O gol de Mário Sérgio, cobrando pênalti aos 16 minutos da partida com o Amazonas, em Manaus, deu a vitória ao PSC e pode ter sido a porta para o acesso à Série B. Com os três pontos ganhos, o Papão alcançou 4 na pontuação e depende agora exclusivamente de seus resultados dentro de casa. Em caso de vitórias sobre o Botafogo-PB e o Amazonas, o time alcança os 10 pontos necessários para garantir a vaga.
Não foi sem drama a vitória na Arena da Amazônia. O PSC teve um bom começo de jogo e poderia, além do gol, ter ampliado a vantagem, tal a desorganização do setor defensivo do Amazonas. Só que o 2º período foi inteiramente diferente. O mandante melhorou ligeiramente e passou a buscar o empate a todo custo. Um pênalti (depois desmarcado) quase garantiu a igualdade.
Desde os primeiros movimentos, o PSC se mostrou mais tranquilo e aplicado na retenção da bola. Chegou a estabelecer 61% de posse, o que dá uma ideia do domínio que a equipe tinha no jogo. O gol nasceu de um chute forte de Vinícius Leite, de fora da área, que o goleiro Marcão rebateu para o lado. Edilson pegou o rebote e cruzou. A bola bateu no braço do lateral Raphael Soares. Pênalti.
Mário Sérgio bateu rasteiro, sem chances para o goleiro. A partir daí, o PSC ampliou suas ações a partir do meio-campo. Robinho, João Vieira e o estreante Alencar, com grande atuação, controlavam inteiramente a área central, contando com a ajuda de Ronaldo Mendes e Vinícius Leite.
Em ações pelos lados do ataque, o PSC chegava até a entrada da área e aí se perdia em passes errados e tentativas inconsistentes de aprofundar o lance. Um erro básico foi não arriscar chutes de média distância. A única tentativa foi quase ao final da etapa inicial em falta cobrada por Robinho.
O Amazonas voltou do intervalo pressionando em busca do empate, acuou o PSC e passou a insistir com cruzamentos altos. Aos 14 minutos, depois de perder boa chance, o lateral Raphael Soares cometeu falta dura e recebeu o segundo cartão amarelo.
Com um a menos, o Amazonas ficou exposto por alguns momentos, mas o PSC não partiu para cima, como se esperava. Fechado em seu campo, o time paraense tentava apenas se defender da pressão adversária, que se intensificou após os 35 minutos.
Aos 38 minutos, o Amazonas armou um cerco à área do Papão. Julio Rusch chegou às proximidades da área e arriscou um chute forte, que passou perto. Em seguida, o meia Rafael Tavares disparou da meia-lua e o goleiro Matheus Nogueira fez sua defesa mais difícil na partida.
Já nos acréscimos, o árbitro apontou pênalti sobre Rusch, que foi derrubado dentro da área. Caso quisesse, o juiz podia optar por outra falta ocorrida no mesmo lance, sobre Igor Bolt. A penalidade foi marcada, a bola colocada na marca fatal, mas o VAR revisou o lance por inacreditáveis oito minutos e apontou impedimento na origem da jogada.
O jogo teve acréscimos de 21 minutos, pois, além da parada provocada pelo VAR, houve o tumulto no banco de reservas do PSC, com agressão ao zagueiro Naylhor. Com a bola rolando, o Amazonas teve mais uma chance na área e Leandrinho perdeu grande oportunidade. Em seguida, foi expulso. (Fotos: João Normando)
Agressões na arena amazonense envergonham o futebol
O espetáculo dantesco da agressão ao zagueiro Naylhor e ao preparador Thomaz Lucena, do PSC, fechou de forma horrorosa a tarde de sábado no estádio Arena da Amazônia. Algo indigno da grandeza do futebol como manifestação popular.
As acusações, inclusive da súmula, apontam o presidente do Amazonas como o agressor de Naylhor e um segurança é acusado pelo soco que nocauteou Lucena. Os bicolores não esperavam o ataque, o que dá contornos de covardia às agressões.
Naylhor saiu com o nariz machucado e sangrando, enquanto o árbitro da partida tentava sem sucesso colocar paz num ambiente de conflagração criado pelos dirigentes do clube amazonense.
Depois do jogo, o tal presidente do Amazonas foi ao vestiário dos árbitros e tentou derrubar a porta a pontapés, gritando xingamentos e ameaças. Uma figura tão desqualificada deve ser banida do futebol e responsabilizada criminalmente pelos atos insanos de sábado.
Passagem da Seleção ainda repercute entre os torcedores
O Mangueirão todo iluminado, expondo suas belíssimas formas arquitetônicas, virou símbolo do orgulho da torcida paraense na passagem da Seleção Brasileira por Belém. Não foi um simples jogo de Eliminatórias da Copa do Mundo. Foi muito além disso.
Além do resgate da imagem da Seleção perante o público brasileiro, a acolhida do torcedor de Belém fez com que o Estado do Pará confirmasse aquilo que muitos já sabiam, mas nem sempre ressaltaram.
Aqui o futebol é rei. Paixão que alimenta uma população inteira. O fato indesmentível é que o paraense vive o tempo inteiro a paixão fervorosa por PSC e Remo. Belém, por força deste destino, respira futebol.
