O Brasil até foi bem no 1º tempo, metendo 2 a 0 no aplicado time do Japão, com gols de Paulo Henrique e Martinelli. O técnico Carlo Ancelotti resolveu fazer testes e modificou a defesa, que entrou com Fabrício Bruno e Beraldo, Carlos Augusto e Paulo Henrique. Na segunda etapa, o Japão voltou melhor e Fabrício Bruno entregou duas bolas, garantindo o empate e dando emoção ao amistoso. Empolgado, o Japão lançou-se ao ataque e virou o jogo.
A virada japonesa se configurou em 19 minutos, com contribuições de Fabrício Bruno (duas falhas bisonhas no primeiro e no segundo gol) e Hugo Souza, que deixou passar a bola do terceiro gol do Japão. No finalzinho, o goleiro Hugo Souza ainda ia botando uma bola pra dentro, o que ampliaria o vexame.
Foi um verdadeiro desfile de atuações individuais horrorosas – Fabrício, Hugo, Beraldo, C. Augusto, Richarlison e o incrível Joeliton. No fim das contas, a Seleção sofreu a segunda derrota para o Japão em sua história. A primeira derrota (1 a 0) ocorreu em amistoso disputado em 2006.
“Eu e a Janja tivemos um excelente encontro com sua Santidade, o Papa Leão XIV, no Vaticano. Conversamos sobre religião, fé, o Brasil e os imensos desafios que temos que enfrentar no mundo. Parabenizei o Santo Padre pela Exortação Apostólica Dilexi Te e a sua mensagem de que não podemos separar a fé do amor pelos mais pobres. Disse a ele que precisamos criar um amplo movimento de indignação contra a desigualdade e considero o documento uma referência, que precisa ser lido e praticado por todos. Relatei ao Papa minha relação de extrema proximidade com religiosos brasileiros como Dom Paulo Evaristo Arns, Dom Hélder Câmara, Dom Luciano Mendes de Almeida, Pedro Casaldáliga e o atual presidente da CNBB, Dom Jaime Spengler. E o quanto foi importante para minha formação a convivência com as Comunidades Eclesiais de Base. Falei ao Papa sobre minha participação hoje no encontro da FAO e como em dois anos e meio tiramos pela segunda vez o Brasil do Mapa da Fome.
E, agora, estamos levando este debate para o mundo por meio da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza. Convidei-o a vir à COP30, considerando a importância histórica de realizarmos uma Conferência do Clima pela primeira vez no coração da Amazônia. Por conta do Jubileu, o Papa nos disse que não poderá participar, mas garantiu representação do Vaticano em Belém. Ficamos muito felizes em saber que sua Santidade pretende visitar o Brasil no momento oportuno. Será muito bem recebido, com o carinho, o acolhimento e a fé do povo brasileiro.
Lembrei que ontem tivemos uma demonstração imensa dessa fé no Círio de Nazaré e nas comemorações do Dia de Nossa Senhora de Aparecida, padroeira do Brasil. Me acompanharam no encontro com o Papa, além de Janja, os ministros Mauro Vieira, Wellington Dias e Paulo Teixeira, a senadora Ana Paula Lobato, a presidenta da Embrapa Silvia Massruhá e o embaixador do Brasil junto ao Vaticano, Everton Veira.”
A participação na Série B garantiu ao Re-Pa um merecido lugar de destaque na cobertura dos canais esportivos nacionais, encantados com a grandeza das torcidas e a força da tradição centenária. Hoje à noite, no 780º capítulo da saga de rivalidade mais bonita do futebol brasileiro, a história do clássico será justificadamente reverenciada.
É um passo importante para que o país do futebol se conscientize ainda mais da importância de Remo e Paysandu no contexto dos campeonatos brasileiros. A ausência de ambos ou de um deles nas divisões de elite atrapalhou esse processo de reconhecimento. É hora de reparar essa injustiça – e isso cabe obrigatoriamente aos próprios clubes.
Tudo começa pela capacidade competitiva e pela qualidade do jogo. Na partida desta noite, no Mangueirão, bicolores e remistas entram com missões diversas. O clássico é decisivo porque o PSC precisa manter viva a chama da esperança, mesmo remota, de sobrevivência. O Remo sonha com o acesso e precisa se manter próximo ao G4.
Como ocorreu em todos os confrontos recentes, este também deve ser decidido mais nos erros do que propriamente nos acertos. Nada que deprecie a imagem do Re-Pa, afinal quase todos os clássicos no Brasil se decidem dessa forma às vezes fortuita, às vezes acidental.
