Um mundo sem reportagem

O jornalismo investigativo está morrendo. E agora?

Walter Cronkite anuncia na CBS a morte de John Kennedy, 22/11/63

Por André Forastieri

A reportagem não morreu, mas respira por aparelhos. A principal razão é a queda na receita de publicidade que a sustentava. A grana que costumava vir anunciantes foi desviada para outras atividades de marketing, principalmente para os cofres das gigantes digitais.

Outra encrenca é a crescente concentração de dinheiro e poder no planeta e Brasil. Os bilionários cada vez mais dão as cartas ou até compram as maiores grifes do jornalismo planetário.

Uma terceira é a crescente balcanização da nossa atenção em plataformas digitais separadas – quanto tempo você passa trancado dentro de apps? E pra fechar: a queda na credibilidade da grande imprensa junto ao público, em todo o espectro político.

E agora?

Para começar evitemos afirmações apocalípticas como “o jornalismo morreu”. Fujamos dos clichês tipo “partido da imprensa golpista”. Escapemos de teorias conspiratórias sobre o grande conluio da mídia com “o mal”, seja qual for “o mal”.

Cabe muita coisa debaixo do chapéu “jornalismo”, inclusive uma imensa variedade de jornalismo de serviços. Cabe muito conteúdo temático, segmentado. Cabe análise, opinião, jornalismo cidadão, fofoca e muito mais. Há muita diversidade, ainda que não muitos empregos ou bem-remunerados. O que tudo isso tem em comum: é mais barato produzir do que reportagem.

Reportagem é apuração, investigação, contextualização e furo. Exige muita experiência, fontes, tempo, esforço. Boa parte da energia investida frequentemente não gera resultados, mas isso não é desperdício: esse é o processo. Boa reportagem e alta produtividade não combinam.

Walter Mathau e Jack Lemmon no imortal “A Primeira Página”

Não que a reportagem esteja acima de críticas. Muito menos os repórteres. Sempre houve e haverão picaretas. Mas o conceito, crucial e relativamente recente, é fator fundamental para viver com algum nível de liberdade e justiça: que haja investigação permanente de todas as reentrâncias da sociedade, independente dos três poderes.

Donde que políticos e poderosos em geral apreciam jornalismo com moderação. Preferem propaganda. E detestam reportagem, principalmente quando estilingada em suas eventuais vidraças sujas.

Os fiscalizados não sentirão tanto a falta de repórteres nos seus calcanhares. Mas nós sentiremos, cidadãos de sociedades acostumadas com a potência fiscalizatória, civilizatória, imperfeita da reportagem.

Em muitos lugares ela já desapareceu. Cresci no interior de São Paulo nos anos 70 em uma cidade com menos de 200 mil habitantes. Tinha dois jornais diários e um semanal. Não sobrou nenhum.

É a regra para cidades do interior. Também acabou o jornal de bairro. Quem nesses lugares vai fiscalizar as negociatas do vereador com o empreiteiro, quem vai apontar a ausência da roupa nova do prefeito?

Sim, tem muita gente postando a cada minuto nas redes. Mas post não é reportagem. Nem este que lês neste momento. Muito menos se genérico ou histérico. Lacração, meme, sinalização de virtudes ou aplauso acrítico não substituem apuração.

Em qualquer assunto que você queira escolher, a maioria acachapante dos youtubers e tiktokers e blogueiros e top voicers e creators e autores de newsletters (“carteiros?”) tendem a uma postura leniente, colaborativa com seus potenciais patrocinadores. Porque não fariam assim?

Os grandes veículos estabelecidos também cada vez mais são reféns de suas novas necessidades de financiamento. Todos têm seus B.O.s, sejam corporações influentes ou CEO de MEI conteudista.

Pululam sites sobre finanças que recomendam prioritariamente os produtos do banco que paga os salários da redação. O branded content multiplataforma produzido por excelentes profissionais faz greenwashing de quem provoca o Aquecimento Global. O evento do portal lucra com patrocinadores que deveria investigar.

Bari Weiss e o senador, Ted Cruz, em evento da sua “imprensa livre”, patrocinado pelo Uber e pelo X, de Elon Musk

É superficial procurar responsabilidades individuais. Cada um sabe onde lhe aperta o sapato. A encrenca é estrutural.

São cada vez mais raros os veículos capazes de financiar reportagem e peitar as tretas que frequentemente a acompanham. Porque a pressão vem forte, às vezes acompanhada de processo. Jornalista independente escreve pisando em ovos. Tomo um cuidado danado para não tomar processo com o que escrevo aqui. Não tenho uma empresona por trás pra me defender.

É melancólica a situação no Brasil e em todo lugar. Inclusive onde há tradição de excelente reportagem, o Reino Unido. Lá até a veneranda BBC, que não depende de anúncio, tem dado show de colaboracionismo com o que há de mais retrógrado no país.

E inclusive onde ainda temos a mais milionária imprensa do planeta, os EUA. Tem sido impressionante acompanhar a derrocada da reportagem por lá. Os maiores veículos deixam os rabos à mostra, de tanto que se curvam para bullies poderosos e bilionários.

Um estridente prego no caixão da reportagem americana é a ascenção de Bari Weiss à direção de jornalismo da CBS. A rede é o padrão ouro em reportagem televisiva no país – e antes, reportagem radiofônica.

É a casa do lendário Ed Murrow, que você talvez tenha visto em “Boa Noite e Boa Sorte”. O filme foi dirigido por George Clooney, que agora e em boa hora vive o repórter na Broadway. Da CBS saíram programas lendários como Face The Nation e 60 Minutes, que literalmente inventaram seus formatos e seguem influentes há mais de meio século. Lá fez história Walter Cronkite, o ideal platônico de âncora” De Mike Wallace, Morley Safer, Dan Rather, Katie Couric. Escolinha de caras como Anderson Cooper. E a lista segue.

Bari Weiss fez fama denunciando o wokismo do “The New York Times”. Fez a cama com newsletter financiada pelo Silicon Valley, The Free Press, panfleto libertário-isentão anti-Democratas & progressistas. Faz agora fortuna vendendo seu business para os Ellison, novos donos da CBS e Paramount. Preço: R$ 150 milhões.

Ms. Weiss vai integrar The Free Press à CBS News e comandar toda a estrutura de jornalismo da emissora, respondendo diretamente para David Ellison, CEO da corporação. Bari passou pelo Wall Street Journal e The New York Times, nunca na reportagem. Nunca trabalhou com hard news. Nunca liderou uma redação. E The Free Press nunca deu dinheiro.

David promete revolucionar os negócios de entretenimento e jornalismo com a expertise tech da empresa da família. Larry Ellison, seu pai, é o fundador da Oracle e um dos homens mais ricos do mundo. Está entre os maiores doadores para Israel e é muito próximo de Benjamin Netanyahu.

Desde que David assumiu, a CBS demitiu Stephen Colbert, suspendeu Jimmy Kimmel e fechou acordo judicial milionário para fazer as pazes com Donald Trump. Um artigo sobre a ascenção de Bari a czarina da CBS News cita o republicano Frank Luntz: “ela fala com um centésimo de 1% dos americanos, mas eles a ouvem.” “Eles” são Bezos, Musk, Zuckerberg, Thiel.

Bari Weiss com Peter Thiel

Não é que The Free Press não critique nunca a ultraelite dos EUA. Só que essas raras ocasiões são gotas num oceano de matérias denunciando as mínimas falhas e contradições do campo oposto, frequentemente transformadas em máximas.

Não publicar mentiras é diferente de não mentir. É má reportagem aquela que não dá à verdade o espaço que a verdade exige. Ou pesar a mão nas opiniões de um lado só. Você pode conferir pessoalmente na cobertura do massacre em Gaza. Trata-se de militância camuflada em imparcialidade.

Mas será que a reportagem em geral está mesmo em risco? Para ficar nos citados Estados Unidos e Reino Unido, a contradita dos otimistas é sempre lembrar o sucesso de The New York Times e Guardian.

Só que ambos são dificílimos de imitar. Além do prestígio secular, são os principais jornais de duas capitais riquíssimas e lidos nos cinco continentes. Detalhe: os principais fatores para o assinante renovar sua assinatura digital do NYT são os games e as receitas de comida, nessa ordem.

Quanto ao Guardian, é propriedade de um truste sem fins lucrativos. Fora contar com a colaboração de muitos leitores mundo afora comprometidos com sua postura humanista, moderada, à esquerda da grande imprensa internacional. Por quinze dólares ao mês, é ótimo investimento.

Vale ressaltar que também no “campo progressista” a reportagem não vai bem das pernas. Nesse campo, sempre castigado pela pindaíba, o borderô para reportagem sempre foi pequeno. Com a popularidade das plataformas digitais, se multiplicam organizações e influenciadores que se dedicam ao opinol e gritaria, com pouca ou nenhuma investigação real.

Exceções se financiam com dificuldade, com apoios individuais, doações de ONGs, “grants”, campanhas. Cito uma que acompanho sempre, a Agência Pública, de onde saíram e saem reportagens vitais, que merece seu apoio. Há vários outros exemplos notáveis.

Sim, tem ótimos repórteres na grande imprensa. Sim, tem ótimos repórteres tirando leite de pedra em veículos alternativos. A reportagem resiste, mas resiste ocupando espaço cada vez menor no ringue, e apanhando à beça.

Seja quem estiver nas posições de poder – seja o poder público, econômico, cultural ou acadêmico, nos palácios ou na esquina – é crucial que enfrentem o poder da apuração rigorosa e da fiscalização fustigadora. Trabalho para profissionais na procura da verdade e veículos dispostos a uma boa briga.

