu já havia se distanciado desses grupos.

Durante a campanha, Trump lançou sinais em direção aos grupos de extrema-direita ao contratar Steven Bannon, responsável pelo Breitbart News – uma publicação digital que se definiu no ano passado como “uma plataforma para a alt-right” -, como coordenador de sua candidatura. O futuro presidente escolheu agora Bannon como seu coordenador de estratégia na Casa Branca, o que gerou uma torrente de críticas.

No encontro com o Times, Trump defendeu Bannon. “Se achasse que ele é um racista ou da alt-right ou de qualquer uma dessas coisas ou expressões que se queira usar, eu nem sequer teria pensado em contratá-lo”, afirmou. “Creio que estão sendo muito duros com ele. Creio que estão equivocados”.

O fundamentalista Spencer, por sua vez, minimizou nesta terça-feira a sua intervenção, durante a qual também emitiu palavras de ordem antissemitas, e citou a propaganda nazista para atacar os jornalistas. Em entrevista à rede NBC, ele alegou que seus gritos de Heil pretendiam ser “irônicos” e “insolentes”.

Preocupação no Museu do Holocausto

A retórica extremista desencadeou forte preocupação, no entanto, no Museu do Holocausto, localizado ao lado do centro de convenções onde se realizou o encontro do grupo de Spencer. A instituição soltou uma nota em que se declara “profundamente preocupada com o discurso do ódio” registrado no evento do National Policy Institute.

Spencer disse que os EUA pertencem aos brancos, que devem decidir entre “conquistar ou morrer”. O museu chama a atenção para o fato de que essas palavras são semelhantes à percepção negativa que Adolf Hitler tinha dos judeus e sua opinião de que a história é uma luta pela sobrevivência da raça. “O Holocausto não começou com mortes, começou com palavras”, assinala o texto. “O museu pede a todos os cidadãos norte-americanos, nossos líderes religiosos e civis, e aos responsáveis de todas as áreas do governo que confrontem o pensamento racista e o discurso do ódio que só serve para nos dividir”.