A frase do dia

“Uma pergunta necessária: @folha, @folha_politica, quando vocês publicarão uma nota, um editorial, uma carta ou um publi pedindo DESCULPAS por terem aberto espaço para o canalha do Jair Bolsonaro assinar um artigo perorando sobre democracia? A ex-Folha é um ex-jornal há muito”.

Luís Costa Pinto, jornalista

Os caminhos da redenção

POR GERSON NOGUEIRA

O futebol do Pará conseguiu nos dois últimos anos, até de forma espantosa, retomar a posição de protagonismo na Região Norte. Isso não ocorria, com clareza, desde o período dourado do início deste século, quando o PSC conquistou a Série B 2001, a Copa Norte, a Copa dos Campeões 2022 e participou da Taça Libertadores em 2003. Dois anos depois, o Remo conquistou o título brasileiro da Série C.

Quando me refiro com espanto a esse momento especial é porque nada rigorosamente indicava esse desfecho, nada de relevante ou organizado apontava nessa direção. Por obra de muito esforço, e também de boa dose de sorte, o Pará terá dois clubes na Série B 2025.

Esse fato excepcionalmente bom não acontecia há quase 20 anos – a última participação dupla ocorreu em 2006, ainda dentro da fase de conquistas que marcou o começo do século 21. O clássico Re-Pa será novamente uma atração nacional, agora no palco adequado, o novo Mangueirão.

Que não se subestime o papel da sorte nisso tudo. Em 2023, o PSC obteve o acesso após uma campanha inicial sofrível, que chegou a flertar com o rebaixamento. A mudança de rumo veio com a contratação de Hélio dos Anjos, que conseguiu fazer o time reagir e partir para o acesso.

Neste ano, o Remo avançou quase repetindo a trajetória do rival. Decepcionou nas primeiras rodadas e só engrenou com a chegada de Rodrigo Santana. A partir da adoção de um novo modelo de jogo, o time subiu de produção e alcançou a classificação para a Segunda Divisão.

Nos dois exemplos, infelizmente nada reflete bom planejamento, ideias modernas e ousadia de gestão. Pelo contrário. Os dois velhos rivais abusaram, outra vez, do excesso de erros nas contratações de jogadores e pecaram na avaliação de cenário para manter técnicos.  

As próprias torcidas não acreditavam em suas equipes. Isto vale também para a confusa campanha do PSC na Série B 2024. Começou mal, melhorou por algumas rodadas, piorou de novo e ficou 9 rodadas sem vencer. Isso motivou a troca de Hélio dos Anjos por Márcio Fernandes.

Desacreditado, Márcio terminou por cumprir bem a missão de recuperação, conquistando seis vitórias, fundamentais para assegurar a permanência, não sem passar por vários sustos ao longo desse percurso final.

Ah, pode-se levar em conta que o fator sorte ou acaso também é parte da realidade do futebol, mas não se pode exagerar. As duas situações evidenciam a necessidade de urgentes mudanças na maneira de organizar os times e planejar adequadamente a participação nas competições.

Deixar tudo ao deus-dará é um risco inaceitável. É flertar com o perigo, como ocorreu com o Remo na Série B 2021. A história costuma se repetir de maneira desastrosa quando determinadas providências não são tomadas.

A atual fase vivida pelo Remo é importantíssima. É o momento de avaliar nomes com responsabilidade e prospectar o mercado em busca de atletas que atendam aos critérios definidos. Conciliar as necessidades com a realidade financeira do clube é um desafio que exige empenho e sabedoria.

Não será diferente o caminho do PSC, depois de encerrar sua participação no Brasileiro deste ano. O primeiro passo será definir os atletas que permanecem e os que devem ser substituídos por novos nomes, além de confirmar ou não a presença de Márcio Fernandes no comando.

Tudo isso configura o caminho a ser seguido rumo à redenção, evitando ao máximo repetir os muitos erros do passado recente.

A conferir.   

Drama na rota alvinegra em busca da glória eterna

O amigo Armando Chermont, nobre botafoguense, comentou há três dias que a CBF faz um esforço descomunal para sabotar os planos de conquista do Botafogo nesta temporada – que, em análise fria, são bastante factíveis, tanto na Libertadores quanto no Campeonato Brasileiro.