A tomar por base o que ocorreu no último jogo, válido pelo primeiro turno da Série B, imagina-se um Remo mais atento e competitivo. A própria campanha e as três vitórias em sequência fazem crer nisso. Independentemente de ser um clássico, a partida representa a chance de consolidação na disputa pelo G4.
Pelo lado bicolor, com todos os problemas que atormentam o comando técnico, a batalha será igualmente por mostrar intensidade e capacidade de equilibrar as ações. Não seria surpresa se, diante desse cenário, o time adotasse um sistema conservador, fechando o meio-campo para conter a velocidade de extremas e laterais do adversário.
Encontrar as alternativas certas para se sobrepor ao adversário é o desafio que se apresenta para os técnicos Márcio Fernandes e Guto Ferreira.
Ausências afetam o poderio dos rivais
O Remo deve manter o esquema adotado desde a chegada de Guto Ferreira, com laterais avançados e pontas bem abertos. A ausência de Marcelinho enfraquece o lado direito, principalmente na parte ofensiva, mas pela esquerda Sávio pode ganhar função tática importante, aparecendo mais adiantado caso as condições do jogo permitam.
Na frente, Pedro Rocha não é nome certo para começar, mas é provável que Nico Ferreira e Diego Hernández sejam os ponteiros, depois das boas atuações contra CRB e Athlético-PR. João Pedro pode ser mantido no centro do ataque, como referência, embora tenha tido participação discreta nos jogos em que atuou como titular.
O meio-campo segue inalterado: Nathan Camargo, Panagiotis e Caio Vinícius. Jaderson, definitivamente, passa a ser alternativa para o decorrer da partida. Ou nem isso. Contra o Athlético nem foi utilizado. O ponto forte do Remo atual é a transição rápida, explorando o contra-ataque.
No PSC, com apenas seis pontos ganhos em 36 disputados no returno, a situação é de quase desolação, mas o clássico surge como esperança de redenção final. Márcio Fernandes terá a zaga completa, com Thalisson e Maurício no centro, Edilson e Reverson nas laterais. O meio não deve sofrer mudanças – Ronaldo Henrique, André Lima e Denner.
O ataque depende de Garcez. Com ele confirmado, o esquema pode ter Marlon e Vinni Faria pelos lados. Marlon pode voltar para recompor o meio-campo, principalmente quando o time está sem a bola. A ausência de Diogo Oliveira pode determinar a entrada de Denilson, com o objetivo de explorar os cruzamentos na área.
Alto risco na ideia de mandar jogos no Baenão
Estourou como pequena bomba, na manhã desta segunda-feira (13), a informação de que o Remo pretende mandar no estádio Baenão todos os jogos que terá após o Re-Pa. Se isso for confirmado, o time enfrentará Athletic, Chapecoense e Goiás dentro do centenário estádio. São nove pontos importantíssimos em disputa.
Trata-se de um recuo na proposta inicial de manter jogos no Mangueirão, onde o time turbinou a campanha pelo acesso nas primeiras rodadas, ainda sob o comando de Daniel Paulista. A maciça presença da torcida botou o Remo na liderança do ranking de público.
Abraçar o risco contido no “caldeirão” é uma ousadia que pode derrubar definitivamente as chances de acesso. Está vivo na memória de todos um episódio emblemático da história recente: a queda para a Série C em 2021.
Na última rodada, com o Baenão lotado, o time martelou, sufocou e não conseguiu superar o rebaixado Confiança. A ansiedade excessiva, combinada com a retranca do visitante, derrubaram as boas chances que o Remo tinha de permanecer na Série B. Apenas uma lembrança a ser considerada.
(Coluna publicada na edição do Bola desta terça-feira, 14)
Em termos absolutos, de 2023 para 2024, mais de 2 milhões de pessoas saíram da faixa de insegurança alimentar grave e 8,8 milhões alcançaram a categoria de segurança alimentar
Em 2024, o Brasil reduziu o número de pessoas sem acesso adequado à alimentação e igualou o recorde histórico registrado em 2013. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira, 10 de outubro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE), por meio da Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (Ebia), aplicada na Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílios Contínua (PNADc) do 4º trimestre de 2024.