Os jogadores da Seleção Brasileira, o técnico Fernando Diniz e a imprensa destacada para cobrir a partida puderam testemunhar, em todo a sua magia e ardor, o afeto que os paraenses devotam a esse esporte mágico e apaixonante que é o futebol.
A presença de Neymar como símbolo das homenagens da torcida, representada por pessoas comuns à porta do hotel, é emblemática do novo momento vivido pela Seleção.
É como se a torcida afirmasse com seus gritos e aplausos que está começando uma nova era. E, de fato, está. Quem há de duvidar?
(Coluna publicada na edição do Bola desta segunda-feira, 11)
Com um gol de Mário Sérgio, cobrando pênalti, ainda no primeiro tempo, o PSC venceu o Amazonas na tarde deste sábado e deu um passo importante na luta pelo acesso. O jogo foi tecnicamente ruim, com poucas jogadas trabalhadas, mas com o Papão sempre superior. À certa altura da partida, o volume era tão favorável ao time bicolor que a posse de bola chegou a ser de 51%.
Na etapa final, o PSC se limitou a controlar as ações. Com as entradas de Juninho, Leandrinho e Jacy Maranhão esperava-se que o time tivesse fôlego para ir em busca do segundo gol. Para melhorar as coisas, o lateral Rafael Soares foi expulso e o Papão teve mais de 20 minutos a vantagem numérica em campo. Surpreendentemente, o time recuou e aceitou a pressão do Amazonas.
Aos 48 minutos, penalidade para o Amazonas, mas o VAR revisou o lance e apontou impedimento na origem da jogada. O pênalti foi anulado e o jogo seguiu com o triunfo do Papão. Ainda ocorreu um tumulto nos instantes finais após agressão de um dirigente amazonense ao zagueiro Naylhor.
Com a vitória, o Papão assume provisoriamente a liderança do Grupo C com 4 pontos. Nesta segunda-feira, jogam Volta Redonda e Botafogo-PB.
“As entidades médicas hoje são de extrema-direita. A principal revolta delas com os governos de esquerda é ver os médicos chegando aos pobres gratuitamente. Isso porque enxergam a profissão como sinônimo de dinheiro e status, não como salvadora de vidas humanas”.
Isolamento, falta de energia e incêndios criminosos atrapalham cultivo do Assentamento Irmã Dorothy, em Anapu
Por Julia Dolce/Edição: Thiago Domenici– Agência Pública
Lindoval na estrutura do que restou do incêndio de sua antiga farinheira
Pedaços quebrados de carvão forram a terra de Lindoval Ferreira da Costa, na zona rural de Anapu (PA), nutrindo seu solo e dividindo espaço com a cobertura vegetal de incontáveis espécies. Um desavisado poderia imaginar que sua origem tenha sido uma queimada natural, ou alguma estratégia de uso tradicional do fogo para fertilização da terra. Na verdade, o carvão é a lembrança da madrugada de 24 de fevereiro de 2021, quando Lindoval e sua esposa, Lea, foram acordados com o som de um tiro para o alto e perceberam que sua casa de farinha tinha sido incendiada.
“Ouvi o barulho do tiro e logo em seguida o som das labaredas. Eu quis correr pra ver o que tava acontecendo, mas ela não deixou”, lembra o agricultor, apontando para a esposa. “Ela disse que iam me matar se eu saísse de casa.” O casal permaneceu desperto durante toda a madrugada, escutando o barulho das chamas consumindo seu principal meio de subsistência, construído ao longo de anos de trabalho na terra.
Lindoval diz ser o primeiro morador do Lote 96, área da União destinada à reforma agrária e ocupada por famílias de agricultores sem-terra há pelo menos 12 anos. A área, de cerca de 4 mil campos de futebol, é disputada entre os agricultores e o espólio do fazendeiro Antônio Borges Peixoto (falecido em abril de 2022), tendo se tornado, nos últimos anos, o atual epicentro de conflito agrário de Anapu, num dos municípios recordistas em conflitos agrários. De acordo com o Mapa dos Conflitos, uma ferramenta da AgênciaPública em parceria com a Comissão Pastoral da Terra (CPT), Anapu registrou 177 conflitos entre 2009 e 2021.
O movimento campesino de Anapu denuncia a existência de um “consórcio da morte”, uma organização entre agronegócio e poder público por trás dos conflitos e assassinatos na região. A missionária Dorothy Stang viveu e foi uma das militantes pela reforma agrária assassinadas no município. Sua luta foi homenageada com o nome do projeto de assentamento que destinou o Lote 96, e seu vizinho, 97, à reforma agrária, em um processo administrativo iniciado em novembro de 2021.
Em 28 de junho de 2022, uma portaria do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) criou o Projeto de Assentamento Irmã Dorothy Stang, cumprindo decisão da Justiça Federal. Ela foi publicada pela Superintendência Regional do Incra no Oeste do Pará no Diário Oficial da União de 1º de julho de 2022. No entanto, após três dias, a superintendência enviou à presidência do órgão um pedido para tornar a portaria “sem efeito”, alegando “necessidade de qualificar melhor o processo administrativo”.
O trabalho de Dorothy deu forças para Lindoval continuar na terra. “Estamos aqui para honrar o nome de uma pessoa que deu sangue por nós. Tem dia que eu penso em ir embora, mas que covarde sou eu? Uma pessoa sofreu tanto para eu ter um pedacinho de terra e eu vou abandonar? Posso morrer, mas não abandono. Enquanto eu tô vivo tô nesse pedaço de terra aqui, porque eu gosto é da floresta”, afirma.
