Os números grandiosos da Copa das Copas

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Por Carlos Eduardo Mansur e Jorge Luiz Rodrigues, de O Globo

Não basta convocar, treinar, jogar e vencer. A Fifa precisa aprovar. Quase tudo. O controle da entidade sobre o evento que paga 89% de suas despesas quadrienais é restrito e aumenta nos sete meses que antecedem o megaevento. A partir do sorteio dos grupos, que, no caso do Brasil, aconteceu na Costa do Sauípe (BA), no dia 6 de dezembro do ano passado, reuniões, formulários, cartas-circulares e discussões são uma constante na rotina dos administradores e técnicos das 32 seleções.

— Será minha quarta Copa desde 2002, e já participei de mais de 200 reuniões com a Fifa. O controle é sempre rígido, nos mínimos detalhes — diz o mineiro Guilherme Ribeiro, o administrador da seleção brasileira, responsável por toda a logística da equipe.

Em Florianópolis, escolhida para sediar o Seminário das Equipes que termina hoje, no Hotel Costão do Santinho, os técnicos ganham os holofotes e promovem o evento, mas a presença de administradores, como Ribeiro, é crucial. São eles o elo entre a Fifa e as seleções. Na reunião de ontem, Ribeiro foi uma das vozes que levantaram a preocupação com a nova exigência da Fifa para que os jogadores não passem pela zona mista de entrevistas, após as partidas, com fones nos ouvidos. A tática é corriqueira entre os atletas não querem falar com a imprensa.

Como anfitrião, o Brasil terá vida menos difícil. No dia em que cada uma das 31 equipes estrangeiras desembarcar, terá de passar por um encontro de mais de seis horas com o coordenador-geral de cada cidade-sede para inspeção de uniformes, equipamentos, material de publicidade etc. Em boa parte desse encontro a presença dos 23 jogadores de cada seleção é obrigatória, motivo de reclamação dos atletas.

— Até luvas de goleiros têm de ser apresentadas. Tem de assinar a aceitação das cores e, se houver problema com logomarca e não der tempo de trocar, o goleiro precisará pôr esparadrapo em cima — conta Ribeiro. As atividades de mídia também são controladas. Os treinos terão de ser abertos aos jornalistas, no mínimo, por 15 minutos. Há exceção para um secreto, que, jamais poderá ser o da véspera de jogo. Também foi recomendada pela Fifa, pelo menos, uma atividade diária de mídia para cada seleção.

Na véspera dos jogos, o treino oficial no estádio da partida terá duração máxima de 60 minutos, fechado para o público e aberto para a imprensa credenciada, no mínimo, por 15 minutos. Técnico e um jogador-chave são obrigados a dar uma coletiva no local. Controle antidoping é outra preocupação. Exames antes da competição serão feitos nos 23 jogadores de cada seleção, com aviso prévio de algumas horas. Serão coletadas 736 amostras de sangue e outras 736 de urina. A partir de 1º de março, podem acontecer testes-surpresa nos clubes de possíveis convocados. Durante a Copa, haverá mais 256 exames de sangue e 256 de urina.

Quinhentas emissoras

Até a chegada ao estádio terá regras rígidas. Cada seleção não poderá chegar depois de faltarem 90 minutos para o início do jogo. Faltando 85 minutos, a escalação será entregue ao quarto árbitro. De 50 a 20 minutos antes do jogo, começa o aquecimento. E de oito a sete, a entrada em campo. Tudo cronometrado. Se não for cumprido, a punição vai de advertência à multa. Cada seleção receberá 25 bolas para treinos e aquecimento antes dos jogos. Após as semifinais, os dois finalistas receberão a bola da decisão. Esta bola terá outra cor.

Antes de estrear no Mundial, cada seleção está obrigada a fazer um treino aberto na cidade que servir como seu QG. Pode ser no CT ou em estádio a ser aprovado pela Fifa. Ingressos gratuitos serão distribuídos. Regras de marketing se aplicam. A partir de cinco dias antes da abertura do Mundial, as seleções não mais poderão usar placas de publicidade de seus patrocinadores em volta dos campos de treino; só as da Fifa. Até 15 de março, cada seleção terá de informar data, horário e local desse treino aberto.

