Valeu pelo segundo tempo

Por Gerson Nogueira
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Foi um jogo esquisito, com um primeiro tempo que teve o Cametá com mais volume, até porque precisa reverter a vantagem, e o Remo jogando para trás, tocando para os lados e absolutamente inconclusivo nas jogadas de ataque. Tão estranho que o grito inicial de euforia e contentamento do torcedor remista, saudando os 109 anos de fundação do clube, só voltou a ser ouvido aos 46 minutos, quando Zé Soares chutou para marcar (com desvio no goleiro) o primeiro gol. 
Na verdade, o Cametá esteve muito mais perto de balançar as redes, perdendo chances com Robinho, Kênia e Frank. O Remo ameaçou chegar em duas escapadas de Tiago Potiguar e um lançamento longo que Leandrão quase alcançou diante do goleiro Alencar Baú. Mesmo tendo à disposição espaço para contra-atacar, a equipe azulina se atrapalhava na transição e perdia muito tempo com passes laterais e improdutivos.
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Eduardo Ramos, cérebro do time, não encontrou lugar para distribuir passes nos primeiros 45 minutos. O mais dinâmico do time era Potiguar, que encarava dura marcação pelo lado direito e viu-se obrigado a derivar para o meio, embolando com Ramos, Jonathan e até Zé Soares. Enquanto isso, à base de muita correria, o Cametá buscava cumprir a missão quase impossível de vencer por três gols de diferença.
Robinho, que no meio da semana foi cuidadosamente vigiado por Dadá, encontrou campo livre desta vez. Não tomou conhecimento de Diogo Silva e saía sempre de frente para o instável Rogélio, criando sempre situações perigosas. Kênia e Jaílson se dividiam nas jogadas de ataque, auxiliados também por Leandrinho, Américo e Frank. O gol de Zé Soares saiu quando ninguém mais esperava nada da primeira etapa. Em cobrança rápida de escanteio, ele aproveitou a desatenção dos zagueiros e do goleiro para abrir o marcador.
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O gol no minuto final teve o condão de acordar o time remista e levantar a torcida. No segundo tempo, veio a transformação. Nem bem a bola rolou e Potiguar saiu infernizando ponta direita e surpreendeu a marcação com dribles dentro da área, para em seguida cruzar para Leandrão. O centroavante cabeceou e Alencar salvou, mandando a escanteio. Um minuto depois, Potiguar repetiu o mesmo trajeto, driblou dois zagueiros e colocou a bola na cabeça de Rogélio, que só escorou. 
A vantagem conquistada em tão curto espaço de tempo provou que o problema estava na ligação, pois saindo rapidamente a equipe conseguia envolver o bloqueio cametaense. Jailson ainda descontou, aos 6 minutos, desviando de cabeça um cruzamento de Robinho, mas o Remo era definitivamente um outro time, apostando na troca de passes em velocidade. Ramos, Potiguar e Zé Soares apareciam muito bem, embora o setor defensivo ainda permitisse a pressão adversária. Fabiano foi obrigado a sair nos pés dos atacantes para evitar dois gols.
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Quase ao final, nova blitz azulina e Ratinho (que havia substituído Zé Soares) sofreu pênalti. Ramos cobrou e fez 3 a 1. Logo a seguir, o próprio camisa 33 lançou Athos com perfeição. O meia fintou um zagueiro e tocou na saída do goleiro. Os festejos por esse gol evidenciaram o apoio do time a Athos, que até agora ainda não mostrou no Remo a qualidade que exibia na Chapecoense. 
O triunfo, além de classificar o Remo em vantagem para a decisão do turno, veio junto com a estreia de Agnaldo como auxiliar técnico. Guerreiro e vitorioso em seus tempos de jogador, Seu Boneco começou muito bem na nova função. (Fotos: MÁRIO QUADROS/Bola)
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Recuado, Papão cede empate no final 
No sábado à tarde, sob chuva intensa, o Paissandu empatou com o Paragominas e garantiu presença na final do turno. O jogo teve predomínio bicolor nos primeiros 45 minutos. Bruninho marcou logo de cara, o ataque perdeu várias chances e Pikachu ampliou o escore aos 15 minutos, pegando de voleio um cruzamento da esquerda. Aírton foi derrubado na área, mas o árbitro Marco Antonio Mendonça não assinalou o penal.
As ações eram prejudicadas pelas más condições do campo, mas o Papão parecia absoluto, senhor das iniciativas e tranquilo no plano defensivo. O PFC pouco ameaçava e a parada parecia decidida desde cedo.
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Para surpresa geral, o segundo tempo trouxe um Paragominas bastante diferente. Melhor distribuído, tinha em Lourinho seu homem mais lúcido. Aleilson continuou sumido, mas o time chegava e ameaçava, aproveitando-se do recuo do Paissandu. As falhas da zaga começaram a aparecer e Lourinho acertou um chute forte, aos 22, dando esperanças aos visitantes. A pressão continuou, os vacilos defensivos também e quase ao final veio o empate. Os zagueiros travaram e Lucas empurrou para as redes. Ainda houve uma outra chance, mas o PFC desperdiçou. 
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Um sufoco final desnecessário, que tornou emocionante – e preocupante – a classificação bicolor. 
(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta segunda-feira, 10)

