“A merecida surra nos arruaceiros israelenses na Holanda preocupa mais a mídia brasileira que o plano dos golpistas bolsonaristas para raptar Lula e Alexandre de Moraes. O ‘jornalismo profissional’ perdeu de vez a bússola do bom senso”.
Polícia Federal recuperou informações que haviam sido apagadas por Mauro Cid, entre elas um dossiê detalhado para captura de Lula que previa confronto armado. Inquérito sobre a quadrilha golpista de Bolsonaro foi prorrogado por 60 dias
Informações recuperadas de arquivos eletrônicos que estavam em posse do tenente coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL) na Presidência, mostram detalhes do planejamento do golpe de Estado que previa o rapto de Lula e do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
As informações foram divulgadas por Thais Bilenky e José Roberto de Toledo no portal Uol nesta sexta-feira (8) e foram baseadas nas novas informações obtidas pela Polícia Federal (PF) após a recuperação dos arquivos deletados por Cid por meio de um software israelense.
A descoberta fez com que os investigadores ouvissem novas testemunhas, entre elas o ex-diretor da Abin, Alexandre Ramagem, e o general Nilton Diniz Rodrigues, que na época era coronel e se formou nas Forças Especiais do Exército – os chamados Kids Pretos, que participaram ativamente do golpe.
As novas informações mostram que os golpistas prepararam um dossiê detalhado com informações sobre a rotina de Lula, além de nomes e até armamentos dos seguranças do presidente, que tomou posse em 1º de janeiro de 2023.
“O planejamento do golpe previa, portanto, a abordagem e captura de Lula e de Moraes pelos golpistas”, diz a reportagem do Uol, que teve acesso às informações.
A PF acredita que pelas informações levantadas havia, por parte dos golpistas, a previsão de um possível confronto armado com os seguranças de Lula e Moraes.
O ministro do STF teria autorizado a PF a prorrogar as investigações por mais 60 dias diante das novas evidências. Assim, o indiciamento de Bolsonaro e da organização criminosa golpista, previsto para este mês de novembro, só deve acontecer no início de 2025.
NOVAS CONDENAÇÕES
Na terça-feira (5), o STF condenou mais 14 participantes dos atos golpistas do 8 de Janeiro, que não haviam aceitado o acordo de não persecução penal proposto pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
Essa nova leva incluía apenas golpistas que permaneceram no acampamento em frente ao quartel-general do Exército em Brasília durante os atos de terror na Praça dos Três Poderes e por isso foram condenados por crimes de menor gravidade.
Segundo Moraes, que teve voto acompanhado de todos os ministros – incluindo Kássio Nunes Marques e André Mendonça – essas pessoas sabiam previamente das ações e deram suporte à tentativa de golpe.
Eles foram condenados por associação criminosa, com um ano de cadeia, e incitação ao crime – por pedir intervenção de militares – com pena de multa de 10 salários mínimos.
Todos eles tiveram os passaportes retidos e terão que prestar 225 horas de serviços à comunidade.
A Assembleia Legislativa do Pará (Alepa) aprovou, na manhã desta terça-feira (5), o Projeto de Lei (PL) nº 132/2023, de autoria da deputada Paula Titan (MDB). A proposta estipula sanções para indivíduos que exponham mulheres a constrangimento público em meio físico ou virtual em todo o território do Pará. A proposta é um importante instrumento de combate à violência contra a mulher no estado, além de servir como fio condutor para a construção de políticas públicas que combatam a violência de gênero.
Segundo a matéria, “o indivíduo que, em ambientes públicos, atente contra a dignidade da mulher, por meio de constrangimento, intimidação, ameaça, assédio sexual, humilhação, perseguição contumaz ou eventual, insulto, seja por meio de palavras e gestos, ou chantagem, por qualquer meio físico ou virtual, será punido de acordo com os efeitos da proposta”. A justificativa da proposição considera ainda o constrangimento, a intimidação, a ameaça, o assédio sexual, a humilhação, perseguição contumaz, insulto por palavras e chantagem.