Ocorre que, ainda segundo ele, “a Seleção Brasileira joga na terça-feira (19) e na quarta (20) o Botafogo tem jogo importante contra o Atlético-MG; ou seja, vai jogar desfalcado de pelo menos cinco titulares”. Conclui, enfático: “Esta famigerada CBF está por trás disso!”.

Nem duvido das más intenções de dona CBF, mas considero que neste caso não há muito o que lamentar. O Botafogo paga o preço de ter grandes jogadores no elenco. Há alguns anos, esse problema inexistia porque não tinha grandes craques no time. Em compensação, não disputava títulos.

Cruel mesmo é que hoje, diante do Galo, o Botafogo enfrenta um adversário que vai mal na Série A, mas que tem a chance de complicar a vida do Alvinegro na competição, obrigando-o a não poupar nenhum titular na partida decisiva diante do Palmeiras, no dia 26 – a apenas quatro dias da final da Libertadores contra exatamente o Atlético.

E aí cabe uma crítica aos critérios da CBF na organização dos campeonatos. Obrigar um time a encarar uma final antecipada a 72 horas de decidir um torneio continental é inaceitável – e suspeito.  

Ver a Seleção jogar é exercício de paciência infinita

Todos sabem que a Seleção de Dorival é mero arremedo do que um dia foi o respeitado escrete nacional. Time limitado e bronco, que pratica um futebol feio, sem sinais de entrosamento. Agrava a situação a má jornada de astros como Vini Jr., que parece encafifado por não jogar bem com a camisa do Brasil. Corre, força os dribles, reclama… e nada.

Savinho dedica-se à firula inútil, lembra até Denilson. Sem função clara, perdeu bolas fáceis perto da área brasileira. Danilo é aquilo que já se sabe: limitado, cintura dura, sem recursos. Raphinha com a 10 às costas virou galo de briga e o futebol sumiu. Dorival inutiliza Luiz Henrique no papel de centroavante! E vida que segue.

O Uruguai nem se arriscava no ataque. Problema é que, quando foi, acertou o alvo – golaço de Valverde. Gerson, no meio, cresceu no 2º tempo e empatou o jogo com um chute perfeito de fora da área. Depois, tudo virou pelada, cada um tentando fazer o seu, desorganização total. Aí entrou o Paquetá, tomou um amarelo e o jogo ficou na mesma. 

(Coluna publicada na edição do Bola desta quarta-feira, 20)

A frase do dia

“Nenhuma empresa de mídia fez, até agora, editorial para exigir a imediata prisão de bolsonaro e do séquito golpista com plano para matar Lula, Alckmin e Alexandre de Moraes. Nada. Silêncio. Acreditem”.

Tiago Barbosa, historiador e jornalista

Charles Bronson, astro durão e celebrado até hoje

A sofrida história de Charles Bronson, descendente de lituanos e um dos grandes nomes do cinema nos anos 70/80, já foi contada em outro espaço aqui do blog. Neste vídeo, André Barcinski acrescenta alguns detalhes interessantes sobre o ator que fez história como um astro de filmes de pancadaria, faroestes e policiais. Virou ídolo na Europa e nos EUA. Das dificuldades na infância, pobreza familiar e outros perrengues, Charles conseguiu a façanha de dar um salto para o estrelato ao ser descoberto pelo cinema, onde viveu vários personagens icônicos, ficando célebre pela saga “Desejo de Matar” – bombando principalmente pelos filmes em VHS e na TV. Bem no seu estilo simplório, ele costumava dizer que “fazer filmes é a coisa mais fácil do mundo”.

—————————————————–

André Barcinski é jornalista, escritor, roteirista e documentarista. Trabalha há quase 40 anos com jornalismo cultural. Escreveu nove livros, incluindo biografias de Zé do Caixão, Sepultura, João Gordo, Marcelo Nova e Nelson Ned. Dirigiu ou roteirizou filmes e séries como “Sullivan e Massadas: Retratos e Canções”, “O Rei da TV”, “Hit Parade”, “Notícias Populares”, “História Secreta do Pop Brasileiro” e “Zé do Caixão”. Venceu o Troféu Jabuti, o mais prestigioso da literatura brasileira, em 1992, pelo livro “Barulho”. Ganhou também o Prêmio do Júri no Festival de Sundance (EUA) pelo documentário “Maldito”, sobre Zé do Caixão.