Entrada da casa de Lindoval com pôster de Dorothy Stang pendurado
A floresta plantada pelo próprio agricultor já encheu quase todo o lote de cerca de dez campos de futebol. Ele se mudou do Maranhão para a região do Xingu, no Pará, para buscar emprego na obra de construção da hidrelétrica de Belo Monte, em 2011, mas não conseguiu, porque é analfabeto. Ao procurar terra para plantar, diz ter sido informado por um servidor do próprio Incra de que poderia viver e produzir no Lote 96 e de que, em algum momento, seria assentado. Quando chegou à área, ela estava completamente tomada por pasto.
Sumaúma foi a primeira árvore plantada pelo agricultor no local
Tronco de cajá-manga no lote de Lindoval
“A gente plantou tudo. Meu sonho é matar o pasto todinho e plantar. Eu não como capim”, resume Lindoval. Ele percorreu a terra junto à reportagem, mostrando galhos carregados de laranja, dezenas de pés de cupuaçu e cacau, além de cajá, pupunha e limão.
Agrofloresta de Lindoval vista de cima
A primeira árvore que o agricultor plantou quando chegou ao local foi uma sumaúma, espécie amazônica presente na cosmologia de muitos povos indígenas, que tem como uma de suas principais características a retenção de água nas raízes de sustentação, que ficam fora da terra, as sapopemas. Acompanhando o crescimento da árvore, que pode atingir até 50 metros de altura, formou-se um brejo que antes não existia no local.
Em outra área do lote, ainda aberta, Lindoval cultiva um consórcio de roça de mandioca, açaí e cupuaçu. Sua principal renda vem das três sacas de farinha que ele produz semanalmente e vende na cidade. Com a ajuda das irmãs Jane Dwyer e Katy Webster, missionárias remanescentes da congregação de Dorothy, Irmãs de Notre Dame, e integrantes da CPT, Lindoval reconstruiu sua farinheira.
ISOLAMENTO, FALTA DE ENERGIA E INCÊNDIOS CRIMINOSOS
No entanto, o escoamento da produção de Lindoval e de todos os agricultores do Lote 96 é prejudicado pelas péssimas condições das estradas, que ficam completamente tomadas por água, lama e voçorocas, principalmente no inverno amazônico, época das chuvas, quando a Pública esteve no local. Lindoval chega a carregar nas costas os sacos de 60 kg nos momentos em que o transporte por moto se torna impossível.
As famílias do Lote 96 já se reuniram diversas vezes com a prefeitura de Anapu para pedir a melhoria das estradas, mas seguem sem respostas. Os agricultores ouvidos pela reportagem denunciam que a negligência faz parte de um projeto político para deixá-los ilhados, alimentando os interesses do agronegócio local. Os únicos carros que passam pelos ramais da vicinal da Transamazônica são os traçados 4×4. Mesmo assim, as condições de acesso ficam difíceis. Hoje, as famílias do Lote 96 têm dificuldades para acessar serviços públicos na zona urbana.
Gado da fazenda do finado Antônio Peixoto
Além dos ataques periódicos que os agricultores sofreram ao longo dos últimos dois anos – não apenas a casa de farinha de Lindoval foi incendiada, mas também casas de outras famílias e a Escola Municipal Paulo Anacleto, que fica dentro do Lote 96 –, o comprometimento do acesso aos direitos básicos também se torna uma arma no conflito agrário. Em novembro de 2022, por exemplo, relatos descrevem que o Lote 96 teve sua energia cortada após mobilização de fazendeiros da região junto à polícia e à Equatorial, empresa de energia.
Escola Rural Paulo Anacleto, incendiada em agosto de 2022
As ameaças de morte contra as lideranças do Lote 96 vêm sendo cobertas pela equipe da Pública desde 2021. Em junho de 2022, apurou com exclusividade informações sobre um dos dez pistoleiros que haviam invadido o lote em 11 de maio daquele ano. Armados, os homens se passaram por policiais e queimaram casas, fingindo executar uma suposta reintegração de posse, informação desmentida em despacho expedido pelo juiz Antônio Fernandes de Carvalho Vilar, da Vara Agrária de Altamira.
RESISTÊNCIA AGROFLORESTAL
Mesmo diante de constantes ameaças e episódios de violência, as demais famílias do Lote 96, como a de Lindoval, têm cultivado um verdadeiro oásis agroflorestal cercado pelo pasto. No dia 31 de março deste ano, os agricultores participaram
de uma feira da reforma agrária organizada pelo Incra e pela Secretaria Municipal de Agricultura, Pesca e Abastecimento, atualmente comandada por Romero Batista Medeiros, que, segundo as famílias do Lote 96, em oposição à atuação do restante da gestão municipal, defende a agricultura familiar na região.
Agricultores do Lote 96 na Feira da Reforma Agrária de Anapu
A participação das famílias do Lote 96 na feira foi auxiliada pela CPT e dependeu da caminhonete da Diocese de Xingu-Altamira, dirigida pelo motorista, agrônomo, extensionista rural e professor Dioclécio Lima Barbosa. Entre os participantes, estavam Lindoval e outras famílias entrevistadas pela Pública.