As credenciais também são controladas. A Fifa dará 55 por seleção (23 jogadores e 32 oficiais), mas cobrirá despesas de 50 apenas. Todos os deslocamentos serão pagos pela organização. Cada seleção terá 50 lugares garantidos em voos charters com o mínimo de cem lugares. Se quiserem mais lugares, as seleções terão de pagar, como fará a Itália.

Cada seleção terá que informar à Fifa uma lista de 30 jogadores pré-inscritos até 13 de maio, e a lista final de 23 até 2 de junho. Substituições na relação dos 23 só serão permitidas por problema médico grave até 24 horas da estreia, mas não precisa conter jogador da pré-lista dos 30. Cada um dos 12 estádios terá 34 câmeras para a transmissão dos jogos. É o maior número em todas as Copas — duas a mais que na África do Sul-2010 e oito que na Alemanha-2006. Além da câmera-robô, sustentada por cabos no alto dos estádios, que estreou em 2010, haverá câmera num helicóptero.

— Na final, serão dois helicópteros, o que aumenta o total de câmeras para 35 — conta Sven Schaeffner, chefe da TV Fifa.

Ingressos esgotados para sete jogos da Copa

A Fifa anunciou oficialmente nesta sexta-feira que um total de 2,3 milhões de ingressos da Copa do Mundo de 2014 já foram destinados para torcedores que fizeram solicitações por bilhetes, assim como revelou que sete jogos da competição já estão com entradas esgotadas. Este total contabilizado foi revelado durante essa primeira parte da segunda fase de vendas da competição, que computou um total de 473.076 de pedidos para todos os jogos do torneio marcado para acontecer entre junho e julho no Brasil.
As sete partidas com ingressos esgotados são as seguintes: a abertura da competição, entre Brasil e Croácia, em 12 de junho, no Itaquerão, a final em 13 de julho, no Maracanã, os confrontos Inglaterra x Itália e EUA x Portugal (ambos em Manaus, pela fase de grupos), além dos duelos válidos pelas oitavas de final em Porto Alegre e São Paulo e a semifinal que ocorrerá em Belo Horizonte.
A Fifa também revelou que 1,5 milhão de ingressos já foram destinados aos torcedores até o momento, sendo que 57% deste total serão para brasileiros e outros 43% para habitantes de outros países. Com 906.433 bilhetes reservados, os torcedores do Brasil lideram com folga o mapa de distribuição das entradas do Mundial, seguidos pelos norte-americanos (com 125.465) e a Colômbia (60.231 ingressos). Alemanha (55.666), Argentina (53.809), Inglaterra (51.222), Austrália (40.446), França (34.971), Chile (32.189) e México (30.238) completam a lista das dez primeiras nações com mais bilhetes destinados. (Com informações da AFI) 

A sentença eterna

Não ser amado é falta de sorte, mas não amar é a própria infelicidade.

Albert Camus

É meu dever dizer aos jovens o que é um golpe

Por Hildegard Angel

Neste momento extremamente grave em que vemos um golpe militar caminhar célere rumo a um país vizinho, com o noticiário chegando a nós de modo distorcido, utilizando-se de imagens fictícias, exibindo fotos de procissões religiosas em Caracas como se fosse do povo venezuelano revoltoso nas ruas; mostrando vídeos antigos como se atuais fossem; e quando, pelo próprio visual próspero e “coxinha” dos manifestantes, podemos bem avaliar os interesses de sua sofreguidão, que os impedem de respeitar os valores democráticos e esperar nova eleição para mudar o governo que os desagrada, vejo como meu dever abrir a boca e falar.

Dizer a vocês, jovens de 20, 30, 40 anos de meu Brasil, o que é de fato uma ditadura.

Se a Ditadura Militar tivesse sido contada na escola, como são a Inconfidência Mineira e outros episódios pontuais de usurpação da liberdade em nosso país, eu não estaria me vendo hoje obrigada a passar sal em minhas tão raladas feridas, que jamais pararam de sangrar. Fazer as feridas sangrarem é obrigação de cada um dos que sofreram naquele período e ainda têm voz para falar. Alguns já se calaram para sempre. Outros, agora se calam por vontade própria. Terceiros, por cansaço. Muitos, por desânimo. O coração tem razões…

Eu falo e eu choro e eu me sinto um bagaço. Talvez porque a minha consciência do sofrimento tenha pegado meio no tranco, como se eu vivesse durante um certo tempo assim catatônica, sem prestar atenção, caminhando como cabra cega num cenário de terror e desolação, apalpando o ar, me guiando pela brisa. E quando, finalmente, caiu-me a venda, só vi o vazio de minha própria cegueira.

