Remo anuncia o último reforço

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A diretoria anunciou, na tarde desta segunda-feira, a contratação do zagueiro Rafael Andrade, que volta ao clube depois de dois anos. Da primeira vez, foi um dos destaques do time que disputou a Série D. Domingo, ele foi apresentado à torcida e hoje assinou contrato. Defendeu o Bragantino (SP) na última Série B e firma contrato com o Remo por dois anos. “Eu me identifiquei muito com o Clube do Remo, ganhei o respeito das pessoas daqui e isso foi fundamental para que eu voltasse”, declarou o jogador. (Foto: MÁRIO QUADROS/Bola) 

Café com leite

Por Antônio Maria

É preciso amar, sabe? Ter-se uma mulher a quem se chegue, como o barco fatigado à sua enseada de retorno. O corpo lasso e confortável, de noite, pede um cais. A mulher a quem se chega, exausto e, com a força do cansaço, dá-se o espiritualíssimo amor do corpo.
Como deve ser triste a vida dos homens que têm mulheres de tarde, em apartamentos de chaves emprestadas, nos lençóis dos outros! Como é possível deixar que a pele da amada toque os lençóis dos outros! Quem assim procede (o tom é bíblico e verdadeiro) divide a mulher com quem empresta as chaves.
Para os chamados “grandes homens”, a mulher é sempre uma aventura. De tarde, sempre. Aquela mulher, que chega se desculpando; e se despe, desculpando-se; e se crispa, ao ser tocada, e cerra os olhos, com toda força, com todo desgosto, enquanto dura o compromisso. É melhor ser-se um “pequeno homem”.
Amor não tem nada a ver com essas coisas. Amor não é de tarde, a não ser em alguns dias santos. Só é legítimo quando, depois, se pega no sono. E há um complemento venturoso, do qual alguns se descuidam. O café com leite, de manhã. O lento café com leite dos amantes, com a satisfação do dever cumprido.
No mais, tudo é menor. O socialismo, a astrofísica, a especulação imobiliária, a ioga, todo ascetismo da ioga… tudo é menor. O homem só tem duas missões importantes: amar e escrever à máquina. Escrever com dois dedos e amar com a vida inteira.

Parazão 2014: classificação final do 1º turno

TIMES PG J V E D GP GC SG AP
Remo 21 11 6 3 2 19 8 11 63.6
Paissandu 17 11 4 5 2 20 12 8 51.5
Paragominas 12 9 2 6 1 12 11 1 44.4
Cametá 11 9 3 2 4 8 11 -3 40.7
Independente 8 7 1 5 1 5 6 -1 38.1
São Francisco 8 7 1 5 1 6 11 -5 38.1
Gavião 5 7 0 5 2 6 11 -5 23.8
Santa Cruz de Cuiarana 3 7 0 3 4 7 13 -6 14.3

Renda do clássico superou R$ 1 milhão

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O clássico Re-Pa que decidiu o primeiro turno superou as arrecadações e quantidade de público pagante no Parazão deste ano. A renda foi de R$ 1.073.720,00, com 26.103 pagantes. Contando com os 1.966 credenciados, o público total foi de 28.069 espectadores. Ao Remo, coube o valor líquido de R$ 402.827,67. O Paissandu ficou com R$ 381.344,71. O público do Re-Pa foi o maior da rodada de domingo no futebol brasileiro. (Foto: MÁRIO QUADROS/Bola) 

À altura dos velhos tempos

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Por Gerson Nogueira

Aconteceu quase tudo o que faz parte do arsenal de emoções do grande clássico. Lances empolgantes, marcações polêmicas, sururu e festa, muita festa. O último item por conta dos azulinos, que esperavam desde 2012 por um triunfo dentro do Campeonato Paraense. A Taça Cidade de Belém é apenas metade do torneio, mas já garante benefícios significativos. Com a conquista, o Remo já se garante na Copa do Brasil 2015 e fica muito próximo da almejada vaga à Série D deste ano.

Os saudosistas costumam gastar horas a fio recordando timaços de Remo e Paissandu de outras décadas. Para esses nostálgicos empedernidos, o futebol do passado é mais talentoso e glorioso do que o atual. Ontem à tarde, porém, mesmo aqueles que se agarram às reminiscências certamente se renderam ao grande duelo, em técnica e emoção, que remistas e bicolores proporcionaram no estádio Jornalista Edgard Proença.