O casal de idosos Gilson e Lúcia, moradores do Lote 96, levaram parte de sua produção. Eles contam que passaram a vida à procura de terra para plantar e, desde que ocuparam a área de 50 campos de futebol, em 2016, plantam uma variedade tão grande que supre praticamente toda a sua alimentação.
“Tem coqueiros que dão cachos tão pesados que caem no chão, cacau, jaca, amarelão, pimenta-do-reino, cupuaçu, graviola, caju, manga, acerola, abacaxi, laranja, tanja, abacate, bacaba, babaçu, maracujá, amendoim, batata-doce, pimenta-ardósia, capim-santo, mamão, pequi, amora, limão que chega rachá os galhos de tanto que dá”, lista Lúcia. A maior produção do casal é de milho, mandioca e cacau, já com 1.200 pés.
Alguns dos alimentos plantados por Lúcia e Gilson, entre eles pimenta, algodão, limão, graviola
“Antes era só capim. Nas fazendas só tem gado. Antigamente a gente andava aqui e não via um pé de mamão, nada. Hoje a gente chega e vê um pássaro comendo mamão e fica até admirado. Não sei nem como os pássaros sobreviviam antes. Arara, as bichas vêm comer aqui, porque não acham os frutos em outro lugar”, conta Gilson.
Para o agricultor, um dos maiores desafios da produção é enfrentar, sem tratores e outros maquinários, a rebrota do capim do antigo pasto. Ele conta que, por esse motivo, ainda não conseguiu trabalhar com produção orgânica e acaba utilizando o agrotóxico Roundup. “Eu roço primeiro, aí vem o broto, aí dou uma batida no veneno, e o resto é na inxada”. Seu desejo, no entanto, é conseguir incentivos para não precisar mais usar o agrotóxico.
A demanda é compartilhada com as demais famílias. Lourival dos Santos Lima, baiano que se criou em Rondon do Pará, vive no Lote 96 desde o início da ocupação, em 2013. “Venho aos trancos e barrancos, pelejando.” Andando pelo terreno, ele e sua esposa, Maria da Conceição Virgínia, mostraram a produção de babaçu, goiaba, tanja, acerola, limão, cacau, maracujá, manga, laranja, açaí, bacuri, além de farinha, feijão e milho. Lourival quer investir mais na produção de cacau, que tem grande demanda nos municípios produtores de chocolate na região.
Maria da Conceição brinca com o neto Enzo em sua produção agroflorestal
“Mas, pra gente melhorar as coisas aqui, precisávamos de uma assistência. Eu dependo muito de desmatar capim, que não acaba fácil. Rocei semana passada e olha o tamanho que já tá”, mostra. A compra do maquinário necessário para enfrentar o pasto e aumentar a produção é prejudicada pela insegurança jurídica do Lote 96. “Falta o Incra vir e terminar de legalizar, pra gente ter alguma segurança, conseguir fazer um empréstimo. Com o documento, a gente consegue se movimentar, escrever projetos, arrumar a estrada para escoar a produção”, explica.
Por enquanto, os agricultores dependem do apoio da CPT. Uma das iniciativas que vêm sendo implementadas no Lote 96 é a construção de viveiros, onde são “clonadas” mudas de cacau, uma tecnologia de reprodução que permite o crescimento mais rápido dos pés. Uma das beneficiadas pelo projeto é a agricultora Vanessa Ferreira Vitorino, que também vive no Lote 96 há 12 anos. Ela mostrou a produção de abóbora, amora, coco, abacate, manga, milho e cacau clonado.
“A produção foi feita toda aqui. O Dioclécio trouxe a cabaça, nós tirou e ensacou. Aí deixa crescer e depois pega o galho de outro cacau produzindo pra fazer o enxerto. Aí a gente planta junto com o milho porque eles se ajudam. Já fiz muita pamonha daqui mesmo dessa terra”, explica a agricultora. Ela conta que a alimentação da sua família vem toda dessa produção. “Na rua, a gente vai mais pra comprar pasta de dente, ou um pacote de bolacha. Não precisa de quase nada. Quem planta colhe, né?”
Quando ela se mudou para o terreno que ocupa, seu filho mais velho, João Victor, era recém-nascido. Desde então, ela teve outra filha, Maria Júlia, que hoje tem 6 anos e estuda na Escola Paulo Anacleto, incendiada em agosto de 2022. “É muito triste, a gente sofre por eles, tão novos e já aprendendo essas coisas. Como as professoras vão ensinar numa área de risco?”, questiona. Após o corte da energia do Lote 96, a família de Vanessa foi uma das sete escolhidas para receber doação de painéis de energia solar. No entanto, a casa ainda não possui internet. Ela revela temer que novos ataques aconteçam e sua família não fique sabendo.
O conflito, porém, não tem intimidado os agricultores. O orgulho ao mostrar sua produção e o reflorestamento que já redesenha o horizonte do Lote 96 são a regra e atraem novos agricultores. José Reinaldo de Vasconcelos, conhecido como Zé do Brega, se mudou com toda a família para a região em 2022, ocupando um terreno de cerca de 30 campos de futebol. Ele construiu uma casa de madeira e já deu início a uma plantação de açaí, milho, mandioca e cacau.