PF prende militares ‘kids pretos’ que planejavam assassinar Lula, Alckmin e Moraes

Além de Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes também eram alvos da organização criminosa que planejava um golpe de Estado

A Polícia Federal (PF) prendeu, nas primeiras horas da manhã desta terça-feira (19), quatro militares do Exército Brasileiro e um policial federal que planejavam um golpe de Estado no Brasil. A organização criminosa tinha planos, ainda, para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). 

As prisões foram realizadas na operação “Contragolpe”, deflagrada pela PF após autorização de Moraes, no âmbito do inquérito que investiga a tentativa de golpe de Estado no país entre o final de 2022 e início de 2023. https://d-6040837802471392181.ampproject.net/2410292120000/frame.html

Os militares presos por planejarem o assassinato de Lula, Alckmin e Moraes, da ativa e da reserva, compõem as Forças Especiais do Exército Brasileiro, especializadas em operações de alto risco e sigilo – esses militares são conhecidos como “kids pretos”

“As investigações apontam que a organização criminosa se utilizou de elevado nível de conhecimento técnico-militar para planejar, coordenar e executar ações ilícitas nos meses de novembro e dezembro de 2022. Os investigados são, em sua maioria, militares com formação em Forças Especiais (FE). Entre essas ações, foi identificada a existência de um detalhado planejamento operacional, denominado ‘Punhal Verde e Amarelo’, que seria executado no dia 15 de dezembro de 2022, voltado ao homicídio dos candidatos à Presidência e Vice-Presidência da República eleitos. Ainda estavam nos planos a prisão e execução de um ministro do Supremo Tribunal Federal, que vinha sendo monitorado continuamente, caso o Golpe de Estado fosse consumado”, detalha a PF. 

Segundo os investigadores, a organização criminosa mantinha um planejamento com o detalhamento de recursos que seriam necessários para a consumação do golpe de Estado e dos assassinados, e previa ainda a instalação de um “Gabinete Institucional de Gestão de Crise” que seria composto pelos próprios golpistas após as ações criminosas.  

Um dos presos pela PF nesta terça foi assessor de Jair Bolsonaro até 2022 e, atualmente, integra a equipe do deputado federal e ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello. 

A NOTA DA PF SOBRE AS PRISÕES

“A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira (19/11) a Operação Contragolpe, para desarticular organização criminosa responsável por ter planejado um golpe de Estado para impedir a posse do governo legitimamente eleito nas Eleições de 2022 e restringir o livre exercício do Poder Judiciário.

As investigações apontam que a organização criminosa se utilizou de elevado nível de conhecimento técnico-militar para planejar, coordenar e executar ações ilícitas nos meses de novembro e dezembro de 2022. Os investigados são, em sua maioria, militares com formação em Forças Especiais (FE).

Entre essas ações, foi identificada a existência de um detalhado planejamento operacional, denominado “Punhal Verde e Amarelo”, que seria executado no dia 15 de dezembro de 2022, voltado ao homicídio dos candidatos à Presidência e Vice-Presidência da República eleitos.

Ainda estavam nos planos a prisão e execução de um ministro do Supremo Tribunal Federal, que vinha sendo monitorado continuamente, caso o Golpe de Estado fosse consumado.

O planejamento elaborado pelos investigados detalhava os recursos humanos e bélicos necessários para o desencadeamento das ações, com uso de técnicas operacionais militares avançadas, além de posterior instituição de um “Gabinete Institucional de Gestão de Crise”, a ser integrado pelos próprios investigados para o gerenciamento de conflitos institucionais originados em decorrência das ações.

Policiais federais cumprem cinco mandados de prisão preventiva, três mandados de busca e apreensão e 15 medidas cautelares diversas da prisão, que incluem a proibição de manter contato com os demais investigados, a proibição de se ausentar do país, com entrega de passaportes no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, e a suspensão do exercício de funções públicas. O Exército Brasileiro acompanhou o cumprimento dos mandados, que estão sendo efetivados no Rio de Janeiro, Goiás, Amazonas e Distrito Federal.