36 comentários em “Valeu pelo segundo tempo

  1. Taticamente o Remo ainda não existi, a vitória vai mais pela excelente qualidade técnica do Time.

    Charles assistir o PSC jogar no sábado é uma coisa, Mazola assistir o Remo jogar no domingo é outra, com certeza Mazola consegue encontrar pontos mais fracos no Remo, um é marcar o Eduardo Ramos e pronto o time não sabe mais o que fazer com a bola.

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  2. Bom, a primeira etapa do projeto já foi ultrapassada com sucesso. Agora, é preparar para buscar fazer o mesmo na segunda. São 180 minutos, mais os acréscimos. O perfil técnico-tático do time permanece inalterado, especialmente no que respeita à peça defensiva, a qual ainda não encontrou um padrão de firmeza nem mesmo com a inegável vontade de participar demonstrada e efetivada pelo Eduardo Ramos e pelos atacantes. Mas, como o adversário também oscila deveras, é lícito esperar por uma vitória.

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  3. Quanto ao placar de ontem, havia dado o palpite de 3 x 0, a favor do time azulino, era esperado pela fragilidade da equipe cametaense, sinceramente o mais fraco dos semifinalistas.
    Penso que chegou entre os quatro mais pela ruindade dos demais concorrentes.
    Teste de fogo para o time da Antônio Baena na Copa Verde pois o PFC que é bem mais qualificado que o Cametá, ainda está invicto perante os dois times da capital, contra o Remo venceu por 1 x 0 e contra o Paysandú três empates, onde em dois momentos esteve atrás do placar pela diferença de dois gols que buscou com muita luta e vontade dois seus jogadores.
    Acho que se o Remo tem alguma pretensão na competição nacional deve ligar o alerta porque o adversário sendo um emergente do futebol paraense mostrou que não tem medo dos titãs da capital!

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  4. Valeu pelo segundo tempo. Ainda bem que o jogo tem 90 minutos ou mais. Se não fosse assim, o Remo estaria ferrado.
    No jogo do Paysandú, que pena que ainda havia um segundo tempo, quando, para surpresa de todos – menos para o pessoal do Pfc -, o Paragominas reagiu.

    Dá para analisar assim:
    O Remo não mereceu ganhar de 4 a 1; se não fosse aquele gol do Zé Soares aos 46, se não fosse a inoperância dos atacantes do Cametá, mesmo com a baixa qualidade técnica dos defensores remistas, se não fosse pelos 3 gols do Remo no segundo tempo. Que pena que há um segundo tempo.
    O Paysandú, melhor equipe deste campeonato, pois venceu o clássico contra o Remo e goleou o fortíssimo time do São Francisco, somente empatou com o Pfc no primeiro jogo para dar mais emoção à decisão, pois sabia que ao final do jogo acabaria empatando. Empatou o segundo jogo, ou melhor, deixou empatar o jogo, por simplesmente não levar muito a sério o adversário, ainda mais com aquele gramado que estava igual ao campo da curuzu.