Agricultor José Reinaldo de Vasconcelos começou a plantar há alguns meses em seu lote, até então tomado por pasto
A produção ainda em estágio inicial evidencia como a região era desmatada antes da presença dos pequenos agricultores. “Mas já tô melhorando aqui, pros nossos filhos e netos não sofrerem as consequências, e se Deus quiser vai ficar bom e ano que vem vou ter um bocado de coisa pra colher já”, conclui o agricultor. “Bichos, sombra, chuva, tudo vem com a floresta.”
A reportagem entrou em contato com a Prefeitura Municipal de Anapu para ouvir o outro lado sobre as denúncias de tentativa de isolar os agricultores por meio da negligência nas condições das estradas, mas não obteve resposta até a publicação.
A Pública entrou em contato também com a assessoria de imprensa do Incra para entender o andamento da criação do Projeto de Assentamento Irmã Dorothy Stang. O órgão informou que foram identificados erros de fluxo e de competência nos autos de criação, referentes ao Comitê de Decisão Regional (CDR), responsável por “autorizar o Superintendente Regional a encaminhar à Administração Central as propostas de decretação de interesse social para fins de reforma agrária”. O Incra informou que o CDR segue trabalhando para corrigir essas inconsistências, “a fim que o ato de criação possa ser convalidado”.
No entanto, o órgão ressalta que, mesmo com a decisão de ajustar o processo, não chegou a ser publicada outra portaria revogando aquela referente à criação do assentamento, e que, portanto, ela continuaria válida até o presente momento.
Clássico dos clássicos do AC/DC e do heavy metal. O clip acima é de uma apresentação ao vivo da banda australiana na Alemanha, no final dos anos 70. A banda ainda tinha o endiabrado Bon Scott nos vocais, com Angus Young (guitarra solo), Malcolm Young (guitarra base), Cliff Williams (baixo) e Phil Rudd (bateria). Scott, escocês de nascimento, morreria em 1980 de overdose, após sobreviver a um acidente de moto. Foi substituído por Brian Johnson. Malcom, outro dos fundadores do AC/DC, morreu em 2017.
Uma vitória tranquila, justa e previsível. Foi 5 a 1, mas podia ser mais. A atuação foi generosa com o torcedor, que lotou o Mangueirão e merecia gols pela vibração e euforia, do começo ao fim. Neymar fez dois, perdeu um pênalti, chutando mal, mas se redimiu com uma jogada de pura habilidade, enfileirando marcadores dentro da área boliviana – o goleiro Viscarra impediu o que seria um golaço do camisa 10.
A Seleção dominou por completo o primeiro tempo. Trocava passes sempre no campo de defesa boliviano, triangulava e investia pelas pontas. No início, duas boas tentativas de Raphinha e Rodrygo, seguidas de investida de Neymar pelo meio. A lentidão inicial foi abrindo espaço para um jogo mais acelerado a partir dos 10 minutos.
Não foi possível visualizar o estilo característico de Diniz, que adota a troca de passes como trunfo para envolver o adversário. É natural que a Seleção precise de mais tempo para abraçar a causa. Por enquanto, Neymar continua carimbando quase todas as bolas, o que empolga a torcida, mas nem sempre é positivo para o time.
Foi em jogada pela esquerda que surgiu o pênalti para o Brasil. A bola saiu rasteira e tocou no braço do zagueiro que estava no chão. Pelas minhas convicções, não é lance para pênalti, mas a arbitragem atual costuma entender como não natural um braço apoiado no chão. Vá entender.
Neymar correu para bater, mas o goleiro Viscarra esperou e acabou agarrando a cobrança fraca e rasteira. Por alguns minutos, o time pareceu ter sentido a frustração do camisa 10, que buscava superar Pelé na artilharia máxima do escrete.
Aos 23 minutos, nasceu o primeiro gol da era Fernando Diniz na Seleção. Uma inspirada inversão de Bruno Guimarães, um dos melhores da noite, seguido de um toque de Danilo para Raphinha, que bateu cruzado. O goleiro deu rebote e Rodrygo chegou rápido como um raio para fazer seu terceiro gol com a camisa canarinho em 15 jogos pela Seleção.
Aos 36’, quase Richarlyson deixou o seu. Desviou de cabeça, mas lá estava Viscarra de novo. Depois, aos 40’, Neymar partiu da intermediária e entrou na área driblando marcadores. Só parou diante do inspirado Viscarra.
No segundo tempo, o Brasil voltou mais encorpado e consciente de seu domínio. Logo no primeiro minuto, Raphinha entrou na área, cortou para o lado interno e mandou um chute rasteiro no canto direito. A Seleção não relaxava e, aos 7’, Rodrygo fez mais um, após receber passe perfeito de Bruno Guimarães em jogada iniciada por Neymar.
Aos 10’, o gol mais esperado da noite. Depois de perder o pênalti, Neymar aproveitou uma sobra de Rodrygo na área para bater sem chances para Viscarra. Foi o 78º gol dele com a camisa da Seleção, um a mais que o Rei.
A Bolívia parecia totalmente batida, mas Abrego aproveitou a indecisão de Marquinhos e Magalhães para encaçapar o gol de honra. A torcida não deixou a peteca cair e ficou pedindo mais um. Neymar atendeu, com categoria. Bateu como um atacante de futsal, aparando cruzamento de Raphinha, o melhor em campo.