Em 2025, o Brasil celebra duas conquistas históricas: a saída do Mapa da Fome e a redução da insegurança alimentar grave ao menor nível da série histórica”. Wellington Dias, ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome
De acordo com o indicador, a proporção de domicílios em insegurança alimentar grave caiu de 4,1% para 3,2% entre 2023 e 2024. Isso significa, em números absolutos, que dois milhões de pessoas saíram da condição de fome no intervalo de um ano. Houve redução tanto nas áreas rurais quanto urbanas e em todas as regiões. Além disso, outros dois níveis de insegurança alimentar – leve e moderada – também caíram (entenda abaixo as categorias do estudo).
A Ebia também aponta que o percentual de domicílios em condição de segurança alimentar subiu de 72,4% em 2023 para 75,8% em 2024. Na prática, isso significa que 8,8 milhões de pessoas, em um ano, passaram para esse patamar, em que a alimentação passa a ser uma garantia cotidiana.
“Em 2025, o Brasil celebra duas conquistas históricas: a saída do Mapa da Fome e a redução da insegurança alimentar grave ao menor nível da série histórica do IBGE”, comemorou Wellington Dias, ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS). “Levamos dois anos para reconquistar uma marca que, no passado, levou dez anos (2003-2013) de construção de políticas públicas para ser alcançada”, completou.
“Os dados divulgados pelo IBGE apontam na mesma direção que o Mapa da Fome da FAO/ONU e reforçam as evidências de que a fome está diminuindo rapidamente no Brasil”, analisou Valéria Burity, secretária extraordinária de Combate à Pobreza e à Fome do MDS.
26,5 MILHÕES — Entre os anos de 2019 e 2022 o IBGE não realizou nenhuma pesquisa com base na Ebia, mas a Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Penssan) aplicou uma metodologia similar no ano de 2022. Aquele estudo registrou um número de 33,1 milhões de pessoas em insegurança alimentar grave, ou 15,5% dos domicílios. Levando em conta esse indicador, a proporção de domicílios com moradores em situação de insegurança alimentar grave caiu 12,3 pontos percentuais desde o início da gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em números absolutos, isso significa que 26,5 milhões de pessoas deixaram a condição de insegurança alimentar grave em dois anos.
Entenda as categorias da EBIA:
» Segurança alimentar: moradores têm acesso regular e adequado aos alimentos, suprindo as necessidades nutricionais sem a preocupação de enfrentar restrições alimentares no futuro próximo.
» Insegurança alimentar leve: preocupação ou incerteza quanto ao acesso a alimentos e redução da qualidade para não afetar a quantidade.
» Insegurança alimentar moderada: falta de qualidade e redução na quantidade de alimentos entre adultos.
» Insegurança alimentar grave: falta de qualidade e redução na quantidade de alimentos também entre menores de 18 anos. Nessa situação, a fome passa a ser uma experiência vivida no domicílio.
MAPA DA FOME – Em julho, o Brasil celebrou a saída do país do Mapa da Fome da Agência das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), com a redução do índice de prevalência de subalimentação a menos de 2,5% da população. “O Brasil aprendeu a enfrentar a fome. A forte redução da insegurança alimentar mostra que o país construiu uma estratégia emergencial e eficiente de redução da fome. O Plano Brasil Sem Fome, lançado em 2023, consolidou essa estratégia”, destacou Valéria Burity.
Estratégia que inclui 80 ações e mais de 100 metas, o Plano Brasil Sem Fome inclui o aumento da renda disponível para comprar alimentos, a inclusão em políticas de proteção social, a ampliação da produção e do acesso à alimentos saudáveis e sustentáveis e a informação e mobilização da sociedade, de outros poderes e de outros entes federativos para erradicação da fome.
Fonte: Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República
Os filmes da série Missão Impossível se tornaram muito populares pelas tramas mirabolantes que o astro Tom Cruise resolve a cada nova aventura. A situação atual do PSC, liderando as projeções para o rebaixamento com quase 98%, exige soluções cinematográficas de alto calibre.
Márcio Fernandes, que pegou o bonde andando e só indicou um jogador (Nicola), sofre o impacto maior das cobranças, embora esteja longe de ser o principal responsável pela campanha pavorosa que o time faz.
Nos últimos dias, principalmente após o empate com o Cuiabá e a derrota para o Botafogo-SP, o técnico não consegue esconder um certo desânimo ao comentar os desafios para o seu time no campeonato.
É inteiramente compreensível que Márcio e os jogadores estejam desanimados. Os resultados insistem em não acontecer, revelando a cada rodada as limitações profundas de um time com poucos recursos para se impor até aos adversários mais fracos.
