O árbitro Gustavo Ervino Baurmann registrou na súmula (reprodução acima) da partida entre Paysandu e Volta Redonda, no domingo, ofensas de teor homofóbico feitas pelo técnico Hélio dos Anjos ao assistente Bruno Muller. Os xingamentos teriam ocorrido no final do jogo, na Curuzu. Em nota curta divulgada na tarde desta segunda-feira, 4, o clube alega que Hélio nega ter usado “palavras homofóbicas”.
A súmula é clara no detalhamento das ofensas proferidas pelo treinador. “Seu veadinho, vai tomar no c… seu veadinho, veado.. veadinho” teria dito Hélio, dirigindo-se ao assistente Bruno Muller, que trabalhava do lado do banco de reservas do PSC. Segundo informações de pessoas ligadas a Hélio, o técnico pretende processar o assistente Bruno Muller na justiça comum como forma de desmentir os termos expostos na súmula.
Hélio foi expulso na reta final da partida, levando cartão vermelho depois de ter recebido o amarelo pela virulência das reclamações. Na súmula, Gustavo Baurmann relata os xingamentos do treinador e afirma que o mesmo teria dito que a arbitragem teria “roubado” o Paysandu.
POLÊMICA
Hélio tem um histórico de polêmica quanto à homofobia. Em 2009, quando treinava o Goiás, ele reagiu a críticas ao seu trabalho com uma declaração explosiva: “Ficam pedindo um jogador expoente. Aí quando vem, começam a criticar. O Fernando sei lá o quê, que o grupo está com ciúme. Homem com ciúme é v… Não trabalho com homossexual, trabalho com homem”, disse Hélio na ocasião. Depois da repercussão negativa, ele procurou se desculpar, afirmando que havia se expressado mal.
Para o diretor da Associação dos Engenheiros da Petrobras (AEPET), Fernando Siqueira, a manutenção da alta taxa de juros pelo Banco Central do Brasil está inserida no projeto geopolítico dos Estados Unidos de evitar uma potência concorrente no continente americano. A afirmação foi feita em audiência pública sobre a taxa de juros na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados.
Durante sua fala, Siqueira fez uma cronologia histórica a partir da Rodada Uruguai, que durou de 1986 a 1994 e resultou na criação de uma Organização Mundial do Comércio que priorizou os interesses de Washington. Não por acaso, Fernando Collor teria sido escolhido para implementar as diretrizes do Consenso de Washington no Brasil, depois de derrotar Lula nas primeiras eleições presidenciais pós ditadura militar, em 1989.
Collor elegeu-se prometendo abrir o mercado brasileiro a produtos estrangeiros. Ele se referia aos automóveis produzidos no Brasil então como “carroças”. Collor acabou com a reserva de mercado na informática, que foi criada com o intuito de desenvolver tecnologia nacional no setor.
Em outra concessão aos Estados Unidos, Collor participou pessoalmente da cerimônia de fechamento de um poço supostamente construído para fazer testes nucleares na serra do Cachimbo, no Pará.
Com a queda de Collor, sempre de acordo com Siqueira, foi no governo de Fernando Henrique Cardoso que os Estados Unidos conseguiram emplacar todos os seus objetivos estratégicos para frear o competidor da América do Sul.
Assim que assumiu, FHC igualou as empresas estrangeiras às nacionais, permitindo assim que explorassem sem limites as riquezas minerais, inclusive com financiamento do BNDES; quebrou o monopólio da cabotagem, favorecendo o escoamento dos minérios; privatizou por R$ 3,3 bi a Companhia Vale do Rio Doce, que teria reservas minerais em seu portfólio de R$ 13 trilhões; privatizou a Telebras por R$ 13 bilhões, depois de ter colocado R$ 20 bi no saneamento da empresa; em consequência, foi privatizado o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da Telebras em Campinas, que em tese poderia ter criado um projeto nacional e autônomo de telefonia celular.