Meu irmão, meu irmão, onde estás? Sequer o corpo jamais tivemos.

Outro dia, jantei com um casal de leais companheiros dele. Bronzeados, risonhos, felizes. Quando falei do sofrimento que passávamos em casa, na expectativa de saber se Tuti estaria morto ou vivo, se havia corpo ou não, ouvi: “Ah, mas se soubessem como éramos felizes… Dormíamos de mãos dadas e com o revólver ao lado, e éramos completamente felizes”. E se olharam, um ao outro, completamente felizes. Ah, meu deus, e como nós, as famílias dos que morreram, éramos e somos completamente infelizes!

A ditadura militar aboletou-se no Brasil, assentada sobre um colchão de mentiras ardilosamente costuradas para iludir a boa fé de uma classe média desinformada, aterrorizada por perversa lavagem cerebral da mídia, que antevia uma “invasão vermelha”, quando o que, de fato, hoje se sabe, navegava célere em nossa direção, era uma frota americana. Deu-se o golpe! Os jovens universitários liberais e de esquerda não precisavam de motivação mais convincente para reagir. Como armas, tinham sua ideologia, os argumentos, os livros. Foram afugentados do mundo acadêmico, proibidos de estudar, de frequentar as escolas, o saber entrou para o índex nacional engendrado pela prepotência.

As pessoas tinham as casas invadidas, gavetas reviradas, papéis e livros confiscados. Pessoas eram levadas na calada da noite ou sob o sol brilhante, aos olhos da vizinhança, sem explicações nem motivo, bastava uma denúncia, sabe-se lá por que razão ou partindo de quem, muitas para nunca mais serem vistas ou sabidas. Ou mesmo eram mortas à luz do dia. Ra-ta-ta-ta-tá e pronto.

E todos se calavam. A grande escuridão do Brasil. Assim são as ditaduras. Hoje ouvimos falar dos horrores praticados na Coreia do Norte. Aqui não foi muito diferente. O medo era igual. O obscurantismo igual. As torturas iguais. A hipocrisia idêntica. A aceitação da sobrevivência. Ame-me ou deixe-me. O dedurismo. Tudo igual. Em número menor de indivíduos massacrados, mas a mesma consistência de terror, a mesma impotência.
Falam na corrupção dos dias de hoje. Esquecem-se de falar nas de ontem. Quando cochichavam sobre “as malas do Golbery” ou “as comissões das turbinas”, “as compras de armamento”. Falavam, falavam, mas nada se apurava, nada se publicava, nada se confirmava, pois não havia CPI, não havia um Congresso de verdade, uma imprensa de verdade, uma Justiça de verdade, um país de verdade. E qualquer empresa, grande, média ou mínima, para conseguir se manter, precisava obrigatoriamente ter na diretoria um militar. De qualquer patente. Para impor respeito, abrir portas, estar imune a perseguições. Se isso não é um tipo de aparelhamento, o que é, então? Um Brasil de mentirinha, ao som da trilha sonora ufanista de Miguel Gustavo.

Minha família se dilacerou. Meu irmão torturado, morto, corpo não sabido. Minha mãe assassinada, numa pantomima de acidente, só desmascarada 22 anos depois, pelo empenho do ministro José Gregory, com a instalação da Comissão dos Mortos e Desaparecidos Políticos no governo Fernando Henrique Cardoso.

Meu pai, quatro infartos e a decepção de saber que ele, estrangeiro, que dedicou vida, esforço e economias a manter um orfanato em Minas, criando 50 meninos brasileiros e lhes dando ofício, via o Brasil roubar-lhe o primogênito, Stuart Edgar, somando no nome homenagens aos seus pai e irmão, ambos pastores protestantes americanos – o irmão, assassinado por membro louco da Ku Klux Klan. Tragédia que se repetia.

Minha irmã, enviada repentinamente para estudar nos Estados Unidos, quando minha mãe teve a informação de que sua sala de aula, no curso de Ciências Sociais, na PUC, seria invadida pelos militares, e foi, e os alunos seriam presos, e foram. Até hoje, ela vive no exterior. Barata tonta, fiquei por aí, vagando feito mariposa, em volta da fosforescência da luz magnífica de minha profissão de colunista social, que só me somou aplausos e muitos queridos amigos, mas também uma insolente incompreensão de quem se arbitrou o insano direito de me julgar por ter sobrevivido.