As 11 partidas sem vitória na fase inicial, ainda com Luizinho Lopes, se somaram aos nove tropeços registrados na era Claudinei Oliveira. Vinte jogos que custaram caro ao PSC e que agora cobram seu preço.
É preciso entender a gama de dificuldades que cercam o trabalho de Márcio. Ele olha para o banco de suplentes e não encontra opções para mudar circunstâncias de jogo. Surgem problemas até mesmo para encontrar uma escalação competitiva, principalmente depois que ficou sem Thiago Heleno, Leandro Vilela e agora Diogo Oliveira.
Sob um clima de abatimento, com 26 pontos, a cinco do vice-lanterna e a 10 do primeiro time fora do Z4, o time encara o clássico Re-Pa amanhã (14) como a chance de pelo menos alcançar um resultado honroso, que dê uma alegria final ao torcedor dentro da competição.
Mas, até para armar o time que enfrenta o maior rival, Márcio tem problemas a resolver. Maurício Garcez, melhor jogador do time, sofreu lesão diante do Botafogo e pode desfalcar a equipe. São atropelos que se somam às desavenças políticas, à pressão por transparência nas contas do clube e às muitas incertezas para 2026.
Volante ganha nova função e responde muito bem
Ao longo da Série B, o Remo testou vários jogadores no setor de criação. Nenhum rendeu no nível exigido. Passaram por ali Jaderson, Régis, Dodô e ultimamente Nathan Pescador e até Diego Hernández, uma invenção infeliz do ex-técnico Antônio Oliveira para aquela faixa do campo.
Sem alternativas, Guto Ferreira resolveu compensar a ausência de um especialista criando uma nova configuração na meia-cancha do Remo. Escalou Nathan Camargo e Panagiotis ao lado de Caio Vinícius. Com isso, deu mais liberdade a Caio, que desde o jogo com o CRB chega constantemente ao ataque em condições de finalização.
A estratégia tem funcionado muitíssimo bem. Na goleada sobre o CRB, Caio Vinícius deu assistência para Nico Ferreira marcar e fez um gol batendo da entrada da área, como se fosse um atacante.
Diante do Athlético-PR, no Baenão, participou intensamente da luta pela posse de bola no meio-campo, mas encontrou tempo para surgir como elemento surpresa na área em três oportunidades. Na mais feliz delas, marcou o gol da vitória.
Atento ao espaço que a defesa rubro-negra permitia, o volante se infiltrou para tentar receber passes e cruzamentos. Como não é essencialmente um finalizador, esse posicionamento passou despercebido, o que permitiu que cabeceasse com liberdade o cruzamento de Marcelinho.
O nível de entrega de Caio Vinícius nunca foi questionado. É um jogador de luta e imposição física, mas de vez em quando era cobrado pelos erros de passe junto à área. Na formatação atual, Guto Ferreira conseguiu afastá-lo do começo das jogadas e ampliou sua faixa de participação, agora transitando entre uma intermediária e outra.
Pode não ser a solução ideal, nem definitiva, mas por enquanto tem funcionado muito bem. Disciplinado taticamente, Caio tem cumprido à risca – e com louvor – as orientações do treinador, tornando-se uma nova alternativa ofensiva para o time.
Náutico sobe, de novo com erro de arbitragem
A Série C definiu neste fim de semana os quatro clubes que conquistaram o acesso à Série B: Ponte Preta, Londrina, São Bernardo e Náutico. A definição foi manchada por um erro grave de arbitragem no jogo entre Náutico e Brusque, no estádio dos Aflitos, em Recife.
Como em 2019, quando se beneficiou de uma falha do árbitro Leandro Vuaden na partida contra o Paysandu, o Náutico comemorou o acesso após uma polêmica no final da partida diante do Brusque.
Aos 52 minutos, quando o Náutico vencia por 2 a 1, o Brusque teve um pênalti marcado, mas o assistente deu impedimento no lance, embora o atacante tenha avançado com a bola, em condição legal, quando sofreu falta na área. O VAR confirmou a lambança e o Timbu de Hélio dos Anjos enfim fez a festa diante da torcida.
O S. Bernardo de Ricardo Catalá também conseguiu passagem para a Série B ao empatar em 1 a 1 com o Londrina, que também subiu. No ano passado, o time paulista teve o sonho frustrado ao perder para o Remo, de Rodrigo Santana. A final da Série C será entre Ponte Preta e Londrina.
