6 comentários em “Para reflexão

  1. Bom, no caso daqueles que vieram enviados para o Brasil, o que houve foi contrato muito bem remunerado, nada de solidariedade.

    Nada contra os médicos cubanos, muito ao contrário, tive oportunidade de conhecer uma meia dúzia, e os achei excelentes pessoas. Opinião que também era da comunidade na qual atuavam, apesar deles enfrentarem muitas limitações, eis que não é só de médicos que se faz uma digna prestação de serviços de saúde, máxime nas áreas interioranas mais remotas.

    Enfim, no caso do Mais Médicos no Brasil, o envio dos médicos não traduziu solidariedade nem mesmo com os próprios médicos cubanos, vez que estes recebiam uma ínfima parcela daquilo que o Brasil pagava per capta. Isso sem contar que viviam sob intensa vigilância para evitar que materializassem eventual desejo de ficar por aqui mesmo ou de tomar o rumo da questionada (no texto postado) democracia norte americana. Mas, mesmo assim, alguns ainda conseguiram fazer ponte do Brasil para os EUA.

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  2. Caro Oliveira, bom reencontrá-lo, tudo bem? Mas, permito-me refletir sobre o que cada um acha melhor para si e para os outros. Recentemente, há poucos dias na verdade, um grupo pediu por uma ditadura militar. E Cuba está numa ditadura há bastante tempo. Por que Cuba não está melhor que o Brasil, na própria ótica conservadora, se Cuba é vive numa longeva ditadura? Sei que você mesmo não é desses que anseia pela volta de uma ditadura violenta ao país, mas chamo a atenção para essas idiossincrasias. Brasil e Japão são considerados parceiros, embora a dita parceria seja um conjunto de acordos de comércio. Por mais que a palavra solidariedade soe estranha, quantos médicos o Brasil envia ao exterior para algumas das áreas mais remotas do continente? Solidariedade é algo que nem entre brasileiros se vê costumeiramente. Os médicos negam-se ao interior, ao sertão. Querem a comodidade da cidade apenas e esquecem dos brasileiros que mais precisam, aqueles que vivem nos grotões do país. Ora, se os acordos comerciais entre Brasil e Japão, altamente desvantajosos para o Brasil, podem ser chamados de parceria, então a intervenção de médicos cubanos em favor dos brasileiros esquecidos nos confins, pode sim ser chamado de solidariedade.

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    1. Boas falas, amigo Lopes. Solidariedade é item que só se vê nas chamadas anuais daquele arranjo marqueteiro que a Globo faz para arrecadar dinheiro.

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  3. É uma satisfação conversar novamente com você, amigo Lopes. Vou indo conforme Deus manda! E você? Espero que tudo ande em paz.

    Bom, quanto ao debate tenho pouco a dizer. Começo sustentando que mesmo sem violência (se é que existe) eu não faria gosto numa ditadura. Quanto aos médicos, não posso afirmar, mas, creio que o Brasil, não adota a prática de mandar nenhum médico para o exterior mediante contrato de prestação de serviços, aos molde s feitos por cuba. E, acho melhor que assim não faça, posto que me parece que seria indevida limitação ou mesmo cerceamento de liberdade. A propósito, no Brasil, há médicos, como de resto há profissionais de qualquer outra área, que realmente não cultuam a solidariedade como uma valor a ser prestigiado. Mas, quer me parecer que o Brasileiro, em geral, e muitos médicos, em particular, exercitam, e muito, a solidariedade, inclusive emprestando seus conhecimentos e habilidades, e, principalmente, seu tempo, àqueles que mais precisam, sem qualquer ônus para os beneficiários.

    Quanto à preferência dos médicos pela comodidade dos centros da cidade acho que este é um assunto que rende muito debate. Afinal, o que se tem ouvido e até constatado é que o Estado quer usar os médicos como bode expiatório para sua ausência quase absoluta nestes grotões, onde a distância, e a remuneração baixa, é só o início dos problemas que levam aos médicos rejeitarem propostas de interiorização. Tal argumento não pode ser esquecido num debate quanto se constata que mesmo nos grandes centros a completa falta de estrutura na prestação do serviço de saúde para aqueles que mais precisam está todo dia aí nas nossas barbas a nos afrontar.

    Quanto à terminologia a ser empregada no negócio feito entre Cuba e o Brasil para fornecimento/consumo do trabalho de médicos, mesmo não concordando que tal avença possa ser designada como solidariedade, ou produto de solidariedade, eu, como de costume, respeito absolutamente sua opção pelo caminho oposto.

    Aliás, talvez o oposto, fosse até mais palatável. Isto é, o negócio ser considerado como um ato de solidariedade do Brasil para com Cuba. Avença visando abrir alternativa de ingresso de recursos para a terra de Fidel face as alegadas dificuldades enfrenta em decorrência do Embargo.

    Mas, isso é só talvez, pois seria uma solidariedade muito estranha, levando em conta que se faria com base na exploração do trabalho humano, dada a parcela ínfima que os médicos teriam disponíveis do valor que o Brasil paga per capta para Cuba.

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