O agressor também deverá pagar uma quantia pecuniário que será revertido ao Fundo Estadual dos Direitos das Mulheres (FEDM). Este fundo público de natureza orçamentária e contábil está vinculado à Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (SejuDH) e foi criado para gerir recursos e financiar as atividades do Conselho Estadual dos Direitos das Mulheres (CEDM), além de apoiar projetos e ações relacionadas à promoção e defesa da mulher, atuando como um instrumento de captação e aplicação de recursos, conforme as deliberações do CEDM.
Patrimônio Cultural
Os deputados também aprovaram o Projeto de Lei nº 796/2023, do deputado Wescley Tomaz (Avante), que declara as obras da médica, cientista, pesquisadora, professora e doutora marajoara Angelita Habr-Gama, patrimônio cultural de natureza material e imaterial do Pará.
De autoria do deputado Carlos Bordalo (PT), foi aprovado ainda o PL nº 130/2024, que declara e reconhece as obras musicais do artista Albery Albuquerque como patrimônio cultural de natureza imaterial. A proposta destaca o papel fundamental da música na representação da realidade e das vivências locais.
Nascido em Cametá e imerso desde cedo em um ambiente repleto de artistas e músicos, Albery Albuquerque é uma figura icônica no cenário cultural paraense. Sua trajetória, marcada pela profunda ligação com as raízes musicais regionais e pelo vasto conhecimento adquirido ao longo dos anos, culminou em um legado de valor inestimável para a cultura do paraense.
Reconhecido internacionalmente, foi objeto de um documentário produzido pela British Broadcasting Corporation (BBC) de Londres, que ressaltou a universalidade e a singularidade de sua música. Sua parceria com Frederic Págès e sua contribuição para a Amazônia Big Band exemplificam o alcance e a influência de seu trabalho, enraizado nas tradições amazônicas e enriquecido por uma visão universal da música.
“Nosso mandato está sempre atento à valorização e ao fortalecimento do que é do Pará. Trabalhamos para o reconhecimento da identidade local por meio da cultura”, declarou Carlos Bordalo. “Receber uma homenagem pelo meu trabalho é uma honra. O reconhecimento é gratificante, muito obrigado”, comenta o cantor Albery, que esteve na Alepa acompanhando a votação da proposta.
Em seguida foi aprovado o Projeto de Lei nº 285/2024, de autoria do deputado Lu Ogawa (PP). A matéria declara o “Cooperativismo Paraense” como patrimônio cultural de natureza imaterial do Pará. Por fim, os deputados aprovaram o PL nº 390/2024, da deputada Maria do Carmo (PT), que também reconhece como patrimônio do estado a obra Tupaiulândia, escrita por Paulo Rodrigues dos Santos. Segundo a parlamentar, esse é um dos principais trabalhos que contam a história de Santarém, fundada em junho de 1661 pelo padre jesuíta de Luxemburgo, João Felipe Bettendorff.
“A obra foi publicada originalmente em 1972, ganhou outras edições em 1974 e 1999. É resultado de mais de 40 anos de anotações e pesquisas, em sua maioria publicados nos jornais da cidade e que foram complementados com estudos dos livros da biblioteca particular do escritor Paulo Rodrigues dos Santos, falecido ainda nos anos 70, que deixou um profundo legado para a memória e cultura local do estado do Pará”, informou a deputada Maria do Carmo.
Andrea Santos- AID – Comunicação Social/Foto: Ozéas Santos/AID-Alepa
Giovani Pavani, de papel destacado na etapa de recuperação do Remo na Série C, está confirmado para a temporada 2025 como reforço azulino. Meio-campista de perfil moderno, com capacidade para marcar e fazer a transição, teve um começo pouco auspicioso no Baenão. Fisicamente abaixo das condições ideais, custou a se tornar titular indiscutível.
Passou período difícil sob o comando de Ricardo Catalá, sem conseguir fazer boas partidas na Copa do Brasil e no Campeonato Paraense, entrava e saía do time sem conseguir se consolidar. O problema persistiu durante a passagem de Gustavo Morínigo, quando era mais utilizado na função de armação de jogadas.
A chegada de Rodrigo Santana significou a redescoberta de Pavani. Ele passou a ser uma peça fundamental na articulação de meio-campo, ao lado de Jaderson. A partir daí, ele ganhou funções mais amplas, marcando como um volante e auxiliando nas ações ofensivas, destacando-se com lançamentos e troca de passes.