Siqueira lista ainda a quebra do monopólio do gás canalizado — que permitiu à Shell comprar a Comgás, maior distribuidora do Brasil —, o fim do monopólio da União sobre o petróleo e a retirada da Petrobras como operadora única como outros ataques à soberania nacional.
Para o diretor da AEPET, o fato de que a National Security Agency (NSA) dos Estados Unidos espionou diretamente a Petrobras e a presidenta Dilma Rousseff — conforme denúncia de Edward Snowden — demonstra que existe um mecanismo de longo prazo para atacar a soberania brasileira.
Depois que o golpe midiático-jurídico-parlamentar derrubou Dilma, em 2016, os governos Temer e Bolsonaro aprofundaram o desmonte da Petrobras em plena era do pré-sal e tornaram o Banco Central “independente”.
Juros altos servem à tarefa de enfraquecer o Estado brasileiro, sustenta Siqueira. Por isso a reticência do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em promover uma baixa significativa na maior taxa de juros do planeta. Investidores internacionais estão entre os que mais lucram ao receber os juros de títulos brasileiros.
Nem o Banco Central, nem o Ministério da Fazenda mandaram representantes à audiência realizada no Congresso.
Assinado por dez advogados de dois escritórios de advocacia, o mandado de segurança impetrado em defesa do repórter fotográfico Lula Marques é um verdadeiro libelo à democracia. E profundamente constrangedor ao ter como alvo a ação do presidente de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito justamente instalada para investigar atos antidemocráticos. Por decisão do deputado Arhur Maia (União-BA), presidente da CPMI dos Atos Golpistas, Lula, da Empresa Brasileira de Comunicação (EBC), está impedido de exercer a sua profissão no recinto da comissão. De acordo com o mandado, dirigido à presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber, a decisão de Arthur Maia é arbitrária e inconstitucional.
No dia 24 de agosto, Maia tomou a decisão de proibir o acesso de Lula depois que ele fez um flagrante da tela de celular do senador Jorge Seif (PL-SC). Na tela, havia uma conversa entre Seif e uma jornalista a respeito das acusações contra Jair Renan, filho do ex-presidente Bolsonaro.
Maia baseou-se na Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) para descredenciar Lula Marques e impediu o seu acesso à CPMI. Ocorre que a própria LGPD deixa claro, em seu artigo 4º, que a referida proteção de dados não se aplica ao exercício de atividade jornalística. Para os advogados, a medida foi “flagrantemente inconstitucional e ilegal”. E prossegue: “O ato coator – além de violar preceitos constitucionais que garantem o exercício da liberdade profissional, da liberdade de imprensa e, ainda mais importante, da liberdade de expressão – revela-se desproporcional e sem base legal”. A EBC não designou outro fotógrafo para o trabalho.
Arthur Maia alega que os parlamentares teriam seus trabalhos prejudicados caso precisassem prestar atenção para flagrantes da sua atividade. Ocorre, porém, dizem os advogados, que a foto foi feita em “local público”, ao qual, até o momento Lula Marques tinha acesso.
Assinam o mandato Antônio Almeida Castro, Bruno Fischgold, Roberta Cristina Queiroz, Larissa Benevides Gadelha Campos, Marcelo Turbay, Ana Pinto Coelho, Liliane Gabriel, Susana Mendonça, Álvaro Guilherme de Oliveira e Ananda França de Almeida.
Com 6.055 pagantes e renda líquida de R$ 68.390,10 no estádio da Curuzu, o jogo PSC x Volta Redonda teve um público inferior à da partida com o Pouso Alegre na fase de classificação – naquela ocasião, o público total foi de 10 mil pessoas. Novamente, o clube cumpriu determinação da Justiça Eleitoral e vendeu ingressos para mulheres, crianças e adolescentes. O público total foi de 7.478 (1.423 gratuidades).
