A saga do andarilho cibernético

Por André J. Gomes

Depois do novo-rico, do novo-classe média e do cada vez mais comum novo-pobre, mais uma categoria se tornou clássica em terras que Cabral descobriu, Caminha divulgou e Bill Gates incluiu digitalmente: a do novo-enfezado.

Primo-irmão do velho zé-mané, o novo-enfezado tem no interior de sua caixa craniana um playground — desses com caixa de areia, escorregador, gaiola e cocô de gato — onde se refestelam ideias alheias, feito cachorro rolando na carniça. Ali, onde devia haver um cérebro, há uma espécie de hard-disk-curva-de-rio concentrando todo tipo de sujeira, limbo, galhos podres, preservativos usados e cadáveres em estado avançado de decomposição.

Segundo os especialistas em distúrbios de personalidade, isso acontece principalmente porque, como as pessoas que apresentam intolerância a lactose, glúten e outras substâncias, o novo-enfezado padece de uma severa alergia a tudo que contradiga o que seus heróis e dominatrixes determinam como bom e ruim.

Direto ao ponto, o novo-enfezado é uma criatura incapaz de gestar e semear suas próprias impressões sobre a vida. Então, abandonado por qualquer capacidade real de pensar de forma crítica, esse espécime se torna um grande receptáculo de música ruim, produtos duvidosos e espíritos zombeteiros. Passa os dias babando e penteando boneca.

E para mostrar ao mundo que “não é nada disso” e que tem visão crítica, sim, o novo-enfezado se arrasta pela blogosfera e pelas redes sociais, andarilho cibernético, em busca de opiniões que discordem das “suas”. Localizado o alvo, liga a metralhadora de cuspe e consome suas horas disparando insultos, ofensas e outros resmungos ininteligíveis e sem o menor fundamento. Então, sem mais argumentos além de ofensas contra seus interlocutores, arrasta o debate para o inferno de onde jamais deveria ter saído.

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No twitter, o novo-enfezado é o cara cuja capacidade de comunicação se reduz a dar RT o dia inteiro. O sujeito não é capaz de formular um raciocínio sequer. O que sabe direitinho é repetir o que decorou e resmungar, sobretudo contra opiniões diferentes das que acredita ter.

Pobre novo-enfezado. Ele jamais vai perceber, mas não passa de um daqueles cachorros amarrados em pedaços diminutos de corda encardida, presos a um cano de torneira num quintal miserável e superpovoado de moscas, a quem as crianças provocam para vê-los rosnar e mostrar os dentes. Sem espaço para dar mais de um passo, o cão esperneia nervoso sem sair do lugar. E, cansado de pisotear os próprios dejetos em seu mundo de centímetros, prende o fluxo de suas próprias fezes, constipado e raivoso de morte. Daí o nome. Enfezado.

É triste. Mas verdadeiro. E o pior: o novo-enfezado nunca se identifica. É um cretino anônimo e covarde que se refestela esculhambando o outro sem mostrar a cara, escondido em pseudônimos e máscaras. Teso das intenções espúrias de sua tara. Extasiado com a própria perversão.

P.S.: se você é um novo-enfezado que vestiu a carapuça e vai me xingar e me ofender e inventar que sou filho adotado só porque eu não concordo com você, bem-vindo. Respeito a sua opinião. Agora, que tal terminar de ler, desligar o computador e descobrir a vida lá fora? Aproveita e passa antes no banheiro. Uma limpezinha intestinal ajuda sempre.

A frase do dia

“O povo sabe separar o processo no STF e a disputa eleitoral”.

De Lula, melhor presidente da história do Brasil.

Cabra bom.

Papão cede empate, mas vai decidir 1º turno

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Por Gerson Nogueira

Com um empate de 2 a 2 diante do PFC, na tarde deste sábado no Mangueirão, o Paissandu se classificou para a decisão do primeiro turno do Parazão. O time dirigido por Mazola Junior dominou o primeiro tempo com relativa tranquilidade, mas recuou demais no segundo tempo, permitindo sufoco do Paragominas nos minutos finais. Bruninho abriu o placar logo aos 10 minutos, aproveitando falha de marcação da zaga do Jacaré. No restante do primeiro tempo, os bicolores criaram algumas oportunidades, mas falharam muito nas finalizações. Pouco inspirado e marcado de perto, o artilheiro Lima não teve boa atuação.

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No segundo tempo, logo aos 15 minutos, Pikachu ampliou para 2 a 0 e o jogo ficou inteiramente favorável ao Papão, que se fechava na defesa e saía em contra-ataques. Ocorre que, aos 22 minutos, em belo disparo da entrada da área, o meia Lourinho descontou para o Paragominas, dando ânimo novo à equipe e mudando o cenário do confronto. Aproveitando-se do recuo excessivo do Papão, o PFC passou a pressionar com insistência e chegou ao empate com Lucas, aos 41 minutos, em falha do goleiro Mateus.

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O volante Diogo ainda foi expulso por reclamar de cera do goleiro do Paissandu. O árbitro Marco Antonio Mendonça teve atuação confusa, irritando os jogadores e motivando uma reclamação formal do vice-presidente do Papão, Sérgio Serra. Aos gritos, ele interpelou o coordenador de arbitragem da FPF, criticando Mendonça e ameaçando pedir arbitragem de fora para os jogos do clube – como o presidente Vandick Lima já fizera na semana passada, em Tucuruí. Apesar das queixas, a arbitragem de Mendonça não teve qualquer influência sobre o resultado da partida.

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A renda no Mangueirão foi de R$ 95.895,00, com 3.217 pagantes. Com 3.490 não pagantes, o público total foi de 6.707 espectadores. (Fotos: MÁRIO QUADROS/Bola) 

Paissandu 2 x 2 Paragominas (comentários)

Campeonato Paraense 2014 – Semifinal do 1º turno.

Paissandu x Paragominas – estádio do Mangueirão, 16h.

Rádio Clube _ IBOPE _  Sábado e Domingo _ Tablóide

Na Rádio Clube, Valmir Rodrigues narra; Rui Guimarães comenta. Reportagem – Carlos Gaia, Dinho Menezes, Hailton Silva e Francisco Urbano. Banco de Informações: Adilson Brasil.

Pela Comissão da Verdade no Pará

Representantes de várias entidades sociais entregam nesta terça-feira (11), às 10h, ao presidente da Assembléia Legislativa do Pará (Alepa), deputado Márcio Miranda (DEM), documento reivindicatório pela imediata instalação da Comissão da Verdade no Pará. A audiência com o chefe do legislativo estadual foi agendada pelo deputado Carlos Bordalo (PT), autor do projeto que institui a Comissão Parlamentar Estadual da Verdade.
Em frente à sede do Poder Legislativo será realizado um ato público reforçando a urgência do funcionamento da comissão, uma vez que o Pará foi palco de torturas, assassinatos e desaparecimentos forçados durante a ditadura militar no Brasil. A decisão de pedir celeridade para a instalação da Comissão da Verdade foi acordada em reunião ocorrida no último dia 5, na sede da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) – Seção Pará.

Poesia em forma de música

“Ela pode ser a bela ou a fera,
Pode ser a fome ou a ceia
Pode transformar cada dia em um paraíso ou um inferno,
Ela pode ser o espelho dos meus sonhos
O sorriso refletido em um riacho
Ela pode não ser o que ela pode parecer
Dentro de sua concha”.

Da canção “She” (Charles Aznavour)