Leão conquista o acesso à Série B com vitória sobre o S. Bernardo no Mangueirão lotado

Com raça e espírito de decisão, o Remo derrotou o São Bernardo por 1 a 0 e conquistou por antecipação o acesso à Série B 2025. O jogo foi assistido neste domingo, 29, por um público recorde (55 mil pessoas) no estádio Mangueirão. O gol da vitória foi marcado por Ytalo, aos 47 minutos do primeiro tempo, após uma bela jogada de Pavani e Jaderson. O acesso foi festejado como a conquista de um título pelos milhares de torcedores presentes ao estádio e com comemorações por toda a cidade.

O lado curioso do lance é que ele veio logo na sequência de um ataque agudo do São Bernardo. O atacante Kayke chutou da entrada da área, o goleiro Marcelo Rangel desviou com a ponta dos dedos e a bola explodiu no travessão. A zaga afastou, a bola caiu nos pés de Pavani, que conduziu a bola e tocou para Jaderson. Este chutou cruzado e Ytalo desviou para as redes.

Ao longo da partida, o domínio azulino foi amplo, com 16 finalizações contra 8 do São Bernardo. No segundo perdeu três boas oportunidades, com Ytalo, Jaderson e Raimar. Nos minutos finais, porém, depois da saída de Pavani e Jaderson, o Remo recuou suas linhas e chegou a sofrer uma meia pressão, mas Marcelo Rangel fez excelente defesa em chute de Felipe Garcia, que ainda desperdiçou uma chance, batendo à direita da trave azulina.

Público no Mangueirão: 54.984 torcedores (50.468 pagantes). Quebra de recorde no estádio olímpico Jornalista Edgar Proença. Renda: R$ 2.802.330,00.

Rock na madrugada – The Doors, “Love Her Madly”

POR GERSON NOGUEIRA

Atemporal, vibrante e suingada, “Love Her Madly” (Ame-a loucamente) é desde sempre uma de minhas canções favoritas da discografia dos Doors, talvez porque sintetize a essência da banda. Da vastidão de letras que Jim Morrison legou ao rock, a desta canção nem é das mais inspiradas, mas encaixa perfeitamente na moldura musical que a banda deu a ela. Por banda, leia-se o afiado trio que acompanhava o ‘camaleão’ Morrison: Robby Krieger (guitarra), Ray Manzarek (órgão) e John Densmore (bateria).

É preciso falar um pouco sobre The Doors. Melhor dizendo: é necessário recordar a importância que a banda teve num cenário musical que parecia dominado exclusivamente por Beatles, Hendrix, Stones e Dylan. Doors constituíam uma variação, uma dissonância, por isso são tão especiais. Diferentes de todos os demais expoentes do rock sessentista, eram como uma colorida bandeira da contracultura. Compuseram pérolas que permanecem vivas até hoje.

O trecho inicial da canção pode ser traduzido assim:

Você não a ama loucamente?
Você não precisa dela tanto?
Você não ama os seus modos?
Me diga o que você diz
Você não a ama loucamente?
Quer ser o pai dela
?
Você não ama o rosto dela?
Você não a ama enquanto ela está saindo pela porta?
Como ela fez mil vezes antes
Você não ama os seus modos
?

Nada mais poeticamente entrecortado do que os versos de Morrison, cuja maior frustração – já escrevi sobre isso aqui – era a de não ser respeitado como poeta. O tempo se encarregaria de fazer esse reconhecimento póstumo, dando a ele um lugar de honra entre os grandes poetas do rock, além de cultuá-lo como o excepcional frontman que foi.

“Love Her Madly” era uma das canções do álbum “L.A. Woman”, de 1971.