Canção assinada pelo líder do Creedence, John Fogerty, no ano da graça de 1969. A letra é no melhor estilo rock estradeiro que fez a fama e o prestígio do CCR nos anos 60/70, narrando o caminho meio errante de um músico pobre que acaba retido na cidade californiana de Lodi, sem dinheiro para a passagem de volta para casa.
John é o único remanescente ativo do CCR. Quase oitentão, continua fazendo turnês e encantando plateias com seu rock de pegada country e espantosamente universal. Está ainda mais feliz nos palcos depois de reaver há três anos os direitos sobre suas próprias músicas, que havia perdido judicialmente nos anos 70 para um empresário inescrupuloso.
Apesar de não ser desastroso, o empate nunca é um bom resultado para o mandante no quadrangular final da Série C. Afinal, são três jogos em casa e tropeçar logo no primeiro representa um sério prejuízo – ainda mais quando há vencedor na outra partida do grupo. O destempero do técnico Hélio dos Anjos, expulso da partida, deu bem a medida da frustração dos bicolores com o empate diante do Volta Redonda.
Como esperado, a partida começou em alta velocidade e o PSC balançou as redes logo aos 6 minutos. Nicolas Careca pegou um rebote de jogada e acertou um foguete no canto direito da trave do Volta Redonda. Pena que não valeu porque a jogada já havia sido paralisada pelo árbitro, que apontou falta em Mário Sérgio na origem do lance.
Na cobrança da falta, Robinho quase marcou. A bola foi no canto e o goleiro Jean espalmou. Em seguida, em arrancada pelo meio, Mário Sérgio mandou um chute forte e quase surpreendeu Jean. O jogo ficou temporariamente preso à briga pela bola no meio-campo, mas, aos 23’, Vinícius Leite também ameaçou com um chute perigoso.
Aos 27’, gol do Voltaço. Um lançamento longo para o ataque deixou o centroavante Ítalo Carvalho no mano a mano com Wellington Carvalho. Ítalo avançou e, ao entrar na área, foi derrubado pelo zagueiro. O próprio atacante foi para a cobrança e abriu o placar.
Cinco minutos depois, com o incentivo da torcida na Curuzu, o PSC foi ao ataque e conseguiu igualar o marcador. Robinho cruzou da direita, à meia altura, alcançando o lateral esquerdo Kevin no segundo pau. Ele dividiu com um zagueiro e marcou o gol de empate.
Na busca pela virada, o PSC quase chegou ao gol quando Robinho cobrou falta na área com muito perigo. A zaga afastou para escanteio, mas a jogada não teve consequência, deixando a primeira etapa no 1 a 1.
O Voltaço iniciou o segundo período no ataque. Ítalo chegou a fazer o gol, mas o lance foi anulado por impedimento. O PSC demorou a impor pressão. Só aos 20 minutos, em cruzamento de Kevin, Mário Sérgio quase desempatou em cabeceio que passou muito perto.
Nicolas Careca disparou um tiro forte, mas a bola passou por cima da trave. O cerco se intensificou com Vinícius Leite, que limpou jogada pela esquerda e bateu em curva, mas a bola saiu pelo fundo. Antes do apito final, o lateral Edilson tentou um chute cruzado e a bola quase entrou.
Nervoso, o técnico Hélio dos Anjos foi expulso de campo após receber o cartão vermelho direto. Ele reclamou acintosamente com o auxiliar, xingou e foi denunciado ao árbitro. Um sinal de desequilíbrio partindo logo do comandante, que, ao longo da semana, falou várias vezes sobre a importância da inteligência emocional para garantir vitórias.
O empate não derivou da falta de esforço ou insistência dos bicolores, mas dos seguidos erros de finalização. Das 13 tentativas de chutes a gol, o PSC só acertou quatro vezes, incluindo o gol de Kevin. (Foto: Jorge Luís Totti/Ascom PSC)
Arbitragem erra muito e decide clássico carioca
É sempre ruim quando o árbitro é a figura mais comentada de um jogo. Quase sempre significa que os rumos da partida foram subvertidos. Foi assim com o clássico Botafogo x Flamengo, válido pelo Brasileiro, que terminou com a vitória rubro-negra por 2 a 1. O protagonismo de Raphael Claus (Fifa-SP) se evidenciou em quatro lances capitais da partida.
