De virar o estômago

Por Heraldo Campos

Foi essa sensação que tive quando assisti o documentário “Amazônia, a nova Minamata?” [1] na TV, sobre os efeitos maléficos para a saúde das pessoas por causa do mercúrio, seja por causa do despejo nas águas superficiais pela indústria química na produção de plástico, como o que aconteceu no Japão, iniciado nos anos 30 do século passado na cidade de Minamata (foto acima), ou como nos dias de hoje pelo seu uso criminoso para a concentração de ouro, via o garimpo ilegal, contaminando os solos e as águas em terras indígenas.
Nas aulas de mineralogia ministradas nas faculdades o elemento químico mercúrio, um metal pesado líquido conhecido pela sua alta toxidade, é apresentado como integrante do grupo dos sulfetos e o mineral que o contém, com a fórmula química HgS, é o cinábrio. Esse mineral ocorre em impregnações e enchimentos de veios próximo de rochas vulcãnicas recentes e de fontes termais, depositado próximo da superfície. [2]
“Nunca é demais lembrar que a remediação dos solos e das águas é complexa e pode custar caro, como por exemplo, as extensas áreas contaminadas por mercúrio pela atividade predatória, ilegal e criminosa, como vem ocorrendo na Amazônia e invadindo território Yanomani. Então, como devemos proceder diante dessa agressão ao meio ambiente? Espera-se que esses invasores da Amazônia que há tempos vêm desmatando, queimando, grilando, garimpando e contaminando seus solos e águas sejam devidamente identificados, responsabilizados e punidos de acordo com a lei.
Mesmo que a legislação permita a destruição do maquinário para extração do ouro em território
Yanomami, sob a alegação de que a retirada dessas áreas invadidas seria ‘inviável do ponto de vista logístico’, será que uma vez identificados os responsáveis não caberia a eles a responsabilização pela retirada desses equipamentos? Não seria uma solução razoável a transferência para outras áreas mais distantes da região Amazônica desses equipamentos (motores e bombas), onde poderiam sofrer adaptações e reaproveitados na captação de água, como em regiões mais carentes desse recurso? O Semiárido brasileiro, que se estende por nove Estados da região Nordeste e também pelo norte de Minas Gerais, poderia ser uma dessas áreas de transferência. Outros equipamentos, como tratores e escavadeiras poderiam ser confiscados e utilizados na etapa de escavação para remediação das áreas contaminadas, por exemplo.
Uma vez que esses equipamentos entraram na floresta Amazônica, por terra, água ou ar devem, pela lógica, conseguir sair do mesmo jeito e a conta com esses custos deve ser debitada aos invasores além, obviamente, da recuperação das áreas degradadas com a descontaminação do mercúrio nos solos e nas águas, incluindo a recuperação da floresta com árvores nativas. Por outro lado, como existe a preocupação social com o grande contingente de garimpeiros que atuaram no garimpo ilegal e predatório – que de certa forma ficaram ‘deslocados do mercado de trabalho’ – aqueles que não são os mandantes e sem antecedentes com a justiça poderiam ser reaproveitados como mão de obra no replantio da vegetação retirada, desde que devidamente cadastrados junto aos órgãos fiscalizadores e monitorados, controlados e vigiados nessa importante etapa de recuperação das áreas degradadas.” [3]
“Em 1979, em plena ditadura militar, Walter Franco cantou a sua música ‘Canalha’ no Festival da Tupy com os seguintes versos: ‘É uma dor canalha / Que te dilacera / É um grito que se espalha / Também pudera // Não tarda, nem falha / Apenas te espera / Num campo de batalha / É um grito que se espalha / É uma dor canalha’.
Foi um delírio para quem estava na plateia e para quem viu ao vivo pela TV. A provocação estava lançada. Hoje vivemos numa democracia, mas os ‘filhotes da ditadura’, como dizia Leonel Brizola, continuam espalhados por aí e atuam como verdadeiros canalhas em vários setores da sociedade brasileira.” [4]
Com o conhecido PL da Devastação em curso no Congresso Nacional, para a implementação de uma nova Lei de Licenciamento Ambiental, a pergunta que fica é: onde vamos parar? Na madrugada de ontem, 10/12/2025, 291 “nobres” deputados aprovaram o PL da Dosimetria. De virar o estômago.

Fontes:
[1] “Amazônia, a nova Minamata?” documentário do diretor Jorge Bodanzky.

[2] “Manual de Mineralogia” de James D. Danna. Editora Ao Livro Técnico S. A. e Editora da
Universidade de São Paulo. 1969. 2v.
[3] “Mecúrio que mata” artigo de Heraldo Campos.
https://cacamedeirosfilho.blogspot.com/2023/02/mercurio-que-mata.html
[4] “Canalha” artigo de Heraldo Campos.
https://cacamedeirosfilho.blogspot.com/2025/07/canalha.html

Bolsonarismo já perdeu quase 90% da força nas ruas

Estudo evidencia baixa adesão de bolsonaristas após o 8/1; crise de imagem dificulta pré-candidatura de Flávio Bolsonaro

Por Dyepeson MartinsAgência Pública

Ruas abarrotadas de camisas verde-amarelas e bandeiras do Brasil já não descrevem as atuais manifestações em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A ameaça de correligionários de que o Brasil iria “parar”, caso o principal líder da ultradireita no país fosse preso, não se concretizou e, após a prisão, a maioria dos atos foram discretos e isolados. É nesse contexto em que o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) se coloca como indicado pelo pai para as eleições de 2026 – assumindo a responsabilidade de contornar uma crise na imagem do próprio bolsonarismo.

A pré-candidatura de Flávio à Presidência da República foi confirmada em nota assinada pelo presidente do PL, Valdemar da Costa Neto. A escolha do sucessor veio do próprio Jair Bolsonaro, que cumpre pena de 27 anos e três meses em regime fechado, na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília, por tentativa de golpe de Estado, que culminou nos ataques às sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023. A decisão é tratada como “blefe” por membros do Centrão.

Por que isso importa?

  • Levantamento mostra mudança de comportamento de apoiadores de Bolsonaro após o 8 de janeiro e após vídeo que provou violação de tornozeleira eletrônica, um indicativo do desafio por apoio que será enfrentado por Flávio Bolsonaro.

A falta de apoio de Flávio vai além dos colegas parlamentares e as ruas traduzem o que seria a crise enfrentada pelo bolsonarismo, que o senador agora herda. A Agência Pública obteve um mapeamento exclusivo da frequência de manifestações bolsonaristas no Brasil desde 2018, feito por pesquisadores da Universidade de São Paulo (Usp), que revelam o tamanho do desafio do filho “01” do ex-presidente. 

No último ano pré-eleitoral disputado por Jair Bolsonaro, 769 atos foram registrados no Brasil, enquanto ao longo de 2025, mesmo com a prisão do ex-presidente, apenas 41 manifestações ganharam as ruas. Mesmo com um apoio quase 19 vezes maior à época, o candidato do PL saiu derrotado nas eleições contra o atual presidente Lula (PT), que busca a reeleição em 2026.

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A pesquisa utilizou dados da Armed Conflict Location & Event Data (ACLED), organização internacional que monitora conflitos, e fornece dados em tempo real sobre violência política e protestos no mundo. “Essa base disponibiliza os dados além do fator dia em que aconteceu o protesto, também a localidade, a cidade e, principalmente, uma variável mais qualitativa, descritiva, dizendo o que aconteceu”, explicou a autora, a cientista política e pesquisadora do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), Lilian Sendretti.