Uns e outros precisam de dinheiro. E sem dinheiro, muitos veículos simplesmente fecham. Um levantamento do projeto Mais Pelo Jornalismo aponta que o Brasil tem hoje 2.352 veículos a menos que em 2014.

O que vem por aí? Fácil prever. A vida sem reportagem é regra na maior parte do planeta. Em muitas sociedades mundo afora, repórteres não têm vez ou voz. São censurados, presos, assassinados. No Brasil também não é o emprego mais seguro.

Os poucos países onde algum jornalismo investigativo prosperou por algum tempo estão abrindo mão dele. Seus cidadãos ainda não se tocaram quanto é importante para seu funcionamento decente um jornalismo competente e principalmente uma reportagem potente. E como é fundamenta garantir que eles sobrevivam e mais, floresçam.

Já dá pra ver daqui, 2025, o momento em que não haverá mais reportagem em lugar nenhum. Ou será tão pouca que pouca diferença fará. Há quem sonhe com esse mundo, quem invista para acelerar sua chegada, quem ganha se ele vencer – como Bari Weiss. Você não vai querer viver lá.

O que fazer? Seja o que fôr, é bom fazermos rápido.

Riviera de Trump sobre covas palestinas já é realidade

Por Leila Salim – Intercept_Brasil

Quando Donald Trump anunciou, em fevereiro deste ano, sua intenção de tomar a Faixa de Gaza e transformá-la na “Riviera do Oriente Médio”, houve indignação. A provocação (ou promessa) feita em entrevista ao lado do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu ganhou tons mais obscenos dias depois, quando o presidente dos EUA compartilhou um vídeo feito por inteligência artificial em que aparece ao lado de Netanyahu em resorts, aproveitando “a nova Gaza” cercado de mulheres, luxo e dinheiro. 

O que soou como mais um escárnio trumpista, marcado pelo exagero e o absurdo é, no entanto, realidade a alguns quilômetros dali. O que é hoje o balneário de Dor, concorrido destino turístico ao norte de Israel, foi Tantura até 1948 – um dos mais proeminentes vilarejos agrícolas e pesqueiros da Palestina, à época com 1,.7 mil habitantes. 

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Debaixo do estacionamento que dá acesso à praia paradisíaca e do resort Holiday Village Dor, há covas coletivas. Ali, foram enterrados os cerca de 300 palestinos mortos no massacre feito por uma milícia sionista em 22 de maio daquele ano, dias depois da criação do estado de Israel. 

“Quem está enterrado ali é a minha família. São meus tios, os avós que não tive o direito de conhecer, parentes e amigos. São as pessoas do lugar de onde venho”, diz Jihan Sarhan, apontando para o estacionamento. 

A palestina de 57 anos é filha de uma sobrevivente do massacre. Sua mãe, Rashida Hassan, tinha 18 anos quando escapou dos ataques com as duas filhas, de quatro meses e dois anos. Viu o marido, pais e alguns dos irmãos serem mortos. 

É final de julho de 2025, alto verão em Israel, e Dor vive o domingo em clima de normalidade. A praia está lotada, e o fluxo de famílias e turistas é intenso. Há bandeiras israelenses por toda a parte. Jihan fala a alguns metros de grandes chuveiros, instalados antes da faixa de areia. Um senhor de cerca de 70 anos, de calção, chinelos e sem camisa caminha até as duchas. Aciona a cordinha e libera litros de água. Repete o gesto e banha-se uma, duas, três, dez vezes, enquanto nos olha. 

Gaza, a uma hora e meia de carro dali, Israel utiliza a sede e a desidratação como armas de guerra contra palestinos. Naquela mesma semana, especialistas da ONU denunciaram a privação deliberada de acesso à água potável no enclave.  

“É impossível não relacionar o que acontece hoje em Gaza com o que aconteceu em Tantura. As pessoas que estão sendo mortas em Gaza são os netos de quem foi expulso dos territórios palestinos em 1948, inclusive de Tantura. São 77 anos de um genocídio contínuo”, diz Jihan. “É muito duro vir aqui e ver as filas de carros em cima das covas coletivas. Foi tudo construído sobre os escombros das áreas demolidas”, completa. 

Mas, se para Jihan e palestinos sobreviventes deste e outros massacres, estar em Tantura é uma experiência traumática e dolorosa, para israelenses e turistas pode ser absolutamente trivial. No balneário de Dor, sem qualquer referência ao massacre ocorrido ali, a história permanece soterrada pelo cimento. 

“Lugar maravilhoso! Passamos uma noite nesse resort. É muito próximo à praia, que é uma das mais bonitas de Israel. Um refúgio perfeito para crianças, já que a maior parte da praia é de águas rasas”, escreveu uma turista isralense em um site para avaliação de hospedagens.  

Vista aérea do resort no meio do balneário. Foto: reprodução.

De Tantura a Gaza

O contraste entre as experiências ilustra uma fissura mais profunda, inscrita na fundação do estado de Israel. A Nakba (catástrofe, em árabe, termo utilizado pelos palestinos para denominar o conjunto de massacres, expulsões e deslocamentos forçados que deram origem a Israel) é negada pela historiografia oficial e um tabu na sociedade israelense. 

No cotidiano, o negacionismo se traduz em mecanismos de apagamento contínuo dos episódios. Para historiadores como o israelense Ilan Pappé, os massacres fazem parte da limpeza étnica que está na base da criação do estado de Israel. O reconhecimento dos massacres, afinal, desmontaria um dos mitos da historiografia oficial isralense –  nesse caso, o de que os palestinos teriam abandonado suas casas voluntariamente em 1948. 

Fotos do acervo de Jihan mostram a expulsão de sua comunidade nos anos 1940.

Mais do que isso: para Pappé e outros pesquisadores da historiografia crítica, o reconhecimento da limpeza étnica é indispensável para impedir o genocídio atual em Gaza, baseado na mesma ideologia e sustentado por 77 anos de práticas institucionalizadas por Israel. 

“Limpeza étnica é mais do que uma política, é uma ideologia. E, se a gente não estudar, não analisar a conexão entre a ideologia sionista e o genocídio, a gente nunca vai conseguir impedir as ações do estado israelense contra a população palestina”, disse o historiador em visita recente ao Brasil. 

Justamente por isso, a memória de Tantura esteve no centro de uma disputa historiográfica que envolveu a revogação de um título acadêmico, o silenciamento de uma pesquisa e determinou a saída definitiva de Pappé de Israel, nos anos 2000. O pesquisador Teddy Katz, seu aluno na universidade de Haifa, defendeu em 1998 uma dissertação de mestrado sobre a história de cinco vilarejos costeiros palestinos naquela região. 

A pesquisa incluía mais de 120 depoimentos: metade de sobreviventes do massacre de Tantura e seus descendentes e a outra metade de israelenses, incluindo soldados da chamada “Brigada Alexandroni”. O grupo que invadiu o vilarejo na madrugada de 22 para 23 de maio de 1948 era uma das seis unidades paramilitares que integravam a milícia Haganah, que depois se tornou o núcleo do exército de Israel (IDF, na sigla em inglês).

Aprovada com grau “extremamente alto”, a dissertação foi aclamada e considerada “excelente”. Mas quando o trabalho ganhou repercussão na mídia, dois anos depois, foi descredibilizado. Os soldados entrevistados negaram suas declarações e acusaram o pesquisador de falseamento. Teddy Katz sofreu perseguição jurídica, perdeu o título e foi obrigado a se retratar – o que fez, sob pressão. 

Arrependeu-se horas depois, mas já era tarde. Retomou o título de mestre apresentando uma nova tese, aprovada com grau baixo e retirada da biblioteca da universidade. Pappé, que apoiou Katz publicamente, pediu demissão da universidade em 2007. Mudou-se para o Reino Unido e passou a lecionar na Universidade de Exeter. 

‘Eles não queriam os sobreviventes por perto’

Para Jihan, duvidar da existência do massacre nunca foi uma opção. Por causa da expulsão forçada, nasceu em Fureidis, vilarejo que fica em uma montanha a menos de cinco quilômetros de Tantura. Foi para lá que fugiram todos os sobreviventes do massacre de 1948, esperando retornar em poucos dias para suas casas.

Deve à sua mãe, no entanto, a permanência no local. “Sou grata à minha mãe por ter ficado e ter me permitido estar aqui hoje para contar a história”, diz. É que, dias após o massacre, caminhões israelenses chegaram a Fureidis, então uma pequena aldeia de 15 casas, para levar as famílias de Tantura para longe dali, especialmente para campos de refugiados na Jordânia. “Eles não queriam os sobreviventes por perto”, explica. 

Rashida se escondeu nas montanhas com as duas filhas e conseguiu escapar da segunda expulsão forçada. Ficou naquilo que os palestinos chamam de “territórios de 48” – o estado de Israel –, compondo a população enquadrada oficialmente como “árabe-israelense” (hoje, cerca de 20% da população total de Israel). Aos 18 anos, sozinha com duas bebês, lutou para sobreviver. 

Começou a trabalhar em subempregos para alimentar as crianças e, anos depois, viveu uma nova tragédia: a filha mais nova, então com seis anos, foi atropelada ao correr sozinha para uma estrada enquanto a mãe trabalhava. “São Nakbas contínuos. Essas tragédias só aconteceram por causa da primeira”, lamenta Jihan, lembrando também a história de um seus tios. Sobrevivente de Tantura, foi deslocado para o campo de refugiados de Tulkarm, na Cisjordânia – de onde foi expulso em uma incursão israelense. 

