Paissandu x Náutico-RR (comentários on-line)

Copa Verde – 1ª rodada, jogo da volta

Paissandu x Náutico-RR – estádio da Curuzu, 20h30

Rádio Clube _ IBOPE_ Segunda a Sexta _ Tabloide

Na Rádio Clube, Claudio Guimarães narra, Rui Guimarães comenta. Reportagem – Dinho Menezes.

Enquanto isso, no país da Copa…

Antes, eles eram apenas uma classe que estava enriquecendo no Brasil. Hoje, eles já são maioria e estão na mira das empresas de todos os setores, tendo se transformado no mais relevante mercado consumidor do País. A chamada classe emergente já soma 108 milhões de indivíduos, mais que países como Alemanha, Egito ou França – se fossem uma nação, seriam o 12º Pais do mundo em população. O cacife é da mesma magnitude: seriam o 18º país do planeta em consumo – poderiam, inclusive pertencer ao G20.

Leia também: Os 11 produtos e serviços mais desejados pela classe média emergente em 2014

Não por acaso se transformaram no principal alvo das empresas de consumo e serviços em todo o Brasil. No ano passado gastaram R$ 1,17 trilhão e movimentaram 58% do crédito distribuído em território nacional. E quem acha que o modelo de consumo se esgotou, pode estar enganado: para este ano, a previsão é vender de 11,7 milhões de viagens nacionais e internacionais, 7,8 milhões de notebooks, 4,5 milhões de tablets e mais 3,9 milhões de smartphones.

Essas são as expectativas da pesquisa Faces da Classe Média, lançada nesta terça-feira (17) pelo Serasa Experian em parceria com o Instituto Data Popular. Por classe média, a pesquisa entende famílias com rendas entre R$ 320 a R$ 1,120 mil por pessoa. “Nossa classe média é mais rica que 54% da população mundial”, diz Renato Meireles, diretor-presidente do Data Popular.

Dentro deste grupo, a pesquisa identificou quatro perfis. Em comum entre eles está a larga utilização do crédito. Se estão devidamente educados para isso, é uma outra história. “As empresas estão preocupadas em fornecer educação para o crédito, mas o volume de investimentos para o assunto é uma particularidade de cada uma”, diz Ricardo Loureiro, presidente do Serasa Experian. (Do iG)

O passado é uma parada…

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Dia 18 de fevereiro de 1964. Os Beatles, que haviam se consagrado nas apresentações no Ed Sullivan Show de transmissão costa a costa dos EUA, aproveitam os dias seguintes para passear e visitam Miami, curtindo esqui aquático e esbaldando-se nas praias. Nesta data, encontram com o boxeador Cassius Clay – que viria depois a ser Muhammad Ali. Clay, uma figuraça, encantou os Beatles com suas piadas e brincadeiras. Há 50 anos…

Copa do Mundo e a mídia esquizofrênica

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Por Laurindo Lalo Leal Filho, na Revista do Brasil

