A frase do dia

“Dessa vez foi o BTG. MAIS UM BANCO COM LUCRO RECORDE EM 2024. Mais de 12 Bi. E ainda querem subir os juros. Quem você conhece da indústria, da economia real, que acorda cedo para trabalhar e tem lucros como estes? Precisam ser enfrentados. Precisamos trocar os limites por ousadia”.

Ricardo Capelli, jornalista e presidente da ABDI

Aposta em dias melhores

POR GERSON NOGUEIRA

A contratação de Luizinho Lopes, um técnico da nova geração, para substituir Márcio Fernandes, representa um passo importante do PSC em relação às metas estabelecidas para a temporada. O clube se prepara para a disputa do Brasileiro da Série B e tem direcionado contratações e investimentos a esse objetivo prioritário.

Márcio Fernandes começou a cair ao não imprimir um estilo próprio na gestão do elenco e do futebol do clube. De perfil conciliador, alheio a tretas, ao contrário de Hélio dos Anjos, por exemplo, Márcio se recolheu ao silêncio em momentos que exigiam mais ênfase e atitude.

Dirigir um time que tem uma torcida gigantesca e exigente não é tarefa simples. Cobranças e críticas são diárias, até mesmo para um profissional que realizou um bom trabalho na Série B 2024 – Márcio conseguiu afastar o risco real de rebaixamento à Série C, embora já não fosse o técnico preferido da diretoria para aquele momento.

O futebol é por vezes engraçado e surpreendente. Foi o jeito calmo e tranquilo de Márcio que garantiu ao PSC a estabilidade necessária para corrigir a rota no Brasileiro, superando o período de turbulência, atritos e maus resultados na competição.

De repente, menos de três meses depois, suas características já não se adequam aos projetos do clube. O que deu certo em 2024 não serve mais para 2025. Parece – muitas vezes é – injusto, mas assim é o futebol e suas circunstâncias. Aprendemos isso ao longo dos anos.

A opção por Luizinho Lopes representa uma guinada para fazer o PSC se estabilizar no Parazão e, a partir daí, consolidar um time competitivo para o Brasileiro. A contratação aparentemente já estava encaminhada desde o início do Estadual, mas esbarrava na boa campanha inicial do time.

Márcio foi preservado enquanto o PSC se manteve invicto até a 4ª rodada, quando perdeu para o Santa Rosa. Logo em seguida, veio o empate com o Porto Velho pela Copa Verde (com vitória nas penalidades). Os maus passos decretaram o fim da era Márcio Fernandes.

Luizinho estava sem clube desde o ano passado, quando foi demitido do Vila Nova. Conta com um aliado importante: o executivo Felipe Albuquerque, que o indicou ao Vila após passar pelo Brusque (SC). A conexão entre técnico e executivo é fator cada vez mais importante na atual estrutura dos clubes.

Durante a Série B, Hélio dos Anjos e Ari Barros se desentenderam, trocaram acusações e o clube acabou sendo afetado pela discórdia entre ambos. O potiguar Luizinho não enfrenta esse problema, o que já é de grande valia para o desafiador trabalho que assume a partir de hoje, como aposta do clube para uma temporada vitoriosa.  

Luizinho já foi uma pedra no sapato do Leão

Na Série B 2021, o Remo foi rebaixado em pleno Baenão após empatar sem gols com o Confiança, que já estava eliminado da competição. Um dos responsáveis pela decepção dos azulinos, que lotaram o estádio naquela tarde, foi justamente Luizinho Lopes, que dirigia o time sergipano.

A partida até hoje é lembrada pela torcida do Leão e passa, a partir de agora, a ser um dos trunfos de Luizinho junto à torcida do Papão. Antes, porém, de empurrar o Remo para a Série C, ele trabalhou no clube. Foi auxiliar de Roberto Fernandes na conquista do título estadual de 2014.

Artilheiro do Remo caminho rumo à titularidade

Adailton foi um dos últimos nomes anunciados para reforçar o elenco do Remo. Chegou em janeiro, teve que passar por um período de condicionamento e esperar uma oportunidade para entrar no time. Tem sido escalado aos poucos no Parazão e só foi titular no desastroso jogo com o São Raimundo-RR pela Copa Verde – com boa atuação e um gol marcado.

Atacante experiente, com passagem pelo futebol internacional, Adailton tem sido hábil em conduzir sua participação no Remo. Não demonstrou até hoje insatisfação com a reserva e aproveitou da melhor maneira as chances que ganhou na equipe.

Marcou quatro gols – três no Parazão e um na Copa Verde – e criou um “problema” para o técnico Rodrigo Santana. Como ainda não tem condições físicas para aguentar 90 minutos, Adailton tem sido escalado no final das partidas do Estadual, mas sempre marcando gols importantes.