Segundo o estudo, em 2019, primeiro ano de governo Bolsonaro, 354 manifestações de rua foram realizadas em apoio ao nome e pautas do ex-presidente, com grau “alto” de mobilização popular. O auge da força do bolsonarismo nas ruas se deu em 2022, ano eleitoral, com 1822 atos, e se estendeu pelos primeiros 8 dias de 2023, com 46 protestos contra o resultado das eleições, que culminaram com a depredação dos prédios dos Três Poderes em nome de uma intervenção militar. Após o 8 de janeiro, a frequência de manifestações caiu acentuadamente, registrando 62 atos no restante do ano.

Em comparação a 2022, os atos contabilizados em 2025 representam queda de 97,75%. Além da quantidade, também houve perda de grau de mobilização. Segundo a pesquisa, desde janeiro de 2025, 41 atos bolsonaristas foram registrados no Brasil. Os movimentos foram classificados na pesquisa com grau “baixo” de adesão. Um exemplo foi a “Marcha pela Liberdade”, em 30 de novembro, cinco dias após a prisão de Jair Bolsonaro, exigindo a libertação do ex-chefe do Executivo e a anistia dos condenados pelos atos golpistas do 8/1. O ato reuniu 130 manifestantes em Brasília.

Bolsonaro é tratado por alguns correligionários como uma “máquina de transferir votos”, como já reiterou o presidente do PL. No entanto, Flávio, caso se estabeleça na disputa ao Planalto, lidará com a imagem de um Bolsonaro bem diferente da lógica do macho imbatível construída em 2018, o que dificultaria uma possível transferência de apoio.

O advogado Paulo Cunha Bueno, por exemplo, afirmou que Bolsonaro hoje tem “saúde fragilizada”; já o filho “03”, o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ), declarou, aos prantos, que o pai vive com a “saúde emocional sendo desgastada”.

O professor do Departamento de Ciência Política da USP Sérgio Simoni Junior lembrou que apesar de imagens expondo condições de saúde de Bolsonaro repercutirem desde setembro de 2018, quando ele foi esfaqueado durante um ato da campanha, a narrativa então era a de equilíbrio de um “homem forte” disposto a enfrentar o sistema. “Fica pendente o lado da oferta e organização do líder. Você tem essa demanda do eleitorado, mas ela não é automática, ela não vai desaguar em alguém específico. É preciso construir isso.”

Na compreensão da pesquisadora Lilian Sendretti, houve mudanças significativas nas abordagens sobre Bolsonaro através de uma transformação da “construção de força para a construção de fragilidade”. Essa fragilização, segundo a cientista, se acentua diante da inelegibilidade do ex-presidente. Ele estava inelegível até 2030 após ser condenado pela Justiça Eleitoral por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação nas Eleições de 2022. Todavia, após a condenação no STF, a inelegibilidade pode durar até 2060 por conta da suspensão dos direitos políticos. . “Há uma crise de força simbólica, do que esse líder representa para a própria base, e uma crise no sentido de força política.”

O desafio da família Bolsonaro de se manter coerente e da evidente falta de apoio nas ruas, se somam à tentativa de não perder a imagem de defensores “da família”, mesmo com rachaduras públicas. A sucessão do patriarca e o posicionamento quanto às eleições de 2026 envolvem tensão entre os filhos, aliados e a esposa de Bolsonaro, Michelle.

O professor titular do Instituto de Ciência Política da Universidade de Brasília (UnB), Luís Felipe Miguel, avalia que a família tem foco estratégico mais voltado à permanência no poder do que na continuação de uma estrutura ideológica baseada no ultraconservadorismo. Isso levaria ao enfraquecimento de uma “autoridade moral”. “Ele [Bolsonaro] opera numa lógica de clã. Primeiro vem ele, depois a família, depois aqueles que são os seus agregados. A relação dele com as lideranças políticas que o seguem é sempre algo com pé atrás, com medo de ser traído”, observou Miguel.

Um exemplo recente das divergências entre os membros do clã Bolsonaro foi a crítica da ex-primeira dama ao deputado federal André Fernandes (PL-CE) pela aliança do PL no Ceará com o ex-governador e presidenciável Ciro Gomes (PSDB). Michelle se manifestou publicamente dizendo respeitar os enteados, mas pensar diferente. “Como ficar feliz com o apoio à candidatura de um homem que xinga o meu marido o tempo todo de ladrão de galinha, de frouxo e tantos outros xingamentos? Como ser conivente com o apoio a uma raposa política que se diz orgulhoso por ter feito a petição que levou à inelegibilidade do meu marido e se diz satisfeito com a perseguição que ele tem sofrido?”, declarou.

Fernandes alega que a aproximação com Ciro Gomes foi estimulada pelo próprio ex-presidente. Ao comentar o caso, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) disse que a madrasta pôs o colega parlamentar em situação de “humilhação”.

A dificuldade em manter o apoio popular em torno do clã Bolsonaro também se apresenta no ambiente virtual. Entre o momento em que a prisão do ex-presidente foi decretada, em 22 de novembro, e a confirmação da decisão pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal dois dias depois, o bolsonarismo voltou a exibir grande engajamento digital, mas o controle narrativo não se manteve, aponta um relatório do Instituto Democracia em Xeque.

Após compilar menções e assuntos relacionados ao ex-presidente no período da prisão, o instituto constatou aumento da discussão sobre o assunto, mas também uma mudança significativa no comportamento dos apoiadores de Bolsonaro após a divulgação do vídeo em que ele assume ter usado ferro de solda para violar a tornozeleira eletrônica que usava durante sua prisão domiciliar.

“Gerou um ponto de quebra no debate digital sobre a detenção de Bolsonaro, em que por um lado apoiadores moderados do ex-presidente silenciaram nas redes e, por outro, apoiadores mais fiéis tiveram dificuldades de unificar linhas narrativas e mensagens-chave”, destaca o relatório.

A violação do dispositivo foi o principal motivador do pedido de prisão preventiva solicitado pelo ministro do STF Alexandre de Moraes. A defesa do ex-presidente justificou a violação por um “surto” que Bolsonaro teria sofrido devido ao uso de medicamentos.

Para o professor de departamento de comunicação da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RIO) e diretor de Metodologia e Inovação do Instituto Democracia em Xeque, Marcelo Alves dos Santos Junior, o movimento bolsonarista perdeu coesão e organização na formação de um bloco representativo da extrema direita e centro no Brasil.

“Bolsonaro historicamente se vendia como quem não pegaria covid pelo histórico de atleta. Então, essa questão do ‘homem macho’, essa performance se alinha com um movimento internacional. Se o argumento hoje vai na direção de enfraquecimento físico, enfraquecimento emocional, sobretudo, você tem um conflito muito grande”, ressaltou.

Remo obtém valorização inédita

POR GERSON NOGUEIRA

O Remo vive um momento auspicioso, um dos melhores de sua história, com sinais de prosperidade e esperança concreta de um sólido crescimento. Sim, 2025 nem terminou e o clube começa a descortinar um futuro que não era sequer cogitado até o ano passado, quando ainda batalhava para escapar das agruras da Série C.