Nascida em 1968, Jihan cresceu no período de expansão da ocupação israelense na Palestina. Em 1967, na Guerra de Seis Dias, Israel anexara Jerusalém Oriental, ampliando o controle sobre a Cisjordânia e a Faixa de Gaza e ocupando as Colinas de Golã. Como palestina vivendo em Israel, fortaleceu os vínculos com sua comunidade ouvindo os relatos de sua mãe e de outros sobreviventes. 

Há três anos, ouviu pela primeira vez de ex-soldados algumas das histórias que cresceu escutando. Foi apenas em 2022, com o lançamento do premiado documentário Tantura, do diretor israelense Alon Schwarz, que o passado do vilarejo voltou a vir à tona para o grande público – apesar da pequena repercussão no Brasil. 

Alguns dos soldados da milícia sionista, agora nonagenários, confirmaram enfim a participação nos massacres. Entre risadas, relembraram os assassinatos, torturas e estupros cometidos. “Simples assim. Se você matou, fez a coisa certa”, disse Hanoch Amit, ex-soldado da Brigada Alexandroni. Entre controvérsias e diferentes versões, aparece o nome de Moishe Barbalar, ex-soldado citado por ter jogado uma granada contra uma casa e estuprado uma jovem. 

Eu ouvia essa história contada pela minha mãe”, diz Jihan. “Um soldado escolheu uma menina de 16 anos e a estuprou; o tio dela, que tentou impedir, foi morto. Eu evitava pensar nisso. Quando os ouvi contar, lembrei imediatamente da história”, conta. 

Caminhando pela areia entre o fluxo intenso de banhistas, Jihan lembra que, ali, foram enfileiradas mulheres e crianças na manhã seguinte ao massacre. O ataque por terra e mar aconteceu às duas da manhã. Alguns homens jovens tentaram resistir, com armamentos frágeis e poucas balas. Foram rapidamente derrotados.

As milícias avançaram, entrando nas casas e assassinando a população rendida. “Nós enfileiramos os árabes e matamos um a um, sem motivo”, disse outro soldado em entrevista ao documentário. Após matarem a maioria dos homens, rendidos, os soldados roubaram as joias e pertences das mulheres enfileiradas na areia. 

Alguns homens, como um de seus tios, foram mantidos vivos com a missão de cavar as covas coletivas. “Meu tio virou um corpo e reconheceu seu tio. Com uma arma apontada para sua cabeça, um soldado perguntou se ele conhecia aquele homem. Ele disse que não, para continuar vivo”.

A única casa remanescente de Tantura: uma prova histórica. Foto: Leila Salim/Intercept Brasil.

Jihan nos leva até a ponta da praia, onde está a única casa remanescente de Tantura. Todas as outras foram demolidas. Perdido na paisagem, o casarão de pedras parcialmente derrubado aparece em algumas fotos de turistas nas redes sociais como “uma casa antiga”. É, na verdade, uma prova histórica da limpeza étnica que permitiu que Dor existisse como existe hoje. 

“Nós [sobreviventes e familiares] entramos com um pedido junto à administração local para a construção de um memorial para as vítimas do massacre aqui. De início, pensamos que isso seria entendido por um povo que passou por um genocídio e que lutou pelo memorial do Holocausto para relembrar a dor de seus antepassados e para que ninguém esqueça”, conta Jihan. 

“Achávamos que eles entenderiam que esse também é um direito do povo de Tantura. Mas é claro que foi uma ilusão. O pedido foi negado”. Em 2023, os pontos onde estão localizadas as covas coletivas foram identificados por investigação técnica de uma agência independente inglesa, a pedido de uma organização de direitos humanos palestina. A pesquisa durou um ano e meio.  

Mas, hoje, quem tem direito à memória são os colonos instalados no local menos de um mês após o massacre. Em 14 de junho de 1948, 63 pessoas foram levadas para lá pelo estado de Israel, criando o kibutz de Nasholim – onde um memorial para os soldados da Brigada Alexandroni foi erguido. 

Rashida Hassan faleceu em 2019, aos 89 anos, sem nunca ter retornado a Tantura. Queria manter a memória de seu vilarejo antes do massacre. Mas até o final de sua vida, pedia à sua filha que, em suas visitas, coletasse um pouco da água do mar e colocasse em uma garrafa, para que pudesse cheirá-la. 

Hoje uma das vozes mais proeminentes da luta por memória e justiça em Tantura, Jihan continua visitando o local frequentemente. Faz questão, também, de levar seus filhos. “Aqui, estou próxima da minha história. Conheço todas as pessoas que estão enterradas aqui, mesmo nunca tendo as visto. Está dentro de mim, enraizado no meu coração e em minha memória”. 

A visita a Tantura com Jihan Sirhan foi organizada pelo Badil Resource Center em julho de 2025. A entrevista exclusiva para o Intercept com Jihan Sarhan foi traduzida por Ruayda Rabah.

Leão põe as ambições em jogo

POR GERSON NOGUEIRA

O Remo encara hoje um desafio que pode colocá-lo de fato entre os candidatos ao acesso. Contra o Atlético-PR, às 21h35, no Baenão, o time vai entrar com a necessidade de vencer para seguir se aproximando do G4. Caso consiga se impor, ficará a apenas 2 pontos do Novorizontino, que ontem à noite venceu e assumiu a quarta colocação.

As dificuldades são imensas. O Furacão é neste momento um dos times mais competitivos do campeonato, após uma sequência impressionante de sete vitórias seguidas. É verdade que na rodada passada perdeu feio (3 a 0) para o Atlético-GO, mas isso não muda o fato de que é uma equipe perigosa e com chances reais de alcançar o acesso.  

Dentro do Baenão, para onde foi obrigado a retornar devido à agenda de shows do Mangueirão, o Remo terá que explorar ao máximo a presença de sua torcida, fazendo valer a condição de mandante. A última atuação no estádio foi diante do Atlético-GO, com sabor amargo para o torcedor. Os goianos levaram a melhor por 1 a 0.

Além do trunfo de jogar sob o incentivo de um estádio lotado, o Remo conta com a volta do artilheiro Pedro Rocha, finalmente apto a atuar após ficar ausente de quatro rodadas. Rocha tem 12 gols no campeonato e é um dos principais atacantes da competição.

Com seu principal jogador em ação, o Leão terá condições de impor pressão ofensiva e fazer o Furacão tremer no caldeirão do Baenão. Não será uma tarefa simples. O visitante tem um elenco qualificado, talvez o melhor e mais caro da Série B.

As vitórias sobre o CRB e o Operário devolveram o entusiasmo ao Remo e valorizaram a presença do técnico Guto Ferreira. A convicção de que só uma sequência de vitórias pode concretizar a arrancada rumo ao G4, é certo que o time vai partir para cima do Furacão desde os primeiros minutos.

Os erros cometidos contra o Atlético Goianiense devem servir de alerta. Na ocasião, o Remo foi excessivamente tímido nos avanços e criou poucas oportunidades de gol. Passou a partida controlando a posse de bola, mas sem transformar isso em vantagem prática.

Hoje, além de Rocha, o ataque terá Diego Hernández e João Pedro. Ao mesmo tempo, poderá contar com o retorno de Cantillo. O volante está inteiramente recuperado e liberado para jogar, podendo se juntar a Panagiotis e Nathan Camargo no setor de meia-cancha.

Marcelo Rangel, apesar do susto diante do Operário, quando precisou ser substituído por Ygor Vinhas no intervalo, está confirmado no gol.

Para o Papão, rebaixamento é logo ali

A matemática ainda favorece os cálculos dos otimistas, mesmo que de forma precária. Nos sete jogos que faltam ao PSC, seis vitórias podem garantir a salvação. O problema é que, a essa altura, só os delirantes ainda acreditam nessa hipótese.

Depois da derrota diante do Botafogo-SP, na terça-feira (8), em Ribeirão Preto, o time de Márcio Fernandes afundou de vez na lanterna da Série B. Com apenas 26 pontos, o Papão está a cinco pontos do 19º colocado (Botafogo) e a 10 do Athletic, primeiro posicionado fora do Z4.

Diante do tricolor paulista, o time não demonstrou apetite ofensivo, preferindo ficar tocando bolas improdutivas no campo de defesa a partir para o ataque em busca do gol. Em boa parte do confronto, o PSC estranhamente parecia querer apenas empatar.

A única oportunidade criada no 1º tempo resultou em cabeceio torto de Diogo Oliveira, aos 7 minutos, após cruzamento de Edilson. Como o PSC se limitava a trocar passes lá atrás e o Botafogo praticamente não ameaçava, o jogo foi se arrastando sem emoções.

A única da etapa inicial foi a canhestra tentativa de simulação de pênalti por Edilson no minuto final. Caiu espetacularmente na área, mas a malandragem não resistiu à análise do VAR.

Na etapa final, já sem Garcez e Diogo, que saíram lesionados, Márcio Fernandes recorreu às alternativas de sempre, sem alterar a maneira frouxa de atuar. Rossi, Peterson, Ramon e Carlos Eduardo nada acrescentaram ao apático desempenho do time.

O castigo pela falta de agressividade veio aos 43 minutos do 2º tempo. Uma lambança junto à lateral, envolvendo Edilson, Rossi e Thalisson, deu ao Botinha a única chance de chegar ao gol. Jefferson Nem entrou na área e tocou para Carrillo marcar. Como se sabe, a bola pune os que dormem.    

Márcio põe culpa no gramado, mas a verdade é outra

Há nove rodadas na lanterna e há 28 na zona da degola, o PSC não tem mais como esgotar a paciência de seu torcedor. A sete rodadas do final da disputa, precisando desesperadamente vencer, o time caprichou na lerdeza contra o apenas esforçado Botafogo-SP.

