Acesso, uma ambição cara

POR GERSON NOGUEIRA

A movimentação da dupla Re-Pa tem sido tão forte no mercado que nem evidencia uma diferença expressiva quanto aos objetivos para 2024. Os dois estão em competições distintas, e em tese deveria haver uma diferença nos esforços. Não há. Mesmo na Série C, o Remo atirou-se às contratações como se estivesse se preparando para a Série B. Quem está na Segunda Divisão é o PSC, que também se empenha para ter jogadores de bom nível.

Logo depois que o acesso foi assegurado, o presidente Maurício Ettinger fez uma afirmação que surpreendeu até torcedores mais apaixonados. Para ele, ao contrário do que normalmente ocorre com os clubes que chegam à Série B, o Papão não vai entrar na competição apenas para bater ponto e lutar para não cair. A meta é conseguir o acesso à Série A.

O Remo decidiu eleger a ousadia como arma para formar um elenco forte e suficientemente capaz de garantir o acesso à Segunda Divisão. É exatamente nesse aspecto que os dois velhos rivais se unem em torno do mesmo objetivo, embora em prateleiras diferentes.

A primeira grande contratação coube ao Leão, que anunciou o vice-artilheiro da Segunda Divisão deste ano, o experiente Ytalo, autor de 13 gols na campanha do Sampaio Corrêa. O centroavante foi o primeiro de uma lista de 11 jogadores (até sexta-feira), todos de nível de Série B, critério adotado pela diretoria para efetivar contratações.

Nos dias seguintes, o Remo acertou com Camilo (foto), meia-armador com passagens por vários clubes da Série A e até pela Seleção Brasileira, em 2017. O lateral Vidal e os volantes Daniel e Renato Alves se uniram ao bloco de novatos, assim como os zagueiros Reniê, Ligger e Ícaro. Pavani, Leo Lang e Raimar foram os últimos nomes confirmados.  

Por seu turno, o PSC começou de forma mais cadenciada, ritmo que até inquietou a torcida. Aos poucos, porém, o clube fechou com seis jogadores carimbados com o selo do futebol internacional – Lucas Maia, Gefferson, Leandro, Carlão, Gabriel Bispo e Val Soares.

Outros quatro contratados são o lateral Bryan Borges, o volante Netinho, o goleiro Diogo Silva e o atacante Hyuri. Outros oito jogadores ainda serão anunciados nos próximos dias, completando 18 reforços.

Com uma receita estimada em mais de R$ 70 milhões para a próxima temporada, o PSC tem mais recursos para se reforçar, mas sofre com a dura concorrência com pelo menos 10 grandes clubes classificados para a Série B.

Com orçamento em torno de R$ 25 milhões, o Leão tem em tese menos competidores diretos no aquecido mercado de atletas, mas está indo às compras com volúpia semelhante aos times da Segunda Divisão.

No ano passado, a política de contratações dos dois clubes foi desastrosa, mais cara do que o normal. Os erros começaram no final de 2022, quando se lançaram em busca de novos jogadores. O PSC somou 50 aquisições e o Remo ficou em 27.

Apesar dos equívocos, o PSC conquistou o acesso. O Remo ficou pelo caminho. A ideia para 2024 é que os erros sejam minimizados para que ambos atinjam plenamente os objetivos anunciados. (Foto: Samara Miranda/Ascom Remo)

Bola na Torre

Guilherme Guerreiro comanda o programa, a partir das 22h, na RBATV. Giuseppe Tommaso e este escriba de Baião integram a bancada. Em pauta, preparativos e reforços da dupla Re-Pa para 2024 e movimentação dos demais clubes para a disputa do Parazão. A edição é de Lino Machado.

Águia Guerreira inova e agrada com novo uniforme

A Tuna fecha a temporada com uma novidade que agradou a todos – sim, a Lusa é um clube que tem o afeto de todas as torcidas. Lançou uma camisa especial para utilizar na temporada de 2024 com um visual diferente das cores tradicionais.

Um vermelho intenso domina o manto tunante, em homenagem às ricas heranças culturais da agremiação. O modelo faz uma ponte entre as origens portuguesas e paraenses, com harmonia e impacto visual.

A faixa na diagonal é branca e a estrela azul, sendo que a camisa ostenta um selo que remete ao Pará, homenageando a Catedral Metropolitana como símbolo das culturas que constituem a história da Tuna. A pré-venda começou na terça-feira, 12, e seguem por dez dias.