Um estudo da consultoria especializada Sports Value põe o Remo entre os 30 clubes mais valiosos do Brasil, cotado em R$ 300 milhões, um marco histórico para o futebol da Região Norte e a maior valorização econômica da história do clube.

Os números do relatório Valuation dos Clubes Brasileiros 2025 colocam o Remo em 26º lugar, com um crescimento vertiginoso: elevação de 328% no valor total entre 2020 e 2025. Foi a marca futebolística que mais cresceu no período, atrás apenas de Botafogo (SAF), Bragantino e Juventude. No top 30 nacional, o clube é hoje o mais valioso da região Norte.

Segundo a Sports Value, o Remo é uma marca reconhecida nacionalmente, agregando mais investimentos e patrocínios, gerando um fortalecimento regional inédito e abrindo novas perspectivas de investimentos em infraestrutura, divisões de base e inovação.

O resultado da análise de mercado mostra que gestão, identidade e visão de futuro constituem valor real no futebol globalizado e em processo de constante mutação. Para os consultores, até o conceito de protagonismo no futebol brasileiro está em ritmo de mudança.

Nesse aspecto, segundo a Value Sports, o Norte chega realmente forte para integrar o mapa geoeconômico da bola, alavancado por um público consumidor que estava há tempos sedento por um fato novo, capaz de mexer com as estruturas do esporte na região. A novidade finalmente chegou com o acesso à Primeira Divisão.  

E não há dúvida quanto ao papel decisivo da torcida azulina, recordista em arrecadação na Série B e uma das mais vibrantes, é outro ponto fundamental a influir na análise exposta no relatório da Sports Value. (Foto: Fernando Torres/AGIF)

Guto volta a ser considerado para permanecer 

Há quem entenda que o Remo tem sido cauteloso na medida certa quanto à contratação do novo técnico. Por outro lado, na comparação direta com os times que disputarão o Campeonato Paraense, chama atenção o fato de que somente o Leão segue sem comandante.

De início, a prioridade era manter Guto Ferreira. O desdobramento das negociações acabou por afastar o técnico dos planos do clube, abrindo um cenário de busca desesperada por um outro treinador.  

Vários nomes foram citados – Cuca, Tiago Nunes, Martín Palermo – e nenhum chegou a ser realmente chamado a negociar com o Remo. O executivo Marcos Braz tem admitido que algumas especulações terminam por tumultuar o processo.

O processo especulativo é normal dentro do ambiente de um clube de massa, sujeito a pressões extremas e cobranças da torcida, mas a demora na definição de um técnico incomoda cada vez mais o público interno. Leia-se: diretoria e setores de maior influência no clube.

Há a percepção, cada vez mais confirmada pelos fatos, de que o Remo não tem um critério definido para busca e escolha do treinador. Por essa razão, o nome de Guto Ferreira volta a ser analisado com carinho.

Um goleiro experiente inaugura apostas do Papão

Jean Drosny, 31, que despontou como titular do Volta Redonda, é o primeiro reforço anunciado pelo PSC para a próxima temporada. Experiente e forjado na disputa da Série C, chega com credenciais para ganhar a titularidade, na disputa direta com Gabriel Mesquita.

Há dois anos, Jean foi sondado pelo Remo para a disputa da Série C, mas preferiu permanecer no Voltaço. Em 2025, depois de algumas lesões, perdeu espaço para Jefferson Paulino e praticamente não atuou.

De qualquer maneira, a contratação caiu no agrado do torcedor, ainda ressabiado com as atuações de Matheus Nogueira durante a Série B.

Contratar Jean Drosny é a demonstração clara de que o PSC vai em busca de nomes com o carimbo de experiência na Série C, principal competição do clube na temporada. Por esse prisma, o começo é animador.

Depay põe Corinthians em vantagem na Copa BR

Com a contribuição do confuso Fabrício Bruno, o holandês Memphis Depay marcou o gol que garantiu a vitória do Corinthians sobre o Cruzeiro, na semifinal da Copa do Brasil. O lance expôs problemas de marcação na zaga cruzeirense e a categoria de Depay como finalizador. Mesmo dominando mal a bola, conseguiu complementar para as redes.

O triunfo corintiano, surpreendendo o Cruzeiro dentro do Mineirão, inverte as expectativas desta semifinal. Acreditava-se que a Raposa era favorita para chegar à final e levar o caneco. Como o segundo jogo será na Arena Itaquera, domingo, a situação muda completamente. O favoritismo agora é do Timão. 

Bancada da direita na Câmara aprova projeto que reduz pena de Bolsonaro

Em uma sessão marcada por confusão e agressões, inclusive à imprensa, a Câmara aprovou na madrugada de hoje, por 291 votos a 148, o chamado PL da Dosimetria, que reduz as penas dos condenados pela trama golpista que culminou nos atos de 8 de janeiro de 2023 e beneficia o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). De autoria do deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), o texto, que segue para o Senado, não prevê anistia e determina redução das penas de acordo com o tipo de condenação. Caso os senadores aprovem a proposta, Bolsonaro terá a pena de 27 anos e três meses reduzida, segundo estimativas, para 13 anos, com direito a progressão do regime fechado em dois anos e quatro meses.

A votação da dosimetria, que não havia sido comunicada ao governo, seria parte de um acordo do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), para cassar os mandatos de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) por faltas, Carla Zambelli (PL-SP) e Alexandre Ramagem (PL-RJ), ambos condenados pelo STF e Glauber Braga (PSOL-RJ) por agressão a um colega. As punições devem ser decididas até o início do recesso parlamentar, que começa no próximo dia 23. (UOL)

Confira como votou cada deputado. (Poder360)

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP) afirmou que o PL da Dosimetria deve ser votado nos próximos dias na Câmara Alta. O anúncio, feito em plenário, provocou reação imediata do presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Otto Alencar (PSD-BA). “Se chegar amanhã, amanhã mesmo vou designar um relator para discutir o tema. Mas não para chegar e votar imediatamente”, disse Alencar. Senadores avaliam que a mobilização em torno do tema é pequena, mas Alcolumbre disse ter compromisso de pautar o tema caso a Câmara o aprovasse. “Se a Câmara deliberar, o Senado deliberará. Este ano ainda”, afirmou, antes do fim da sessão na Câmara. (Folha)

A noite de terça-feira foi intensa mesmo antes da votação do PL da Dosimetria. Ameaçado de cassação, Glauber Braga ocupou a cadeira da Presidência da Câmara por mais de duas horas em protesto. A ação interrompeu os trabalhos do plenário e levou Hugo Motta a determinar sua retirada imediata pela Polícia Legislativa. Em nota nas redes sociais, Motta afirmou que a ocupação “desrespeita a Câmara e o Poder Legislativo” e classificou o ato como extremista. (g1)

A Polícia Legislativa impediu o trabalho de profissionais de imprensa que faziam a cobertura da tentativa de Glauber Braga de obstruir os trabalhos da Casa. Depois que Motta exigiu que ele fosse retirado da mesa, agentes resolveram expulsar repórteres do plenário e das galerias para que não houvesse registro do momento em que o parlamentar fosse retirado da cadeira. No momento em que policiais se preparavam para retirar Glauber à força, os sinais da TV Câmara foram cortados e a programação foi interrompida. Nas redes, Motta negou responsabilidade pela agressão aos jornalistas e disse ter determinado a “apuração de possíveis excessos em relação à cobertura da imprensa”. (Globo)

Enquanto isso… A defesa de Jair Bolsonaro apresentou ao STF um pedido para que o ex-presidente passe por uma cirurgia em até uma semana para tratar uma hérnia inguinal unilateral. Os advogados pedem também que, após o procedimento, Bolsonaro seja transferido para prisão domiciliar por “razões humanitárias”. (g1)

CHANTAGEM

O Senado mandou nesta terça-feira “recados” ao STF, com o qual está em atrito desde que uma liminar do ministro Gilmar Mendes alterou as regras para o impeachment de integrantes da Corte. Os senadores aprovaram a inclusão na Constituição do marco temporal para demarcação de terras indígenas — só podem ser demarcadas terras ocupadas de forma permanente em 5 de outubro de 1988. A tese já havia sido considerada inconstitucional pelo Supremo. Paralelamente, a CCJ do Senado começa hoje a discutir a atualização da lei do impeachment.