Outra morte dolorida foi a da atriz, minha verdadeira e apaixonada vocação, que, logo após o assassinato de minha mãe, precisei abdicar de ser, apesar de me ter preparado desde a infância para tal e já ter então alcançado o espaço próprio. Intuitivamente, sabia que prosseguir significaria uma contagem regressiva para meu próprio fim.

Hoje, vivo catando os retalhos daquele passado, como acumuladora, sem espaço para tantos papéis, vestidos, rabiscos, memórias, tentando me entender, encontrar, reencontrar e viver apesar de tudo, e promover nessa plantação tosca de sofrimentos uma bela colheita: lembrar os meus mártires e tudo de bom e de belo que fizeram pelo meu país, quer na moda, na arte, na política, nos exemplos deixados, na História, através do maior número de ações produtivas, efetivas e criativas que eu consiga multiplicar.

E ainda há quem me pergunte em quê a Ditadura Militar modificou minha vida!

O passado é uma parada…

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Terminal Rodoviário, anos 1970, com direito a perua Veraneio, Fusca e picolé da Gelar.

Série C terá duelo paraense na 1ª rodada

A CBF anunciou, na tarde desta quinta-feira (20), a tabela do Campeonato Brasileiro da Série C. O torneio começa no dia 27 de abril e vai até 4 de outubro na primeira fase. A competição será disputada em dois grupos de dez equipes. Os quatro primeiros colocados dos grupos A e B se enfrentam em cruzamento olímpico. Os vencedores passam à semifinal, garantindo automaticamente o acesso à Série B 2015. Os dois últimos colocados na fase inicial serão rebaixados para a Série D. Na estreia, os paraenses Paissandu e Águia de Marabá se enfrentam no dia 27 de abril, sendo que o mando pertence ao Papão. A indefinição é quanto ao local da partida, em função da pena imposta pelo STJD ao clube, que só poderá mandar seus jogos em Belém na sexta rodada, diante do Fortaleza, em 1º de junho.

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ATENÇÃO PARA OS JOGOS DOS TIMES PARAENSES NO 1º TURNO:

1ª RODADA – (27/04)

Paissandu x Águia

2ª RODADA – (04/05)

Águia x Salgueiro-PE (Marabá)

CRB-AL x Paissandu (Maceió)

3ª RODADA – (11/05)

Paissandu x Asa-AL

Fortaleza-CE X Águia (Fortaleza)

4ª RODADA – (18/05)

Águia x Treze-PB (Marabá)

Salgueiro-PE x Paissandu (Salgueiro)

5ª RODADA – (25/05)

Paissandu x Botafogo-PB

Asa-AL X Águia (Arapiraca)

6ª RODADA – (01/06)

Paissandu x Fortaleza-CE (Belém)

Betim-MG x Águia (Ipatinga)

(PAUSA PARA A COPA DO MUNDO)

7ª RODADA – (20/07)

Águia x CRB-AL (Marabá)

Cuiabá-MT x Paissandu (Cuiabá)

8ª RODADA – (27/07)

Águia x Cuiabá-MT (Marabá)

Treze-PB x Paissandu (Campina Grande)

9ª RODADA – (03/08)

Paissandu x Betim-MG (Belém)

Botafogo-PB x Águia (João Pessoa)

Em ritmo de decisão

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Por Gerson Nogueira

Foi uma partida bem mais tensa do que a torcida esperava, mas teve o efeito compensador de mostrar que o Remo tem um bom elenco, peças de reposição e capacidade de mudar uma situação complicada. As mexidas executadas depois que o Paragominas chegou a 2 a 1 no começo do segundo tempo demonstraram que o torcedor tem motivos para alimentar esperanças em relação ao time atual.

Os 45 minutos iniciais do Remo foram absolutamente caóticos. Não conseguia aproveitar as boas oportunidades criadas pela direita do ataque, com Ratinho, e se atrapalhava nas disputas do meio-campo, sofrendo com as ausências de Jonathan e Dadá.

Quando tinha a posse de bola, a ligação era sempre atrasada e imperfeita, com bolas esticadas para Tiago Potiguar pela esquerda, quase sempre muito policiado por Magno e Sandro, este um autêntico pitbull na marcação, exagerando até na força de suas entradas.