Ao final do confronto, Márcio Fernandes surpreendeu pela explicação buscada para o novo revés. Culpou as condições do gramado da Arena Nicnet, em Ribeirão Preto. Disse que o campo interferiu na qualidade do jogo, prejudicando o PSC.

O gramado é meio careca, de fato, mas esteve longe de ser a causa da desventura bicolor. Márcio não disse, mas ao PSC falta qualidade, volúpia e fôlego para buscar vitórias. O elenco, reconhecidamente limitado, se traduz numa equipe fraca e sem convicção.

Bryan Borges foi mais certeiro na análise: disse que o time teve uma atuação horrível. Simplificar é sempre o melhor caminho.

(Coluna publicada na edição do Bola desta quinta-feira, 09)

Confronto dos desesperados

POR GERSON NOGUEIRA

Botafogo-SP e Paysandu fazem hoje um confronto decisivo e sem favoritos, tanto pela posição dos times na classificação da Série B quanto pelo desempenho na competição. O time paulista tem aproveitamento de 40% como mandante e o PSC tem 38% como mandante. São times que não fazem bem o dever de casa e têm baixo rendimento como visitantes.

É justamente por essa semelhança de campanhas que Botafogo e Papão estão na parte inferior da tabela. O tricolor de Ribeirão Preto é o 18º colocado, com 29 pontos, apenas três pontos à frente do PSC, que é o 20º.

São ingredientes que tornam a partida desta noite (21h35) desesperadora para ambos. A vitória seria um alívio temporário, permitindo respirar nesta reta final do campeonato. A derrota significaria um passo rumo ao rebaixamento.

Apesar das semelhanças e coincidências entre os times, há uma graduação no nível de desespero. Para o PSC, um resultado negativo amplia o risco de queda – que hoje é avaliado em mais de 94%.  

Ciente desse quadro, Márcio Fernandes deve promover a volta do centroavante Diogo Oliveira ao ataque bicolor. Ele ficou fora dos últimos jogos devido a um problema muscular. Outro que pode reaparecer é o zagueiro Novillo, caso o técnico use o sistema de três zagueiros.

O lateral Reverson, que recebeu o terceiro cartão amarelo, será substituído por Bryan Borges. O meio-campo segue com Ronaldo Henrique, André Lima e Denner. Rossi deve ser o terceiro atacante, ao lado de Garcez e Diogo Oliveira.

A partir de agora, restando oito rodadas, vencer é prioridade máxima. Por conta disso, espera-se um time determinado e ofensivo, a exemplo do que se viu na vitória sobre o Criciúma. Com 26 pontos, o PSC precisa somar mais 17 pontos – restam 24 pontos a disputar.

O técnico Allan Aal foi demitido após a derrota para o Coritiba (2 a 0), na sexta-feira. A crise se instalou no clube após o sexto jogo sem vitória na Série B. O auxiliar Ivan Izzo vai comandar o time contra o PSC.

Leão se prepara para encarar o Furacão

A entrada de Nathan Camargo como titular na partida contra o Operário, auxiliando Caio Vinícius na marcação à frente da zaga, foi uma das primeiras intervenções de Guto Ferreira na maneira de atuar do Remo. Com o volante no time, substituindo Luan Martins, a mobilidade aumentou, tanto no combate como nas saídas para o ataque.

Com Nathan, o Remo conseguiu impor marcação alta em dois momentos da partida, pressionando a saída de bola e criando dificuldades para a zaga do Operário. A atuação dele foi boa no primeiro, mas o cansaço causou perda de intensidade na segunda etapa, fato natural e até previsível.

Além de desafogar as coisas para Caio Vinícius, que passou a sair um pouco mais, a presença de Nathan contribuiu para deixar Panagiotis menos comprometido com a marcação e mais livre para armar jogadas. É apenas um começo, mas pode dar certo.

Árbitro que garfou Fogão não precisa de “reciclagem”

A CBF nem disfarça o menosprezo pelo Botafogo, atual campeão brasileiro. Prejudicado acintosamente na partida contra o Internacional, sábado, o Alvinegro fez os protestos habituais, mas a entidade não tomou qualquer atitude em relação à arbitragem.

O atacante Artur Cabral foi agarrado na pequena área pelo zagueiro Mercado e impedido de alcançar a bola, mas o pênalti não foi assinalado por Flávio Rodrigues de Souza e nem revisado pelo VAR.

Ainda no domingo à noite, após erros graves em São Paulo x Palmeiras e Bragantino x Grêmio, foi anunciado o afastamento dos profissionais de arbitragem que trabalharam nas duas partidas.

Ramon Abatti Abel (árbitro central) e Ilbert Estevam da Silva (VAR) foram os juízes do clássico paulista. Lucas Casagrande e Gilberto Rodrigues Castro Júnior apitaram o confronto Bragantino x Grêmio.

Ora, tão grave quanto os erros que geraram a punição aos árbitros das duas partidas foi o pênalti não marcado no jogo de Porto Alegre. É como se a CBF quisesse deixar claro que erros contra o Botafogo são normais e aceitáveis.

Com Bolsa Atleta, Brasil é campeão paralímpico

O atletismo paralímpico brasileiro saiu de Nova Déli, na Índia, com o status de maior potência mundial da modalidade pela primeira vez na história. Com 50 esportistas na delegação, 100% deles apoiados pelo Bolsa Atleta, a equipe nacional fechou a competição no domingo, 5, com 15 ouros, 20 pratas e 9 bronzes – total de 44 medalhas.

O resultado superou a até então maior potência da modalidade, a China, que fechou a participação com mais medalhas, 52, mas subiu menos ao topo do pódio: 13 vezes. O Brasil vinha rondando o topo geral da tabela de classificação há tempos. Nas últimas três edições (Kobe 2024, Paris 2023 e Dubai 2019), o país tinha terminado na segunda colocação.

O resultado do Brasil na Índia é melhor, inclusive, que a campanha nos Jogos Paralímpicos de Paris 2024 (36 medalhas e dez ouros). Com o feito inédito, o Brasil acumula agora 348 medalhas na história dos mundiais de atletismo paralímpico: 122 ouros, 110 pratas e 116 bronzes.

(Coluna publicada na edição do Bola desta terça-feira, 07)

Leão bate Fantasma e segue vivo

POR GERSON NOGUEIRA

O Remo conquistou a segunda vitória consecutiva sob o comando de Guto Ferreira, e não foi um resultado qualquer. Representa a retomada das possibilidades de brigar pelo acesso. Com 45 pontos e 11 vitórias, o time volta a ficar a três pontos do G4, e se prepara para fazer as três próximas partidas em casa, diante de seu torcedor.

Diante de um Operário que ainda sonhava com o G4, o Remo começou praticando um jogo ofensivo, ocupando espaços no meio e no ataque. Chegou a fazer um gol aos 4 minutos, mas o lance finalizado por João Pedro foi anulado – o atacante estava impedido.  

Nos minutos seguintes, o time arriou as linhas, para esperar os avanços do Operário e reagir em contra-ataques. O problema é que a defesa aparecia bem, não dando chances ao adversário, mas o meio-campo não conseguia fazer a bola chegar aos pontas Nico Ferreira e Diego Hernández.

O Operário começou a explorar então os chutes de média distância. Boschilia experimentou duas vezes. Cristiano arriscou da entrada da área, mandando no canto, mas Marcelo Rangel defendeu bem. Aos 33’, Ademilson soltou uma bomba e o goleiro foi nela novamente.  

O momento de maior perigo foi em falta cobrada por Boschilia, que Charles desviou de cabeça à esquerda de Rangel. João Pedro recebeu lançamento longo e conseguiu vencer o duelo com os zagueiros, mas precipitou a finalização, chutando longe do gol.

No intervalo, Marcelo Rangel (lesionado nas costas) foi substituído por Ygor Vinhas. O Operário aumentou a presença no ataque, mas tinha dificuldades em jogar dentro da área. Por isso, insistia nos cruzamentos. Foi assim que, aos 13 minutos, Zuluaga e Cristiano finalizaram para duas defesas espetaculares de Ygor Vinhas.

O lance foi invalidado – a bola saiu pelo fundo no cruzamento –, mas isso não anula o feito do goleiro, cujas defesas seguras tranquilizaram a zaga do Leão. 

Com Panagiotis e Nathan Camargo, o Remo cedia espaço no meio. Depois da entrada de Janderson, Jaderson, Marrony e Pedro Castro, o time se revigorou fisicamente e passou a atacar com mais qualidade.

Quando o empate parecia certo, aos 44′, eis que Janderson recebeu passe curto de Sávio e entrou na área. Da linha de fundo, ele cruzou, a bola desviou na zaga e Jaderson entrou livre para desviar de cabeça, garantindo a vitória azulina. (Foto: Raul Martins/Ascom CR)

Ataque custou a funcionar, mas zaga teve erro zero

Decidido a sufocar o Remo, o Operário não conseguiu vencer a presença dos zagueiros William Klaus e Kayky nem com jogadas pelos lados e muito menos com cruzamentos. Os laterais Marcelinho e Sávio também ficaram mais atentos à marcação do que aos avanços.

Boa parte dessa tranquilidade demonstrada pelos dois zagueiros de área teve a ver com o posicionamento de Nathan Camargo, Panagiotis e Caio Vinícius, apertando a marcação desde o meio-de-campo, sem dar muito espaço para o Operário no início da partida.