O relator Weverton Rocha (PDT-MA) deve concordar com Gilmar Mendes e exigir apoio de dois terços do Senado (54 votos), e não de maioria simples, para autorizar a abertura de processo contra ministros do STF, mas autorizar partidos, sindicatos e a OAB a apresentarem denúncias contra os magistrados, o que Gilmar atribui exclusivamente à Procuradoria-Geral da República. (g1)

Do Canal Meio

Glauber: “Perdemos uma batalha, mas não saímos do campo de luta”

Agora, plenário decidirá se o deputado perde o mandato. São necessários 257 votos para cassação

Do Jornal GGN

O deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) reagiu com indignação à decisão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, que rejeitou nesta terça-feira (29), por 44 votos a 22, o recurso que tentava barrar o avanço do processo de cassação de seu mandato. “Nosso recurso foi rejeitado na CCJ e a matéria agora segue para o plenário. Perdemos uma batalha, mas não saímos do campo de luta. Não vão nos calar. Vou sustentar nossa defesa com firmeza, apresentar todas as razões que nos movem e seguir mobilizando com força! Seguimos firmes!”, escreveu o parlamentar em sua conta na rede X (antigo Twitter).

Com a decisão, caberá ao plenário da Câmara dar a palavra final sobre a cassação. Para que o mandato seja revogado, são necessários pelo menos 257 votos favoráveis entre os 513 deputados. Caso esse número não seja alcançado, o processo será arquivado. O presidente da Casa, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que a votação não será pautada de imediato e garantiu um prazo de ao menos 60 dias para que Braga apresente sua defesa.

O recurso rejeitado pela CCJ contestava a legalidade do rito adotado pelo Conselho de Ética, que aprovou o parecer do relator Paulo Magalhães (PSD-BA) e recomendou a cassação de Braga por quebra de decoro parlamentar, em razão de um incidente ocorrido em abril de 2024, no qual o deputado empurrou um militante do Movimento Brasil Livre (MBL), após ser xingado nos corredores da Câmara.

Na defesa, Glauber argumentou que houve “inconstitucionalidades, antirregimentalidades, abusos, nulidades e ilegalidades” ao longo da tramitação no Conselho, além de ter questionado a isenção de Magalhães, a quem acusou de conduzir o processo com parcialidade.

Em protesto contra o avanço da ação, o parlamentar realizou uma greve de fome que durou mais de uma semana. Em entrevista à TV GGN 20 Horas, conduzida pelo jornalista Luís Nassif, Glauber afirmou que o processo é uma retaliação orquestrada pelo ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), em resposta às denúncias feitas por ele sobre o chamado “orçamento secreto”.

Remo compromete preparação

POR GERSON NOGUEIRA

A demora na contratação de um técnico e, por conta disso, o atraso na busca por novos reforços começam a angustiar a torcida azulina, preocupada com o pouco tempo que resta até a estreia do Remo no Brasileiro da Série A, que começa no dia 28 de janeiro.

Até o momento, o clube renovou com atletas remanescentes da Série B, como Marcelo Rangel, Ygor Vinhas, Marcelinho, Pavani e Sávio. As novidades são o atacante Alef Manga e o volante Patrick de Lucca, confirmados pela diretoria.

Há negociação avançada com o meiocampista Matheus Bianchi, ex-Mirassol, e com outros jogadores de clubes da Série A, cujos nomes não são revelados pela diretoria. É muito pouco para um clube que está de volta à Primeira Divisão após três décadas de espera.

As dificuldades impostas pelo mercado do futebol são de amplo conhecimento. Era previsível que o Remo tivesse que lutar para conseguir reforços de qualidade. A Série A 2025 terminou domingo e até o momento não há informação sobre jogadores garantidos para a campanha azulina.

Torcedores cobram mais agilidade por parte do executivo de futebol, Marcos Braz, profissional experiente que o Remo foi buscar em 2025 e é considerado um dos responsáveis pelo trabalho que conduziu ao acesso.

O problema é que as leis que movem o futebol são dinâmicas e não perdoam os que dormem. Os contratados Alef Manga e De Lucca são jogadores de Série B e, quando muito, irão compor elenco. Manga vem de duas temporadas perdidas, sendo que em 2025 foi terceiro reserva no Avaí.

Todas as expectativas se concentram na movimentação do Remo nas duas próximas semanas, antes da virada do ano. Quando janeiro chegar, é preciso que novos jogadores estejam em Belém para que seja possível iniciar a preparação para o duríssimo desafio do Brasileiro.

O fato mais preocupante é a demora na contratação de um técnico. Guto Ferreira, responsável pelo acesso, foi descartado após divergências nas negociações. Em seguida, o clube mergulhou em sondagens que não resultaram em nada. Renato Gaúcho e Cuca foram procurados, mas não se mostraram interessados.

A partir de agora, a corrida é contra o tempo. 

Começa o lobby para botar Neymar na Copa

A mídia trepidante do Sudeste já se assanha toda com sinais ainda discretos de recuperação de Neymar para o futebol. Fez gols e algumas firulas contra o Sport e o time reserva do Cruzeiro. Nada disso impediu a constrangedora babação de ovo dos canais esportivos em torno do ex-camisa 10 do escrete.

Apesar de resistir à condição de veterano, Neymar sustenta o orgulho e o ego inflado como armas para pressionar Carlo Ancelotti a convocá-lo para o Mundial. Até Tite reapareceu para encher a bola do atacante santista, colocando-o no pedestal dos insubstituíveis.

É óbvio que Neymar passa longe do patamar dos selecionáveis. Antes dele existem pelo menos cinco ou seis jogadores merecedores de convocação. Já há quem veja semelhança com a situação de Romário em 2002, preterido por Luiz Felipe Scolari e ausente da campanha do penta.

Há uma diferença abissal em relação ao clamor em torno de Romário naquela ocasião. Era um jogador pronto para jogar, acima de qualquer discussão sobre qualidade técnica e a fim de entrar em campo.

Faz tempo que Neymar demonstra um certo cansaço, preguiça até, com as exigências que o futebol profissional impõe. Ao mesmo tempo, as lesões se repetem e voltam a assombrar, embora o staff do jogador tenha se apressado em desmentir a possibilidade de nova cirurgia.

Diante dos recentes aplausos ao discreto ressurgimento do jogador, Ancelotti terá que mostrar pulso firme para enfrentar os apelos para incluir o Menino Ney no grupo que vai tentar o hexa.