Jogo bem encaixado do Brasil, que teve incríveis 80% de posse de bola; animadora estreia de Diniz e noite histórica para Neymar, que viveu nestes dias uma verdadeira lua-de-mel com a torcida paraense. E houve ainda espaço para a emoção de um frustrado Richarlyson, que perdeu duas excelentes chances e chorou no banco de reservas. Atacante-raiz age assim.
Papão quer 3 pontos para compensar estreia ruim
O PSC precisa dos três pontos, pois empatou na estreia. O Amazonas precisa mais ainda, pois perdeu na estreia. Sem o técnico Hélio dos Anjos, suspenso após xingar árbitro e bandeirinha no empate com o Volta Redonda, o time precisará ser objetivo e letal nos contra-ataques.
A frustração do tropeço na estreia pode ser compensada hoje à tarde, na Arena da Amazônia. O gramado facilita as jogadas mais trabalhadas e a troca de passes. O meio-de-campo bicolor tem jogadores que têm bons recursos, caso de Robinho, João Vieira e Vinícius Leite.
Nem mesmo a ausência de Hélio no banco de reservas pode ser vista como algo inteiramente ruim. Talvez seja oportuno ter o técnico fora do confronto direto com árbitros e auxiliares, depois da treta na Curuzu.
O ataque, que não tem funcionado satisfatoriamente, tem a oportunidade de se redimir. Mário Sérgio e Nicolas Careca devem compor a linha de frente. Um é ágil e certeiro nas finalizações e o outro sabe fazer o jogo de pivô.
Serão importantíssimos na batalha com a lenta defesa do Amazonas. O perigo do representante manauara está no ataque de força e velocidade, formado por Diego Torres, Sassá e Igor Bolt.
Caso consiga resistir bem à pressão inicial, que normalmente vai até os 20 minutos do primeiro tempo, o Papão tem chances de sair com um resultado interessante. Agiu assim na fase de classificação, fingiu-se de morto nos primeiros movimentos e obteve sua única vitória como visitante na Série C.
Direto do Twitter
“Belém vai sediar a COP 30, está recebendo todos os eventos sobre a Amazônia possíveis e agora ganhou o jogo da Seleção. A capital paraense está em boa fase no Governo Lula. Seja como for, a torcida do Pará está dando show hoje. Inacreditável não ter sido uma sede da Copa do Mundo”.
Thiago Süssekind, líder da Realidade Climática/RJ
(Coluna publicada na edição do Bola deste sábado, 9)
Em se tratando de futebol profissional se percebe com rara facilidade a gritante desproporção salarial que afeta os clubes litigantes. Uns com tanto, outros com tão pouco, estes, lamentavelmente à beira da falência por assim dizer. A desigualdade econômica, neste caso tratando-se de jogador de futebol profissional chega a ser alarmante, afinal, percebe-se o apogeu de uma minoria, ao mesmo tempo em que condena à desgraça familiar a imensa maioria, às vezes até detentoras de condições técnicas iguais ou superiores aos mais afortunados, contudo, de pires na mão no melhor sentido literal do termo.
O certame nacional de futebol desenha de forma insofismável enfoca essa imensa disparidade, afinal, determinadas agremiações investem milhões e milhões em um jogo de futebol, via de regra esgotado em 90 minutos, além de incomparáveis mordomias, em meio a luxo, pompas e riquezas, enquanto que, a massa trabalhadora, de condições iguais ou até melhor qualificada se limita a minguado salário mínimo, ou então, se inclina pela ilegalidade como forma de manter sua prole.
Tal disparidade é ainda mais revoltante quando comparamos a folha salarial de determinados clubes de futebol com as de empresas independente, mesmo de menor porte, contudo se dedicando à proteção de vidas, saúde, segurança, esporte, cultura e lazer. Na verdade, o futebol brasileiro chafurda na podridão da corrupção, diariamente denunciando pelos órgãos de divulgação de massa, citando nominalmente dirigentes, jogadores, treinadores e árbitros, conduta capaz de promover o total descrédito a que já está relegada a paixão do pobre torcedor.
Percebe-se com clareza solar que futebol brasileiro está relegado a plano secundário especialmente pelo aspecto da corrupção que o envolve, associado também a carência cultural de atletas profissionais, em grande proporção mal sabe se expressar ou assinar uma súmula. Da mesma forma como o mercado de trabalho exige nível cultural compatível com a função a ser exercida, os clubes participantes das diversas competições nacional, igualmente deveriam proceder, considerando múltiplos aspectos, entre eles a possibilidade de intercambio internacional. Salvemos nosso falido futebol brasileiro.
A volta triunfal dos Stones a um álbum de inéditas. “Angry” é a primeira música de trabalho do novo álbum, Hackney Diamonds, e chega de forma arrasadora, com um som empolgante e um vídeo sensacional, na melhor tradição de lançamentos da banda. A canção é pesada, marcial, triunfante. Tem a receita infalível dos Stones: guitarras afiadas, bateria perfeita, baixo impecável. E Mick Jagger está tinindo, como se tivesse entornado litros do elixir da juventude.
Hackney Diamonds será lançado em 20 de outubro. Os detalhes do novo disco foram divulgados nesta quarta-feira (6), quando Mick Jagger, Keith Richards e Ron Wood concederam entrevista para o apresentador Jimmy Fallon, em Londres.
“Angry”, primeiro single do álbum, já está disponível nas plataformas digitais. A faixa foi composta por Andrew Watt, Keith Richards e Mick Jagger, e o clipe é estrelado pela atriz Sydney Sweeney (“Euphoria”).