Para superar o bloqueio exercido pelos volantes do Remo e a forte presença dos zagueiros, o Fantasma utilizou o talento de Boschilia e Ademilson nos chutes de média distância. Ambos chutaram cinco vezes ao gol de Marcelo Rangel no 1º tempo.

Com a necessidade de chegar ao gol, o Operário avançou mais e colocou mais jogadores no ataque – Rodrigo Rodrigues e Léo Gaúcho substituíram Zuluaga e Ademilson. Apesar disso, o Remo resistiu bem, contando ainda com a excelente participação do goleiro Ygor Vinhas. 

Panagiotis, que foi titular ontem, mostrou segurança na condução da bola, apesar das dificuldades para acompanhar jogadas mais aceleradas. Ganhou várias vezes da zaga paranaense no jogo aéreo. O time, porém, precisa do dinamismo que Jaderson oferece.  

Arbitragens roubam a cena na Série A

O faroeste da arbitragem ameaça virar protagonista na reta final do Campeonato Brasileiro da Série A. São erros que se acumulam e se juntam a um histórico pavoroso desses três últimos anos. O clássico paulista entre São Paulo e Palmeiras está na berlinda por conta de um pênalti claro não marcado quando os tricolores venciam por 2 a 0.

As desconfianças que envolvem as ações do Palmeiras nos bastidores, desde o Brasileiro 2023, quando 11 pênaltis – vários deles bem estranhos – foram marcados para o time de Abel Ferreira. Apesar do erro acintoso do árbitro, nada justifica a queda vertiginosa de rendimento do São Paulo, que permitiu a virada em pleno Morumbi.

Como também não justifica as declarações de um dirigente do Flamengo, que insinuou ações “do sistema” para impedir que o rubro-negro carioca chegue ao título. Não apresentou provas, apenas deixou no ar. Igual o que Abel Ferreira e seus auxiliares fazem quando o Palmeiras perde.

No sábado, em Porto Alegre, o Botafogo teve que aceitar a não marcação de um pênalti escandaloso sobre Artur Cabral, que foi agarrado dentro da área quando se preparava para finalizar uma jogada. O árbitro de campo ignorou o lance, apoiado pelo VAR. E ficou por isso mesmo.

Não é novidade, afinal o Botafogo é recordista mundial nesse assunto, embora sempre que faça algum protesto seja logo acusado de chororô. Vida que segue.

(Coluna publicada na edição do Bola desta segunda-feira, 06)

Com gol no final, Remo derrota o Operário e fica a 3 pontos do G4

Com um gol de Jaderson aos 44 minutos do 2º tempo, o Remo conquistou uma vitória importante sobre o Operário, em Ponta Grossa (PR), em partida válida pela 30ª rodada da Série B. O time azulino voltou à 8ª colocação, agora com 45 pontos e a apenas três pontos do G4.

O jogo foi equilibrado nos dois períodos, com maior presença ofensiva do Operário na primeira etapa, com cruzamentos e chutes de fora da área. O Remo começou melhor, fechando o meio-campo e tentando explorar os contra-ataques, mas errava muito na construção das jogadas.

A pressão inicial do Remo confundiu a defesa do Operário, que cometeu algumas falhas, permitindo que o atacante João Pedro tivesse duas oportunidades. Na primeira, chutou à direita da trave; na segunda, aos 4 minutos, ele balançou as redes, mas o gol foi anulado por impedimento.

O Operário cresceu nos minutos finais, com dois arremates de Boschilia e Ademilson, que Marcelo Rangel defendeu bem. Logo depois, o goleiro remista se lesionou nas costas e acabou substituído por Ygor Vinhas no intervalo da partida.

Nem bem o 2º tempo começou, o Operário chegou com muito perigo, em duas finalizações na área. Ygor Vinhas defendeu um chute rasteiro e deu um salto espetacular para espalmar o cabeceio de Cristiano. A jogada foi invalidada, mas o goleiro brilhou no lance.

Guto Ferreira fez mudanças na equipe, mexendo no ataque. Tirou os uruguaios Nico Ferreira e Diego Hernández, colocando em campo Janderson e Marrony. A alteração tornou o Remo mais ofensivo, principalmente quando Janderson era lançado no lado esquerdo.

Com Jaderson e Pedro Castro, que substituíram Nathan Camargo e Panagiotis, o Remo equilibrou as ações no meio-campo e começou a aproveitar os rebotes para contra-ataques perigosos. Aos 44 minutos, Janderson foi lançado, entrou na área e cruzou. A bola desviou na zaga e Jaderson, posicionado na pequena área, só desviou para o fundo do barbante.

O desempenho não foi brilhante, mas a vitória que reabre as esperanças do Remo em relação ao acesso. Foi a segunda vitória obtida sob o comando de Guto Ferreira. O próximo compromisso da equipe será na quinta-feira, às 21h35, contra o Athlético-PR no Baenão. Em seguida, terá mais dois jogos em Belém: o clássico Re-Pa, na terça-feira, 14, e o Athletic.

Enquanto o bolsonarismo agoniza, a maré vira a favor do governo Lula

Mesmo com o pior Congresso de todos os tempos, governo aprova isenção de IR e passou a dar as cartas, em um cenário promissor para Lula nas próximas eleições.

Por João Filho – Intercept_Brasil

A aprovação por unanimidade do projeto de lei que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda foi fruto principalmente da pressão popular nas ruas e nas redes. Nas manifestações do dia 21 de setembro, que aconteceram em todo o país, as cobranças foram bem claras: não à Anistia, não à PEC da Blindagem, fim da escala 6×1, taxação dos mais ricos e isenção do IR para os que ganham menos. Dessas, apenas o fim da escala 6×1 ainda não foi pra frente.

Tratado nos atos como “inimigo do povo”, o Congresso percebeu que a insatisfação popular não se restringia ao eleitorado de esquerda. Ficou difícil para os bolsonaristas comprarem essa briga, ainda mais faltando um ano para a eleição. Eles fizeram de tudo para boicotar o projeto, criando brechas para diminuir o imposto dos mais ricos.

Na surdina, lobistas do agro e da indústria escreveram as emendas que foram apresentadas por deputados do PL, Progressistas e Republicanos. De nada adiantou: tiveram que engolir a vitória do povo e de Lula a seco.

Apesar do avanço, a desigualdade tributária no país segue brutal. O Brasil continua sendo o paraíso dos super ricos. A medida está longe de corrigir a aberração que é a cobrança de tributos do país, mas trata-se de um passo importante e inédito em direção à justiça tributária.

Para se ter uma ideia, a partir de agora, 15 milhões de trabalhadores deixarão de pagar ou pagarão menos imposto de renda. Quem vai cobrir essa conta é um grupelho de 140 ou 150 mil ricaços que ganham acima de 50 mil por mês. Menos de 2 Maracanãs lotados vão pagar mais imposto para beneficiar 15 milhões de brasileiros que ganham mal.

É o mínimo. A desigualdade social no Brasil é criminosa.

Mesmo obrigados a votar a favor do projeto, os bolsonaristas não conseguiram esconder a insatisfação. Eles não aceitam que os ricos paguem pela isenção dos mais pobres. Voltaram a insistir na ladainha de que os ricos vão sair do país caso sejam mais taxados. Isso geraria um caos na economia, com empresas saindo do país e milhares de brasileiros ficariam sem emprego.

É realmente impressionante como uma bobagem dessas ganha aderência no debate público. É como se fosse possível o véio da Havan abandonar este paraíso tributário para se aventurar em outro país com suas lojas cafonas.

No Brasil, o imposto sobre herança pode chegar a no máximo 8%, uma das menores do mundo. No Japão, na Coreia do Sul, na França e na Alemanha, por exemplo, chega a 50% e 60%. Nos EUA, pode chegar a 40%.

Aos que estão muito preocupados com a saúde financeira dos super ricos, podem ficar tranquilos: eles não vão sair do Brasil por causa de uma tributaçãozinha de 10% a mais no imposto de renda. Eles vão continuar por aqui faturando alto e reclamando da carga tributária.

No mundo surrealista do bolsonarismo, já existe uma fuga de milionários do país desde que o “regime comunista” foi instalado após a eleição de Lula. O aumento do imposto de renda faria esse processo se intensificar. Trata-se do mais puro delírio, já que os dados da Receita Federal apontam justamente o contrário.

Por mais que haja um aumento em números absolutos, proporcionalmente há uma queda. De 2017 a 2024, a porcentagem de ricos que estão indo embora do país vem caindo a cada ano. Nesse recorte de sete anos, em nenhum houve uma fuga maior que 1%.

Isso significa que, apesar da narrativa usada para gerar pânico, não há uma fuga em massa de grandes empresários do país. Eles podem até ir morar naqueles condomínios de luxo cafonas em Miami e Lisboa, mas o seu capital, os seus CNPJs, continuarão girando por aqui. No fim das contas, mesmo com o aumento no imposto de renda, o “comunismo” brasileiro continua sendo uma mãe pros super ricos brasileiros.

Enquanto o bolsonarismo agoniza em praça pública, as forças progressistas vivem um bom momento no jogo político partidário. A isenção do imposto de renda para os que ganham até 5 mil reais é uma vitória da população e também de Lula, que tem conseguido avançar pautas importantes do governo, mesmo cercado pelo Congresso mais reacionário, apátrida e golpista de todos os tempos.

A popularidade do governo aumentou e Lula chega para o último ano de mandato com bandeiras e marcas importantes. Além de ser o candidato que defendeu o país contra ameaças dos EUA, agora ele também será o que taxou os mais ricos e isentou os mais pobres de pagar imposto de renda.