Gol da virada’ repara injustiça contra Reinaldo

Uma das melhores notícias recebidas pelo mundo do futebol foi a anistia ao craque Reinaldo, com direito a indenização, após décadas de perseguição durante os anos de chumbo. O ídolo atleticano atraiu a fúria dos poderosos pelo posicionamento claro em favor dos desfavorecidos e pelo gesto poderoso de erguer o braço com o punho cerrado em sinal de resistência.

Foi um golaço da democracia, só possível sob um regime plenamente democrático. Reinaldo se emocionou durante a cerimônia na Comissão de Anistia, em Brasília. Lembrou a campanha difamatória que atrapalhou sua carreira porque jamais silenciou ou se curvou ao Estado opressor.

Em sua homenagem, o craque Bobô, deputado estadual na Bahia, fez um vídeo maravilhoso em homenagem ao atleticano. “Sem verdade não existe democracia, sem justiça não existe futuro. Que o gesto de Reinaldo, o punho cerrado, firme e corajoso, continue lembrando ao país que liberdade se conquista e se defende todos os dias”, disse Bobô. 

(Coluna publicada na edição do Bola desta quarta-feira, 10)

Perda de artilheiro é duro golpe

POR GERSON NOGUEIRA

Quando desembarcou em Belém no início do ano, Pedro Rocha trazia com ele a aura de incertezas quanto ao rendimento técnico. Jogador que surgiu de forma empolgante no Grêmio, ele não vinha apresentando um histórico positivo nos últimos anos, após passagens pelo Fortaleza e pelo Criciúma. Antes, teve uma experiência no futebol estrangeiro.

A feliz combinação de oportunidade com motivação deu ao jogador a chance de mostrar no Remo o futebol que parecia ter esquecido no tempo. Foi peça importante no Campeonato Paraense, mas se destacou de verdade durante a Série B, marcando gols decisivos, garantidores do acesso à Primeira Divisão e a honra de ser o principal goleador da competição.

Além dos 19 gols marcados – 15 na Série B – com a camisa 32 azulina, Pedro Rocha foi autor de nove assistências. Deixa a imagem de jogador comprometido e extremamente focado no objetivo de vencer. A baixa produção de gols na fase inicial dele no Baenão pode ser explicada por deficiências de condicionamento físico.

Bastou um período de preparação mais adequado, antes da Série B, para que o atacante impetuoso e rápido entrasse campo, adicionando ao repertório a sua capacidade de definição de jogadas e a facilidade para arrancadas com mudança de direção, algo sempre precioso para quem desafia as rígidas marcações defensivas da Segunda Divisão.

Tido como peça indispensável na formatação do time para a Série A, prioridade absoluta na mesa de negociações, Pedro Rocha discutiu durante duas semanas a renovação de contrato. Valores foram discutidos, concessões feitas de parte a parte, mas o entendimento final não aconteceu.

Na noite de sábado (6), ele postou nas redes sociais a sua carta de despedida, com um agradecimento emocionado ao clube e à torcida. Foi carinhoso na revelação de que um novo ciclo vai se iniciar, mas admitindo que sentimento de gratidão pelo Remo é definitivo em sua vida.

O fato é que, aos 31 anos, a valorização de carreira na Série B reabriu o mercado nacional para Pedro Rocha. Clubes como Corinthians e São Paulo manifestaram interesse, mas não puderam avançar por problemas com o Transfer Ban da Fifa. Enquanto isso, o Coritiba entrou no circuito, devendo anunciar o artilheiro da Série B como primeiro grande reforço.

A movimentação de idas e vindas é algo absolutamente natural no mercado da bola e se acentua ainda mais nas principais divisões. A chegada à Série A põe o Remo no olho do furacão, sujeito a perdas importantes – como foi o caso do técnico Guto Ferreira, que também não renovou contrato – na disputa direta com clubes de maior poderio financeiro.

É a nova realidade batendo na porta do Leão Azul paraense, que agora corre contra o tempo em busca de um novo artilheiro. A missão é das mais difíceis – e caras – levando em conta as poucas opções disponíveis.  

Rebaixamentos reconfiguram o mapa da elite

A última rodada do Campeonato Brasileiro da Série A, disputada ontem, reconfigurou o mapa do futebol no Brasil. A principal divisão nacional será disputada no ano que vem por seis clubes paulistas, quatro cariocas, dois mineiros, dois gaúchos, dois paranaenses, dois nordestinos, um catarinense e um paraense. Não há representantes do futebol do Centro-Oeste.  

Do futebol da parte superior do mapa brasileiro, somente o Remo, do Norte, e Bahia e Vitória, do Nordeste. A honrosa presença do Leão Azul é também a confirmação de que a elite da bola tende a ficar ainda mais restritiva com a queda de três clubes nordestinos – Ceará, Fortaleza e Sport. Aliás, o rebaixamento do trio é uma das piores notícias para o futebol do Nordeste nos últimos anos.

Aumenta a responsabilidade e o tamanho do desafio para o clube paraense, que terá pela frente uma competição tecnicamente bem mais difícil do que as três últimas edições. A 50 dias do início do campeonato, redobra a necessidade de montar um elenco forte para resistir às exigências da principal divisão nacional.

Repórter terá carreira digital dirigida por Mauro Neto

A equipe do jornalista paraense Mauro Neto – formada por Camila Alves, Fernanda Palheta e Vinícius Lima – assumiu o gerenciamento de carreira da repórter esportiva Melbya Rolim, revelação da cobertura do futebol paraense pela TV Cultura do Pará e atualmente na ESPN.

Com mais de três décadas de atuação no jornalismo e na comunicação pública, Mauro Neto foi editor executivo do Portal DOL, além de trabalhar no conteúdo jornalístico de campanhas eleitorais no Estado. A última foi a do atual prefeito de Belém, Igor Normando.

A movimentação marca a entrada de Mauro no campo da gestão estratégica de imagem, posicionamento e expansão de carreira de comunicadores.

Melbya Rolim, apesar do pouco tempo de carreira, já é reconhecida por seu trabalho no jornalismo esportivo e ganhou notoriedade com a participação em coberturas nacionais, sempre com linguagem acessível e espirituosa nas transmissões da ESPN.

A parceria com a equipe de Mauro promete fortalecer ainda mais sua presença no mercado e abrir novas frentes profissionais em mídia, conteúdo e projetos especiais. Natural de Moju, Melbya será agraciada em janeiro pela Câmara Municipal com o título de Cidadã de Belém.

(Coluna publicada na edição do Bola desta segunda-feira, 08)

Artilheiro da Série B se despede da torcida do Leão

Pedro Rocha, o artilheiro e destaque azulino na Série B 2025, está de partida. Em mensagem postada em suas redes sociais na noite deste sábado (6), dirigida ao clube e aos torcedores, ele agradeceu à diretoria e aos torcedores – “com o coração cheio de gratidão, muito obrigado Nação Azulina; vocês me marcaram para sempre”. Dirigiu-se “a cada um na arquibancada, a cada criança que gritou meu nome, a cada pessoa que rezou por mim e pediu a intercessão de Nossa Senhora de Nazaré”.