Encerrei o artigo publicado na edição de janeiro da Revista do Brasil com a expressão “2014 promete”. Escrito em dezembro, chamava a atenção para o desespero da oposição, representada pela mídia, na busca de um candidato para as eleições presidenciais deste ano, alertando sobre o previsível “vale-tudo”. A previsão, infelizmente, começou a se confirmar antes mesmo do fim do ano, com o jornalista Elio Gaspari pedindo na Folha de S.Paulo a volta das manifestações de rua, seguido na mesma linha por vários outros comunicadores, até pelo Faustão, na Globo.
Passadas as festas, a carga prosseguiu com a GloboNews mostrando um gráfico sobre inflação que irá para os anais da manipulação jornalística brasileira. Por ele ficamos sabendo que a inflação de 2013, de 5,91%, é maior que as de 2010 (5,92%) e 2011 (6,50%). Disseram depois que foi “erro”, para mim só comparável ao célebre “boimate” da Veja de tempos atrás, quando a revista da Abril publicou uma nota científica sobre a descoberta da criação de um híbrido formado por boi e tomate. A diferença entre os dois “erros” está em seus objetivos. O da Veja antiga era mero sensacionalismo. Já o da GloboNews faz parte de ação política orquestrada, tendo como referência ideológica o Instituto Millenium, articulador da mídia brasileira em torno do pensamento único de raiz reacionária.
Curiosa, no entanto, é a esquizofrenia diante da Copa do Mundo. Ao mesmo tempo que a defende de acordo com os seus interesses mercadológicos, procura incentivar manifestações populares em torno dela, contra o governo, por interesses políticos. Mas pede que sejam feitos de forma “pacífica”, repetindo os chavões de junho passado. Creio até que gestores e mentores dessa mídia torçam contra a seleção brasileira, na esperança de que a derrota crie algum alento à oposição. Ainda que custem um período de relativas baixas nas receitas publicitárias advindas do ufanismo futebolístico.
Se for assim, será mesmo o derradeiro ato de desespero. Foi-se o tempo em que política e futebol contaminavam-se reciprocamente. Não estamos mais em 1950, quando candidatos aos mais diferentes cargos circulavam entre os jogadores da seleção, invencível até começar o jogo final, tentando tirar uma casquinha do prestígio por eles conquistado nos gramados até minutos antes da tragédia do Maracanã diante do Uruguai. Ou da ditadura, em seu momento mais sinistro, durante a Copa de 1970, tentando sufocar os gritos das masmorras com marchinhas do tipo “pra frente, Brasil”.
De lá para cá, o país mudou muito. Foi campeão do mundo mais duas vezes, passou dos “90 milhões em ação” para mais de 200 milhões e, na última década, tornou-se uma das mais importantes economias do mundo. Não há futebol que possa contaminar as conquistas populares como o aumento das redes de proteção social, a universalização do acesso ao ensino fundamental, a expansão do ensino superior e, principalmente, a redução do desemprego.
O “complexo de vira-lata” pregado na testa dos brasileiros pelo escritor Nelson Rodrigues, logo após a derrota de 1950, e que se aplicava não só ao futebol, mas a toda a autoestima do país, desapareceu. Mesmo as mazelas que persistem na insegurança das ruas, no trânsito caótico, na prisões medievais, nas habitações precárias deixaram de ser consideradas destinos manifestos da gente brasileira. Ao contrário, mostram-se como desafios a serem enfrentados e superados pela ação política, institucionalizada ou não.
A mídia tentará, uma vez mais, instrumentalizar essas lutas, juntando-as ao futebol, tanto em caso de vitória como de derrota na Copa. Se vencermos, o mérito será da seleção, se perdermos o ônus ficará com o governo. Serão as últimas cartadas oferecidas por ela ao seus candidatos numa tentativa de utilizar esses temas, neste ano, da mesma forma irresponsável como pôs em debate o aborto nas eleições de 2010. Como disse no artigo anterior, “2014 promete”…

Torcedores convidados a ajudar o Hemopa

A Fundação Hemopa convida os servidores do Estado a participarem da campanha “Maior Re-Pa da História da Doação de Sangue”, que acontece de 17 a 21 deste mês. A ação tem a finalidade de repor o estoque de sangue do hemocentro, que sofreu significativa baixa com a redução de 40% do número de coletas, em função das intensas chuvas que caem sobre a região Norte, que além de dificultar o acesso de voluntários ao hemocentro, expõem as pessoas a algumas doenças virais, como a gripe, por exemplo. Estão aptos a doar sangue os candidatos com boa saúde, com idade entre 16 anos completos e 67 anos, e peso acima de 50 quilos. É necessário portar documento de identidade original e com foto. Não precisa estar em jejum. O homem pode doar a cada dois meses e a mulher a cada três meses. O doador deve estar bem alimentado.

M. City x Barcelona (comentários on-line)

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Liga dos Campeões – 1ª fase.

Manchester City x Barcelona – 16h 

Meu filho, você não merece nada

Por Eliane Brum

Ao conviver com os bem mais jovens, com aqueles que se tornaram adultos há pouco e com aqueles que estão tateando para virar gente grande, percebo que diante da geração mais preparada – e, ao mesmo tempo, da mais despreparada. Preparada do ponto de vista das habilidades, despreparada porque não sabe lidar com frustrações. Preparada porque é capaz de usar as ferramentas da tecnologia, despreparada porque despreza o esforço. Preparada porque conhece o mundo em viagens protegidas, despreparada porque desconhece a fragilidade da matéria da vida. E por tudo isso sofre, sofre muito, porque foi ensinada a acreditar que nasceu com o patrimônio da felicidade. E não foi ensinada a criar a partir da dor.

