Leão perde para o Confiança com lances contestados e classificação fica mais difícil

O Remo perdeu para o Confiança por 1 a 0, na tarde deste sábado, em Aracaju (SE), em jogo marcado por lances polêmicos. O gol foi marcado pelo meia André Lima, cobrando pênalti na segunda etapa. Com o resultado, o Leão segue na 8ª posição, com 22 pontos, mas ainda pode ser ultrapassado por outros times na 17ª rodada. Figueirense-SC e Tombense-MG, que jogam neste domingo, são os mais diretos perseguidores.

A primeira etapa foi amplamente dominada pelo Remo, que pressionou desde os minutos iniciais, criando seguidas oportunidades. Com três zagueiros e quatro homens no meio, o Leão atacava com Rodrigo Alves, Pedro Vítor e Jaderson. Até os 10 minutos, foram criadas três boas oportunidades, a melhor delas com Rodrigo Alves, que chutou no poste esquerdo. 

O Confiança mostrava-se intranquilo, errando muitos passes devido à marcação alta imposta pelo Remo. Aos 22′, Rodrigo Alves foi lançado, invadiu a área, driblou o goleiro e tocou para Jaderson. Com a trave desguarnecida, Jaderson errou o chute e a bola ficou com Pedro Vítor, que disparou em cima dos zagueiros.

Aos 32′, surgiu a primeira grande polêmica da partida. Pedro Vítor foi lançado por Rodrigo Alves, driblou o goleiro e bateu para o fundo do barbante. O bandeirinha levantou a bandeira, assinalando impedimento, muito contestado pelos azulinos. As imagens do lance mostram Pedro Vítor na mesma linha dos zagueiros.

No fim do primeiro tempo, um susto para os azulinos. Ítalo cruzou na área e Willians Santana apanhou de primeira, acertando a trave esquerda de Marcelo Rangel.

O Confiança voltou do intervalo melhor posicionado. O Remo parecia retraído, à espera de chances para contra-atacar. João Afonso foi substituído por Rafael Castro e o time dedicou-se a defender, sem repetir a mesma movimentação do 1º tempo. Somente aos 16 minutos o Leão chegou com perigo. Jaderson cruzou rasante para Rodrigo Alves, que não conseguiu alcançar.

Aos 23′, o segundo lance polêmico. Riquelmo cruzou da direita, a bola atravessou a área e chegou a André Lima, que deu um toque e foi derrubado por Bruno Silva. Pênalti, que o próprio André cobrou e converteu, colocando o Confiança em vantagem.

A reclamação dos azulinos foi intensa sobre o árbitro, que não assinalou uma falta clara de Julio Rusch sobre Bruno Bispo na origem da jogada, junto à linha lateral. Apesar dos protestos, o gol foi validado e o Remo teve que correr atrás da reação.

Entraram Ytalo e Cachoeira nos lugares de Bruno Silva e Pavani. Em seguida, Matheus Anjos e Ronald substituíram Rodrigo Alves e Vidal. O time até buscou o ataque, mas não tinha mais conexão a partir do meio-campo e esbarrava no bloqueio defensivo do Confiança.

O Remo volta a campo no sábado (17), no Mangueirão, contra o Londrina. Para se classificar, terá que vencer os dois últimos jogos (Londrina e São José) e contar com outros resultados.

Morre Tuíra Kayapó, símbolo de resistência indígena na Amazônia

Liderança e ativista indígena enfrentava câncer e morreu em Redenção. Ela ficou conhecida pela luta contra a construção da usina de Belo Monte, no Pará, na década de 80.

A líder e ativista indígena Tuíre Kayapó Mẽbêngôkre morreu neste sábado (10) aos 54 anos. A informação foi confirmada pelo Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Kaiapó do Pará. Ela enfrentava câncer no útero desde 2023 e recebia cuidados paliativos hospitalares em Redenção, no sul do Pará, segundo familiares. Ela deve ser sepultada na aldeia onde morava, a Gorociré, na Terra Indígena Kayapó.

Tuíre, também conhecida como Tuíra, protagonizou uma cena (foto acima, de Paulo Jares) que ficou mundialmente conhecida durante o Encontro das Nações Indígenas do Xingu de 1989, quando pressionou um facão no rosto do então presidente da Eletronorte, José Antônio Muniz Lopes. Ela protestava contra a construção da Hidrelétrica de Belo Monte e ficou conhecida como a mulher que parou a obra.

“Tuíre Kaiapó foi uma grande guerreira na defesa dos direitos dos povos indígenas, foi uma voz incansável na luta pela preservação da cultura e do território Kayapó. Sua dedicação e coragem inspiraram gerações e deixaram um legado inestimável”, comunicou o Dsei-Kayapó.

