Para não esquecer a poesia

Soneto de separação

vinicius-620x400Por Vinícius de Moraes

De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.

De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.

De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.

Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.

O adeus a Jorge Nunes

Morreu nesta sexta-feira o cronista esportivo Jorge Nunes, da Super Rádio Tupi. Aos 64 anos, Jorginho era um nome respeitado, que dava prestígio à crônica esportiva do Rio de Janeiro. Perde o rádio-esportivo, o futebol e o jornalismo. Tinha bordões e opiniões que marcaram as ondas sonoras do rádio carioca. Era vascaíno assumido, mas fazia um estilo que lembrava muito o do alvinegro João Saldanha, bem-humorado e sem medo. Vai fazer falta.