Protesto contra a Copa foi um fiasco. Por que não dizer isso, com todas as letras?

Por Nirlando Beirão

Busquei nos jornais deste domingo as notícias sobre os anunciados protestos contra a Copa, em São Paulo.

Como estava fora da cidade, fiquei curioso. A menos de quatro meses da abertura, quero avaliar a que ponto manifestações políticas podem vir de fato atrapalhar a vida dos eventos do futebol em junho e julho. O protesto de sábado, convocado pelas redes sociais, prometia a adesão de multidões. Apareceram os habituais gatos-pingados. Leio os jornais e fico perplexo: detalhes sobre as eventuais pancadarias, o tal “esquadrão ninja” da Polícia Militar, agressões a jornalistas, prisões de muita gente, vandalismo contra agências bancárias – enfim, nada de novo.

O que era novidade os jornais não contaram: a manifestação contra a Copa foi um fracasso. Queria ver isso escrito – um fracasso. Por que é que os jornais se recusam a estampar essa verdade evidente, tão cristalina?

Mil pessoas estavam no protesto. Na mesma hora, algumas dezenas de milhares caíam no samba. O bloco de homenagem ao Caetano Veloso, Tarado Ni Você, arrastou mais de 20 mil foliões não muito longe dali dos blac blocs tristes e exibicionistas (outros 40 blocos estavam se esbaldando em São Paulo enquanto os frangotes anti-Copa e anti-tudo tentavam emanar a felicidade geral e irrestrita).

A imprensa está exagerando no poder dessa meia-dúzia de inconformados mimadinhos (e, muitas vezes, covardemente violentos). Aos jornais interessa manter esse suspense artificial criado pela minoria insignificante do #NãovaiterCopa. A brincadeira mixou, os jornais fingem perceber que não. Não fica bem dizer que não vai ter protesto – ou que eles, se ocorrerem, não terão o menor efeito, o menor significado. O bacana é dizer, com ares de sabichão: não sei, não, o pau vai quebrar.

Os jornais se deixam levar pelo culto ao protesto como se fosse uma causa nobre (outros, com a agenda política do golpe, mais fariseus, mais finórios, torcem para bagunçar o país em ano eleitoral). O que aconteceu em junho de 2013 foi importante. Mas não tem nada a ver com os surtos da atual moléstia infantil do protestismo.

As aves agourentas vaticinaram que os estádios não ficariam prontos – e quase todos já estão. Que a roubalheira iria grassar. Gostaria que me dessem evidências reais – e não aquele lero-lero catastrofista dos taxistas. Profetizou-se o caos. A Copa caminha para se realizar dentro da maior normalidade.

A Copa não vai esconder os duros problemas do Brasil. Tampouco é responsável por eles. A Copa é só a Copa. Melhor relaxar e aproveitar.

(*) Jornalista, escritor e colunista do Jornal Record News. 

A cara do torcedor

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Em férias no Rio, o amigo DJ Paulo Brasil (Cultura FM) aproveita para posar ao lado da bandeira azulina, hasteada no Posto 8 da praia de Ipanema. 

Rock na madrugada – Iggy Pop, The Passenger

Remo anuncia o último reforço

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A diretoria anunciou, na tarde desta segunda-feira, a contratação do zagueiro Rafael Andrade, que volta ao clube depois de dois anos. Da primeira vez, foi um dos destaques do time que disputou a Série D. Domingo, ele foi apresentado à torcida e hoje assinou contrato. Defendeu o Bragantino (SP) na última Série B e firma contrato com o Remo por dois anos. “Eu me identifiquei muito com o Clube do Remo, ganhei o respeito das pessoas daqui e isso foi fundamental para que eu voltasse”, declarou o jogador. (Foto: MÁRIO QUADROS/Bola) 

Café com leite

Por Antônio Maria

É preciso amar, sabe? Ter-se uma mulher a quem se chegue, como o barco fatigado à sua enseada de retorno. O corpo lasso e confortável, de noite, pede um cais. A mulher a quem se chega, exausto e, com a força do cansaço, dá-se o espiritualíssimo amor do corpo.
Como deve ser triste a vida dos homens que têm mulheres de tarde, em apartamentos de chaves emprestadas, nos lençóis dos outros! Como é possível deixar que a pele da amada toque os lençóis dos outros! Quem assim procede (o tom é bíblico e verdadeiro) divide a mulher com quem empresta as chaves.
Para os chamados “grandes homens”, a mulher é sempre uma aventura. De tarde, sempre. Aquela mulher, que chega se desculpando; e se despe, desculpando-se; e se crispa, ao ser tocada, e cerra os olhos, com toda força, com todo desgosto, enquanto dura o compromisso. É melhor ser-se um “pequeno homem”.
Amor não tem nada a ver com essas coisas. Amor não é de tarde, a não ser em alguns dias santos. Só é legítimo quando, depois, se pega no sono. E há um complemento venturoso, do qual alguns se descuidam. O café com leite, de manhã. O lento café com leite dos amantes, com a satisfação do dever cumprido.
No mais, tudo é menor. O socialismo, a astrofísica, a especulação imobiliária, a ioga, todo ascetismo da ioga… tudo é menor. O homem só tem duas missões importantes: amar e escrever à máquina. Escrever com dois dedos e amar com a vida inteira.

Parazão 2014: classificação final do 1º turno

TIMES PG J V E D GP GC SG AP
Remo 21 11 6 3 2 19 8 11 63.6
Paissandu 17 11 4 5 2 20 12 8 51.5
Paragominas 12 9 2 6 1 12 11 1 44.4
Cametá 11 9 3 2 4 8 11 -3 40.7
Independente 8 7 1 5 1 5 6 -1 38.1
São Francisco 8 7 1 5 1 6 11 -5 38.1
Gavião 5 7 0 5 2 6 11 -5 23.8
Santa Cruz de Cuiarana 3 7 0 3 4 7 13 -6 14.3

Renda do clássico superou R$ 1 milhão

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O clássico Re-Pa que decidiu o primeiro turno superou as arrecadações e quantidade de público pagante no Parazão deste ano. A renda foi de R$ 1.073.720,00, com 26.103 pagantes. Contando com os 1.966 credenciados, o público total foi de 28.069 espectadores. Ao Remo, coube o valor líquido de R$ 402.827,67. O Paissandu ficou com R$ 381.344,71. O público do Re-Pa foi o maior da rodada de domingo no futebol brasileiro. (Foto: MÁRIO QUADROS/Bola)