Palestinos enfrentam tendência de desnutrição aguda, resultado do bloqueio de ajuda humanitária imposto por Israel; território tem estoque para tratar apenas 500 crianças
Por Camila Bezerra, no Jornal GGN
Uma autoridade da Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou, nesta terça-feira (13), que as taxas de desnutrição estão aumentando na Faixa de Gaza de tal forma que os tratamentos de emergência para combatê-la estão se esgotando e os impactos podem impactar uma geração inteira.
De acordo com um monitor global, 500 mil palestinos enfrentam a fome, graças ao bloqueio de suprimentos imposto por Israel desde o início de março.
Rik Peeperkorn, representante da OMSs para o Território Palestino Ocupado, apontou que mais de 20% das crianças examinadas em um hospital de Gaza sofriam de desnutrição aguda e pareciam mais jovens.
Atualmente, a OMS possui estoque para tratar apenas 500 crianças com desnutrição aguda. De acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, 55 crianças já morreram de fome desde março.
O representante afirmou ainda que o território enfrenta uma tendência crescente de desnutrição aguda, e a restrição a alimentos nutritivos, água limpa e a saúde deve ter efeitos permanentes em toda uma geração.
Enquanto Philippe Lazzarini, chefe da agência de refugiados palestinos da ONU afirmou que Israel usa o bloqueio de ajuda humanitária como arma de guerra, Israel culpa o Hamas por causar fome ao roubar a ajuda humanitária destinada aos palestinos.
Aos 89 anos, Mujica enfrentava um câncer de esôfago em estágio avançado e recebia cuidados paliativos
Do Jornal GGN
O ex-presidente do Uruguai, José “Pepe” Mujica, faleceu nesta terça-feira (13), aos 89 anos, vítima de câncer no esôfago em estágio avançado. A informação foi confirmada por Yamandú Orsi, atual chefe de Estado uruguaio.
“É com profundo pesar que anunciamos o falecimento do nosso colega Pepe Mujica. Presidente, ativista, líder e líder. Sentiremos muita falta de você, querido velho. Obrigado por tudo o que você nos deu e pelo seu profundo amor pelo seu povo”, escreveu Orsi.
Mujica estava fora da cena política desde abril de 2024, quando informou que estava doente e que o estômago estava muito comprometido pelo câncer. Desde a última semana, recebia cuidados paliativos.
O progressista nasceu em Montevidéu, em 20 de maio de 1935. Foi presidente entre 2010 e 2015. Mas iniciou a trajetória política nos anos 1960, no Movimento de Libertação Nacional – Tupamaros, grupo conhecido por assaltar bancos para comprar comida e distribuir dinheiro aos pobres.
Mujica passou 14 anos preso e seria executado pelos militares se os Tupamaros retomassem as atividades de guerrilha.
Em 1985, foi beneficiado por um decreto de anistia e deixou a prisão. Então, ajudou a fundar o partido de esquerda Movimento de Participação Popular (MPP) e conquistou uma vaga na Câmara em 1994. Já em 1999, foi eleito senador. E, em 2005, foi nomeado ministro da Agricultura.
À frente do Executivo, Mujica ficou conhecido por aumentar o gasto social, que passou de 60,9% para 75,5% do total do gasto público. “Os que comem bem, dormem bem e têm boas casas acham que se gasta demais em política social”, dizia.
Também em seu governo, o salário mínimo no Uruguai aumentou 250% e propôs a legalização da maconha. Aposentou-se em 2020, quando era senador, por motivos de saúde. E dedicou os últimos anos de vida ao cuidado de plantas e à doação da maior parte de salário de ex-presidente a projetos de combate à pobreza.
“A vida escapa e se vai minuto a minuto, e não podem ir ao supermercado comprar a vida. Então lutem para vivê-la, para dar conteúdo a ela”, também dizia.