(Coluna publicada na edição do Bola desta segunda-feira, 13)
O Remo alcançou a primeira parte do esforço para chegar ao G4. Conquistou três vitórias consecutivas, acumulou nove pontos em três rodadas e ficou a dois pontos do 4º colocado. Parecia uma missão improvável, mas o começo de trabalho de Guto Ferreira trouxe os resultados necessários para turbinar a campanha.
Por todos os pontos de vista, a caminhada é desafiadora, repleta de complicações. Junto com o Remo estão na luta direta pelo acesso mais nove times – Coritiba, Goiás, Criciúma, Chapecoense, Novorizontino, Athlético-PR, Atlético-GO, Cuiabá e CRB.
É importante observar que algumas equipes deram um salto na tabela a partir de sequências impressionantes de vitórias. Foi assim com o Criciúma (5 vitórias) e Athlético-PR (7). O Remo está diante da possibilidade de igualar essas arrancadas, desde que supere PSC e Athletic, duas partidas que serão realizadas em Belém diante da torcida azulina.
A competição é difícil por natureza, mas há uma complexidade maior para os que duelam na primeira página da classificação. São as 10 equipes que se distanciaram na pontuação e estão de fato acima das demais.
O Remo renasceu depois da saída de Antônio Oliveira. Questionado pela torcida, principalmente pelos maus resultados em casa, o técnico foi mantido até perder para o Atlético-GO no Baenão.
Nas três partidas no comando do time, Guto Ferreira fez renascer o entusiasmo que tomou conta da torcida nas 11 primeiras rodadas do campeonato, quando o comandante era Daniel Paulista. Era um Remo que explorava a transição rápida, marcava forte e era mortal nos contra-ataques.
Mesmo sem contar com o artilheiro Pedro Rocha contra o CRB e o Operário, o time marcou cinco gols nos dois jogos, sendo que três deles em lances de contra-ataque, exatamente como no início da competição. Até os problemas de desgaste físico foram sanados.
O desafio agora é manter o time com o mesmo nível de competitividade nas sete partidas que restam, justamente as mais difíceis do campeonato. O alto índice de baixas por lesões registrado durante a gestão de Antônio Oliveira já não castiga tanto o elenco.
Cantillo, Pedro Rocha, Reynaldo e Sávio estão recuperados. São jogadores importantes, como titulares efetivos ou como opções para mudanças no decorrer das partidas. A missão é duríssima e Guto Ferreira vai precisar do grupo completo e em condições de utilização.
Pelo que se observa nas atuações individuais, há uma recuperação visível de alguns jogadores. Marcelinho, que havia perdido espaço com Oliveira, volta a jogar em alto nível. Nathan Camargo, esquecido antes, virou titular. Kayky, que entrou e saiu do time, agora é peça destacada.
O caminho para o sucesso passa pelo funcionamento pleno de todos os setores e a qualidade do elenco será testada a cada jogo. (Foto: Samara Miranda/Ascom CR)
Bola na Torre
Guilherme Guerreiro apresenta o programa, com participações de Giuseppe Tommaso e deste escriba de Baião. Em destaque, a 31ª rodada da Série B e as projeções para o clássico Re-Pa de terça-feira. A edição é de Lourdes Cezar e Lino Machado.
Um clássico para reanimar a Fiel Bicolor
O torcedor alviceleste anda cabisbaixo, e não é pra menos. Na era dos pontos corridos, nunca o PSC esteve tão mal representado na Série B. A campanha é pavorosa – 5 vitórias, 11 empates e 15 derrotas. O time ocupa a zona de rebaixamento há 28 rodadas.
É um quadro assustador e que põe à prova a lealdade do torcedor. Ao longo das últimas partidas em Belém, a Fiel compareceu em peso, sem se abater pelo peso implacável dos números.
Apesar disso, a diretoria já decidiu sair da Curuzu e voltar a mandar jogos no Mangueirão. Por dois motivos. O hotel do clube será utilizado durante o período da COP30 e há o fundado receio de que eventuais maus resultados gerem tumultos no velho estádio do centro da cidade.
Enquanto isso, a torcida tenta buscar forças na tradição do clássico para voltar a apoiar o time que marcha rumo ao rebaixamento. Entre a revolta e a desesperança, a Fiel espera a terça-feira chegar com a esperança de que os deuses da bola lhe garantam pelo menos uma alegria nesta Série B.
Seleção cresce com Rodrygo motivado e alegre
Um dos melhores jogadores brasileiros da atualidade, o meia-atacante Rodrygo andava meio distante da Seleção. Ironicamente, desde que Carlo Ancelotti assumiu. Em baixa no Real Madrid, onde não é prioridade para Xabi Alonso, ele reassumiu seu papel de protagonismo no escrete diante da Coreia da Sul, nesta sexta-feira (10).