A Seleção Brasileira vai receber hoje à noite, no estádio estadual Jornalista Edgar Proença, uma manifestação de apoio e incentivo poucas vezes vista nos últimos anos em partidas do escrete pelo país. Cinquenta mil vozes irão mostrar a Neymar & cia. como o torcedor paraense vibra e torce, abraçando de fato a causa e empurrando o time a uma grande vitória.
O adversário da estreia nas Eliminatórias Sul-Americanas da Copa de 2026 é a Bolívia, um dos times mais fracos do continente e que normalmente só cria algum problema jogando na altitude. Aqui, no nível normal das coisas, terá imensas dificuldades para superar o Brasil, o calor amazônico e o entusiasmo do torcedor.
É sempre interessante ver a plateia paraense diante de grandes jogos, seja do Brasil, de PSC ou Remo. Nessas ocasiões, brota uma pavulagem natural pelo gigantismo da torcida, absolutamente insuperável no Norte e no mesmo nível das demais torcidas do país.
Nessas ocasiões, torna-se ainda mais incompreensível a armação de Blatter, Havelange, Teixeira & cia. para levar a Copa de 2014 para Manaus. O lucro com a construção de uma arena foi provavelmente a causa principal daquela escolha canhestra, até hoje mal explicada.
Desde segunda-feira, a Seleção está entre nós. Os jogadores não puderam ir aos recantos da capital e deixaram de experimentar os melhores sucos e sorvetes do Brasil, nem provaram o açaí-raiz, diferente daquela beberagem servida no eixo Rio-São Paulo.
Apesar desse recolhimento, conseguiram experimentar bem de perto a empolgação e a receptividade dos paraenses. Alguns mais exaltados chegaram a tentar invadir o hotel em Nazaré.
Quando falamos do evento futebolístico do ano em Belém é inevitável lembrar que o aficionado local não é simplesmente um torcedor sazonal de Seleção; é um sujeito que adora futebol e lota estádios desde o começo do século passado quando as arquibancadas ainda eram poleiros improvisados.
A Seleção de Fernando Diniz pode ficar sossegada: vai ter a apoiá-la um torcedor que manja de futebol como poucos. Não bate palmas em vão. Quando aplaude é porque ficou de fato extasiado com a jogada.
Em entrevista, o volante Casemiro expressou gratidão pela hospitalidade da população: “Muito obrigado, Belém! Tá sendo incrível. Um carinho excepcional com todos os jogadores no hotel. Eu só tenho a agradecer. São pessoas que nos inspiram a estar na Seleção”.
(Em tempo: abraçaço não quer dizer, segundo Caetano Veloso, criador da palavra, “abração” ou “abraço grande”. É outra coisa: “Abraçaço é uma palavra muito bonita e tem essa reverberação, parece um eco, mais ainda quando escrito, esse a-cê-cedilha duas vezes. É como se fossem círculos concêntricos de abraços, que vão se expandindo. Não é apenas grande ou maravilhoso como é um golaço, por exemplo; é expansivo”.)
Mangueirão aplaudido de pé por jogadores e jornalistas
O Mangueirão ganhou elogios unânimes, tanto dos jogadores como da comissão técnica da Seleção quanto dos jornalistas que fazem a cobertura da partida. Além disso, o próprio presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, fez questão de destacar a grandiosidade do estádio.
“Quero reiterar os nossos agradecimentos ao governador Helder Barbalho. Ele há dois anos falou que iria fazer do Mangueirão um estádio de primeira linha. Não duvidamos, porque o governador é desportista e qualquer que seja o jogo de futebol ele está assistindo, seja aqui ou seja fora, ele trabalhou para ter um equipamento tão importante para o futebol brasileiro, e não só o futebol brasileiro. Ele fez do estádio a condição de colocar Belém e o Pará na rota dos grandes eventos”, afirmou Ednaldo.
Sete meses depois, França é a melhor do mundo
Acompanhei ontem boa parte do jogo da França com a Irlanda, pelas eliminatórias da Eurocopa, e não há como esconder um fato que ficou evidente desde a Copa do Qatar, pelo menos para mim: os franceses jogam o melhor e mais vistoso futebol do planeta, superando a campeã Argentina.
A decisão do Mundial, em Doha, teve situações que contrariam a lógica dos fatos e permitiram à Argentina levantar a taça. O jogo esteve nas mãos da França no 2º tempo e no final da prorrogação. Caso uma vantagem tivesse sido concedida aos franceses, Mbappé sairia na cara do gol.
Uma derrota argentina iria estragar o cerimonial da coroação de Lionel Messi. Tudo foi organizado para que a celebração fosse para o veterano camisa 10, até então sem ter um título mundial. Tudo foi encaminhado para que isso acontecesse – e Messi, de fato, é merecedor.
Só que a realidade é implacável. A França de Mbappé, Dembélé, Griezmann, Koundé e Tchouaméni mostra-se a cada jogo um conjunto difícil de ser batido, com repertório amplo e finalizações primorosas. E dispõe de um banco de reservas fabuloso, coisa rara entre as principais seleções.