O Remo buscava ansiosamente reconquistar o título estadual após dois anos de fracasso nas tentativas – o Águia venceu em 2023 e o Paysandu ganhou no ano passado. Acumulava uma dívida com o torcedor, cuja ambição maior é levantar taças. Compreender essa ansiedade da torcida foi algo aparentemente difícil para as gestões azulinas nas últimas décadas.
Um exemplo disso, que parece uma cultura de acomodação, foi a amadora preparação para as finais da Série C em 2021. Os jogadores foram à Doca festejar o acesso junto à torcida em plena pandemia e o Remo perdeu o time titular para a disputa do título com o Vila Nova, adversário de amanhã, no Mangueirão. Acabou derrotado por puro desleixo.
Curiosamente, os dirigentes não demonstraram frustração com o ocorrido. Ficou faltando uma apuração interna rigorosa – se houve, ninguém ficou sabendo – para descobrir quem negligenciou cuidados tão básicos.
Um grande clube, com torcida gigante e apaixonada, não pode incorrer em atos de incúria que envolvem a chance de ganhar títulos. A própria forma como o Remo encara a Copa Verde exemplifica isso. Ganhou apenas uma vez – sobre o Vila Nova –, mas poderia ter chegado a outras decisões.
Na competição deste ano, a eliminação foi particularmente vexatória. Mesmo atuando dentro de casa, com portões fechados, o time treinado à época por Rodrigo Santana foi subjugado pelo S. Raimundo-RR, e ficou tudo por isso mesmo, como se não tivesse maior importância.
Fiz essa contextualização para ressaltar a mudança de postura observada em relação ao Estadual deste ano. A troca de técnico, que já se fazia necessária, foi fundamental para que o time ganhasse em competitividade. Os reforços tornaram o elenco mais experiente e qualificado.
Os ajustes, tanto no comando como no elenco, foram fundamentais para a conquista do Parazão. Daniel Paulista aproveitou o curto período de intertemporada, durante a interrupção do campeonato, para conhecer os atletas e trabalhar um novo modelo de jogo, diferente do anterior (3-4-3).
Com um time mais cascudo, em viés de alta na Série B, o Remo entrou na decisão com ligeiro favoritismo, embora a rivalidade consiga equilibrar os clássicos. E, mesmo com desfalques importantes – Jaderson, Sávio, Janderson e Klaus – no confronto final, a vitória veio.
Os acertos nas contratações do técnico e dos jogadores garantiram estabilidade, foco e qualidade. Como efeito direto disso, o Remo voltou a mostrar alma e transpiração, com maciço apoio da torcida, para arrancar o título nas penalidades – onde também tinha ido mal nas disputas recentes, contra PSC (Copa Verde 2024) e S. Raimundo-RR (CV 2025).
Pelo hexa, CBF traz o melhor técnico possível
O preço é alto – R$ 4,8 milhões mensais – até para os padrões nababescos da CBF, mas vale o investimento. O Brasil, que nunca esteve sob o comando de um estrangeiro em Copas do Mundo, vai inaugurar essa nova era logo com o melhor técnico possível nas circunstâncias. Carlo Ancelotti nunca treinou seleções nacionais, mas tem o melhor currículo entre os técnicos atuais, com cinco Champions League e uma penca de títulos nacionais e mundiais dirigindo clubes.
A novela envolvendo CBF e Ancelotti vem desde 2024 e, de início, pareceu um delírio de Ednaldo Rodrigues. Firmou um acordo, mas virou alvo de piadas no Brasil porque Ancelotti nunca confirmou, talvez para evitar problemas com Florentino Perez, o todo-poderoso presidente do Real.
Na última investida de Ednaldo, o técnico chegou a declarar que nunca havia tratado de negociação com a CBF. No final de abril, porém, as coisas começaram a clarear para os planos da entidade. O Real foi eliminado da Liga dos Campeões e a saída de Ancelotti passou a ser admitida pela mídia espanhola. Com o fracasso em La Liga, definido com a derrota para o Barcelona no domingo (11), a saída ficou sacramentada.