Há uma geração de classe média que estudou em bons colégios, é fluente em outras línguas, viajou para o exterior e teve acesso à cultura e à tecnologia. Uma geração que teve muito mais do que seus pais. Ao mesmo tempo, cresceu com a ilusão de que a vida é fácil. Ou que já nascem prontos – bastaria apenas que o mundo reconhecesse a sua genialidade.

Tenho me deparado com jovens que esperam ter no mercado de trabalho uma continuação de suas casas – onde o chefe seria um pai ou uma mãe complacente, que tudo concede. Foram ensinados a pensar que merecem, seja lá o que for que queiram. E quando isso não acontece – porque obviamente não acontece – sentem-se traídos, revoltam-se com a “injustiça” e boa parte se emburra e desiste.

Como esses estreantes na vida adulta foram crianças e adolescentes que ganharam tudo, sem ter de lutar por quase nada de relevante, desconhecem que a vida é construção – e para conquistar um espaço no mundo é preciso ralar muito. Com ética e honestidade – e não a cotoveladas ou aos gritos. Como seus pais não conseguiram dizer, é o mundo que anuncia a eles uma nova não lá muito animadora: viver é para os insistentes.

Por que boa parte dessa nova geração é assim? Penso que este é um questionamento importante para quem está educando uma criança ou um adolescente hoje. Nossa época tem sido marcada pela ilusão de que a felicidade é uma espécie de direito. E tenho testemunhado a angústia de muitos pais para garantir que os filhos sejam “felizes”. Pais que fazem malabarismos para dar tudo aos filhos e protegê-los de todos os perrengues – sem esperar nenhuma responsabilização nem reciprocidade.

É como se os filhos nascessem e imediatamente os pais já se tornassem devedores. Para estes, frustrar os filhos é sinônimo de fracasso pessoal. Mas é possível uma vida sem frustrações? Não é importante que os filhos compreendam como parte do processo educativo duas premissas básicas do viver, a frustração e o esforço? Ou a falta e a busca, duas faces de um mesmo movimento? Existe alguém que viva sem se confrontar dia após dia com os limites tanto de sua condição humana como de suas capacidades individuais?

Nossa classe média parece desprezar o esforço. Prefere a genialidade. O valor está no dom, naquilo que já nasce pronto. Dizer que “fulano é esforçado” é quase uma ofensa. Ter de dar duro para conquistar algo parece já vir assinalado com o carimbo de perdedor. Bacana é o cara que não estudou, passou a noite na balada e foi aprovado no vestibular de Medicina. Este atesta a excelência dos genes de seus pais. Esforçar-se é, no máximo, coisa para os filhos da classe C, que ainda precisam assegurar seu lugar no país.

Da mesma forma que supostamente seria possível construir um lugar sem esforço, existe a crença não menos fantasiosa de que é possível viver sem sofrer. De que as dores inerentes a toda vida são uma anomalia e, como percebo em muitos jovens, uma espécie de traição ao futuro que deveria estar garantido. Pais e filhos têm pagado caro pela crença de que a felicidade é um direito. E a frustração um fracasso. Talvez aí esteja uma pista para compreender a geração do “eu mereço”.

Basta andar por esse mundo para testemunhar o rosto de espanto e de mágoa de jovens ao descobrir que a vida não é como os pais tinham lhes prometido. Expressão que logo muda para o emburramento. E o pior é que sofrem terrivelmente. Porque possuem muitas habilidades e ferramentas, mas não têm o menor preparo para lidar com a dor e as decepções. Nem imaginam que viver é também ter de aceitar limitações – e que ninguém, por mais brilhante que seja, consegue tudo o que quer.

A questão, como poderia formular o filósofo Garrincha, é: “Estes pais e estes filhos combinaram com a vida que seria fácil”? É no passar dos dias que a conta não fecha e o projeto construído sobre fumaça desaparece deixando nenhum chão. Ninguém descobre que viver é complicado quando cresce ou deveria crescer – este momento é apenas quando a condição humana, frágil e falha, começa a se explicitar no confronto com os muros da realidade. Desde sempre sofremos. E mais vamos sofrer se não temos espaço nem mesmo para falar da tristeza e da confusão.

Me parece que é isso que tem acontecido em muitas famílias por aí: se a felicidade é um imperativo, o item principal do pacote completo que os pais supostamente teriam de garantir aos filhos para serem considerados bem sucedidos, como falar de dor, de medo e da sensação de se sentir desencaixado? Não há espaço para nada que seja da vida, que pertença aos espasmos de crescer duvidando de seu lugar no mundo, porque isso seria um reconhecimento da falência do projeto familiar construído sobre a ilusão da felicidade e da completude.