Os fatos investigados nesta fase da investigação configuram, em tese, os crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, Golpe de Estado e organização criminosa”. 

Presidente da Comissão Europeia aplaude Lula: “O mundo precisava ser reunido; você conseguiu”

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu neste domingo (17), no Rio de Janeiro, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. O tema central da reunião foi o acordo entre a União Europeia e o Mercosul, segundo o presidente. 

“Mais uma boa reunião com @vonderleyen, presidenta da Comissão Europeia. Agradeço à adesão da União Europeia à Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza. Demos continuidade às conversas sobre os esforços para o acordo entre Mercosul e União Europeia”, disse Lula em postagem na rede social X. 

Von der Leyen exaltou a liderança de Lula e a iniciativa para erradicar a fome. “Obrigada pela sua liderança, @LulaOficial. O mundo precisava ser reunido. Você conseguiu fazer isso no Rio. A Europa apoia totalmente a sua Aliança Global contra a fome e a pobreza. Também discutimos a UE-Mercosul. Um acordo de grande importância econômica e estratégica”, disse Von der Leyen no X. 

Participaram da reunião o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, o assessor especial do presidente Lula, Celso Amorim, e o secretário executivo do Ministério do Desenvolvimento e Indústria, Márcio Elias Rosa. (Do Brasil247)

TAXAÇÃO DE GRANDES FORTUNAS

Em uma vitória da diplomacia brasileira e do governo Lula, o primeiro dia da cúpula de chefes de Estado do G20, no Rio de Janeiro, terminou com a aprovação de uma declaração final consensual. Após semanas de negociação, o texto finalizado na madrugada de domingo foi aceito com poucas mudanças. Havia divergências em relação à taxação de grandes fortunas e a abordagem das guerras na Ucrânia e no Oriente Médio, por exemplo. A saída, nesse caso, foi citar os conflitos e a crise humanitária sem condenar Israel e Rússia.

“Destacamos o sofrimento humano e os impactos negativos adicionais da guerra no que diz respeito à segurança alimentar e energética global, às cadeias de abastecimento, à estabilidade macrofinanceira, à inflação e ao crescimento”, diz o texto final, que também defende cessar-fogo em Gaza pela “situação humanitária catastrófica” e a necessidade urgente de expandir o fluxo de ajuda humanitária. (Estadão)

A frase do dia

“Indo pra Brasília. Lira chamou sessão hoje. Pode votar a PEC 5 de Crivella. Essa matéria dá a grandes conglomerados religiosos a chance de reaver impostos pagos. É um tipo de cashback. Milhões devolvidos a Edir Macedo quando a Universal comprar um jatinho? Temos q denunciar isso”.

Glauber Braga, deputado federal (PSOL-RJ)

“Ainda Estou Aqui”, segundo Eduardo Bueno

Uma deliciosa e instigante crônica de Eduardo Bueno, o Peninha, sobre o espetacular “Ainda Estou Aqui”, de Walter Salles. Vale a pena ouvir o que ele diz.

Globo, que quer ajuste fiscal sobre pobres, obteve mais de R$ 177 milhões em isenções

Dados inéditos mostram que mídia liberal, que prega cortes na saúde, educação e reajustes do BPC e Salário Mínimo, deixam de pagar milhões em impostos. Veja dados de Record, Folha/Uol, SBT e Estadão, entre outros

Da Revista Fórum

Em campanha aberta para que os cortes no orçamento sejam feitos em áreas sociais, como Saúde, Educação e reajuste real do salário-mínimo, entre outros, a Globo, da família Marinho, deixou de pagar mais de R$ 177 milhões com a isenção de impostos sobre suas empresas nos oito primeiros meses deste ano.

Os dados foram revelados pela Receita Federal que, de forma inédita, expôs os caminhos para se obter nomes e CNPJ das empresas beneficiadas pelo trem da alegria dos benefícios fiscais, que acumulam R$ 97,7 bilhões somente no período entre janeiro e agosto de 2024 – acesse os dados aqui.