    Mas, no próximo Re-Pa, clássico é clássico e vice-versa, apesar de o Psc estar em excelente fase.

    Quanto exagero! Principalmente ao analisarem o Clube do Remo.

    Dos remistas menos serenos e mais exigentes por aguardarem do Remo um futebol digno de um Barcelona ou Real Madrid; dos fanáticos rivais, naturalmente, com o fito de desqualificar os méritos atribuídos ao time azulino, ao mesmo tempo minimizando os eventuais tropeços de seu time.

    Assim caminha o futebol por essas plagas nortistas.

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  5. Para esta final acredito que a decisão ocorrerá no 1º jogo, isto é, quem ganhar a 1ª será o campeão.
    Penso que o Paysandu leva uma pequena vantagem, pois o Mazola é mais tático (organizado) que o CG, e seus comandados seguem a risca o traçado definido.
    Não é preciso anular o ER, este já se anula por si só. A defesa do Papão é bem mais sólida e o Lima é bem mais perigoso que o Leandrão.

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  6. Antônio Valentim,pra falar a verdade tanto Remo quanto Paysandu são times fracos. Essa é a verdade. O Remo leva pequena vantagem,pois possui jogadores individualmente melhores,de fato,além de jogar por dois resulatdos iguais.

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  7. A vantagem do Grande Bicolor Celeste Amazônico, é conhecer como jogam, quando querem, o ER e o Potyguar, ademais, as ruindades se igualam, mas, o favorito continua sendo o leião. afinal contratou mais, investiu mais alto, tem maior folha de pagamento deste Parazão, e chegaram à final com maior número de pontos, então, quem disse que não são favoritos?! os fatos comprovam.
    Ao Mazolla, resta a humildade de reconhecer a superioridade técnica do adversário, marcar de perto, não deixando jogar, o Potyguar e o ER, e deixar o barco correr no esquema proposto, que o time assimilou bem, tanto que vencemos o primeiro Clássico.

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  8. Valentim, de minha parte, meu comentário não carece de serenidade, tampouco excede em exigência. Ele apenas retrata as cediças carências do time. O que não posso é sair por aí como se fosse um Pacheco a enaltecer um bom futebol que ainda não foi jogado. E quando este bom futebol vier, se vier? Bom, aí são outros quinhentos!

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  9. Enfim, alguém reconhecendo a verdade: que Remo e Psc são times fracos.

    Quanto ao Remo ele só precisa ser um milímetro menos fracos que os 7 outros concorrentes, ou, na pior das hipóteses, ser mais fracos que os outros 6, exceto o Psc.

    A direção azulina fez a sua parte ao contratar jogadores de bom (não excelente) nível para compor uma equipe, ciente de que o Remo precisa reabilitar-se e inserir-se de vez nas competições duradouras promovidas pela madrasta. Eu, por lucidez, serenidade, bom senso, sempre soube que o Remo não teria condições de trazer nem Herrera, nem Loco Abreu, nem Renato Abreu, nem qualquer outro grande nome que se andou propagando por aí.
    Pés no chão, porém pensando grande.

    Até agora o Remo está naquilo que se deve esperar: um nariz à frente.

    Abaixo os exageros, para cima ou para baixo.

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  10. Com certeza absoluta, Miguel, que nessa vitória do CR, tevem, sim, a influência do Seu Boneco. Ele é melhor do que o Charles, para orientar e comandar. Reforçou-se o CR, nitidamente. Que venham mais fortes, que a paulada será forte. rs

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  11. Também acho, Heleno. Ontem, durante as substituições, era o Agnaldo que orientava os jogadores que entravam. Pelo menos, o Charles vai economizar os créditos do celular. rsrsrsrs

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  12. Não acompanhei ontem o jogo completo ontem, liguei o rádio dois segundos antes do gol do Zé Soares, portanto, ouvi um jogo diferente do que aconteceu no primeiro tempo.