A arbitragem falhou no lance que originou o primeiro gol do Flamengo, ao não assinalar a participação de Bruno Henrique, impedido, no desfecho da jogada, pressionando Marlon Freitas a tocar na bola e marcar gol contra. Claus e seus auxiliares talvez não tenham notado o impedimento, mas o VAR existe para assinalar esse tipo de infração.
Depois, Claus não puniu a cotovelada de Bruno Henrique em Víctor Cuesta na disputa de lance aéreo. A TV mostrou e repetiu a imagem, o que significa que a cabine do VAR teve como avaliar a gravidade da falta.
Bruno Henrique seria o autor do segundo gol flamenguista, driblando o lateral JP e mandando um chute perfeito na gaveta esquerda do gol alvinegro. Um golaço, mas a jogada foi iniciada com uma falta escandalosa de Wesley sobre Tchê Tchê próximo ao meio-de-campo. Claus acompanhava de perto e interpretou como lance normal.
Por fim, em jogada no ataque do Botafogo a bola foi desviada pelo zagueiro Léo Pereira com a mão, quase uma cortada de vôlei. Lance faltoso dentro da área é pênalti, mas Claus ignorou e o VAR se omitiu.
Erros graves e decisivos não podem ser tolerados quando a tecnologia existe justamente para dirimir dúvidas e repor a verdade do jogo. O Botafogo foi novamente prejudicado por Claus em jogo contra o Flamengo. Será mera coincidência?
Direto do blog campeão
“Eu, como boa parte dos torcedores paraenses, não compartilho do entusiasmo com a vinda da Seleção Brasileira. Os fiascos nas 3 últimas Copas, os esquemas das convocações, as palhaçadas promovidas pelos ‘craques’ e outras pérolas contribuem para a indiferença. Por último, a posição do dirigente Antonio Carlos Nunes, servil a todos os presidentes da CBF e que nunca se levantou contra as injustiças ao futebol do Pará, contribui para o total desânimo com o jogo da Seleção. Ainda temos um treinador meia-boca, ingressos caros e um adversário que é velho saco de pancadas, a pior seleção da América do Sul. Pergunte para qualquer torcedor paraense se eles prefeririam que a dupla Re-Pa conquistasse o acesso ou a Seleção ganhasse o hexa e veja o resultado”.
Aldo Valente, pesquisador e torcedor-raiz
(Coluna publicada na edição do Bola desta segunda-feira, 04)
Em partida marcada pelo equilíbrio, o PSC empatou com o Volta Redonda em 1 a 1 neste domingo, na Curuzu, abrindo o quadrangular final da Série C. O gol inicial coube à equipe do Rio de Janeiro através de pênalti sofrido e cobrado por Ítalo. Minutos depois, ainda no primeiro tempo, o lateral esquerdo Kevyn empatou para o PSC. Na segunda etapa, os times voltaram mais cautelosos, embora o Papão tenha criado mais oportunidades. Falhou, porém, nas finalizações. O técnico Hélio dos Anjos foi expulso por reclamações contra o árbitro.
Os bicolores reclamaram bastante de um gol de Nicolas Careca anulado pela arbitragem quando a partida ainda estava empatada em 0 a 0. Ocorre que o árbitro apitou falta sobre Mário Sérgio antes da finalização de Careca.
Em certo ponto dos anos 2010, tudo que Iggy Azalea tocava virava ouro, e por um bom motivo: sim, foram parcerias com Charli XCX (“Fancy”), Rita Ora (“Black Widow”) e Ariana Grande (“Problem”) que solidificaram o lugar da rapper no Olimpo do pop de sua era, mas não só os hits solos existem – “Work” e “Bounce”, principalmente -, como o conjunto da obra posiciona Iggy como artista importante para entender toda uma fase da música mainstream anglofônica. Além, é claro, de ser especial para toda uma geração.