É célebre a imagem da jovem Tuíra encostando um facão no rosto do então presidente da Eletronorte e explanando o grito Kayapó de luta: “Tenotã-mõ”. Tornou-se referência para todos que defendem a Amazônia. “Eu só queria mostrar a ele o que é opressão. Estava lá e só ouvia aquele homem branco insistindo em uma fala para construir a hidrelétrica”, contou Tuíra, anos depois.

Seleção feminina é prata no futebol das Olimpíadas

A Seleção Brasileira feminina foi guerreira e equilibrou a grande final, conquistando a medalha de prata dos Jogos Olímpicos com méritos. Perdeu o jogo por 1 a 0 para a seleção norte-americana, gol de Mallory Swanson, aos 12 minutos do 2º tempo. O Brasil somou sua terceira prata no futebol das mulheres. Dos cinco títulos das norte-americanas em Olimpíadas, três foram contra o Brasil.

A final com os Estados Unidos marcou a despedida de Marta dos Jogos Olímpicos, e um provável adeus da equipe nacional. A camisa 10, que esteve suspensa nas quartas e na semifinal depois da expulsão contra a Espanha na fase de grupos, ficou à disposição do técnico Arthur Elias, que optou por iniciar a final com a jogadora de 38 anos no banco.

Marta agradece carinho do público no Parque dos Príncipes após final Brasil x EUA. Fotos: Frank Fife/AFP via Getty Images

Aos 16 minutos da etapa final, já em desvantagem no placar, Elias mandou Marta a campo. Mas a meia-atacante não conseguiu evitar o vice-campeonato. Em sua sexta Olimpíada com a camisa da Seleção Brasileira, a atleta eleita seis vezes melhor do mundo faturou a sua terceira medalha de prata. É a única jogadora de futebol do país com tal recorde.

Neste sábado, o Brasil foi melhor que os Estados Unidos no 1º tempo. Ludmila teve chance de abrir o placar logo aos 2 minutos, porém finalizou no meio do gol e facilitou a defesa de Alyssa Naeher. Com mais posse de bola que as norte-americanas, a equipe continuou ameaçando a meta de Naeher com cruzamentos para a área.

O 2º tempo já teve outra característica. Sem conseguir ficar com a bola, o Brasil viu os EUA dominarem a posse e impedirem as brasileiras de criar oportunidades. Aos 12 minutos, em um erro de saída de bola da Seleção, as estadunidenses saíram com velocidade em direção ao ataque e acionaram Mallory Swanson. A atacante recebeu cara a cara com Lorena e finalizou com tranquilidade no canto, para marcar e dar aos EUA a medalha de ouro.

Dream Team se inspira no exemplo da lenda Kobe Bryant

Kobe Bryant em ação pelos Lakers em 2007. Foto: Lisa Blumenfeld/Getty Images

Os Estados Unidos entram em quadra para buscar o ouro nas Olimpíadas de Paris pelo basquete masculino diante da França neste sábado (10), às 16h (de Brasília). De olho em mais uma conquista no esporte, uma coincidência ligada a lenda do esporte Kobe Bryant inspira a equipe para mais uma medalha de ouro.

Muitos fãs do basquete norte-americano relembram que a data da final (10/08/24) é formada exatamente pelas camisas que a lenda do basquete fez história. Pelo Los Angeles Lakers, Kobe utilizou as camisas 08 e 24. Quando atuou pelos Estados Unidos, a estrela estadunidense utilizou o número 10.

A lenda do basquete morreu precocemente, no dia 26 de janeiro de 2020, em um trágico acidente de helicóptero, aos 41 anos. A coincidência da data leva os fãs do astro a motivar a equipe dos EUA rumo ao título para honrar a memória do jogador.

Por clubes, Kobe atuou somente nos Lakers. Na equipe, o atleta fez história ao conquistar cinco títulos da NBA, além de ter se sagrado como MVP da temporada regular em 2008. Na seleção dos Estados Unidos, ele foi bicampeão olímpico, em Pequim (2008) e Londres (2012). (Com informações de ESPN e Folha SP)

Isaquias aplaude as mulheres: “Carregaram o Brasil nas costas”

Isaquias Queiroz celebra, com a família, a conquista da medalha de prata nas Olimpíadas de 2024. Foto: Alexandre Loureiro/COB

Com a prata conquistada em Paris, Isaquias Queiroz subiu na lista dos recordistas olímpicos. Agora, com cinco medalhas, ele aparece em segundo, ao lado das lendas da vela Robert Scheidt e Torben Grael. A líder do ranking, Rebeca Andrade, com seis, é uma inspiração para o canoísta.