    Acredito que o time jogou com o regulamento debaixo do braço, já que o Cametá precisava até aquele momento de três gols pra classificar, era uma vantagem boa, por suposto. A partir do gol, o relaxamento do time fez com que o jogo pudesse ser mais relaxado, mesmo com o Cametá insistindo e indo pra cima, nos comentários do escriba, o jogo já estava decido, sendo ampliado a cada contra ataque.

    Quando o time joga sem a pressão devida, as coisas fluem naturalmente, é de se esperar que agora na decisão exista a pressão para a conquista do primeiro turno, vai ser difícil, mas com ajuda e apoio de todos, dá pra chegar lá.

    E jogaremos relaxados o restante do campeonato.

    Não creio que saia das mãos de Remo ou Paissandu o título deste ano.

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  13. Patética a participação do Agnaldo ontem.
    Não precisavam humilhar o profissional Charles Guerreiro, que por outro lado sabe que é preciso passsar por isso pra não perder seus direitos. Um deles seria uma multa recisória de 500 mil reais.

    Se no 1° Re-Pay apanharam sem o Pikachú, agora com ele vamos ter ÓMILHAÇÃO.

    Espero que não inventem uma nova compra do passe do rapaz

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  14. Também achei constrangedora, pro Charles, a atuação do Agnaldo.
    Houve um momento, por ocasião de uma substituição, que o Charles dizia algo ao substituto (o Athos, se não estou enganado) e o Agnaldo, por cima dos ombros do treinador falava ao mesmo tempo. A impressão que deu é que o jogador não prestava atenção a nenhum dos dois.
    Quanto à decisão melhor esperar para ver se o Pikachú é mesmo capaz desta proeza.

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  15. Linda, bela, maravilhosa vitória Azulina. O time está encorpado, com pegada, todo mundo se ajudando, já está com cara de campeão. Aos agourentos críticos do vitorioso na vida e na profissão Charles Guerreiro, vos digo que o Mazola Junior é um técnico mediano pra mediocre, covarde, frouxo, vai jogar como timinho na retranca porque tem medo de perder o emprego dele. Mas não tem problema, Remo, perdendo ou vencendo, joga pra cima, com os melhores jogadores da competicao, arrisco dizer que o Remo tem os sete melhores jogadores do campeonato até agora. Valeu Leão! Agourentos vão trabalhar!

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  16. Elas estão confiando no picachupa nesse jogo, qdo esse jogador pega uma marcador melhor e um lateral que ganha as bolas na costa dele, some do jogo. Mas continuem achando que tem um timaço e estou torcendo que o Vanderson vá para o jogo, domingo depois da partida conversamos. Seu boneco não alivia, se for preciso coloque até 3 atacantes no ataque que esse técnico frocho que nunca ganhou nada vai pipocar. Alias todos falam que o Mazona é o cara, ai fui olhar o que ele já ganhou como treinador e pasmem, sua maior campanha foi levar o sport ao 4` lugar na serie B, pow até o Charles tem mais titulos que ele, o paysandu tem um tecnico frocho no comando só falta o Charles acertar o no tatico nele, como sempre levou das outras equipes.

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  17. É bom que as azuletes já estão todas soberbas só porque o boneco de bosta está auxiliando o Charles. Veremos no fim quem sairá chorando do Mangueirão. Mais um ano de desespero para comprar vaga! Tiveram a maior sorte porque a semi foi contra o vendido Cametá, graças ao mão de geleia do Baú! Eduardo Rama, Tiago Pote d’água e Leandrão não terão vez!

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  18. Caro Gerson,

    Sou um torcedor de um time que está na final do campeonato paraense – Taça Cidade de Belém e Taça Estado do Pará. Não importa qual o time. O que importa é que lendo o PDF com o regulamento do Campeonato Paraense 2014 não achei nenhuma regra que diz respeito à vantagem que um dos times tem na final das competições acima citadas.

    Enviei uma carta ao ouvidor e ao contato da página do site da FPF e estou aguardando resposta. Enquanto isso gostaria de saber se você sabe em que artigo está dizendo que um dos times tem a vantagem na final de cada turno exceto Copa Açaí pois as pessoas que me deram respostas não leram a regra de verdade e somente disseram que ouviram falar, mas o que vale é o que está escrito no regulamento do campeonato.

    Obrigado.

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