É especialmente frustrante, portanto, ver esse repertório desperdiçado no The Town, em um show rápido, raso e artificial em todos os sentidos imagináveis. O playback estava lá (ou, ao menos, uma backing track bem graúda que fazia o microfone da rapper se tornar irrelevante) quando Iggy subiu ao Palco Skyline no fim da tarde do sábado (2), conforme a chuva apertava no Autódromo de Interlagos – mas, sinceramente? O playback era o de menos.
Incomodou muito mais, por exemplo, a estrutura pífia do show, resumida a um grupo reduzido de dançarinas e gráficos de PlayStation 1 exibidos no telão, aproximando-se de uma estética oitentista, new wave (pense em neon rosa, carros cromados, imagens em negativo, sombras de palmeiras no horizonte) da forma mais básica possível. A impressão dominante é que Iggy foi escalada para o The Town por engano, sem ter noção do tamanho da tarefa.
Também incomodou muito mais o esforço mínimo da rapper na hora de representar suas músicas no palco. Quando ensaiava passos de vogue, especialmente em canções mais recentes do seu repertório, inspiradas pelo techno, Iggy se limitava a uma alusão fraca da cultura do ballroom, uma imitação pálida (em mais de um sentido) da arte que a inspirou. Não foi diferente quando, em “Goddess”, ela tentou emular a pose de feminismo altivo que Beyoncé exemplifica tão bem no cenário pop.
Com a Iggy que veio à São Paulo, tudo é assim: um simulacro decepcionante de referências, culturas, ideias e – porque não – hits que já foram melhores, ao menos na nossa memória afetiva. Um banho de água fria muito pior do que aquele que a natureza resolveu dar ao público do The Town.
Pearl Jam em apresentação impecável – como sempre – no programa “Late Show”, de David Letterman, um fã declarado da banda de Seattle, remanescente do movimento grunge. O show ocorreu no dia 4 de maio de 2006, no Ed Sullivan Theater, em Nova York. Unemployable é um celebrado B-side do famoso “disco do abacate”. Tocar ao vivo é uma especialidade do PJ, seja em teatros, estádios ou programas de televisão.
Na edição passada da Série C, o PSC fez uma campanha brilhante na fase de classificação e terminou com a pontuação máxima, ao lado do Mirassol. Quando entrou no quadrangular, o time caiu drasticamente e terminou como lanterna de seu grupo. A decepção calou fundo nos corações bicolores. Com uma trajetória menos vistosa neste ano, o time entra na fase de grupos cercado de uma forte dose de confiança.
A direção técnica talvez explique o otimismo do torcedor. Hélio dos Anjos, de estilo marcante e ruidoso, operou quase um milagre ao assumir a equipe. O Papão mudou por completo. Deixou as últimas posições e iniciou uma arrancada que culminou com a classificação antecipada.
Hélio, é bom dizer, voltou ao PSC anunciando que chegava para conquistar o acesso. Bravata ou não, o certo é que a promessa tem sido cumprida à risca até aqui. O time só fez crescer desde a primeira vitória sob seu comando, sobre o Amazonas, em Manaus.
Além da firme disposição em acumular pontos, a equipe passou a mostrar qualidades que não eram notadas sob a direção de Marquinhos Santos, o ex-treinador. Jogadores que rendiam pouco passaram a protagonistas, como o meia Robinho, que virou figura fundamental com Hélio.
Com força e intensidade, virtudes que o técnico apontava como necessárias para reerguer o time, o Papão se consolidou como um postulante real ao acesso. Antes, era respeitado pela história e pelo alto investimento, mas não pelo rendimento em campo.