É bem verdade que ficou faltando uma quantidade mais generosa de gols para tornar a festa de fato inesquecível, mas os 90 minutos foram de intensa busca pela vitória, entrega dos atletas e ataques de parte a parte, como o povo gosta.

O Remo, ansioso demais para assegurar o título do turno, começou nervoso e afrouxando a marcação em frente à área. Quando Ilaílson e Dadá acertaram o passo, foi a vez das laterais se mostrarem vulneráveis, principalmente a do lado direito, onde Héliton partia resoluto sobre Levy. A criação permanecia travada, como nos outros clássicos. Eduardo Ramos recebia poucas bolas e praticamente se omitia do duelo no setor.

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Os bicolores, mais organizados e focados, erravam pouco, mas não conseguiam acertar o pé lá na frente. Pikachu, como meia-atacante, ameaçava em arrancadas quase sempre paradas com falta, mas Lima não conseguiu disparar um chute a gol. Nas laterais, Djalma ajudava Max a conter Val Barreto, mas Bruninho sofria com a insistência maior do Remo pelo seu corredor.

Quando tudo parecia indicar que a primeira etapa terminaria premiando o esforço dos marcadores, o Remo ameaçou com duas investidas de Ratinho pela direita, lançado por Ramos. Na terceira, aos 28 minutos, aconteceu o gol. Ratinho entrou na área e, quando se preparava para chutar, furou espetacularmente. Para sua sorte, o zagueiro executou o passe e a bola foi direto nos pés de Val Barreto, que só teve trabalho de escorar para as redes.

O Paissandu mexeu para o segundo tempo, indicando a insatisfação de Mazola Junior com a produção do time. Lineker e Vânderson foram substituídos por Rodrigo Moraes e Dênis. A mudança surtiu o efeito desejado e a equipe ganhou em ofensividade.

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No Remo, Zé Soares já havia entrado no lugar de Ratinho e perdeu uma chance preciosa aos 10 minutos. Recebeu livre, mas chutou à direita do gol de Mateus. O jogo forte no meio-campo continuava, com pouco talento, mas muita disposição dos dois lados.

Aos 30, em cobrança de escanteio, Zé Antonio desviou no meio do caminho e enganou o goleiro Fabiano. O empate do Papão tornou o jogo eletrizante nos 15 minutos finais. No lance seguinte, Fabiano evitou o gol saindo aos pés de Lima. Com Carlinho Rech improvisado de volante e Rubran na zaga depois da saída de Ilaílson, o Remo acusou o golpe, atrapalhando-se muito na saída de bola.

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Em contrapartida, Bruninho, Djalma, Rodrigo Moraes e Dênis tocavam a bola, invertiam posicionamento e abriam espaço na intermediária remista para a entrada de Lima. Foi assim que o atacante invadiu a área e foi tocado por Dadá. O árbitro Wilson Seneme não deu o pênalti.

O Remo aos poucos foi se posicionando melhor, botando os nervos no lugar e armando contragolpes. Aos 40 minutos, Zé Soares teve outra grande chance, mas chutou por cima. Em outra investida, levou um pontapé de Lacerda, que acabou expulso. A grande vibração da torcida azulina embalou o time nos minutos finais e ajudou a sustentar o empate no clássico mais equilibrado da temporada.

Cumpriu-se, com dificuldade além do esperado, a primeira parte do projeto remista de recuperação. Um bom passo foi dado, mas os principais reforços do time ficaram devendo. No fim das contas, quem segurou as pontas foi a prata da casa e remanescentes de 2013. (Fotos: MÁRIO QUADROS/Bola) 

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A seleção da primeira metade

Depois da conquista azulina, a seleção do primeiro turno fica assim escalada: Fabiano (CR); Magno (PFC), Max (CR), Charles (PSC) e Alex Ruan (CR); Diogo Carioca (PFC), Dadá (CR), Djalma (PSC) e Eduardo Ramos (CR); Lima (PSC) e Aleílson (PFC). Ramos entra por exclusão, diante da inexistência de outro meia-armador de ofício nos outros clubes.

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A volta do duelo Pará-Amazonas

A semana promete novas emoções às duas grandes torcidas. Pela Copa Verde, um duelo com os representantes amazonenses: o Paissandu encara o Princesa do Solimões na quarta e o Remo pega o Nacional. O Papão pode ser considerado favorito destacado, mas no confronto dos leões nortistas reina certo equilíbrio. 

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO, edição de segunda-feira, 24)