A rodagem no futebol permite que explore os espaços e encontre os atalhos para usar a velocidade e o drible fácil como armas. Impressionou pela capacidade de definição, um antigo problema do ataque remista. Essas virtudes foram logo observadas pela torcida, que já cobra sua entrada em alguns jogos.

Adailton já é apontado como o melhor reforço ofensivo do clube e, até o Re-Pa do dia 23, é provável que esteja em condições de assumir um lugar no ataque, independentemente de parceiros.  

(Coluna publicada na edição do Bola desta terça-feira, 11)

Papão anuncia o novo técnico 12 horas depois da demissão de Márcio Fernandes

A diretoria do PSC confirmou o nome de Luizinho Lopes para assumir o comando técnico da equipe em substituição a Márcio Fernandes, demitido no domingo. Luizinho começou a carreira de treinador no Globo-RN, comandando o time potiguar de 2016 a 2018, e depois comandou Confiança, América-RN (onde foi campeão estadual, em 2019), Treze e Uberlândia.

Em 2020, ele chegou ao Manaus, conquistando o título amazonense do ano seguinte. Outro trabalho de Luizinho foi no Brusque, clube onde ele permaneceu de 2022 a 2024, conquistando um título da Recopa Catarinense, além de dois vices estaduais (2023 e 2024) e a Série C em 2023.

A missão de Luizinho é montar o time para a temporada e resgatar a confiança da torcida no time, depois de três tropeços seguidos. Na quarta-feira, 12, o PSC enfrenta o Manaus pelas quartas de final da Copa Verde.

O novo técnico e o auxiliar do clube serão apresentados oficialmente nesta terça-feira, 11, após comandar o primeiro treino pelo time bicolor. A expectativa é que a estreia de Luizinho ocorra na partida da Copa Verde, contra o Manaus.

A contratação dividiu opiniões entre a torcida. O fato de ser um técnico sem grandes conquistas deixou o torcedor preocupado em relação à Série B, mas há quase consenso de que Márcio Fernandes não era o comandante ideal para o Campeonato Brasileiro.

Sobre o desligamento de Márcio, surgiram informações de que a saída já estava nos planos da diretoria e os resultados negativos, no Parazão e na Copa Verde, só apressaram sua demissão. A substituição rápida – com o anúncio do novo técnico apenas horas depois da demissão de Márcio – confirma que a dispensa estava nos planos desde o início da temporada.

A dúvida até agora não respondida é quanto à renovação de contrato com Márcio. Se não havia intenção de ficar com o profissional até o final de 2025 por que estender o vínculo?.

Márcio Fernandes é demitido depois de empate do PSC em Bragança

De maneira inesperada, o PSC anunciou na noite deste domingo (9) a demissão do técnico Márcio Fernandes e de sua comissão técnica, após o terceiro resultado negativo do time – derrota para o Santa Rosa, empates com Porto Velho (RO) e Bragantino. O anúncio oficial do clube foi curto e burocrático, sem referência às causas do afastamento.

Após o jogo (0 a 0) em Bragança, Márcio deu entrevista ainda como treinador da equipe. Segundo pessoas próximas a ele, recebeu o comunicado durante a viagem a caminho de Belém. Nos últimos dias, havia se manifestado, reclamando dos problemas para compor a equipe devido às carências em algumas posições – zaga e ataque, principalmente.

Os resultados e as performances ruins apressaram a saída de Márcio, que chegou no ano passado para comandar o time na Série B depois da dispensa de Hélio dos Anjos. Sob o comando dele, o PSC reagiu na competição e escapou do rebaixamento. Segundo se especulou no final da temporada, ele teria ficado três meses sem receber salários.

Márcio é o quarto técnico dispensado neste Parazão.

Reabilitação com goleada

POR GERSON NOGUEIRA

O Remo conseguiu se reabilitar perante o seu torcedor, marcando 3 a 0 sobre a Tuna, neste domingo, no estádio Mangueirão, isolando-se na liderança do Parazão. O jogo foi muito mais equilibrado do que o placar fez crer. O triunfo nasceu da rapidez na ligação entre meio e ataque da competência nas finalizações. A Lusa fez um 1º tempo melhor, com mais posse de bola, mas errando nas tomadas de decisão no ataque. 

O Leão entrou em campo buscando se redimir do vexame na Copa Verde, quando foi eliminado pelo São Raimundo-RR em pleno Baenão. Alcançou em parte esse objetivo. 

A primeira etapa não foi tão tranquila para o Remo. Com muita velocidade pelos lados, principalmente com Gabriel Furtado pela esquerda, a Tuna criou boas situações antes dos 15 minutos iniciais. Poderia ter chegado ao gol com Edgo e Jayme, mas ambos falharam no instante decisivo.

O Remo tinha uma postura mais de espera e chegou a ameaçar com um disparo de Pavani, que Lucão botou a escanteio. Aos 14 minutos, em avanço rápido pela esquerda, Edson Cauã entrou na área e deu um passe recuado. Felipe Vizeu tocou na bola e Maxwell arrematou de frente, da marca do pênalti, sem chances para Lucão.