Principal CNPJ do clã Marinho, a Globo Comunicação e Participações S/A, que controla as empresas de mídia do conglomerado, deixou de recolher mais R$ 150 milhões com a desoneração da folha de pagamento – outra bandeira histórica defendida pelo grupo, que segue uma política de demissões e achatamento de salários.

A isenção de impostos a CLT beneficia ainda outras empresas do grupo, como a editora Globo, que deixou de recolher R$ 19,6 milhões no período, a Globo Conde Nast S.A., com R$ 1,2 milhão, e a Rádio Globo, com R$ 228 mil em isenções na área trabalhista.

Entre os conglomerados da mídia liberal, o grupo Record, de Edir Macedo, obteve benefício de R$ 29,9 milhões com a desoneração da folha de janeiro a agosto. Afiliadas também deixaram de pagar peque3nas fortunas, com a Record Rio de Janeiro, que registrou R$ 4,7 milhões em taxas trabalhistas que não foram pagas.

A família Frias, do conglomerado Folha / Uol / PagBank, que faz coro pelos cortes sociais, também embarcou no trem da alegria. Somente a Folha da Manhã S.A., que edita o jornal do grupo, deixou de pagar R$ 6,9 milhões com a desoneração da folha no período divulgado.

A Compass.Uol Teconologia, que atua na área de Inteligência Artificial para outras empresas e que pertence à família Frias, deixou de recolher outros R$ 30 milhões.

Porta-voz dos interesses da burguesia paulista, o jornal O Estado de S.Paulo deixou em seus cofres R$ 12,7 milhões com a desoneração da Folha.

O SBT, da família Abravanel – espólio do finado Silvio Santos -, deixou de arrecadar só na matriz, em São Paulo, R$ 17,5 milhões. Na afiliada do Rio, a emissora obteve outro R$ 1 milhão em benefícios.

Até mesmo a Editora Abril, em um processo de desmonte, foi beneficiada com R$ 2,5 milhões – veja a lista por empresas.

CRÍTICAS DE HADDAD

O link para o acesso inédito ao trem da alegria da chamada Dirbi (sigla de  Declaração de Incentivos, Renúncias, Benefícios e Imunidades de Natureza Tributária) foi divulgada na última quarta-feira (13) pelo site da Receita Federal – acesse aqui.

A divulgação se deu com autorização direta do ministro Fernando Haddad (Fazenda), que no mesmo dia partiu para cima da mídia liberal, que deixaram de arrecadar cerca de R$ 12,3 bilhões dos R$ 97,7 bi em desonerações entre janeiro e agosto desse ano.

“Hoje nós demos a público pela 1ª vez na história os incentivos fiscais dados a cada empresa individualmente e aos setores, de uma forma agregada”, afirmou o ministro.

Em seguida, Haddad citou diretamente a desoneração da Folha de Pagamento, principal benefício usado pelas famílias que dominam a mídia liberal – a mesma que torce pelo corte em cima dos mais pobres.

Haddad ainda focou o chamado Perse, Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos, criado por Jair Bolsonaro (PL) em 2021 e que é utilizado tanto pelos conglomerados de mídia quanto pelas igrejas.

“Vocês vão ver que aquela medida do ano passado, e foi muito questionada no final do ano passado, sobre desoneração da folha e sobre a questão do Perse, como a Receita Federal tinha razão. Nós dizíamos o que: se a Medida [Provisória] 1.202 [de 2023] for aprovada, vamos terminar 2024 com equilíbrio fiscal previsto na peça orçamentária, que todos diziam que não está equilibrada. E eu dizia: está equilibrada e, se nós aprovarmos a [MP] 1.202, se a imprensa, que é beneficiada com a desoneração da folha tiver a compreensão de que é importante acreditar no Brasil, voltar a pagar tributos sobre a Previdência de seus funcionários, nós não estaríamos passando por essa coisa”, afirmou, sobre o ajuste fiscal.