Quando o que não pode ser dito vira sintoma – já que ninguém está disposto a escutar, porque escutar significaria rever escolhas e reconhecer equívocos – o mais fácil é calar. E não por acaso se cala com medicamentos e cada vez mais cedo o desconforto de crianças que não se comportam segundo o manual. Assim, a família pode tocar o cotidiano sem que ninguém precise olhar de verdade para ninguém dentro de casa.

Se os filhos têm o direito de ser felizes simplesmente porque existem – e aos pais caberia garantir esse direito – que tipo de relação pais e filhos podem ter? Como seria possível estabelecer um vínculo genuíno se o sofrimento, o medo e as dúvidas estão previamente fora dele? Se a relação está construída sobre uma ilusão, só é possível fingir.

Aos filhos cabe fingir felicidade – e, como não conseguem, passam a exigir cada vez mais de tudo, especialmente coisas materiais, já que estas são as mais fáceis de alcançar – e aos pais cabe fingir ter a possibilidade de garantir a felicidade, o que sabem intimamente que é uma mentira porque a sentem na própria pele dia após dia. É pelos objetos de consumo que a novela familiar tem se desenrolado, onde os pais fazem de conta que dão o que ninguém pode dar, e os filhos simulam receber o que só eles podem buscar. E por isso logo é preciso criar uma nova demanda para manter o jogo funcionando.

O resultado disso é pais e filhos angustiados, que vão conviver uma vida inteira, mas se desconhecem. E, portanto, estão perdendo uma grande chance. Todos sofrem muito nesse teatro de desencontros anunciados. E mais sofrem porque precisam fingir que existe uma vida em que se pode tudo. E acreditar que se pode tudo é o atalho mais rápido para alcançar não a frustração que move, mas aquela que paralisa.

Quando converso com esses jovens no parapeito da vida adulta, com suas imensas possibilidades e riscos tão grandiosos quanto, percebo que precisam muito de realidade. Com tudo o que a realidade é. Sim, assumir a narrativa da própria vida é para quem tem coragem. Não é complicado porque você vai ter competidores com habilidades iguais ou superiores a sua, mas porque se tornar aquilo que se é, buscar a própria voz, é escolher um percurso pontilhado de desvios e sem nenhuma certeza de chegada. É viver com dúvidas e ter de responder pelas próprias escolhas. Mas é nesse movimento que a gente vira gente grande.

Seria muito bacana que os pais de hoje entendessem que tão importante quanto uma boa escola ou um curso de línguas ou um Ipad é dizer de vez em quando: “Te vira, meu filho. Você sempre poderá contar comigo, mas essa briga é tua”. Assim como sentar para jantar e falar da vida como ela é: “Olha, meu dia foi difícil” ou “Estou com dúvidas, estou com medo, estou confuso” ou “Não sei o que fazer, mas estou tentando descobrir”. Porque fingir que está tudo bem e que tudo pode significa dizer ao seu filho que você não confia nele nem o respeita, já que o trata como um imbecil, incapaz de compreender a matéria da existência. É tão ruim quanto ligar a TV em volume alto o suficiente para que nada que ameace o frágil equilíbrio doméstico possa ser dito.

Agora, se os pais mentiram que a felicidade é um direito e seu filho merece tudo simplesmente por existir, paciência. De nada vai adiantar choramingar ou emburrar ao descobrir que vai ter de conquistar seu espaço no mundo sem nenhuma garantia. O melhor a fazer é ter a coragem de escolher. Seja a escolha de lutar pelo seu desejo – ou para descobri-lo –, seja a de abrir mão dele. E não culpar ninguém porque eventualmente não deu certo, porque com certeza vai dar errado muitas vezes. Ou transferir para o outro a responsabilidade pela sua desistência.

Crescer é compreender que o fato de a vida ser falta não a torna menor. Sim, a vida é insuficiente. Mas é o que temos. E é melhor não perder tempo se sentindo injustiçado porque um dia ela acaba.