Depois de muito apanhar nos dois primeiros anos, a maré virou a favor de Lula. Mesmo tendo ampla minoria na Câmara e no Senado, o governo passou a pautar o debate e aprovar medidas importantes. As sucessivas derrotas nos primeiros anos ficaram para trás.

O governo sofria boicotes dos mais variados e limitava-se a reagir aos ataques e às propostas do bolsonarismo e do centrão. As circunstâncias mudaram completamente e hoje é o governo quem dá as cartas do jogo. Enquanto a oposição se dedica a defender golpistas e a denunciar uma ditadura que não existe, o governo tratou de propor medidas que contemplam as demandas do mundo real.

Nas pesquisas e nas ruas, ficou claro que a população é contra a anistia. 64% dos brasileiros são contra a anistia para os golpistas de 8 de janeiro. Esse número vem crescendo nos últimos seis meses. Em março deste ano, apenas 51% eram contra. Sobre o aumento de imposto dos ricos, pesquisa de julho aponta que 60% dos brasileiros são a favor, enquanto apenas 35% são contra.

Pela fotografia do momento, Lula parece um candidato imbatível para as próximas eleições. É claro que há um longo caminho até lá e sabemos como o roteirista do Brasil é imprevisível, mas o prognóstico é muito bom para o campo progressista.

Além da isenção do imposto de renda, o governo conseguiu emplacar medidas altamente populares, como o programa Gás do Povo, que dá botijão de graça e aumento no Auxílio Gás para mais de 15 milhões de famílias de baixa renda; e o Luz do Povo, que dá isenção e desconto na conta de energia para 4,5 milhões de família. Não é pouca coisa.

Enquanto isso, o bolsonarismo segue defendendo bandeiras golpistas e anti-patriotas, que agradam apenas a seita, que segue murchando ano após ano. As manifestações verde e amarelo estão cada vez menores e mais patéticas. A bandeira do Brasil deu lugar a dos EUA e as palavras de ordem servem para blindar criminosos e golpistas.

Pela primeira vez em muitos anos, a horda fascistóide do bolsonarismo parece estar desanimada, apanhando nas cordas da opinião pública. Hoje, o governo avança nas pautas populares, enquanto a oposição agoniza tentando proteger políticos corruptos, o futuro presidiário Jair Bolsonaro e a coitadinha da Débora do Batom.

“Vamos virar motivo de orgulho para o mundo a partir da COP30”, diz Lula em Belém

Presidente Lula e governador Helder Barbalho, durante a cerimônia de anúncios de investimentos em drenagem e inauguração do Parque Linear da Nova Doca, em Belém – Foto: Ricardo Stuckert / PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva iniciou nesta quinta-feira, 2 de outubro, a agenda de visita às obras integradas para a realização da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), em Belém (PA). Lula conferiu as instalações da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Una e participou da cerimônia de anúncio de investimentos em drenagem e inauguração do Parque Linear da Nova Doca.
 

“Para cuidar do planeta Terra, a gente começa cuidando da cidade onde vai ser a COP. Então, a gente resolveu construir uma parceria com o Estado do Pará. É um grande investimento que nós estamos fazendo junto com o governo do Estado e com a cidade, porque a gente quer tratar do povo para poder, quando a COP terminar, o povo usufruir de todos os benefícios que foram feitos aqui”, ressaltou Lula. “Os estrangeiros vão embora, a cidade vai ficar, e as obras que foram feitas aqui vão ficar para quem? Para o povo da cidade de Belém, que merece isso e um pouco mais”, completou.
Lula demonstrou estar convicto de que a Conferência, além de deixar um legado para a população, vai mostrar para o mundo a potência que é o Brasil. “Nós vamos virar motivo de orgulho para o mundo a partir dessa COP. A partir dela, ninguém vai ter mais dúvida de que o Brasil não deve nada a nenhum país do mundo e de que o Brasil é soberano na tomada das nossas decisões. E aqui, quando a gente resolve trabalhar, governo municipal, governo estadual e governo federal, juntos, ninguém consegue segurar”, afirmou.

NOVA DOCA — Localizado ao longo do canal da Doca e da importante Avenida Visconde de Souza Franco, o Parque Linear da Nova Doca foi realizado em parceria do Governo do Pará com o Governo do Brasil, por meio da Itaipu Binacional, que investiu R$ 312,2 milhões. São 24 mil metros quadrados de área construída e requalificada, distribuídos ao longo de 1,2 quilômetro de canal. 

O projeto melhora as condições de deslocamento e fluidez do trânsito, com a implantação de via elevada com conceito que prioriza o pedestre. A área também recebeu paisagismo, equipamentos de lazer, práticas esportivas e mirantes de contemplação, academia ao ar livre, quiosques de alimentação e parque infantil. Pavimento e passeios foram restaurados e implantados, e a ciclovia foi incorporada ao desenho do parque com percurso junto aos canteiros arborizados. 

O ministro das Cidades, Jader Filho, comentou que a população da capital paraense já nota as melhorias promovidas pelas entregas do Governo do Brasil. “Como eu ouvi de muita gente durante o dia de hoje, nós temos uma outra Belém, uma Belém que a partir dessas obras se transforma numa Belém melhor. Não é uma Belém que resolveu todos os seus problemas, ainda temos muitos problemas para serem resolvidos, mas avançamos muito”, disse. 

Entre as ações no canal, foram instaladas novas comportas, e executou-se trabalho de infraestrutura para coleta e correta destinação do esgoto gerado nas imediações, que era despejado no canal da Doca sem tratamento adequado. 

O diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional, Enio Verri, destacou que é possível aliar desenvolvimento econômico e cuidado com o meio ambiente. “O investimento socioambiental é a marca da Usina porque é a marca do governo Lula. O senhor provou que é possível fazer desenvolvimento econômico, respeito ao meio ambiente e, mesmo assim, ter um alto resultado financeiro. É possível, com a COP, mostrar ao mundo que nós temos um país que produz energia limpa, barata, que respeita o ser humano, e faz da energia um grande instrumento de desenvolvimento econômico e inclusão social”, afirmou. 

SANEAMENTO — Passo fundamental para que Belém avance no cumprimento das metas de universalização do saneamento, a obra da ETE Una, no bairro Telégrafo, contou com investimento de R$ 125,2 milhões, sendo R$ 49,5 milhões do Governo do Brasil e R$ 75,7 milhões de contrapartida do Governo do Pará. Considerada a maior ETE do estado em quantidade de pessoas atendidas e um dos grandes legados da COP30, a estação tem capacidade para tratar até 475 litros de esgoto por segundo e vai evitar o lançamento de esgoto in natura na Baía do Guajará. 

“É uma revolução para mostrar para os estrangeiros que vierem participar da COP30, que aqui a gente não brinca em serviço. Aqui a gente trata da floresta, a gente trata dos seres humanos e a gente trata de melhorar a qualidade de vida da cidade. O que vocês vão saber é que ainda não estão todos os problemas resolvidos, mas a verdade é que Belém será outra cidade depois da COP30. Esperem para ver”, declarou Lula.

BENEFÍCIOS — Mais de 90 mil pessoas serão beneficiadas, com o atendimento a 10 bairros: parte dos bairros da Campina, Nazaré, São Braz, Marco, Sacramenta e integralmente os bairros de Umarizal, Fátima, Telégrafo, Pedreira e Reduto. “O presidente Lula está fazendo o maior investimento da história, em parceria com o estado, que Belém já viu. Nunca na história desse estado houve tamanho investimento. Só para a COP, são R$ 6 bilhões. O PAC do Estado do Pará, incluindo todas as cidades do interior, totaliza R$ 45 bilhões”, contou Rui Costa. 

Para o governador do Pará, Helder Barbalho, a obra mostra o cuidado com a população e com o meio ambiente. “Com essa obra, fruto da parceria com o Governo Federal, nós estamos entregando e deixando esse legado para a cidade de Belém e para todos que vivem nela”, avaliou Barbalho. 

A obra da ETE Una foi contratada em 2008 e esteve paralisada por três vezes ao longo destes 17 anos. Em fevereiro de 2025 foi retomada e, agora, entregue. Para sua conclusão, 1,5 mil empregos diretos e indiretos foram gerados. 

INVESTIMENTOS DO BNDES – O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, informou que o Banco soma R$ 14,2 bilhões em financiamentos para o Pará desde 2023. “São projetos estratégicos para o Estado. Nós, por exemplo, aprovamos esta semana mais de R$ 200 milhões para fazer o saneamento universal de toda a Barcarena. Fizemos investimentos em usinas de gás para alavancar o crescimento da indústria da economia e em centros de pesquisa, desenvolvimento e tecnologia que vão trazer mais conhecimentos e mais oportunidades”, declarou. 

TURISMO — Durante a cerimônia, o ministro do Turismo, Celso Sabino, assinou protocolo de intenções para a implantação e operação de pontos de informação turísticas voltadas ao atendimento de turistas brasileiros e de outros países durante a COP30. “O seu governo, presidente, é responsável por fazer o brasileiro viajar pelo país como nunca antes viajou. É responsável pelo recorde de faturamento e pelo maior número de empresas criadas na atividade turística no Brasil. E é responsável por ter empregado, nos últimos dois anos e meio, mais de 520 mil novos trabalhadores de carteira assinada no setor do turismo”, relatou. 

MAIS VISITAS — Mais cedo nesta quinta-feira (2), Lula participou da entrega de duas escolas no município de Breves e uma em Melgaço, na Orla de Breves, na Ilha do Marajó (PA). Já nesta sexta-feira (3) o presidente dará continuidade a agenda de visitas às obras integradas para a realização COP30, na capital paraense. Ele vai conferir as obras do Canal da União, do Porto Futuro II e do Parque da Cidade. 