Marcou dois gols e contribuiu decisivamente para a troca de passes e avanços em velocidade do time. Ao lado de Estevão, foi um dos melhores em campo, garantindo à Seleção sua melhor atuação neste ano.
Não é pouca coisa. Rodrygo é um jogador que se adapta a diversas funções a partir da linha de meio-campo. Pode tanto ser um articulador quando um atacante de lado, revezando-se com Vini Junior nesse papel, para alegria da torcida e desespero dos adversários. Seu retorno em grande estilo foi a melhor notícia para a Seleção desde a contratação de Ancelotti.
(Coluna publicada na edição do Bola de sábado/domingo, 11 e 12)
Robusta e maravilhosamente crua. Soa assim esta versão de It’s Only Rock ‘n’ Roll (But I Like it) – (É só rock’n’roll, mas eu gosto), gravada no estúdio caseiro de Ronnie Wood em 1974. Kenney Jones é o cara das baquetas, com uma pegada mais acelerada que a versão original da canção, que dá título ao 12º álbum de estúdio da banda, lançado em 1974. O fato curioso é que Ronnie toca a guitarra principal e David Bowie estava ao violão, com Willie Weeks no baixo.
O tom despojado, acentuado por acordes curtos de guitarra, tornam a música ainda mais emblemática de um período particularmente rico e inquieto da música pop.
A gravação, feita na mansão The Wick (em Richmond), até hoje é cercada de mistérios e surpresas. Há quem garanta que Mick Taylor também participou da sessão, embora já estivesse com um pé fora dos Stones. Até Paul McCartney teria aparecido na mansão durante os ensaios. Deu uma espiada, mas não se envolveu com a gravação.
Como o rock é dado a histórias que desafiam os fatos, é bem possível que seja Ronnie Wood o tempo todo, alternando guitarra e violão de 12 cordas. A voz de Mick Jagger é dominante, mas Bowie colabora na harmonização.
Kenney Jones conta que ficou sem jeito diante de Charlie Watts, quase se desculpando pela “ousadia” de tocar bateria neste clássico dos Stones. Charlie, porém, foi magnânimo: “Não precisa, é uma ótima faixa de bateria”. Em resposta, Kenney disse: “Eu apenas tentei tocar como você!”.
Nesse texto aqui, de 27/06/2025, escrevi um cadico sobre minha relação com Nossa Senhora de Nazaré, minha Nazinha, e a festa sacropagã que é o Círio de Nazaré – que acontece depois de amanhã, no segundo domingo do mês de outubro.
Acontece depois de amanhã mas já há alguns dias minha casa e meu coração estão em festa: dei de limpar com mais apuro a lindíssima caixa de madeira na qual guardo, como relíquia, um pedaço da corda do Círio de Nazaré do ano de 2020, durante a pandemia, presente que ganhei de um leitor paraense, que vive em Belém, e a quem pude conhecer pessoalmente em junho próximo passado (obrigado, Saulo). Desci, numa transladação alegórica, a imagem de Nossa Senhora de Nazaré – que fica do alto, guardando a casa – para a mesa de jantar; a levarei comigo, como em todos os anos, para a missa do Círio de Nazaré que acontece na Basílica Santuário de São Sebastião dos Frades Capuchinhos, na Tijuca.
É lá, com a imagem nas mãos, que lavo minha alma a cada Círio de Nazaré, num rito de renovação da fé, da esperança e do mistério que cerca minha história com a Rainha da Amazônia.
Nesse ano de 2025, a Tijuca (sempre ali, na rua Haddock Lobo) comemora a realização de sua 100ª festa do Círio de Nazaré.
Essa humílima newsletter, a 51ª edição da newsletter Buteco do Edu, pretende ser a exortação, um convite para que você, que é do Rio de Janeiro, vá conhecer a festa do Círio que acontece na Tijuca.
Desde a madrugada da véspera, dezenas de barracas vão sendo montadas ao longo daquele trecho, que venderão, desde as primeiras horas da manhã, as delícias da culinária paraense.
Maniçoba, unha de caranguejo, tacacá, pato no tucupi, vatapá, filhote, pirarucu, tambaqui, tucupi a rodo, jambu, pimenta pra todos os gostos, cupuaçu, muita Cerpa, diversos carros com as malas abertas e o som no máximo, bandeiras do Pará, do Remo, do Paysandu, muita gente que vai até lá celebrar sua saudade da terra natal, saudar Nossa Senhora de Nazaré e exibir, orgulhosa, seu amor pelo imenso Pará.