“Agradeço à diretoria, ao presidente Tonhão e a todos dentro deste clube que me trataram como um amigo. E, acima de tudo, agradeço a Deus por ter me permitido viver esse capítulo tão bonito e tão intenso ao lado de vocês. Remo, vocês não foram só parte da minha carreira. Foram parte de mim, e sempre serão”.

Em nota curta, o clube se despediu do jogador “que encerra seu ciclo após uma temporada como artilheiro vestindo o manto azul marinho”. “Foram 44 jogos, 19 gols e 9 assistências, exemplo de entrega, profissionalismo e respeito ao Clube do Remo. Obrigado, Pedro Rocha!”.

As negociações pela renovação de contrato com o atacante foram iniciadas logo após o fim do Brasileiro, mas não chegaram a bom termo. O clube chegou a oferecer salários de R$ 500 mil.

A despedida oficial indica que o jogador já tem acerto encaminhado com outro clube. As especulações indicam que pode ser o Coritiba ou o Mirassol. Os clubes entraram no páreo pela contratação depois que o Corinthians, também interessado inicialmente, desistiu. Seja qual for a escolha, é certo que será um adversário do Remo na Série A. Nesta sexta-feira, Pedro Rocha visitou amigos no Fortaleza, onde atuou em 2023. Sérgio Papellin, executivo do clube, foi quem trouxe o atacante para defender o Remo.

O atacante capixaba também tem proposta do futebol do Oriente Médio, mas deixou claro que a prioridade disputar a Série A do Campeonato Brasileiro, após ter sido o artilheiro da Série B com 15 gols. Corinthians e São Paulo também sondaram os representantes do atleta, mas não oficializaram proposta porque ambos estão com Transfer ban imposto pela Fifa.

Contratado no início de 2025, foi importante na conquista do Campeonato Paraense e decisivo no acesso do Leão à Série A depois de 32 anos.

As dificuldades de acerto com o artilheiro e com o técnico Guto Ferreira indicam o tamanho do desafio que o Remo terá para montar o elenco que disputará a Série A.

Copa começou bem para o Brasil

POR GERSON NOGUEIRA

Boa parte do mundo parou na sexta-feira à tarde para acompanhar o sorteio dos grupos da Copa do Mundo. A apresentação começou meio arrastada, com propaganda trumpista e bocejos de Shaquille O’Neil e dos astros do futebol americano. Com exceção de Rio Ferdinand, quase ninguém parecia entender direito o que estava em jogo ali.

Abertas as bolinhas, uma bela notícia para a torcida brasileira: a velha freguesa Escócia mais uma vez caiu em nosso grupo (pela quinta vez). De quebra, veio junto o time amador do Haiti. Seleção perigosa e em ascensão, Marrocos deve dar trabalho logo no jogo de abertura.

Dos outros grupos, a tetracampeã Alemanha se deu bem no grupo E, tendo apenas o Equador como adversário mais sério. Já o grupo F é o mais próximo daquilo que se poderia chamar de “grupo da morte”. A Holanda terá como adversários o Japão e uma seleção europeia saída da repescagem. A Tunísia é um simples figurante.

Já o grupo H traz a favorita Espanha de Lamine Yamal dividindo holofotes com o imprevisível Uruguai de El Loco Bielsa, sem dar chances para Arábia Saudita e Cabo Verde. No grupo I, França e Noruega são protagonistas contra Senegal e uma seleção vinda da repescagem.

À atual campeã coube um grupo garapa, o J: Áustria, Argélia e Jordânia. Vida mansa para Messi & companhia – embora, em 2022, tenham perdido na estreia para a Arábia Saudita. No grupo K, Portugal e Colômbia devem se garantir, sem maiores problemas.

No L, há a promessa de um jogão logo na abertura: Inglaterra e Croácia se enfrentam em embate encardido. Gana corre por fora, com a dose natural de ousadia e correria que os times africanos costumam mostrar.  

Ancelotti terá dois amistosos para armar o time

Na entrevista pós-sorteio, Carlo Ancelotti valorizou o grupo que coube ao Brasil, não admitiu facilidades e deixou claro que vencer na estreia é obrigação. Boas falas. Times que chegam à Copa como favoritos precisam justificar isso em campo, sem hesitações. Vencer os marroquinos no dia 13 de junho (horários e locais seriam definidos neste sábado, 6), será como um cartão de visitas do escrete canarinho.

O mundo espera isso do Brasil. Ancelotti sabe disso. Isso explica sua preocupação em fazer dois amistosos sérios, contra França e Croácia. Chega daquela embromação de jogar com Senegal e Tunísia.

Os próximos amistosos, em março, são fundamentais para formatar a seleção da Copa, sem direito a novos testes. Não há mais tempo para experiências. É preciso buscar entrosamento para chegar bem preparado ao Mundial mais inchado e desafiador de todos os tempos.

Bola na Torre

Guilherme Guerreiro comanda a atração, a partir das 22h, na RBATV, com a participação de Giuseppe Tommaso e deste escriba de Baião. Em pauta, as definições do Parazão e os movimentos de Remo e PSC em direção a 2026. A edição é de Lourdes Cezar e Lino Machado.

Sob especulações, Remo começa a formatar elenco

Duas semanas depois da conquista do acesso à Série A, a diretoria do Remo dá sinais de que está agindo para formatar o novo elenco. Depois de anunciar a renovação de contrato com Marcelo Rangel, a diretoria do Remo avançou mais um pouco, fechando acordo com Ygor Vinhas (goleiro reserva), Marcelinho, Sávio e Pavani.

Ao mesmo tempo, encaminhou a aquisição do volante Patrick De Lucca, de 25 anos, que disputou a Série B pelo Cuiabá, realizando 25 jogos e marcando um gol. De perfil combativo na marcação e com qualidades na reposição de jogo, De Lucca chega para suprir a ausência de Caio Vinícius, que optou por jogar no futebol chinês.  

Foi divulgado também um suposto interesse pelo atacante Emerson Batalla, 24 anos, que jogou a Série A pelo Juventude. O problema é que a Chapecoense também apresentou proposta pelo colombiano, que pertence ao Talleres, da Argentina.

Por fim, há a novela envolvendo a escolha do técnico. Guto Ferreira esteve bem perto de assinar a renovação, mas desde sexta-feira o clube voltou ao mercado em busca de um comandante.

Cuca, pelas ligações com o Remo (foi jogador do clube em 1994 e iniciou como técnico no Baenão em 2001), é um dos nomes mais cotados. O alto custo, na faixa de R$ 1,2 milhão, é o maior empecilho. Por ora, nada sacramentado. 

(Coluna publicada na edição do Bola de sábado/domingo, 06/07)

Rock na madrugada – Steve Cropper, “(Sittin’ On) The Dock of the Bay”

Parceiro de Otis Redding na criação de clássicos como os clássicos “(Sittin’ On) The Dock of the Bay”, Steve Cropper construiu uma carreira sólida como guitarrista, servindo de referência para diversas gerações de músicos. Surgiu no período de glória da lendária gravadora Stax, trabalhando diretamente com Otis, que era um dos maiores ídolos da América e começava a conquistar o mundo quando morreu em desastre aéreo, em dezembro de 1967, aos 26 anos de idade.

Cropper terminou o trabalho na canção após a morte de Redding. “Eu não sabia que tínhamos a mesma idade até ler um obituário”, disse o guitarrista em 2024. “Sempre achei que Otis fosse mais velho. Eu o admirava como um irmão mais velho. Por quê? Ele era tão sábio”. Depois da mixagem feita por Cropper, Dock of the Bay foi finalmente lançada, semanas após a morte de Redding.