COP30 — Belém vai receber a COP30 de 10 a 21 de novembro. Trata-se de um encontro global anual onde líderes mundiais, cientistas, organizações não governamentais e representantes da sociedade civil discutem ações para combater as mudanças do clima. É considerado um dos principais eventos do tema no mundo. A COP30 contará com a presença de representantes de mais de 190 países.

(Fonte: Secom/Presidência)

Liberalismo autoritário: o pacto entre mercado e repressão

Aliança entre a liberdade de mercado e a repressão política, sustentado por ultradireita e conglomerados globais, por controle do Estado.

Por Luis Nassif – no Jornal GGN

Um dos grandes equívocos da retórica política contemporânea é a associação automática entre liberalismo econômico e liberalismo político. Embora compartilhem o termo “liberalismo”, suas premissas e objetivos são distintos — e, em muitos momentos históricos, até contraditórios.

Enquanto o liberalismo político se fundamenta na defesa dos direitos individuais, na separação de poderes e na soberania popular, o liberalismo econômico prioriza a liberdade de mercado, a propriedade privada e a mínima intervenção estatal. Essa dissociação é essencial para compreender o pacto internacional entre a ultradireita, setores da ilegalidade, mercados financeiros e grandes conglomerados globais — um pacto que sustenta o que chamamos de liberalismo autoritário.

A formação dos Estados modernos como instrumentos de concentração de renda gerou um desequilíbrio estrutural: de um lado, grupos econômicos extremamente poderosos; de outro, uma massa crescente de desassistidos. Esse contraste alimenta uma reação contra o “sistema”, mesmo que a maioria não compreenda os mecanismos que sustentam a desigualdade.

Esse mal-estar difuso corrói a legitimidade institucional e abre espaço para forças oportunistas — políticas, empresariais, criminosas e corporativas — que disputam o controle do Estado em processo de esgarçamento.

O liberalismo autoritário se alia aos grandes grupos econômicos, manobra o discurso do anticomunismo e da redução dos direitos trabalhistas para conquistar os setores desorganizados da sociedade. E, na fase final, recorre a milícias, como aconteceu na Itália e na Alemanha e começa a acontecer nos Estados Unidos.

OS PILARES DO LIBERALISMO AUTORITÁRIO

1 A desregulamentação econômica

A regulação é o principal instrumento de proteção contra abusos de mercado, concentração de poder e violação de direitos. Ela abrange desde normas sanitárias até leis antitruste e garantias às minorias. A sua eliminação favorece a informalidade, o crime organizado, os monopólios e atividades nocivas como o jogo, a mineração predatória e a indústria bélica. É um discurso que cativa de organizações criminosas a grandes grupos econômicos.

2 Controle de salários e retórica anti-proletária

O controle salarial é justificado por um discurso que se diz pró-empresarial e anticomunista. Essa retórica desvia o foco dos problemas estruturais — como juros abusivos, spreads bancários e privilégios de grandes grupos — e constrói um inimigo imaginário, geralmente associado à classe trabalhadora organizada.

3 Privatização do Estado

A captura de funções estatais por interesses privados se dá pela venda de estatais estratégicas e pela privatização de serviços públicos essenciais, como saúde e educação. Trata-se de uma reconfiguração do Estado como instrumento de negócios, e não de cidadania.

Historicamente, o liberalismo autoritário se consolidou com o apoio de grandes grupos empresariais. Hitler e Mussolini ascenderam prometendo conter greves, sindicatos e partidos de esquerda. Em troca, ofereceram incentivos à indústria pesada e química, além de obras públicas que garantiram apoio popular e empresarial.

NA ITÁLIA (1922-1943)

Empresas como Fiat, Pirelli, Montecatini e grandes bancos aderiram ao regime fascista, reunidas no Conselho Nacional Corporativo e beneficiadas com contratos militares para a expansão colonial.

NA ALEMANHA (1933-1945)

Conglomerados como Krupp, IG Farben, Siemens, Allianz e Deutsche Bank lucraram com o rearmamento e o trabalho forçado. Com o fortalecimento do regime, iniciou-se a “arianização”: apropriação de empresas judaicas e expulsão de funcionários judeus.

O LUCRO COM O NAZISMO

Diversos megaconglomerados alemães prosperaram sob o nazismo, mantendo o poder e a riqueza de suas famílias fundadoras:

  • Volkswagen e Porsche: Criadas por Ferdinand Porsche, engenheiro favorito de Hitler, com uso de trabalho escravo.
  • BMW: Controlada pela família Quandt, ligada ao nazismo, que produziu aço e armas para o Eixo.
  • Krupp: Fabricou armamentos e empregou cerca de 100 mil trabalhadores forçados.
  • Siemens, Daimler-Benz, Allianz, Dr. Oetker: Todas colaboraram com o regime e utilizaram mão de obra escrava.

Empresas como IG Farben (BASF e Bayer), Degussa e Topf & Söhne lucraram diretamente com o fornecimento de insumos para o genocídio, como o pesticida Zyklon B e os fornos crematórios usados em Auschwitz.

Na Itália fascista, estudos mostram que empresas com vínculos com o Partido Nacional Fascista obtiveram vantagens mensuráveis. O mesmo padrão se repetiu na gestão Trump, nos EUA, onde o direito de propriedade era garantido apenas aos aliados.

O liberalismo autoritário é uma contradição em termos: promove a liberdade econômica ao mesmo tempo em que sufoca liberdades políticas e sociais. Historicamente, essa fórmula foi decisiva na ascensão de regimes fascistas e continua a ser utilizada como ferramenta de dominação.

A aliança entre grandes conglomerados e regimes autoritários revela que, em momentos de crise, o capital tende a se alinhar com a repressão — desde que seus interesses estejam protegidos. A história nos mostra que, quando o mercado se sobrepõe à democracia, o preço é pago pela sociedade.

Mas, pela lógica do fascismo, pode-se entender o namoro da Faria Lima com o governador paulista Tarcísio de Freitas.

Leão encara outra decisão

POR GERSON NOGUEIRA

A nove rodadas do fim da Série B, todos os jogos passam a ter caráter de decisão para o Remo, que ainda alimenta o sonho do acesso. Com 42 pontos, ocupando a 9ª colocação, o time não tem mais o direito de tropeçar, sob pena de ver cair por terra suas chances de entrar no G4.

Para enfrentar o Operário, na tarde deste domingo (5), às 16h, em Ponta Grossa, o Remo terá três mudanças no time. Por lesão, o zagueiro Reynaldo abre passagem para Kayky. No meio-de-campo, Luan Martins sai para a entrada de Nathan Camargo e Jaderson será substituído por Panagiotis.

A entrada do volante grego tem a ver com o desempenho nos treinos da semana. Com bom controle de bola e forte nos duelos, Panagiotis buscará fazer o que Jaderson não tem conseguido: marcar e apoiar os avanços ofensivos com igual eficiência.

O ataque terá Diego Hernandez, João Pedro e Nico Ferreira. A dupla uruguaia brilhou no confronto com o CRB e, com a ausência de Pedro Rocha, é a principal esperança de gols. 

Na segunda partida sob o comando de Guto Ferreira, o Leão tem a difícil missão de arrancar uma vitória dentro dos domínios do Operário, que se mantém no bloco intermediário, mas que ainda tem pretensões de subir.

Todo cuidado é pouco, principalmente porque o Fantasma tem um contra-ataque eficiente, sempre organizado pelo meia Gabriel Boschilia, um dos melhores jogadores do campeonato. (Foto: Samara Miranda/Ascom CR)

Ausência de atacante incomoda torcida bicolor

Marcelinho, arisco ponteiro que teve boas atuações no final do turno, quando Claudinei Oliveira era o comandante, tem sido ignorado por Márcio Fernandes nas últimas apresentações do PSC no campeonato, até mesmo em partidas que claramente pediam a presença de um velocista no ataque, como diante de Novorizontino e Cuiabá.

A ausência de oportunidades para Marcelinho não passou despercebida ao torcedor, que tem cobrado explicações do técnico para a geladeira a que o jogador foi relegado. Perdeu espaço até para Wendell, de rendimento pífio nas partidas em que foi escalado.

Diante da falta de alternativas ofensivas dentro de um elenco reconhecidamente limitado, Marcelinho merece ser melhor observado.

Bola na Torre

Guilherme Guerreiro comanda a atração, a partir das 22h, na RBATV, com Valmir Rodrigues e este escriba de Baião como debatedores. Em pauta, a participação dos times paraenses na 30ª rodada da Série B. A edição é de Lourdes Cezar e Lino Machado.

Arbitragem aumenta vigilância sobre piscineiros

O método Wolf Maia de interpretação anda muito em moda no futebol brasileiro, com a complacência dos árbitros. Na Série A, goleiros e atacantes dividem o proscênio com atuações canhestras no intuito de enganar a arbitragem com simulação de faltas.

Contra o Botafogo, nesta semana, o atacante Mateo Zanabria mergulhou espetacularmente na área, tentando cavar pênalti em favor do Bahia. O árbitro não foi na malandragem e aplicou o amarelo. Como já estava amarelado (também por simular falta), foi expulso de campo.

Espantosamente, vozes da mídia paulistana se levantaram para deplorar a expulsão, considerada injusta, ignorando a gravidade representada pela simulação, que muitas vezes induz o árbitro (e até o VAR) ao erro.  

Recentemente, o goleiro Léo Jardim, do Vasco, foi punido por exagerar nas quedas e simulação de contusão. Não é o único, infelizmente. A imensa maioria dos goleiros brasileiros faz isso, desabando até quando bate uma brisa. Jardim pagou o pato e foi expulso corretamente.