A questão agora é saber qual a autonomia do técnico em relação à escolha de jogadores. Este é um item do pacote que causou a ruína de todos os técnicos que comandaram a Seleção depois da Copa de 2002. A subserviência às vontades da CBF gerou situações bizarras, como a convocação de nove jogadores (medianos) representados por um empresário. O poder de influência de figuras externas é um ponto que Ancelotti terá que enfrentar – ou a entidade terá que enfrentar por ele.
Uma seleção, o nome já diz, é a reunião de uma elite de atletas. Ancelotti pode representar importante ruptura de hábitos, elevando o futebol brasileiro a um outro patamar em Copas do Mundo. Terá a chance de finalmente reunir os melhores de cada posição na Seleção Brasileira. Se nem ele conseguir, aí estamos realmente perdidos.
Outro ponto que requer atenção é o tempo que ele terá para treinar os jogadores em busca de entrosamento a apenas um ano da Copa do Mundo de 2026, que será jogada no México, EUA e Canadá. Tempo exíguo para o tamanho do desafio de resgatar o futebol brasileiro, tirando-o do limbo em que se encontra, tendo virado inclusive saco de pancadas no continente.
Como é um europeu e conhece a fundo o futebol do Velho Continente, onde atua a imensa maioria de jogadores selecionáveis, Ancelotti já leva uma expressiva vantagem sobre os técnicos nacionais. O conhecimento sobre jogadores brasileiros de primeira linha também deve encurtar o tempo necessário para formar um time competitivo para o Mundial de 2026.
Esta é a esperança geral. É de amplo conhecimento que a CBF faz lambanças em série há muito tempo, mas de vez em quando acerta. A escolha de Ancelotti é um desses tiros certeiros. Que a sorte venha junto. Nelson Rodrigues disse que precisamos dela até para atravessar a rua.
(Coluna publicada na edição do Bola desta terça-feira, 13)
A origem é a mesma dos Beatles: a cidade portuária de Liverpool. Musicalmente, o Echo and the Bunnymen não faz feio em relação ao maior grupo de rock do mundo. Produziu uma sequência impressionante de cinco discos na virada dos anos 1980 que são até hoje reverenciados em meio à legião de trabalhos de bandas pós-punk na Inglaterra.
O grupo se diferenciava dos demais pela qualidade musical das composições e o talento dos músicos, principalmente Will Sergeant, um dos melhores e mais habilidosos guitarristas de sua geração, capaz de reproduzir.
Ian McCulloch e Will Sergeant formam desde o início o núcleo criativo do Echo, responsabilizando-se pela totalidade das canções. O baixista Les Pattinson completava o trio original – o baterista Pete de Freitas entrou em 1980, mas morreu em 1989 após sofrer um acidente de moto.
Apesar de influências óbvias de Beatles, Beach Boys, Lou Reed, Kinks e Doors, o grupo conseguiu a façanha de se mostrar original em quase todos os trabalhos. De 1980 a 1987, o Echo lançou os discos Crocodile (1980), Heaven Up Here (1981), Porcupine (1983), Ocean Rain (1984) e Echo and the Bunnymen (1987). Uma seleta coleção do melhor do período que se espalhou pelo rock inglês na esteira do ruído feito por Sex Pistols e The Clash.
O registro acima de “Lips Like Sugar” (Lábios como açúcar) é da apresentação ao vivo no Bat Bar em Austin, Texas, durante o festival de música SXSW de 2007. A canção foi lançada como segundo single em agosto de 1987, extraído do álbum homônimo daquele ano.
Ela flutua como um cisne, graciosa na água Lábios como açúcar, lábios como açúcar Quando você pensa que a pegou, ela desliza sobre a água Ela chama por você esta noite para compartilhar o luar Você fluirá em seu rio Ela pedirá e você lhe dará Lábios como açúcar, beijos doces