Como já havia contado no texto de 27 de junho, foi com Pedro que fui a Belém pela primeira vez. Sem a mesma magnitude, por óbvio, retribuirei o privilégio levando-o no domingo, pela primeira vez, à simples festa do Círio de Nazaré no bairro da Tijuca, onde nasci e fui criado.
Você que me lê e que está no Rio, vá por mim: às sete da manhã o couro começa a comer na região.
Haverá missa às 07h, às 08:30h, às 11:30h, às 17h e às 18:30h.
A procissão do Círio acontece a partir das 10h e a missa solene é a das 11:30h.
Espero ver vocês por lá.
(*) Edu é um carioca da gema, apaixonado pelas belezas e sabores do Brasil, o que explica seu amor por Belém e pelo Círio de Nazaré.
Fui dar uma procurada nas redes e achei essa foto aí.
Ele adotou o bigodinho do Hitler.
Achei apropriado.
Fiquei pensando como se deu a mutação do Lobão sarcástico, comedor de criancinha, para o Lobão adulador da ditadura, escada do Olavo de Carvalho.
Mas estou aqui pra contar a minha experiência como empregado do Lobão.
Ele resolveu fazer uma revista, a Outra Coisa – e me chamou.
A profissão de jornalista é uma merda, mas a gente se diverte.
E não tinha nada mais hilário do que as reuniões de pauta da revista.
A gente sempre se reunia, eu, o Lobão e a mulher dele, num restaurante alemão do Leblon.
Eu não sei se o Lobão já tinha parado de cheirar, ou se a troca de cocaína por rapé fez mal ao cara – experimente dar um pouco de Yakult para o Keith Richards para ver o que acontece –, mas ele foi o editor mais sem noção que eu já conheci.
O Lobão queria de qualquer jeito que eu entrevistasse o Osama Bin Laden. Juro.
Eu tentava argumentar, dizendo que se a CIA não tinha pistas do cara, eu, um repórter preguiçoso, teria certa dificuldade.
Ele insistia. E a mulher dele dava corda. Papo de maluco total.
Eu trabalhava, nessa época, na redação do jornal Valor. Toda tarde, o Lobão ligava:
– Tom, conseguiu achar o Osama?
Eu achava que era melhor não contrariar:
– Lobão, tô mexendo os pauzinhos, falando com as minhas fontes. Calma, a gente chega lá.
O Lobão nunca me pagou.
Recebia a grana, mas não pagava os colaboradores.
A última vez que falei com o Lobão foi por telefone.
Ele tinha feito a pergunta de sempre e eu, de saco cheio por não receber, com monte de conta pra pagar, respondi:
– Lobão, achei o homem.
– Você está brincando, Tom. Sério?
– Sim. Você me manda para o Afeganistão?
– Humm. Não consegue fazer por e-mail?
Pensei em dizer que nas montanhas de Tora Bora não tinha wi-fi, mas achei melhor acabar com aquela maluquice:
– Lobão, vai dar meia hora de cu, vai.
Esse texto faz parte do meu novo livro de crônicas. Quem quiser comprar diretamente com o autor é só dar um alô.
(*) Tom Cardoso é autor das biografias de Sócrates, Tarso de Castro, Cássia Eller. Prêmio Jabuti “O Cofre do Dr. Rui”.
Quando Pedro Rocha sofreu o pênalti e em seguida perdeu a chance do terceiro gol, a torcida que superlotou o Baenão ficou em silêncio por alguns segundos. Apesar disso, a marcação firme e a determinação da equipe asseguraram a vitória, resistindo bem à pressão do Athlético-PR nos 10 minutos finais. O resultado põe o Remo na 7ª posição, com 48 pontos, a apenas dois do 4º colocado, o Criciúma.
A movimentação das equipes no 1º tempo esteve dentro do padrão de equilíbrio da Série B, com predomínio dos duelos físicos e muitos erros de passe. Apesar disso, foi uma partida bem disputada e vibrante.
O Furacão chegou primeiro, em boa jogada de Zapelli, que recebeu bola na entrada da área e testou a perícia de Marcelo Rangel, que defendeu bem. A resposta veio três minutos depois: Panagiotis lançou bola na área, João Pedro foi mais rápido que os zagueiros e tocou de peito. Santos estava bem posicionado e agarrou.