Em entrevista coletiva realizada neste sábado (10), na Casa Brasil, Isaquias falou sobre a disputa sadia com ostros atletas brasileiros e colocou a jovem ginasta em ”outro patamar”.

“Eu fico muito feliz de chegar perto dessas lendas do esporte brasileiro, Torben Grael, Robert Scheidt. São dois que, sem dúvida, me incentivaram a chegar nessas conquistas. Tudo na vida do atleta é objetivo. Meu objetivo era poder chegar próximo desses caras, que para mim são exemplos de atletas, para todo cidadão brasileiro”, começou por afirmar.

”Fico feliz de chegar na quinta medalha olímpica. Acho que a ficha não caiu direito, quando eu subi no pódio, até fiz o gesto (de cinco medalhas), mas não tinha passado na minha cabeça direito. Hoje, quando acordei e vi a foto, vi que não era uma ou duas, são cinco. Queria chegar na sexta, como a Rebeca, mas aí é outro nível. A gente tem que trabalhar para chegar lá”, completou.

Pela primeira vez em Jogos Olímpicos, o Brasil vai terminar a competição sem nenhum homem no topo do pódio, apenas com mulheres medalhistas de ouro. Das 13 medalhas conquistadas pelo país até então, 9 vieram com elas e apenas 3 com eles. Para Isaquias, as mulheres estão, de fato, carregando a delegação verde e amarela ”nas costas”

A ‘SAGA’ DA MEDALHA

A histórica medalha de prata de Isaquias Queiroz na canoagem C-1 1000 nas Olimpíadas de 2024 não foi especial para ele só por ser sua quinta conquista nos Jogos, mas também pela “marquinha” familiar. Durante as comemorações, seu filho Sebastian derrubou a medalha e acabou a danificando. O brasileiro pensou em trocar, mas desistiu, justamente, pelo episódio inusitado.

Na hora, Isaquias até ficou bravo e começou uma ‘saga’ junto à Confederação Brasileira de Canoagem em busca de conseguir uma nova, mas foi convencido no hotel por Fernando Pimenta, canoísta de Portugal e seu amigo pessoal, a não fazer isso. No fim das contas, o valor emocional pesou, e muito.

“Essa medalha tá na história. Ela é tão especial que tem a marquinha do meu filho já nela”, disse Isaquias em coletiva de imprensa após sua participação nas Olimpíadas. “Subiu comigo no pódio e tem a marca do Sebastian, que é um ‘pivete’ muito especial na minha vida”, adicionou, ressaltando a importância do filho em seu crescimento e trajetória no esporte.

O canoísta revelou também como foi o momento em que mudou de ideia e resolveu ficar com a medalha danificada. “Eu ia trocar, mas quando cheguei no hotel, um grande parceiro meu, o Fernando Pimenta, falou: ‘Cara, não troca. Isso aqui é especial, é a marca do seu filho, por que você vai trocar?’ Então, deixei quieto”, contou, citando a conversa com o português.

Agora, Isaquias quer garantir que não aconteça mais nada com o tão importante prêmio. “Só tão faltando as caixinhas para proteger de novo, que chega de tombo agora”, brincou.

Remo encara outra decisão

POR GERSON NOGUEIRA

Para se manter no G8 da Série C, o Remo precisa forçosamente de duas vitórias e um empate nos três jogos restantes desta fase. O adversário é o Confiança, em Aracaju (SE), na tarde deste sábado. Um desafio imenso porque o time da casa luta para escapar do rebaixamento.

Ao Remo resta seguir buscando vitórias, a fim de se garantir entre os oito que passam à próxima fase. Nos dois jogos anteriores como visitante, o time fracassou tecnicamente e errou na estratégia diante de Ferroviária e Figueirense.

Teve bons momentos, mas acabou derrotado em função da insegurança defensiva. A linha de zagueiros fica excessivamente exposta e possibilita aos adversários impor pressão desde os primeiros minutos.

Até mesmo em casa, diante de sua torcida, o Leão andou tropeçando nas próprias pernas e esteve perto de se complicar contra a Aparecidense, que explorou os defeitos óbvios do setor de marcação e quase chegou ao gol.

Com o time atuando agora no 4-3-3, parecia que o problema de proteção à zaga seria solucionado. Ledo engano. Contra o time goiano, no Mangueirão, o único jogador fixo na marcação era o estreante Bruno Silva, que não conseguiu acompanhar as investidas pela faixa central.