Diante do Volta Redonda, hoje à tarde, na Curuzu, novamente jogando para uma torcida especial – mulheres, crianças e adolescentes – a expectativa é muito alta. Pela objetividade demonstrada pelo time, capaz de vencer até jogos complicados em casa, espera-se um espetáculo pleno de vibração e conexão entre time e torcida.
Cenário perfeito para uma arrancada vitoriosa rumo ao sonhado acesso.
(Foto: Jorge Luís Totti/Ascom PSC)
Bola na Torre
Giuseppe Tommaso apresenta o programa na RBATV, a partir das 22h, com participações de Valmir Rodrigues e deste escriba baionense. Em destaque, a estreia do Papão no quadrangular da Série C. A edição é de Lourdes Cezar.
Pesquisa inédita expõe a mancha do racismo no futebol
A iniciativa sobre diversidade, idealizada pelo Observatório da Discriminação Racial no Futebol, em parceria com CBF e Nike, divulgou na quinta-feira os resultados de uma pesquisa junto a 508 profissionais do futebol brasileiro sobre raça, religião, orientação sexual e origem. O documento, pioneiro em seu escopo, resulta de dados coletados entre julho e agosto, com atletas, técnicos e arbitragem das Séries A e B do Brasileiro masculino, além das Séries A1 e A2 do feminino na temporada de 2023.
Em um país de população majoritariamente (56%) negra, é assustador que 41% dos profissionais da bola tenham sofrido racismo no exercício de suas atividades. Os ataques oriundos de torcidas em estádios (53,9%) e redes sociais (31%) mostram a necessidade de campanhas educativas e mais rigor nas punições. Entre os entrevistados, 11,4% afirmaram ter sofrido discriminação racial em centros de treinamentos e concentrações.
A pesquisa destaca os desafios enfrentados pela comunidade LGBTQIAP+ no futebol. Apenas 1% dos homens entrevistados se declaram homossexuais ou bissexuais, contrastando com as estimativas nacionais e internacionais que sugerem representação de 8,5% na população.
Do total de entrevistados, 28% são mulheres. Desse número, 57% são atletas e 35% ocupam cargos no futebol feminino. Apenas 8% delas atuam no masculino. Em contrapartida, 18% dos homens trabalham nas divisões do Brasileiro Feminino. Quase metade – exatamente 45% – dos que atuam nas Séries A1 e A2 do campeonato feminino são homens. Este recorte evidencia a urgência de esforços para qualificar e incentivar a abertura de espaço para mulheres em cargos de liderança e direção.
Copa do Brasil sub-20 é laboratório para Kanu
Vinícius Kanu, 20 anos, é a maior revelação de atacante centralizado que a base do Remo produziu nos últimos anos. Chegou a ser aproveitado no time principal, no Campeonato Estadual deste ano, ainda sob o comando do técnico Marcelo Cabo. Atuou cinco vezes na competição e marcou três gols. No Brasileiro da Série C entrou apenas três vezes, com o jogo em andamento, não tendo tempo suficiente para fazer gol.
Foi descoberto pelos observadores do clube durante a Copa União, em 2021, defendendo o Apeuense. O Remo firmou um acordo e Kanu veio para o Evandro Almeida. Foi destaque na Copa São Paulo 2023 e depois foi apresentado ao profissional. Tem contrato até 2025.
Na despedida do Remo, contra o Altos, no Baenão, a vitória teve participação direta dele. Rápido, recuperou a bola e deu assistência primorosa para Gustavo Buchecha definir o lance do terceiro gol azulino.
De volta à base, para reforçar a equipe, Kanu tem sido fundamental na excelente campanha do Leãozinho na Copa do Brasil Sub-20. O Remo lidera a classificação e está a um passo de avançar à próxima fase.
Com três gols em dois jogos no torneio, Kanu mostra maturidade técnica e se consolida como o artilheiro que o Remo pode preparar para 2024. Tempo não falta para isso. Tudo passa a depender da boa vontade do comandante – que pode ser Ricardo Catalá novamente.
