Rock na madrugada – Legião Urbana, “O Teatro dos Vampiros”

“Este é o nosso mundo, o que é demais nunca é o bastante e a primeira vez é sempre a última chance/ Ninguém vê onde chegamos/ os assassinos estão livres, nós não estamos”.

Vamos sair mas não temos mais dinheiro/ Os meus amigos todos estão procurando emprego/
Voltamos a viver como dez anos atrás/ E a cada hora que passa envelhecemos dez semanas
“.

Um dos grandes hinos do Legião, com mensagem atemporal sobre o dilema de ser jovem. Uma letra extensa para uma canção sem refrão, como era característica de Renato Russo. A interpretação é segura e sólida, com as guitarras dele e de Dado Villa-Lobos pontuando o vozeirão de cantor. Música do disco Legião Urbana V, de 1991, todo repleto de hits que estão na boca dos fãs até hoje.

O fracasso da geração Tik Tok

POR GERSON NOGUEIRA

Bicampeão olímpico, o Brasil foi eliminado da briga por uma vaga nos Jogos de Paris ao ser derrotado pela Argentina, por 1 a 0. O gol de Luciano Gondou foi marcado nos minutos finais, depois que os brasileiros mantiveram um comportamento de pouca agressividade no ataque. Uma sentença dura, mas justa, para o comportamento errático da geração Tik Tok, com alguns jovens atletas alçados à fama e ao estrelato. 

O fracasso da atual geração olímpica vem se somar a outras decepções que o futebol vem enfileirando desde a pífia campanha na Copa do Mundo de 2022 no Qatar, encerrada com derrota para a Croácia nas quartas de final. Basta puxar a estatística recente para constatar o descalabro.

O time sub-17 foi excluído do Mundial pelos argentinos nas quartas de final. O sub-20 caiu na Copa do Mundo ao perder para Israel nas quartas de final também. E ontem novo tropeço, que impede o Brasil de buscar o tricampeonato olímpico em Paris-2024.

Sem esquecer que a Seleção Brasileira patina nas Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa de 2026, ocupando uma vexatória e inédita sexta colocação, atrás de times historicamente inferiores.

As atuações na Venezuela foram sempre caóticas, mesmo com jogadores que atravessam excelente fase, como Endrick (Palmeiras/Real Madrid) e John Kennedy (Fluminense). O plano de jogo priorizou o empate, que nem era um resultado totalmente seguro.

Depois de um primeiro tempo apático, sem jogadas para Endrick na frente, o time parecia acomodado e satisfeito. O melhor momento foi quando John Kennedy entrou, criando de cara três situações perigosas, resultando na única chance de gol, com Gabriel Pec.

Durou pouco esse entusiasmo ofensivo. Quando Endrick saiu, aos 28 minutos, o time caiu na mesmice de novo. O atacante não estava muito bem, mas é sempre um jogador com recursos para criar um lance de qualidade. Além disso, prendia a zaga argentina.

Aos 32’, em cruzamento alto, com o goleiro e os zagueiros assistindo a bola passar, o centroavante Gondou subiu livre para cabecear e marcar. Brasil eliminado. Resultado justo diante da fraca exibição da equipe. Desde Atenas-2004, o futebol brasileiro não ficava fora de uma Olimpíada.

A má campanha inibe até as críticas ao desmembramento da rodada final, com o jogo Venezuela x Paraguai remanejado para depois do confronto Brasil x Argentina. Em qualquer torneiozinho mequetrefe, uma rodada decisiva exige partidas no mesmo horário.

É claro que isso retrata também o estado geral de coisas na CBF, que aceitou frouxamente um regulamento – aprovado unanimemente por todos os 10 países participantes – que permitia essa exceção.

Mais do que lamentar a derrota e a eliminação para os argentinos, é hora de prantear e reavaliar nosso futebol, repleto de falsos ídolos reféns dos embalos noturnos e da caça aos likes nas redes sociais.

Campeonato está sob amplo domínio bicolor

Com 13 pontos conquistados em cinco rodadas, o PSC é o líder isolado e invicto do Campeonato Paraense. Uma campanha irrepreensível. Derrotou Santa Rosa, Caeté, Águia e Bragantino e só deixou escapar pontos no empate contra o Remo.

É preciso observar que estamos na primeira fase da competição. A parte eliminatória virá após as três próximas rodadas. O PSC já está matematicamente classificado para os confrontos em mata-mata, e alcançou isso sem maiores dificuldades.

Até para evitar interpretações apressadas, é claro que não há qualquer garantia de que a equipe de Hélio dos Anjos vai conseguir manter essa campanha tão exitosa. No ano passado, por exemplo, o Remo de Marcelo Cabo chegou a ficar 11 partidas invictas dentro do Estadual, mas perdeu o título para o Águia dentro do estádio Baenão.

O importante é reconhecer que, depois de cinco rodadas, há um time claramente em situação de superioridade na competição, apesar de ter realizado três dos jogos em campos do interior, com as condições precárias que todos conhecem.

Um outro aspecto que deve ser ressaltado é que Hélio dos Anjos teve que encaixar no elenco 20 jogadores recém-contratados e extrair do grupo uma equipe competitiva, que vem funcionando bem na disputa até agora.

Acertou na formação do meio-de-campo, setor de maior complexidade em qualquer time, mesmo sem contar ainda com um especialista na armação de jogadas. Tem utilizado Val Soares, Leandro Vilela, Netinho e Biel, com características mais de marcação do que criação.

O arranjo se mostrou eficiente até mesmo no Re-Pa, jogo teoricamente de maior dificuldade. No primeiro tempo, o Papão foi absoluto e esteve perto de conquistar a vitória. Para o ataque, apostou na perícia do velho ídolo Nicolas, que tem se mostrado à altura das exigências do Parazão.

É óbvio que o nível técnico da competição tem contribuído para que o Papão imponha a vantagem de quatro pontos sobre o segundo colocado – Tuna, com 9 pontos. Os clubes emergentes não têm mostrado capacidade competitiva para repetir o feito do Águia em 2023. Aliás, o próprio Azulão de Marabá está abaixo do esperado.

Direto do blog campeão

“Esse cidadão histriônico só se mantém em evidência no caótico e decadente futebol tupiniquim. Imagens mostram o comportamento inadequado dele à beira do gramado, partindo pra cima dos auxiliares de arbitragem toda vez que o árbitro toma uma decisão que não o agrada. Não é o único. Sou da opinião que tais comportamentos sejam punidos com cartão vermelho direto”.

Miguel Silva – batistamiguel36@gmail.com

(Coluna publicada na edição do Bola desta segunda-feira, 12)