Para o confronto deste sábado, o Remo terá desfalques – Ribamar, Marco Antônio – e é provável que o técnico Rodrigo Santana faça novamente mudanças nos três setores. Pavani e Jaderson seguem ao lado de Bruno na linha intermediária, mas Pedro Vítor pode ser a novidade na frente.

É o jogador com maior capacidade de impor velocidade entre os atacantes, com o mérito de saber usar o drible como arma para abrir as defesas adversárias. Ytalo e Rodrigo Alves devem ser os outros atacantes. Independentemente do time escalado, o Remo precisa jogar com frieza e objetividade para alcançar o resultado que lhe interessa. (Foto: Samara Miranda/Ascom Remo)

Papão não resiste ao líder Santos

Falhas graves no setor defensivo estão na origem da derrota do PSC frente ao Santos, nesta sexta-feira à noite, no Mangueirão. O placar de 3 a 0 começou a ser construído no fim do primeiro tempo, quando a linha de zaga ficou olhando Guilherme subir para escorar o cruzamento de Rodrigo Ferreira e fazer o gol de abertura. Jogada básica e previsível.

Líder do Brasileiro da Série B, o Santos jogou sem pressa, trocando passes no meio-de-campo e esticando bolas para Otero e Guilherme. Não deu muito certo nos primeiros movimentos porque o PSC marcava bem e não permitia espaços pelos lados.

Logo de cara, João Vieira arriscou de fora da área e quase enganou o goleiro Brazão. Cazares também tentou de longe e quase fez um gol olímpico, mas a bola caprichosamente bateu no travessão.

O primeiro lance ofensivo do Peixe só veio aos 19 minutos. Serginho tocou para Pituca, que chutou colocado para boa defesa de Diogo Silva. Minutos depois, Esli García invadiu a área e bateu com perigo.

Aos 38 minutos, num descuido da marcação e erro de posicionamento da zaga, Rodrigo Ferreira avançou pela direita e cruzou na área. Livre, Guilherme se antecipou aos zagueiros e testou para as redes.

Em desvantagem, o PSC colocou Netinho e Robinho no meio-campo, mas não conseguiu criar jogadas que incomodassem o visitante. Pelo contrário, o Santos continuava postado em seu campo, saindo apenas em contragolpes. Aos 22 minutos, Hayner lançou Serginho, que ajeitou para Furch arrematar ao lado da meta de Diogo Silva.

Mas, no lance seguinte, Netinho foi expulso após interferência do VAR. Tocou com o braço no rosto de Guilherme e pegou inicialmente um cartão amarelo. Após revisão, o árbitro aplicou o vermelho.

De repente, em jogada aérea, o PSC quase empatou. A zaga deu rebote e Robinho cabeceou rente ao travessão, mas Jair salvou de cabeça. Foi o último bom momento bicolor na partida.

Agressivo pelos lados, principalmente pela direita, o Santos encontrou novamente facilidades e ampliou a vantagem. Weslley Patati foi lançado por Guilherme, gingou e tocou na saída de Diogo Silva, aos 45’. Nos acréscimos, cobrando falta, Guilherme fechou o placar em 3 a 0.

Bola na Torre

Guilherme Guerreiro comanda o programa, a partir das 22h, na RBATV. Participações de Giuseppe Tommaso e deste escriba de Baião. Em pauta, os jogos de PSC e Remo nas séries B e C. A edição é de Lourdes Cezar.

Brilho de ouro na praia, esperança no futebol

Ana Patrícia e Duda foram brilhantes, diante da dupla canadense Paredes-Brandie, conquistando merecidamente a medalha de ouro no vôlei de praia. As brasileiras fizeram uma campanha irretocável e fizeram valer o histórico de vitórias nos mais recentes torneios da modalidade. A vitória por 2 sets a 1 foi emocionante e duríssima.

O esforço e a categoria da dupla prevaleceram para alegria dos brasileiros que estavam na Arena da Torre Eiffel e em todo o país. O vôlei de praia salvou a campanha da modalidade em Paris. O time masculino de quadra voltou de mãos abanando e a equipe feminina foi alijada da disputa pelo ouro – disputa o bronze neste sábado.

Para o penúltimo dia de competições nas Olimpíadas, a esperança de ouro está com a surpreendente seleção feminina de futebol, que desafia o poderio norte-americano. Como não era favorito contra França e Espanha, o Brasil segue como azarão. Deu certo antes, vai dar hoje também. Com ou sem Marta na escalação inicial.  

(Coluna publicada na edição do Bola deste sábado/domingo, 10/11)