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A outra saída era pela direita com Levy, mas este buscava Ratinho ao invés de tentar completar as arrancadas até a linha de fundo. Com isso, o Remo ficou previsível, facilitando o trabalho de bloqueio que Cacaio montou em frente à sua linha de zaga.  

Depois de muito tentar em cruzamentos tortos, o Remo abriu espaço nas laterais e permitiu que Aleílson, lançado por Fabrício, tumultuasse a defesa em duas ocasiões. Fabiano salvou duas vezes, mas na terceira tentativa a casa caiu. Aos 29, após desvio de Aleílson, de costas, a bola ganhou as redes.

O gol perturbou os remistas, que se lançaram à frente com sofreguidão, mas sem método. Eduardo Ramos, muito marcado e sempre parado com faltas, não achava lugar. Potiguar era, como de hábito, o mais acionado, mas também não progredia nos lances isolados.

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No minuto final veio o lance redentor. O garoto Warian jogou a bola para o lado esquerdo, Potiguar evitou a saída e arrancou até a linha de fundo, cruzando para o cabeceio certeiro de Val Barreto. Foi, a rigor, a única jogada lúcida do Remo em toda a primeira etapa.

A empolgação da torcida azulina na descida do time para os vestiários mascarou a fraca atuação. O recomeço do jogo iria mostrar que o desenho armado por Charles necessitava de retoques. O Paragominas perdeu o zagueiro George, expulso por jogo violento. Eduardo Ramos, que atuou muito isolado no meio, foi então substituído por Zé Soares.

Acontece que o Remo permanecia sem transição e acabou castigado. Aos 18 minutos, o baixinho Fabrício desempatou de cabeça, reabrindo as chances do Paragominas. O detalhe é que a bola, cruzada da direita por Magno, atravessou toda a extensão da pequena área. Fabiano e Rogélio assistiram a execução do lance, que silenciou o Mangueirão.

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Diante da iminência da disputa da vaga em penalidades, Charles resolveu finalmente mexer de verdade. Recorreu ao banco e lançou Athos e Leandro Cearense, substituindo a Ratinho e Warian, respectivamente. A equipe finalmente se encontrou ofensivamente. Potiguar iniciava as triangulações pela direita e Athos centralizava os lançamentos.

Ao lado de Val Barreto, Cearense passou a atuar pelos lados da área. Aos 31 minutos veio o empate, em lance que envolveu quase todo o ataque e foi finalizado por Athos. A comemoração em torno do meia, abraçado por todo o time, mostra que pelo menos no aspecto emocional as coisas estão bem encaminhadas no Remo.

Com o contra-ataque à sua disposição, embora ainda permitindo alguns sustos com Aleílson, o Remo tomou conta das ações. Val Barreto fez boa manobra e passou para Cearense virar o placar, aos 38. No último minuto, o próprio Cearense trabalhou o contragolpe e tocou para Potiguar fechar a contagem.

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Um jogo para testar a saúde cardíaca da torcida azulina, mas que terminou sob um clima de festa. A grande dúvida é se erros primários como os do primeiro tempo poderão ser sempre corrigidos na etapa final.

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Muita luta, poucos destaques

Pelo Paragominas, os destaques foram Magno, quase impecável pela lateral-direita. Fabrício e Aleílson, além dos gols, também tiveram grande movimentação na partida. A estranhar a não utilização de Lourinho, um dos melhores meias-atacantes do Parazão, que permaneceu no banco até o final. Destoaram no conjunto interiorano o zagueiro George, expulso com justiça, e o volante Sandro, que conseguiu a proeza de cometer 14 faltas, várias delas merecedoras de advertência.

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Do lado azulino, Potiguar e Carlinho Rech (improvisado de volante) apareceram bem, mas a reação só aconteceu com a participação fundamental de Athos e Leandro Cearense. Ambos deixaram a impressão de estar em nível superior aos titulares. Já Rogélio, Levy, Rodrigo Fernandes e Ramos foram os destaques negativos. (Fotos: MÁRIO QUADROS/Bola)

 

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Ilusão de ótica nas arquibancadas

O público oficial foi de quase 11 mil pagantes (12.444 no total), mas deixou a impressão visual de mais gente nas arquibancadas. Nada surpreendente em se tratando do Mangueirão e seus muitos mistérios.

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta sexta-feira, 21)