“É importante que a própria imprensa faça uma reavaliação do comportamento que ela teve no ano passado, quando a Fazenda, com razão, anunciou os números da desoneração da folha e do Perse. Fomos muito criticados porque estávamos, supostamente, exagerando nos números, e hoje o que se comprova é que estávamos certos e vocês da imprensa estavam equivocados. É importante vocês fazerem essa reflexão, porque o esforço fiscal tem que ser de todos, inclusive de vocês. Vocês têm que parar de defender interesses particulares e passarem a defender interesses gerais de toda a sociedade”, emendou.

Justiça e caprichos do futebol

POR GERSON NOGUEIRA

É sempre um acontecimento interesse ver um jogo se transformar, em questão de minutos, pela ação individual de um atacante que acabara de entrar em campo, como quarta ou quinta opção de substituição. Em miúdos: Esli García só foi lançado pelo técnico, em substituição a Robinho, aos 28 minutos do segundo tempo, porque não havia rigorosamente mais ninguém para entrar.

Ao fazer o gol do Papão, Esli fez com que uma derrota praticamente certa se tornasse um resultado bastante satisfatório, levando em conta as circunstâncias. O estádio estava cheio, todos foram lá apoiar e aplaudir o Novorizontino na busca pela vitória que lhe garantiria o acesso. A vitória parecia certa até que o abusado atacante chegasse para estragar a festa.

Esta é a estranha realidade do PSC na Série B. Por mais bizarro que pareça, o melhor jogador do time não tem vez entre os titulares, nem mesmo um lugar entre os reservas preferenciais. Em suma, é um enjeitado. Para piorar, é um enjeitado entre jogadores de ataque de nível técnico inferior ao dele.

Pois o sábado à tarde em Novo Horizonte se transformou, por 21 minutos, no jogo de Esli García. Só os bons são capazes de dar ares de vitória a um jogo que terminou empatado. Com o perfil de garoto que a baixa estatura e o rosto jovial lhe conferem, o venezuelano tem remado contra a maré no PSC, transformando limão em limonada.

Aos 28’ ele entrou e no primeiro toque na bola deu um passe perfeito para Kevyn. O lateral levou uma pancada do zagueiro Luisão, que já tinha cartão amarelo e recebeu o segundo, sendo expulso de campo. No instante seguinte, na cobrança da falta, Esli García mandou um chute de curva, à meia altura, que não tocou em ninguém e foi beijar o barbante.

Em dois minutos apenas, ele mudou totalmente o cenário da partida. Não precisou de mais tempo para operar essa mudança. Cabe lembrar que, desde os 7 minutos do 2º tempo, o PSC perdia por 1 a 0, em consequência de um frango monumental do goleiro Matheus Nogueira.

Só a título de comparação, o meia Robinho, a quem Esli substituiu, havia permanecido 73 minutos em campo, produzindo rigorosamente nada, a não ser a cobrança de dois escanteios e uma falta sem maior consequência. Não é novidade. Esli costuma entrar jogar por migalhas de tempo, mas, desafiando o poder dos técnicos, sempre dá um jeito de fazer gol.

Marcou nove gols na Série B. Um cálculo modesto mostra que ele colaborou diretamente com 16 pontos conquistados pelo Papão. Significa que, caso atuasse pelo menos 45 minutos por partida, teria ajudado o PSC a passar um returno de campeonato bem menos atribulado, certamente garantindo a permanência bem antes, sem atropelos.

Além dos lances cruciais da partida, Esli deu um passe perfeito para Borasi entrar livre na área. Poderia ter saído ali o gol da virada. Como também podia ter acontecido no minuto final, quando ele ia entrar de frente para o gol, mas foi atropelado por Brendon, seu companheiro de time.

Aliás, os companheiros hesitaram por alguns constrangedores minutos antes de abraçarem o artilheiro na comemoração do gol. Foi preciso o zagueiro Quintana chamar, insistentemente e com gestos largos, para que os outros se aproximassem para festejar Esli.

Passar uma campanha toda enfrentando a má vontade dos técnicos e o azedume dos companheiros, apesar dos aplausos da torcida, é prova de que o atacante é forte o suficiente para seguir evoluindo. Esli vai sair desta Série B muito maior do que entrou. E, é claro, entende mais de jogo do que imagina Márcio Fernandes.   