Liga dos Quartéis tem grande final no Mangueirão

O estádio Jornalista Edgar Proença será palco, neste sábado (4), às 9h, da finalíssima da 6ª Liga dos Quartéis de Futebol, que reúne times de militares e da comunidade. Neste ano, o torneio teve 22 equipes e mais de 800 atletas, representando quartéis da capital e do interior.

A competição foi dividida em duas fases: pontos corridos e mata-mata, com jogos que mobilizaram torcidas e fortaleceram a integração entre os batalhões. As equipes que chegam à final são o Grêmio do 13º Batalhão de Tucuruí e o Águia Futebol Clube (Batalhão Águia).

A entrada para a decisão será trocada por 1 quilo de alimento não perecível, que será destinado a entidades parceiras para distribuição à comunidade.

(Coluna publicada na edição do Bola de sábado/domingo, 04/05)

Lula: “Quero colocar Belém aos olhos do mundo”

“A COP é um pretexto para a gente fazer tudo o que Belém precisa que seja feito. Estamos fazendo um investimento de praticamente R$ 6 bilhões na cidade e, quando o evento terminar, as obras vão ficar. É o povo que vai tirar proveito”.
Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República 

Lula visita Belém para entregar obras da COP30 (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

Em Belém para uma série de entregas e visitas a obras de infraestrutura conectadas à Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva concedeu entrevista à TV Liberal (PA) na manhã desta sexta-feira, 3. Lula ressaltou o significado do evento, os investimentos para garantir o sucesso do encontro agendado para o mês que vem e o legado que a conferência vai deixar para a capital paraense. 

“A COP é um pretexto para a gente fazer tudo o que Belém precisa que seja feito. Estamos fazendo um investimento de praticamente R$ 6 bilhões na cidade e, quando o evento terminar, as obras vão ficar. É o povo que vai tirar proveito, que vai visitar as coisas boas que aconteceram”, disse.
 

Lula justificou a escolha de um estado amazônico para receber o evento com o duplo argumento de que historicamente todos falam sobre a Amazônia, mas poucos conhecem, e que é necessário aproveitar as oportunidades para desenvolver todas as regiões do país. “Eu poderia simplesmente fazer em São Paulo, no Rio de Janeiro, que estão mais preparados com infraestrutura. Porém, se a gente não for ousado, se não tiver coragem, se não for destemido, a gente não faz o Brasil crescer de forma equânime”, argumentou.

COP DA VERDADE – O presidente voltou a enfatizar a projeção de que a COP30 será a COP da Verdade. “Vamos ter que decidir uma coisa importante: acreditamos ou não na ciência? O mundo está em crise ou não? Se o mundo aquecer acima de um grau e meio, nós vamos ter problemas. O mar vai crescer, muitos países vão desaparecer. Está nas nossas mãos a responsabilidade de salvar o planeta que moramos, a nossa casa”, disse. “O ser humano precisa parar com essa mentalidade destruidora que tem”, reforçou.

CONVITES A TODOS – Ele explicou a interlocução construída com líderes mundiais convidados para participar da COP30. “Estamos separando a reunião de chefes de Estado, que será dois dias antes, da reunião da COP da Sociedade Civil e Especialistas do Clima. Quero que os chefes de Estado venham. Mandei carta ao presidente Trump (Estados Unidos); ao presidente Xi Jinping (China), a todos os presidentes, até ao Papa mandei. Quero que essa COP seja a COP que fale com o mundo. Se a gente não fizer as coisas adequadamente, a sociedade começa a perder a confiança”, frisou.

HOSPEDAGEM — O presidente também abordou a questão das hospedagens na capital paraense e assegurou que não faltará acomodação. “Tem quarto para todo mundo. O povo do Pará está sendo extraordinário. Alguns estão saindo das suas casas e alugando-as para quem quiser vir. Não vai faltar quarto, não vai faltar cama, não vai faltar carinho, não vai faltar comida”, listou. “Além disso, tem vários hotéis sendo construídos, dois navios que contratamos para atender. São quase cinco mil quartos”, afirmou. O presidente enalteceu ainda a diversidade da gastronomia paraense. “Acho que é a melhor do Brasil. Quero que norte-americanos, franceses, alemães, holandeses, ucranianos, venham para experimentar a culinária e conhecer o povo do Pará e a Amazônia”, frisou.

FUNDO FLORESTAS TROPICAIS — Lula comentou também sobre o Fundo de Florestas Tropicais para Sempre (TFFF, na sigla em inglês), que o Brasil vai oficializar durante a COP, e que propõe um modelo inovador de financiamento para a conservação das florestas tropicais. “É um fundo que não é doação de dinheiro, é investimento. O Brasil foi o primeiro país a colocar dinheiro nesse fundo para que a gente possa captar recursos e, com o lucro, cuidar da Amazônia. E cuidar não só da Amazônia, mas das florestas de outros países da América do Sul, da Indonésia e do Congo, que são os países que têm muitas florestas em pé”, explicou.

DESTINO – Lula incentivou ainda que os brasileiros também optem pela Amazônia como destino turístico com mais frequência. “Vamos conhecer o que é a grande reserva que a humanidade tem de sobrevivência, que é a nossa querida Amazônia, com a maior floresta tropical do mundo em pé, com 12% da água doce do mundo e com uma riqueza mineral que a gente ainda nem conhece. Quero que o Brasil conheça a Amazônia. Não quero que a Amazônia fique esquecida. Escolhi Belém por conta disso. Quero colocar Belém aos olhos do mundo”, complementou. 

DESMATAMENTO ZERO — Lula ainda detalhou compromissos assumidos pelo Brasil para dar exemplo no enfrentamento à mudança do clima. “Assumi um compromisso de que até 2030 teremos desmatamento zero na Amazônia. Por isso, fizemos um pacto com os prefeitos das cidades da Amazônia. Temos que construir com eles a parceria, porque o prefeito está mais próximo da área que pega fogo, e teremos incentivos aos prefeitos que tiverem menos desmatamento, menos incêndio, e as pessoas vão ser motivadas. Estou convencido de que até 2030 vamos ter desmatamento zero nesse país”.

Fonte: Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República

Com show da torcida, Papão decepciona e vê aumentar chance de queda

Mais de 13 mil torcedores compareceram à Curuzu para ver Paysandu x Cuiabá, na noite desta quinta-feira (2). No final, apesar do empate conquistado nos minutos finais, a multidão saiu frustrada com o placar de 1 a 1, que mantém o PSC na lanterna da Série B, com 26 pontos. A atuação foi decepcionante em comparação com o excelente desempenho na rodada anterior diante do Criciúma.

O primeiro tempo foi dominado amplamente pelo Cuiabá, que atacou muito, mostrou mais objetividade e criou várias situações perigosas na área do Papão. Logo aos 7 minutos, Mateusinho apareceu livre na direita e bateu com perigo. Aos 11, Carlos Alberto driblou um marcado e chutou forte, para boa defesa de Matheus Nogueira.

O Paysandu tinha dificuldades para sair de seu campo e aceitava passivamente a pressão do Cuiabá. A melhor oportunidade ocorreu aos 20 minutos: Marlon cobrou falta com perigo e Luan Polli espalmou para o lado. Foi o primeiro chute a gol do PSC no jogo.

Aos 31 minutos, o paraguaio Alejandro Martinez recebeu passe de David Miguel, dominou a bola sem marcação junto à meia-lua da grande área e disparou um chute no canto esquerdo de Matheus Nogueira. O gol do Cuiabá retratava a superioridade do visitante na partida.

Em desvantagem, o PSC ficou ainda mais atrapalho e tentou reagir à base de bolas cruzadas na área, todas desperdiçadas ou neutralizadas pela defesa.

Com Rossi no lugar de Denilson, o PSC iniciou o segundo tempo correndo perigo. Aos 2 minutos, Carlos Alberto deu passe para Alejandro, que chutou por cima do gol. Aos 3′, David Miguel deu belo passe em profundidade para Carlos Alberto, que desperdiçou chance clara de gol. Ele entrou livre na área, mas demorou a finalizar e acabou facilitando a defesa de Matheus Nogueira.

Aos 12′, o PSC finalmente criou uma grande jogada no ataque. Rossi deu um passe cruzado em direção à área e Marlon bateu de primeira, mas Luan Polli defendeu com os pés.

O cansaço do Cuiabá, que trocou toda a linha ofensiva e mexeu na zaga, permitiu ao PSC atacar com mais insistência, estabelecendo posse de bola superior a 60%. O problema é que o domínio era improdutivo, com raros momentos de perigo ao gol adversário.

Um lance inusitado acabou vindo em socorro do PSC, aos 40 minutos. O goleiro do Cuiabá retardou a reposição de bola e o árbitro aplicou a regra dos 8 segundos, marcando escanteio para o Papão – segunda vez que a norma foi aplicada na Série B. Na cobrança, a bola sobrou para Carlos Eduardo, que foi derrubado por Jadson. O atacante Garcez se encarregou da cobrança e empatou a partida em 1 a 1.

“Não posso chegar aqui e falar que será fácil. Não é fácil, mas não posso nunca desistir. Enquanto tivermos chances vou continuar lutando, acreditando que é possível, mesmo sabendo das dificuldades que teremos”, disse o técnico Márcio Fernandes após o jogo, comentando a difícil situação do time na tábua de classificação do campeonato.

Na 31ª rodada, o Paysandu vai enfrentar na próxima terça-feira, 7, às 21h35, contra o Botafogo-SP, na Arena Nicnet, em Ribeirão Preto.