Músico inscrito no Rock & Roll Hall of Fame, Cropper ajudou no início da carreira a formatar o som conhecido como “soul de Memphis” nas gravações da Stax Records com Otis ReddingWilson Pickett e Booker T. & the M.G.’s. Ele morreu na quinta-feira, 4, aos 84 anos.

Versátil, acompanhou a evolução musical dos anos 60 até meados deste século, conseguindo se manter sempre atualizado. Redescoberto por bandas como o Pearl Jam, era presença constante em festivais e grandes shows das cenas norte-americana e inglesa. Trabalhou no cinema, com uma participação marcante em “Os Irmãos Cara de Pau” (1980), de

Pat Mitchell Worley, presidente e CEO da Soulsville Foundation, responsável pelo Stax Museum of American Soul Music, em Memphis, disse que “sua composição e trabalho na guitarra moldaram a própria linguagem da música soul. Um compositor, produtor e músico talentoso, Cropper ajudou a criar sucessos atemporais que continuam a influenciar artistas e pessoas em todo o mundo. Seu estilo característico ajudou a definir uma era e cimentou seu legado como um dos guitarristas mais importantes da história da música moderna”.

Os editores da revista Rolling Stone afirmaram que “Cropper tem sido o ingrediente secreto em algumas das maiores canções de rock e soul” ao destacá-lo na posição 45 da lista dos 250 Maiores Guitarristas de Todos os Tempos. O estilo econômico de tocar muitas vezes era entrecortado por assomos de fina sensibilidade, como nos espaços preenchidos de “(Sittin’ On) The Doc of The Bay” e nas notas dobradas de “Green Onions”.

Era um operário da guitarra e não curtia ser o frontman. “Não me importo em estar no centro do palco”, disse Cropper certa vez. “Sou membro de uma banda, sempre fui membro de uma banda”.

Sorteio da Fifa põe Brasil em grupo considerado mediano na Copa do Mundo 2026

  • Sorteio final da 26ª Copa do Mundo da FIFA™, o maior evento esportivo da história, aconteceu em Washington, D.C.
  • O sorteio revelou os 12 grupos de quatro equipes cada, que se enfrentarão neste torneio emocionante e revolucionário.

Os grupos e confrontos da Copa do Mundo de 2026 foram anunciados nesta sexta-feira (5) em Washington, capital dos Estados Unidos. O Brasil está no Grupo C e vai enfrentar Marrocos, Haiti e Escócia. A seleção estreia contra Marrocos no dia 13 de junho, sábado, em Boston ou Nova Jersey. O segundo jogo do Brasil será contra Haiti no dia 19, sexta, em Boston ou Filadélfia. E encerra a fase de grupos contra a Escócia, no dia 24, quarta, em Miami. Locais e horários dos confrontos serão divulgados neste sábado (6).

Diante de uma plateia ao vivo de aproximadamente 2.000 convidados internacionais presentes no John F. Kennedy Center for the Performing Arts, e com uma audiência de milhões de telespectadores de todo o mundo, foram definidos os doze grupos de quatro equipes cada, que se enfrentarão na 23ª edição do torneio. A cobertura completa e a análise detalhada do sorteio final da Copa do Mundo 2026 já estão disponíveis em FIFA.com .

A apresentação de todos os locais e horários dos 104 jogos que serão disputados na Copa do Mundo do ano que vem acontecerá no sábado, 6 de dezembro, às 12h (horário de Brasília), com transmissão ao vivo para todo o planeta a partir de Washington, D.C.

Com quase dois milhões de ingressos já vendidos , a expectativa continua a crescer nos três países e nas 16 cidades-sede . A divulgação da tabela atualizada dos jogos marcará mais um passo importante na contagem regressiva para o que promete ser uma edição histórica da Copa do Mundo.

OS GRUPOS DA COPA

  • Grupo A: México; África do Sul; Coreia do Sul; vencedora da repescagem D da Uefa
  • Grupo B: Canadá; vencedora da repescagem A da Uefa; Catar; Suíça
  • Grupo C: Brasil; Marrocos; Haiti; Escócia
  • Grupo D: Estados Unidos; Paraguai; Austrália; vencedora da repescagem C da Uefa
  • Grupo E: Alemanha; Curaçao; Costa do Marfim; Equador
  • Grupo F: Holanda; Japão; vencedora da repescagem B da Uefa; Tunísia
  • Grupo G: Bélgica; Egito; Irã; Nova Zelândia
  • Grupo H: Espanha; Cabo Verde; Arábia Saudita; Uruguai
  • Grupo I: França; Senegal; vencedora da repescagem mundial 2; Noruega
  • Grupo J: Argentina; Argélia; Áustria; Jordânia
  • Grupo K: Portugal; vencedora da repescagem mundial 1; Uzbequistão; Colômbia
  • Grupo L: Inglaterra; Croácia; Gana; Panamá

FICHA TÉCNICA DO GRUPO C

BRASIL

Histórico em Copas: 23 participações (1930, 1934, 1938, 1950, 1954, 1958, 1962, 1966, 1970, 1974, 1978, 1982, 1986, 1990, 1994, 1998, 2002, 2006, 2010, 2014, 2018, 2022 e 2026)
Última participação: 2022 (quartas de final)
Melhor resultado: Campeão (1958, 1962, 1970, 1994 e 2002)
Campanha nas eliminatórias: 8 vitórias, 4 empates e 6 derrotas
Ranking da Fifa: 5º lugar
Destaque: Vinicius Jr. (atacante do Real Madrid)
Técnico: Carlo Ancelotti

A única camisa pentacampeã do mundo e que jamais ficou fora de uma Copa chega bem mais desacreditada do que em outras vezes. Se o time de Tite viajou como um dos favoritos em 2018 e 2022, para voltar à casa mais cedo após cair nas quartas de final, o atual enfrentou um ciclo tumultuado e cheio de problemas, com três técnicos brasileiros (Ramon Menezes, Fernando Diniz e Dorival Júnior) até a chegada de Carlo Ancelotti. O italiano multivencedor chegou há pouco, resgatou figuras como Casemiro e deu uma cara à seleção em meio às dúvidas sobre o aproveitamento de Neymar. Talento, história e experiência não faltam, mas Carletto será suficiente para colocar nos trilhos uma equipe prestes a completar 24 anos sem ganhar o Mundial?

MARROCOS

Histórico em Copas: 7 participações (1970, 1986, 1994, 1998, 2018, 2022 e 2026)
Última participação: 2022 (semifinal)
Melhor resultado: 4º lugar (2022)
Campanha nas eliminatórias: 8 vitórias
Ranking da Fifa: 11º lugar
Destaque: Achraf Hakimi (lateral do PSG)
Técnico: Walid Regragui

Talvez nem todos se lembrem, mas o Marrocos foi a grande surpresa da última Copa do Mundo. A vaga nas semifinais, interrompida apenas com derrota para a vice-campeã França, consolidou uma geração que, embora saiba que é difícil, vai tentar repetir as boas memórias em 2026. No comando, está Walid Regragui, técnico que dirige o país desde agosto de 2022. No ciclo pré-Mundial, os marroquinos venceram o Brasil em amistoso, passaram com 100% pelas eliminatórias se candidataram a novamente brilhar, agora na América do Norte. Tudo isso antes de ser uma das sedes do torneio de 2030, em conjunto com Espanha e Portugal.