Nos instantes finais, o zagueiro Kayky lançou bola alta na área, sob medida para Marcelinho aproveitar e bater de chapa, vencendo o goleiro. O gol deixou o Baenão em festa. A vantagem parcial ainda na primeira etapa era tudo o que o Remo precisava para se impor sobre o visitante.
O Athlético partiu com tudo em busca do empate no 2º tempo, com mudanças pontuais: Leo Derick no lugar de Fernando na lateral esquerda e o meia Dudu na vaga de Patrick. A postura recuada cedeu espaço para avanços rápidos e cruzamentos constantes em direção à área remista.
A zaga do Leão resistiu aos ataques do Furacão, que investia em jogadas de Luiz Fernando e Viveros pra cima dos zagueiros Klaus e Kayky. Aos 19 minutos, mais um dos 300 escanteios acabou levando ao gol atleticano: Marcelo Rangel fez grande defesa em cabeceio de Luiz Fernando, mas Dudu aproveitou o rebote para soltar uma bomba e empatar.
A reação azulina foi fulminante. Nico Ferreira roubou uma bola no lado direito do ataque, passou para Marcelinho, que cruzou para o cabeceio de Caio Vinícius, que entrava livre de marcação no centro da área. Um golaço.
A vantagem podia ter sido mais folgada. Aos 39’, Pedro Rocha recebeu passe em profundidade de Nico, entrou na área e driblou dois zagueiros. Acabou derrubado e pegou a bola para bater a penalidade. De volta ao time após várias rodadas, o artilheiro bateu rasteiro, mas a bola foi na trave direita de Santos e saiu pelo fundo.
Sem tempo para lamentar, o Remo se reposicionou para resistir ao jogo de abafa que o Athlético tentou fazer nos minutos finais. A atuação segura garantiu um resultado que mantém o Leão na briga pelo G4. (Foto: Wagner Almeida/Diário)
Guto emplaca sequência de três vitórias
Derrotar o Athlético deu ao Remo o terceiro triunfo seguido na competição, sequência que não havia conseguido até agora. Com isso, mantém vivo o sonho de conquistar o acesso. Não é tarefa fácil: precisa vencer pelo menos cinco das sete partidas que restam.
Como terá nas próximas rodadas mais duas partidas em Belém, contra PSC e Athletic, o Remo tem a possibilidade de ampliar a sequência. A presença do experiente Guto Ferreira no comando é reconhecida como essencial para a virada de página do time na competição.
Desde sua chegada, o Remo goleou o CRB, venceu o Operário fora de casa e agora passou pelo time que virou sensação depois de uma sequência de sete vitórias. Com ele, o time passou a ser mais atento à marcação e ágil no jogo pelas pontas, recuperando a confiança e a competitividade que mostrava no início do campeonato.
Papão faz contas e foca no clássico
Todo mundo sabe que o Re-Pa é sempre um acontecimento à parte, mesmo que valha pontos pela Série B do Campeonato Brasileiro. O jogo vale bem mais do que a mera disputa dentro da competição. O torcedor vê o clássico como um evento excepcional. O confronto da próxima terça-feira, 14, confirma plenamente essa condição.
Mesmo à beira do rebaixamento, respirando por aparelhos no campeonato, o PSC vai para o jogo munido de um único espírito: derrotar o maior rival para dar um mínimo de felicidade à sua torcida, uma espécie de consolo pela péssima campanha no Brasileiro deste ano.
Vencer virou questão de honra. Vale quase como a conquista de um troféu regional. Os bicolores encaram o duelo como uma batalha épica, na qual só a vitória tem cabimento. A base desse sentimento é a rivalidade entre os dois clubes, uma das mais longevas da história do futebol mundial.
Para enfrentar o tradicional adversário, que faz bela campanha na Série B, o PSC iniciou uma preparação que inclui a recuperação de jogadores importantes – Diogo Oliveira e Garcez, principalmente – e a busca de soluções para problemas evidenciados pela equipe nas duas últimas partidas, contra Cuiabá e Botafogo (SP).
Márcio Fernandes terá o retorno do lateral-esquerdo Reverson, que cumpriu suspensão, e deve manter a mesma formação de meio-campo utilizada até agora, com Ronaldo Henrique, André Lima e Denner.
Sem peças para mudar drasticamente a maneira de jogar, Márcio tenta ajustes para o jogo que pode significar as pazes com a torcida. Na verdade, o técnico sabe que só resta buscar forças na capacidade de superação.
(Coluna publicada na edição do Bola desta sexta-feira, 10)