Na moita, Leão negocia com meia e centroavante

O Remo se movimenta, da forma mais discreta possível, no sentido de fechar as primeiras contratações para 2025. Apesar do extremo cuidado dos dirigentes, vazou a informação de que Bruno Mello, lateral/zagueiro que defendeu o Coritiba na Série B deste ano e pertencente ao Fortaleza, deve ser o primeiro jogador a ser anunciado.

Além dele, há forte especulação em torno de uma negociação com Gustavo Henrique (Gustagol), 30 anos, que defendeu Corinthians, Inter e Fortaleza com sucesso, entre 2018 e 2023. Está atualmente no Shangai Sport.

Outro nome muito citado nos últimos dias é o de Dodô, meia ofensivo de 30 anos, revelado na base do Atlético-MG e que teve boas passagens pela Chapecoense, Fortaleza e Atlético-GO.

Rolam também boatos sobre o interesse em Alef Manga, atacante que teve boa passagem pelo pelo Goiás e um período discreto no Coritiba na atual Série B. Cumpriu pena de um ano fora dos gramados, por envolvimento com a máfia de manipulação de resultados. Seria uma aposta de risco.

Na festa do Peixe, torcida se irrita com time e técnico

O Santos, um gigante do futebol brasileiro, está de volta à Série A do futebol brasileiro após conquistar a Série B 2024. A campanha foi tortuosa, com atuações pouco convincentes, mas no fim das contas o time de Fábio Carille conseguiu o que buscava.

Não houve festa na partida que celebrava a conquista do título. O Peixe foi derrotado pelo CRB de Hélio dos Anjos, na Vila Belmiro, por 2 a 0. O resultado expôs a instabilidade do time santista, além de provocar uma sonora vaia ao time e a Carille durante e após a partida.

Com o triunfo, o CRB conquistou a permanência na Série B, somando 42 pontos. Em consequência, provocou o rebaixamento de Ponte Preta e Ituano – que havia obtido uma vitória miraculosa sobre o Vila Nova na véspera, por 4 a 3.

Na parte de cima, o Sport goleou (4 a 0) a Ponte Preta no sábado, chegou a 63 pontos, mas pode ser ultrapassado pelo Ceará, que joga contra o América-MG em Fortaleza. Em caso de triunfo alvinegro, ambos ficariam com 63, mas o Ceará teria uma vitória a mais, 19 a 18. 

(Coluna publicada na edição do Bola desta segunda-feira, 18)

Esli García salva o Papão de novo com gol de empate contra o Novorizontino

Com um gol de Esli García aos 30 minutos do 2º tempo, o PSC arrancou um empate diante do Novorizontino, na tarde deste sábado, em São Paulo. Foi o terceiro gol de Esli em três partidas consecutivas (havia marcado contra a Ponte Preta e o Brusque), embora só entre em campo nos minutos finais das partidas.

No 1º tempo, o Novorizontino botou pressão e foi mais presente no ataque, mas errava nas finalizações. Logo depois do intervalo, aos 7 minutos, Geovane acertou um chute de longa distância e o goleiro Matheus Nogueira aceitou, deixando a bola passar para as redes. Um frangaço.

Só então o técnico Márcio Fernandes fez mudanças no PSC, reorganizando o setor defensivo e colocando Brendon no meio-campo. As mexidas, porém, não fizeram diferença. O time só iria reagir de fato a partir dos 28 minutos, quando Esli García substituiu Robinho.

Logo em sua primeira participação, ele lançou Paulinho Boia, que foi derrubado pelo zagueiro Luisão. Como já tinha cartão amarelo, o defensor tomou o segundo e foi expulso. Na cobrança da falta, Esli cobrou direto, a bola passou pela zaga e enganou o goleiro Jordi.

Uma confirmação da fase iluminada vivida por Esli, que chegou a 9 gols na Série B. No último lance, ele ia sair livre diante do goleiro, mas foi atrapalhado por Brendon antes de finalizar a jogada. O resultado deixa o PSC com 47 pontos e o Novorizontino com 64.

Um empate com sabor de vitória para os bicolores e de frustração para os aurinegros, que dependiam da vitória para encaminhar o acesso à Série A.