ESCÓCIA

Histórico em Copas: 9 participações (1954, 1958, 1974, 1978, 1982,1986, 1990, 1998 e 2026)
Última participação: 1998 (fase de grupos)
Melhor resultado: fase de grupos (1954, 1958, 1974, 1978, 1982,1986, 1990 e 1998)
Campanha nas eliminatórias: 4 vitórias, 1 empate e 1 derrota
Ranking da Fifa: 36º lugar
Destaque: Scott McTominay (meia do Napoli)
Técnico: Steve Clarke

Adversária do Brasil na abertura da Copa de 1998, quando um gol contra decidiu a vitória suada do time de Zagallo, a Escócia não sabe o que é disputar uma Copa do Mundo justamente desde aqu participação. As derrotas ficaram para trás em uma campanha com quatro vitórias em seis rodadas nas eliminatórias, o que garantiu a liderança de uma chave com Dinamarca, Grécia e Belarus. A geração do lateral Robertson e do meia McTominay, que brilham há tempos na Europa, quer dar um passo a mais e continuar o conto de fadas.

HAITI

Histórico em Copas: 2 participações (1974 e 2026)
Última participação: 1974 (fase de grupos)
Melhor resultado: Fase de grupos (1974)
Campanha nas eliminatórias: 6 vitórias, 3 empates e 1 derrota
Ranking da Fifa: 84º lugar
Destaque: Duckens Nazon (atacante do Esteghlal)
Técnico: Sébastien Migné

Haiti jogou contra todos os prognósticos para voltar a jogar uma Copa do Mundo. Em um grupo com Costa Rica e Honduras, com bem mais experiência internacional, a seleção dirigida pelo francês Sébastien Migné alcançou o improvável e se colocou de novo em um Mundial, o que não acontecia desde o distante 1974. O grande nome da campanha foi o atacante Duckens Nazon, que garantiu pontos cruciais – como o empate por 3 a 3 contra os costarriquenhos – e agora está a cinco gols de se tornar o maior artilheiro da seleção. Será que o recorde virá em 2026?

Bolsa Família: 70% dos adolescentes deixaram o programa em 10 anos

Aumento da escolaridade, do acompanhamento em saúde e inserção no mercado formal de trabalho foram fundamentais para a melhoria de vida dos jovens, como aponta estudo do MDS e da FGV

O Bolsa Família é responsável pela quebra do ciclo da pobreza entre gerações de uma mesma família. Desde 2014, 70% dos adolescentes que estavam em lares que recebiam o benefício, deixaram de depender dele. É o que aponta o estudo “Filhos do Bolsa Família: uma análise da última década do programa”, apresentado pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) e pela Fundação Getulio Vargas (FGV), nesta sexta-feira (5.12). 

Em média, independentemente da idade, 60,68% dos beneficiários de 2014 deixaram o programa até 2025. A saída mais elevada foi entre os adolescentes: 68,8% na faixa de 11 a 14 anos e 71,25% na faixa de 15 a 17 anos. Presente na divulgação do estudo, no Rio de Janeiro, o ministro Wellington Dias atribuiu a saída das famílias do programa a fatores como as condicionalidades em saúde e educação. 

“As gerações de filhos e filhas de pais que dependiam do Bolsa Família estão saindo da pobreza. Mais de 70% de jovens entre 15 e 17 anos em 2014, agora saem da pobreza quando chegam a uma idade de 20, 25 anos. Por quê? Principalmente por conta dos estudos. A condicionalidade na transferência de renda no Bolsa Família relacionada à educação”, analisou o titular do MDS. 

A pesquisa revelou ainda que 52,67% dos jovens entre 15 e 17 anos, que recebiam o Bolsa Família em 2014, também deixaram o Cadastro Único, que inclui faixas de renda mais elevadas do que a do programa. Desse total, 28,4% tem emprego com carteira assinada em 2025. Entre os jovens de 11 a 14 anos, 46,95% saíram do CadÚnico e 19,10% possuem vínculo formal atualmente. 

O ministro Wellington Dias destacou que os dados comprovam que garantir infraestrutura, educação e emprego formal é decisivo para que as famílias superem a pobreza. “Significa que a meta da inclusão socioeconômica, trabalhar o desenvolvimento social, integrado com o desenvolvimento econômico, como lançou o Presidente Lula, está dando resultado”, reforçou Dias. 

O ministro acrescentou que a pesquisa vai na mesma direção de outros estudos recentes, que também revelaram que os jovens beneficiários deixam o programa, se inserem no mercado formal e melhoram de vida quando adultos. “Ao contrário do preconceito difundido, de que o Bolsa Família desestimula o emprego, temos evidências científicas que o programa atua estimulando o emprego e a superação da pobreza”, enfatizou. 

Os resultados apresentados nesta sexta-feira projetam, ainda, uma tendência de continuidade: a próxima década deverá aprofundar os ganhos de autonomia, trabalho e redução sustentável da pobreza no país. 

Condicionalidades
A mudança de vida dos “filhos do Bolsa Família” é ainda mais evidente quando a proteção de renda se combina com educação, serviços públicos e oportunidades locais. As maiores taxas de saída ocorrem em áreas urbanas, em domicílios com melhor infraestrutura, entre jovens cujos pais tinham emprego formal e famílias com maior escolaridade. Porém, mesmo em contextos de maior vulnerabilidade, mais da metade dos jovens também conseguiu romper a dependência do programa. 

As condicionalidades são compromissos que as famílias beneficiárias devem cumprir para continuar recebendo os benefícios do Bolsa Família. Na área de saúde, as crianças menores de sete anos devem cumprir o calendário de vacinação e realizar acompanhamento do estado nutricional (peso e altura) e as gestantes devem realizar o pré-natal. 

Já na área de educação, as crianças, adolescentes e jovens devem frequentar a escola. A frequência escolar mensal mínima varia de acordo com a idade:

  • Frequência escolar de 60% para beneficiários de quatro a seis anos incompletos de idade;
  • Frequência escolar de 75% para beneficiários de seis a 18 anos incompletos que não tenham concluído a educação básica (ensino fundamental e ensino médio).

Regra de Proteção e Programa Acredita no Primeiro Passo como incentivos 

Os dados mostram que dois mecanismos recentes do Governo do Brasil têm papel decisivo na consolidação dessa mudança:

  • Regra de Proteção: Permite a manutenção parcial do Bolsa Família mesmo quando há aumento de renda per capita, por exemplo, com a conquista de um emprego formal. O mecanismo garante que, durante 12 meses, as famílias que ultrapassarem o limite de renda de R$ 218 por pessoa possam continuar recebendo 50% do valor do benefício, desde que a renda não ultrapasse R$ 706 por pessoa.
  • Programa Acredita: Oferece qualificação profissional, apoio para inserção no mercado de trabalho e incentivo ao empreendedorismo para famílias de baixa renda do CadÚnico. A iniciativa inclui acesso a crédito com juros baixos e orientação especializada. Podem participar pessoas de 16 a 65 anos com cadastro atualizado, com atenção especial a mulheres, jovens, pessoas com deficiência, populações negras e comunidades tradicionais.

Assessoria de Comunicação – MDS