Embaixador palestino nas Nações Unidas falou em mecanismos de ação ‘nos níveis árabe e internacional’ para enfrentar plano de ocupação de Netanyahu

De Opera Mundi
O embaixador palestino nas Nações Unidas (ONU), Riyad Mansour, pediu nesta sexta-feira (08/08) uma reunião urgente do Conselho de Segurança da ONU, após o governo do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, ter anunciado que vai ocupar militarmente a Cidade de Gaza, principal município da Faixa de Gaza. De acordo com a mídia israelense, o plano é um passo para uma estratégia de ocupação total da região
“Gostaríamos que o encontro acontecesse o quanto antes”, disse o representante palestino, que cobrou uma ação conjunta para o que classificou de “plano louco” e “irresponsável”.
Citado pela agência de notícias Wafa, Mansour destacou que a reunião prevê discutir “mecanismos de ação nos níveis árabe e internacional para enfrentar os crimes israelenses, impedir sua continuidade e processar seus autores perante os mecanismos de justiça internacional”.
“Essa escalada contraria a vontade da comunidade internacional, da lei internacional e até da maioria dos israelenses. A comunidade internacional tem o dever de agir. Não precisamos de mais genocídios, de mais assassinatos, aquilo de que necessitamos é colocar fim à máquina de guerra”, afirmou o diplomata.
“Nosso objetivo é impedir que Israel tome essa escalada extremamente perigosa, e espero que coletivamente consigamos evitar um plano tão louco, irresponsável, perigoso e vicioso que a liderança política israelense, liderada pelo primeiro-ministro (Benjamin) Netanyahu, está pensando em fazer a qualquer momento”, acrescentou.
Estados árabes de toda a região denunciaram o plano de Netanyahu, com a Arábia Saudita se tornando a mais recente. O Ministério das Relações Exteriores da Arábia Saudita disse que condena categoricamente a “persistência de Israel em cometer crimes de fome, práticas brutais e limpeza étnica contra o povo palestino irmão”.
O Hamas também se manifestou nesta sexta-feira, classificando a nova medida como “um novo crime de guerra” que o regime sionista comete contra os palestinos. “Alertamos a ocupação criminosa que esta aventura criminosa lhe custará caro e não será uma jornada fácil”, garantiu.
O plano israelense foi aprovado pelo gabinete de segurança do governo Netanyahu após 10 horas de discussões. O texto prevê a evacuação de cerca de um milhão de habitantes da Cidade de Gaza, onde o exército de ocupação tem realizado intensos bombardeios nos primeiros meses do genocídio, em 7 de outubro de 2023. Para isso, Israel enviará tropas terrestres para 25% do território que ainda não está sob controle direto do regime sionista.
Vale lembrar que a cidade abriga aproximadamente metade da população do enclave palestino.
(Foto: Wikimedia Commons/Shareef Sarhan)
