Lula diz que país pode ‘caminhar’ para a extinção da taxa de inscrição do Enem

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) visitou neste domingo (5) o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), em Brasília.O Inep é o órgão responsável pela organização das provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). A prova é aplicada no país inteiro para selecionar estudantes que terão vagas em universidades.

Lula visitou uma sala de situação do Inep, que monitora a realização do exame. O presidente estava acompanhado da primeira-dama, Janja da Silva, e dos ministros Paulo Pimenta (Comunicação Social) e Camilo Santana (Educação).

Após a visita, Lula e Santana concederam uma entrevista. O presidente voltou a afirmar que investimentos em educação e defendeu que o país encontre uma forma de tornar o Enem mais atrativo para os jovens.

Uma ideia citada por Lula foi a de isentar os candidatos do pagamento da taxa de inscrição. Neste ano, a taxa de inscrição custou R$ 85.

“Eu digo sempre que investir em educação não é gasto, é investimento. Acho que a gente vai caminhar para que as pessoas não precisem nem sequer pagar taxar do Enem. A gente vai ter que fazer uma combinação para que a gente torne mais atrativa a esses jovens se inscreverem para fazerem o seu Enem e poderem entrar na universidade”, disse Lula.

Atualmente, parte dos candidatos pode solicitar a participação gratuita do Enem. Segundo o Inep, é preciso se enquadrar nos seguintes perfis:

  • Estar matriculado na 3ª série do ensino médio (neste ano de 2023) em escola da rede pública declarada ao Censo Escolar;
  • Ter feito todo o ensino médio em escola pública ou como bolsista integral em escola privada;
  • Ser membro de família de baixa renda com registro no Cadastro Único para programas sociais do governo federal (CadÚnico).

Conforme o Inep, foram mais de 3,9 milhões de inscritos no Enem neste ano. Dos participantes, 63% (2.481.562) não precisaram pagar pela inscrição e 37% (1.452.430) tiveram de quitar a taxa.

Na entrevista, Lula foi questionado sobre a possibilidade de mudança na meta fiscal de 2024, mas o presidente não quis responder. O governo propôs ao Congresso meta de déficit zero nas contas, porém o próprio Lula já admitiu que “dificilmente” o resultado será alcançado. “[Sobre] Meta fiscal você me pergunta segunda feira. Hoje é dia de Enem”, argumentou aos repórteres.

Lula visita o Inep, em Brasília, no primeiro dia da prova do Enem de 2023 — Foto: Ricardo Stuckert/Secom/Divulgação

Lula visita o Inep, em Brasília, no primeiro dia da prova do Enem de 2023 — Foto: Ricardo Stuckert/Secom/Divulgação

O ministro da Educação, Camilo Santana afirmou na entrevistas que todos os problemas causados pelas chuvas em São Paulo foram sanados. “Nenhuma intercorrência. Os problemas que tínhamos de falta de eletrificação nas escolas foram sanados”, afirmou o ministro.

Logo depois, Lula reforçou que as chuvas no país não irão atrapalhar a aplicação do Enem e disse que conversou com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.

“Essa tranquilidade do anúncio do ministro Camilo é muito importante porque ontem nós estávamos um pouco preocupados com a informação de que por volta de 400 escolas não poderia ter o Enem por causa da chuva e da falta de energia em algumas escolas, eu conversei ontem de manhã com o ministro das Minas e Energias, que conversou com o companheiro Camilo, que conversou com a agência nacional, ele se comprometeram de que hoje todas as escolas estariam prontas para fazer o Enem ou estariam prontas com energia consertada ou aquela que não tivesse pronta teria gerador”, afirmou o presidente.

O presidente afirmou também que se algum candidato tiver problemas devido as chuvas, ele será beneficiado em outra prova. “Pode ser que em alguma cidade por conta da chuva, quem sabe no paraná ou em Santa Catarina tenha algum problema, mas se tiver problema esses meninos e meninas serão beneficiados na outra prova do Enem”, afirmou.

Neste domingo (5), os alunos inscritos no exame farão as provas de linguagens e ciências humanas, além da redação. Na semana que vem, serão feitas as provas de ciências da natureza e matemática. Os portões dos locais de prova abriram às 12h e foram fechados às 13h. Ao todo, quase 4 milhões de candidatos estão inscritos para o Enem.

(Transcrito de O Globo)

Não há Botafogo sem drama 

POR GERSON NOGUEIRA

O jogo mais emocionante do ano no Brasil infelizmente foi também o mais traumático para os botafoguenses. Foi uma verdadeira montanha russa de emoções. Depois de um primeiro tempo de altíssimo nível técnico, o time afundou no período final, capitulando em poucos minutos, reduzido a um bando desorganizado, sem rumo e sem juízo.

Quem viu o time cravar 3 a 0 nos primeiros 45 minutos, de maneira impecável, imaginou que a partida estava liquidada. Ocorre que o melhor do Botafogo foi mostrado naquela metade do confronto. Faltava o melhor do Palmeiras, que ocupou parte da outra metade.