A saga do vira-lata boleiro

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Por Gerson Nogueira

Essa mania nacional de dar ares formais e solenes a tudo ainda vai acabar com a graça de coisas tão desimportantes e admiráveis como o futebol. Sempre desconfiei de quem se leva demasiadamente a sério, buscando transformar cada frase em rubrica legal e qualquer bate-boca em debate sisudo. O mesmo vale para as pequenas surpresas do dia-a-dia. Aqueles acontecimentos banais que tornam a vida menos pesada e mais palatável.

unnamed (33)Como aquela invasão serelepe do vira-lata, que penetrou como um raio na grande área do Paissandu e paralisou o Re-Pa por alguns minutos. Seria o cãozinho preto o tal Sobrenatural de Almeida de que falava o genial Nelson Rodrigues? Ou apenas um agente das forças imponderáveis que regem esportes coletivos?

Jogadores, técnicos, trio de arbitragem, torcedores e dirigentes presentes ao Mangueirão reagiram conforme mandam as normas não escritas do futebol: inicialmente com surpresa, depois com risadas e piadas em homenagem ao grande personagem do jogo.

O Re-Pa, disputado 720 vezes até hoje, jamais havia vivido um momento tão surpreendente. O improvisado pocket-show canino vai render histórias sem fim, será contada aos filhos e bisnetos dos torcedores que testemunharam a cena. Será avaliado através do tempo com a importância que situações desconcertantes devem ter.

Nas redes nacionais de TV e na internet, a repercussão foi assombrosa. Corre o mundo, via YouTube, os preciosos segundos que o vira-lata roubou do duelo mais disputado no futebol brasileiro, diante de 22 mil espectadores embasbacados.

Vi, com tristeza, um comentarista de TV a cabo descer a ripa no episódio, qualificando de antiprofissional. Segundo ele, foi uma cena incompatível com o país que vai sediar a Copa do Mundo. O que dirão lá fora? Indagou, à guisa de preocupação com a imagem do país. Ora, não dirão nada. Ou, se disserem, pouco importa. Aconteceu apenas.

O cãozinho foi rápido como um raio na busca ensandecida pela bola, objeto de desejo dos outros 22 atores presentes ao campo de jogo. Que mal há nisso?

Transformar tudo em tese de doutorado é o atalho mais simples para a chatice. Desconfio que, como é próprio do Brasil atual, logo aparecerá um pascácio qualquer fazendo um ensaio sobre a imprevisibilidade dos impulsos caninos.

Estou certo de que o país da Copa corre mais riscos pelas mãos e atitudes de gente supostamente sã e racional do que pela corrida feliz de um cachorro brincalhão solto num campo de futebol. (Fotos: MÁRIO QUADROS/Bola) 

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Em defesa do Mangueirão

Duas manifestações pertinentes sobre as más condições do gramado do estádio Jornalista Edgard Proença. “Será que ninguém pensa neste estado? Por que não colocam uma lona sobre o gramado para proteger da chuva, até a hora do jogo? Seria a coisa mais simples, teria baixo custo e já protegeria bastante o gramado. Até no Baenão, há alguns anos, havia lona semelhante”, sugere o leitor Danilo Farias.

Já o baionense Luiz Carlos Barros Henderson e Silva lembra que no começo do ano passado encaminhou e-mail à administração do Mangueirão cobrando providências. “Recebi uma resposta com a promessa de aplicação de recursos que já estavam certos para esse fim, mas o tempo passou e nada foi feito. Hoje o estádio é motivo de vergonha para o nosso Estado. Peço a vocês da imprensa que não deixem que isso fique no esquecimento e questionem o que aconteceu com os recursos que já estavam liberados para as melhorias”, observa.

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A chance de experimentar

unnamed (81)Contra o quase mambembe Náutico roraimense, hoje à noite, o Papão tem a oportunidade única de botar em ação algumas de suas crias. Murilo, Araújo, Gleysinho, Chileno e João Gabriel poderão se apresentar e mostrar se estão realmente aptos a encarar as labutas profissionais. Já exibiram qualidades em outras jornadas, mas a partida válida pela Copa Verde tem todos os ingredientes de um confronto decisivo e importante.

Ocasião mais do que propícia para que os garotos ganhem musculatura emocional para voos mais ambiciosos. Mazola Junior tem ainda a chance de lançar o zagueiro Lacerda, seu mais recente contratado, que ainda não foi apresentado à torcida.

Na verdade, a goleada imposta no jogo de ida transformou a volta num autêntico piquenique, treino de luxo para o clássico Re-Pa do próximo domingo. Os técnicos costumam agradecer aos céus por ocasiões como essa.

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta terça-feira, 18)