A Tuna reagiu de imediato com Gabriel Furtado, que cruzou para a finalização de Jayme, mas o chute saiu torto. Logo depois, o mesmo Gabriel bateu de fora da área, mas não acertou o alvo. O Remo buscava controlar o ímpeto tunante, com Jaderson e Pavani tentando ordenar o jogo na meia-cancha. Quando tinha a bola, saía em velocidade, com os garotos Kadu e Cauã, mas sem bom aproveitamento.

Logo a um minuto do 2º tempo, a vitória começou a se consolidar. Após escanteio, a bola sobrou junto à trave para Felipe Vizeu cumprimentar de cabeça, ampliando para 2 a 0. O gol impactou a Tuna, que não conseguiu mais manter a mesma postura de avanços sobre a zaga remista.

A movimentação de Lucas Paranhos e Tiago Bagagem passou a ser marcada de perto por Pedro Castro, que entrou no lugar de Ytalo para reforçar a linha de marcação. 

Foi assim que nasceu o terceiro gol: Adailton recebeu um passe em profundidade, ganhou na corrida dos zagueiros Marlon e Dedé e disparou um chute forte na saída do goleiro Lucão, aos 38 minutos.

O gol liquidou a fatura, embora o Remo tenha tido ainda duas chances, com Pavani e Tico, garoto que entrou na vaga de Vizeu. A Tuna botou uma bola na trave com Alex Silva, mas não teve forças para buscar reação.

No Remo, chamou atenção o espaço excessivo dado à Tuna no 1º tempo. Ao mesmo tempo, a entrada de dois centroavantes (Vizeu e Ytalo) prejudicou a movimentação do ataque. Adailton, que entrou no final, voltou a impressionar pela capacidade de definição. 

Jogo fraco, não apenas pelo campo ruim

O jogo em Bragança foi muito preso aos duelos de meio-campo, com a marcação superando a criatividade. Os donos da casa tomaram a iniciativa e tiveram chances de abrir o placar nos dois tempos, aproveitando o encolhimento excessivo do PSC. Com forte bloqueio no meio, o Papão não teve articulação criativa e por isso mesmo produziu poucos lances agressivos no ataque.

Na primeira etapa, o PSC começou forçando cruzamentos na área. Borasi e Espinoza quase conseguiram abrir o placar aos 3 minutos. O Bragantino respondeu rápido, com um chute de Ramonzinho que passou sobre o travessão.

Aos 20’, o meia Edicleber recebeu na intermediária e bateu forte, raspando a trave do estreante Alisson. O PSC teve uma boa oportunidade numa bola que Matheus Vargas roubou do zagueiro Douglas e tocou para Nicolas. O atacante, porém, dominou mal e perdeu o ângulo para finalizar.

O Bragantino chegava de forma mais consistente, com troca de passes entre Edicleber, Hércules e Wander. E foi Edicleber que ameaçou outra vez, com um chute perigoso: a bola descaiu rente ao travessão e Alisson desviou para escanteio.

Depois da partida, o técnico Márcio Fernandes jogou toda a culpa nas condições do campo, cuja precariedade é bem conhecida, mas não pode ser justificativa para a desarrumação do time em campo. 

Logo aos 6 minutos, Nilsinho quase botou a bola no fundo das redes, após um cruzamento rasante do lado esquerdo. Um minuto depois, Edicleber cruzou com perigo para a pequena área, mas o atacante Canga não alcançou.

O PSC reagiu aos 12’ com Vargas chutando de fora da área, mas Vinícius defendeu com segurança. Em grande arrancada de Nilsinho, a bola foi alçada na área e Canga desviou para o canto esquerdo, mas errou o alvo.  

Pouco acionado, o ataque bicolor não aparecia. Nicolas foi substituído por Pedro Delvalle, aos 25’. O Bragantino também mexeu na frente, substituindo Canga por João Vítor.

Com toques de qualidade e algumas ideias que surpreendiam a marcação, Edicleber seguiu dominando a faixa intermediária, transitando entre seu campo e o do PSC. 

Aos 30’, Marlon entrou no lugar de Matheus Vargas aparentemente para fazer o papel de articulador, mas limitou-se a aparecer pelo lado direito, sem ajudar Borasi e Rossi.

Aos 35’, Borasi cruzou no segundo pau, Pedro Delvalle cabeceou e a bola quase entrou no canto esquerdo. Foi a melhor chance criada pelo Papão em toda a partida.

É fato que o campo atrapalha, mas o prejuízo afeta os dois times. As queixas de Márcio Fernandes e Nicolas são aceitáveis, mas não justificam a má atuação do PSC. 

(Coluna publicada na edição do Bola desta segunda-feira, 10)