Se Tiquinho Soares, Eduardo, Tchê Tchê, Junior Santos e Marçal comeram a bola e deixaram no ar a quase certeza de um título muito bem encaminhado, do outro lado Endrick, Rony e Weverton mostraram que definitivamente não há jogo perdido – principalmente quando se fala do aguerrido Palmeiras de Abel Ferreira.

Quanto ao Botafogo, a tradição de conquistas e glórias é generosa também em dramas, traumas e reveses. Lembrei disso tudo em meio à derrocada daqueles 20 minutos finais (contando com os 9 minutos que o árbitro concedeu), com direito a Adryelson injustamente expulso e a pênalti desperdiçado pelo ídolo Tiquinho.  

Os tempos lendários de Heleno de Freitas, Mané Garrincha, Manguinha, Paulo Valentim e Quarentinha também vieram à mente num filme imaginário, junto com figuras imortais como Carlito Rocha e João Saldanha, titulares da galeria de gigantes da saga botafoguenses.

Todos esses caras vivenciaram momentos fantásticos e outros tão brutos como aquele cruel fim de noite. Donde se conclui que o botafoguense é, acima de tudo, um forte. Tão forjado nas sofrências da bola que, instantes depois do tropeço épico, já se perfilava na ala dos otimistas, bradando que o sonho não acabou, ao contrário do que previu Lennon.

A verdade é que os três pontinhos que mantêm a esperança viva constituem nosso último alento, depois da fartura dos 15 pontos de vantagem que duraram até o começo do returno. A estreita diferença permite liderar até quando a linha da pontuação cruzar com o término da competição.

Antes, porém, há o Vasco no caminho. Um Almirante desesperado, à beira do despenhadeiro, diante da Estrela Solitária quase desacreditada, mas ainda brilhante. Será uma jornada épica nesta segunda-feira de incertezas. Que o Botafogo cumpra sua missão, nobre e altiva, de alegrar corações cansados que já não esperavam por tanta alegria e orgulho.   

Bola na Torre

Guilherme Guerreiro comanda o programa a partir das 22h, com participações de Giuseppe Tommaso e deste escriba de Baião. Em debate, a eleição do Clube do Remo e os planos do PSC para formação de um novo elenco. A edição é de Lourdes Cezar.

Volantes puxam a fila dos possíveis reforços do Papão

É cedo ainda e não há nenhuma sinalização oficial quanto a nomes para a montagem do novo elenco do PSC. A diretoria tem tempo suficiente para sair dos planos e iniciar a parte prática das contratações. A ideia inicial é a de buscar pelo menos 20 novos jogadores.

Além de goleiro, zagueiros, laterais, meias e atacantes, serão trazidos quatro volantes, segundo declarações recentes do vice-presidente Roger Aguillera. De fato, a Série B exige marcação forte e qualificada. O meio-campo, setor que não foi dos mais fortes na Série C, precisa ser turbinado.

João Vieira, volante de bons recursos, deve ser um dos poucos remanescentes, ao lado do meia-armador Robinho. Ambos serão peças alternativas no time da Série B, mas terão muito a fazer no Campeonato Estadual, a primeira competição oficial da temporada.

Na sexta-feira, foi confirmada a saída de dois jogadores do setor: Giovanni e Ronaldo Mendes. Ambos pediram para deixar o clube, atraídos por propostas de outros clubes. Seguem a rota de Lucas Paranhos, Artur e Alencar, que já tinham sido liberados anteriormente. 

Uma historinha sobre a paixão futebolística do Rei

Nos últimos dias, dediquei atenção às páginas derradeiras do monumental “Outra Vez”, livro biográfico de Roberto Carlos, escrito por Paulo Cesar de Araújo. Algumas revelações sobre o Rei são surpreendentes, capturadas na exaustiva pesquisa do professor, jornalista e historiador.

Descobre-se, por exemplo, que RC não se deixou abater pelo trágico acidente na linha do trem. Superou as dores da alma com muita alegria e estofo. Foi um moleque alegre, vivaz e namorador.

Seguiu assim pela adolescência e a juventude, dedicando-se como um mouro à empreitada de alcançar o sucesso no mundo da música. Levou muita porta pela cara, colecionou nãos e desculpas esfarrapadas, mas jamais pensou em desistir.

O livro é tão edificante quanto a exemplos que podia facilmente ser inserido na espaçosa prateleira da autoajuda. Daí a surpresa com a implicância de Roberto com a obra de Araújo, seu fã declarado.

Extraí da parte introdutória a curiosa evolução do amor de RC por clubes de futebol. Influenciado pelas narrações esportivas de jogos pelas emissoras do Rio de Janeiro, o menino de Cachoeiro de Itapemirim primeiro gostou do Flamengo antes de fazer 4 anos. Em seguida, virou botafoguense.

Aos 8 anos, assumiu a paixão definitiva pelo Vasco, que naquele tempo encantava o Rio de Janeiro e o Brasil com o Expresso da Vitória, de Ademir Queixada, Danilo, Ipojucan e Chico. Amor que dura até hoje. 

(Coluna publicada na edição do Bola deste domingo, 05)