Ficou bonito.

Flu precisa ter cuidados especiais com o ataque egípcio

Na partida de amanhã contra o Al Ahly, time egípcio classificado para a semifinal do Mundial de Clubes, Fernando Diniz deve ter atenção especial com os homens de ataque do adversário. Contra o Al-Ittihad, na sexta-feira, mostraram que a rapidez na troca de passes é uma de suas armas. E funcionou bem contra o time de Benzema.

A ala esquerda é consistente e investe sobre a área do começo ao fim. É o setor que inspira mais preocupação. De qualquer maneira, o Fluminense tem um conjunto mais afinado e um repertório mais amplo. Sabe atrair o adversário para seu campo e sair rápido para explorar os espaços abertos, como fez com Inter e Boca na Libertadores.

Só não pode subestimar a tradição firmada nas últimas edições do Mundial, quando clubes brasileiros caíram na semifinal. Foi assim com Inter, Atlético-MG, Palmeiras e Flamengo. Cautela é fundamental. 

(Coluna publicada na edição do Bola deste domingo, 17)

A frase do dia

“Aprovação da reforma tributária é um tremendo avanço, indicação de Flávio Dino para o STF também, e até as derrotas nos vetos de Lula fazem parte do script do relacionamento entre poderes na democracia. Mas o que estão tentando fazer com o orçamento/24 e a LDO ultrapassa todos os limites e é uma tentativa de tirar o poder básico do Executivo de… governar. É o que se faz quando o Centrão força o governo a engolir 50 bi em emendas impositivas — recursos que iriam para ações, obras e programas do Executivo. Com muita propriedade, o deputado Lindbergh Farias está chamando isso de parlamentarismo orçamentário. É uma espécie de golpe. Simples assim”.

Helena Chagas, jornalista

Morre Carlinhos Lyra, um dos gigantes da Bossa Nova

Foto colorida de Carlos Lyra segurando microfone em show - Metrópoles

O cantor e compositor Carlinhos Lyra morreu na madrugada deste sábado (16/12), no Rio de Janeiro, aos 90 anos. A esposa dele, Magda Botafogo, informou ao G1 que o músico estava internado desde quarta-feira (14/12) com um quadro de febre, no Hospital Unimed, na Barra da Tijuca.

De acordo com o site, Carlos teria contraído uma bactéria na unidade de saúde, detectada após exames. A causa da morte, no entanto, não foi confirmada. Ainda não há informações sobre enterro e velório.

Lyra deixa a filha, Kay Lyra, fruto do casamento com a atriz e modelo norte-americana Katherine Lee Riddell (de quem se divorciou em 2004), e a esposa, Magda Botafogo.

Carlos Lyra tem no repertório canções como Você e Eu, Coisa Mais Linda, Influência do Jazz, Maria Ninguém e outras. O artista foi revelado em 1956, quando Sylvia Telles gravou Menino.

O grande parceiro de Carlos Lyra foi Vinícius de Moraes, fazendo parte do que o artista chamava de sua “Santíssima Trindade”. Ao lado de outros grandes músicos, como Tom Jobim, eles lideraram o movimento da Bossa Nova e marcaram a música mundial.

Sua primeira composição foi Quando Chegares, em 1954. Desde então, suas músicas foram gravadas por João Gilberto, Nara Leão, Sylvia Telles, Astrud Gilberto, Elis Regina, Billy Eckstine, Brigitte Bardot e outros.

“Carlinhos é o maior melodista da bossa nova”.

Tom Jobim

Rock na madrugada – The Doors, “Love Her Madly”

Até percussão Jim Morrison tocou na gravação de “Love Her Madly”, além de arrasar nos vocais, como sempre. A canção (de 1971) é uma das mais dançantes do repertório do Doors, grupo fundado em 1965, na California. No baixo, Jerry Scheff. Na bateria, John Densmore. No piano, Ray Manzarek, um dos mais completos tecladistas de seu tempo. Na guitarra, Robby Krieger.

O nome é sempre um ponto que desperta curiosidade sobre a banda, mas a explicação é simples. Morrison teve a ideia a partir do livro de Aldous Huxley, The Doors of Perception (As portas da percepção). O grupo acabou em função da morte do cantor em Paris, no dia 3 julho de 1971, vítima de overdose.