Ganhou confiança e em muitos jogos teve ativa participação nas manobras do ataque, arriscando chutes de média e longa distância. Virou titular inquestionável, principalmente quando o Remo encontrou sua melhor formação na meia-cancha, com Bruno Silva de primeiro volante.
O processo de amadurecimento técnico de Pavani teve muito a ver com um uma meticulosa mentoria interna. Alguns jogadores tiveram acompanhamento individualizado, com estabelecimento de metas e análise de performance.
Ao final da fase de classificação, Pavani já se destacava como um dos atletas que mais evoluíram na parte física e no aprimoramento de recursos técnicos, com sinais visíveis no desempenho de suas funções em campo.
A confirmação de seu acerto salarial com o clube tem a ver com o empenho do técnico Rodrigo Santana em garantir sua permanência, consciente da importância que ele adquiriu – em campo – para o conjunto azulino.
Badernas nos estádios penalizam os clubes
Os torcedores que comparecem aos jogos para virar protagonista e não apenas para incentivar seus times têm trazido prejuízos imensos aos clubes. Detê-los, no sentido de impedir que causem baderna dentro e nas cercanias das praças esportivas, passa a ser uma prioridade dos gestores.
O PSC sofreu com isso nesta temporada, em consequência das desordens promovidas por facções organizadas em jogos fora de Belém. O clube foi punido e obrigado a fazer duas partidas com público limitado a mulheres e crianças.
Para 2025, quem já tem penas a cumprir é o Remo. Serão três jogos de punição em competições nacionais. O primeiro jogo a cumprir se refere à condenação pelos tumultos da torcida no jogo com o ABC, em Natal. A pena foi convertida para um público com mulheres e crianças.
O departamento jurídico do clube vai tentar agora converter também a pena de portões fechados para outras duas partidas – inicialmente, seriam três, pelos incidentes com bombas lançadas próximas ao gramado do Mangueirão, no jogo contra a Aparecidense.
No caso específico do jogo com o ABC, o Leão sofreu um duplo prejuízo. A confusão – um torcedor arrancou uma faixa da torcida do ABC – ocorreu no momento em que o Remo marcou seu gol, com Felipinho, e ensaiava uma recuperação na partida. Devido ao incidente, houve uma paralisação de 15 minutos, que esfriou a possível reação azulina.
Gaiato, cartola rubro-negro força treta antes da final
A noite de ontem teve uma cena de humor involuntário na TV durante entrevista de Bruno Spindel, diretor do Flamengo. Com expressão séria, ele afirmou que o rubro-negro do Rio é alvo contumaz das pressões que os demais 19 clubes da Primeira Divisão exercem sobre a arbitragem.
Segundo ele, essa influência se impõe nas decisões do VAR em jogos que envolvem o Flamengo. Para ele, geralmente o clube é prejudicado, o que alegraria seus adversários. A considerar esse tipo de raciocínio, pode-se concluir que Spindel habita um universo paralelo.
É de conhecimento até do reino mineral que o clube brasileiro historicamente mais contemplado com erros – propositais ou não – de arbitragem é o Flamengo. Uma consulta básica às estatísticas e dados do Google referenda essa verdade.
O mais provável é que o representante rubro-negro estivesse apenas exercitando a velha prática de criar polêmica às vésperas de uma decisão. O Flamengo enfrenta o Atlético-MG, domingo, em BH, na final da Copa do Brasil, com uma bela vantagem de dois gols.
Boa notícia: o rock continua altivo e insubmisso
Dois craques do rock internacional, o guitarrista Jack White (foto) e o cantor Michael Stipe (ex-R.E.M.), utilizaram um provérbio turco para se manifestar sobre a vitória do neofascista assumido Donald Trump nas eleições norte-americanas.
Transcrevo aqui:
“A floresta estava a encolher, mas as árvores continuaram a votar no machado, pois o machado era inteligente e convenceu as árvores de que, por seu cabo ser feito de madeira, ele era um deles”.
(Coluna publicada na edição do Bola desta sexta-feira, 08)