(Coluna publicada na edição do Bola deste domingo, 03)
Ao participar, neste sábado (02), na Expert XP 2023, em São Paulo, o governador Helder Barbalho informou que o Pará quer a participação efetiva do setor privado na recuperação de áreas de floresta degradadas. No encontro, considerado o maior festival de investimentos do mundo, o chefe do executivo estadual paraense avaliou que a medida ajudará a dar impulso a novos negócios socioambientais.
“Além da agenda de chamamento ao capital privado na área de infraestrutura, também queremos a mobilização do capital privado na agenda ambiental para que nós possamos alavancar novos negócios, na recuperação da floresta e no fortalecimento da bioeconomia”, explica Helder. A autoridade paraense salientou que há um planejamento previsto pelo Estado no restauro das áreas que foram alvo de atuação ilegal, como a grilagem.
“Estaremos colocando no mercado as primeiras concessões públicas de restauro de áreas que foram griladas no passado, que o Estado recuperou para sua propriedade, áreas de proteção ambiental, para que o privado possa fazer restauro e, com isso, fazer a comercialização do carbono captado naquela área. Estaremos lançando a concessão de restauro acerca de 20 mil hectares neste primeiro lote. Vamos lançar até o final desse ano quatro concessões de florestas públicas que passarão a ser geridas pelo ente privado, na ordem de 4,2 milhões de hectares”, detalhou.
Pauta ambiental na agenda brasileira – Helder defendeu uma agenda nacional que estabeleça como prioridade o meio ambiente para ganhar espaço no cenário global. “Eu desejo que o Brasil possa acreditar nessa agenda, compreendê-la e, a partir da floresta amazônica, nós possamos construir um novo mercado com bioeconomia. Lutarei para que, na reunião do G20, a bioeconomia seja um dos pilares de nova vocação para esta grande jornada de virada de chave”, anunciou.
O governador fez o chamamento durante a participação no painel “Novas lideranças políticas: o Brasil do futuro”, onde explanou sobre os desafios, oportunidades, modelo de gestão e as ações realizadas pelo Governo do Pará. O evento teve a presença dos governadores do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB); Piauí, Rafael Fonteles (PT); e São Paulo: Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Na oportunidade, ao ser questionado sobre o papel da máquina pública, Helder defendeu a austeridade fiscal com máquina pública enxuta, moderna e eficiente, priorizando a atuação nas áreas de regularização, fiscalização, infraestrutura, saúde, segurança e educação. O governador também ressaltou a importância da previsibilidade para o investidor com segurança jurídica e estabilidade institucional. Destaque da Expert XP, Helder fez ainda uma avaliação do cenário nacional, pontuando a necessidade de estabilidade institucional para o desenvolvimento do país e afirmou que a Amazônia deve ser objeto de convergência de todos os brasileiros.
“A floresta amazônica é o principal ativo que pode colocar o Brasil no protagonismo diplomático e no centro das discussões diplomáticas, buscando liderar a paz ambiental e fazer a floresta viva como valor de agregação e, em respeito a isso, que seja instituído o mercado de carbono para fortalecer a bioeconomia como nova vocação para o nosso país”, disse.
Outro ponto de questionamento foi acerca da reforma tributária, ao que Barbalho afirmou perceber que a pauta é prioritária no Governo Federal e que está na agenda do Congresso Nacional e da população. “A sociedade clama por redução do custo no Brasil. Acho fundamental que nós possamos avançar nestas reformas”, argumentou.
Sobre a Expert XP 2023 – A Expert XP 2023 é o maior festival de investimentos do mundo, que reúne diversos especialistas do mercado financeiro na atualidade e milhares de participantes do mundo inteiro para promover uma experiência rica em aprendizado e networking. Além do âmbito financeiro, o evento também aborda assuntos como negócios, inovação, disciplina, entre outros temas, trazendo personalidades do mundo inteiro, como Serena Williams, Malala Yousafzai, Hillary Clinton e Pep Guardiola. (Com informações da Agência Pará)