Muito o que comemorar, sim
“Desde 2109 não se via um 7 de setembro tão tranquilo: sem fascistas fantasiados de verde-amarelo nas ruas, sem presidente arrotando golpismo, sem conversa fiada de que as Forças Armadas seriam o poder moderador da República. Relevadas as suas contradições – quem não as têm? -, contamos agora com um estadista de verdade no comando da nação. E Lula está de parabéns: portou-se à altura do cargo. Comemoremos, pois. E oremos pelas tristes almas ainda iludidas pelo fascismo bolsonarista”.
Do azulino Iran Souza, jornalista dos bons
(Coluna publicada na edição do Bola desta sexta-feira, 08)
Os Rolling Stones lançaram nesta quarta-feira (6) a inédita faixa Angry, que chega junto com o anuncio oficial de seu esperado e inédito álbum de estúdio Hackney Diamonds, que chegará às plataformas digitais no dia 20 de outubro pela Universal Music, via Polydor Records.
A notícia foi compartilhada por Mick, Keith e Ronnie em um evento especial de lançamento para a mídia no histórico Hackney Empire, que há quase 125 anos é o epicentro da arte pioneira do leste de Londres. O lançamento foi apresentado pelo astro da TV americana Jimmy Fallon e transmitido mundialmente pelo YouTube.
O álbum de 12 faixas, cuja tracklist será revelada em breve, foi gravado em vários locais mundo afora, incluindo os Henson Recording Studios, em Los Angeles; o Metropolis Studios, em Londres; os Sanctuary Studios, em Nassau, nas Bahamas; o lendário Electric Lady Studios, em Nova York e The Hit Factory/Germano Studios, também na mesma cidade.
O trabalho é o primeiro álbum de estúdio com material novo desde A Bigger Bang, de 2005, coincidentemente lançado em 6 de setembro, há 18 anos. Desde então, os Stones continuaram quebrando recordes de bilheteria por diversão, em uma série de turnês globais lotadas.
Também lançaram o álbum Blue & Lonesome, que trazia brilhantes versões de muitas das faixas de blues que ajudaram a moldar seu som, trabalho que liderou as paradas de álbuns em todo o mundo e foi vencedor Grammy Awards em 2016.
No ano passado, os Stones emocionaram o público europeu, se apresentando para quase um quarto de milhão de pessoas na turnê de aniversário Sixty.
MCCARTNEY E WONDER
O líder Jagger, 80 anos, disse que a banda estava “bastante empolgada” para gravar novas músicas. “Cada dia era meio que como passar por duas ou três músicas, então você mantém a empolgação”, ele disse à Reuters após o lançamento, que foi transmitido ao vivo.
O álbum tinha um som contemporâneo, com uma mistura de rock, baladas, música dançante e algo “um pouco no estilo country”, segundo ele. Richards, cuja parceria de composição com Jagger é uma das mais duradouras e bem-sucedidas do rock, disse que a morte de Watts em 2021 estimulou a banda a gravar novas músicas.
“Acho que por causa da partida de Charlie, sentimos que ainda estamos em atividade e que devemos manter uma identidade e continuar dizendo ‘Ei, é apenas rock and roll. Mas você sabe, aqui estamos'”, disse o músico de 79 anos.
O ex-baixista dos Stones, Bill Wyman, o novo baterista Steve Jordan, o ex-Beatle Paul McCartney e Stevie Wonder estiveram envolvidos no álbum. Wood disse que McCartney, que tocou baixo em uma faixa, ficou “impressionado” por gravar com a banda, que rivalizou com os Beatles em seu impacto na música rock nos anos 1960. “Você sabe, ele estava adorando”, disse Wood.
O premiado produtor Andrew Watt dirigiu o álbum de 12 faixas, que foi gravado em locais como Londres, Los Angeles e Nassau.
A gravação, cujo título se refere a vidro quebrado após um roubo, será lançada em 20 de outubro. Os três Stones – todos vestidos de preto – chegaram em um táxi de Londres decorado com o logo da banda, a língua e os lábios. Jagger pagou a corrida em dinheiro.
“Não quero ser convencido, mas não teríamos lançado este álbum se não tivéssemos realmente gostado dele”, disse ele ao apresentador de talk show dos EUA, Jimmy Fallon, no palco.
Os fãs aguardavam o anúncio desde que um anúncio enigmático apareceu em um jornal local no mês passado, com referências a algumas das maiores músicas dos Stones e ao nome do novo álbum.
A presença de Rosa Weber, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), no desfile de 7 de Setembro marca a reaproximação da Corte com o governo federal após dois anos. Nenhum representante do tribunal participou das celebrações nos últimos dois anos, durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.
A presidente da Corte fez parte da tribuna de honra de autoridades que acompanharam o desfile cívico-militar na Esplanada dos Ministérios. Sua presença no evento ao lado de Lula e do presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco, é uma tentativa de retorno à normalidade.
O último presidente do Supremo que participou das celebrações foi Dias Toffoli, que esteve em solenidade feita no gramado do Palácio da Alvorada com o então mandatário, Bolsonaro. Nos dois anos seguintes, o ex-presidente usou a data para atacar a democracia e ministros da Corte.
Em 2021, Bolsonaro fez uma manifestação na Avenida Paulista, em São Paulo, e atacou diretamente magistrados, como Alexandre de Moraes, que foi chamado de “canalha”. Ele ainda ameaçou Luiz Fux, dizendo que, se ele não “enquadrasse” o Judiciário, a Corte poderia “sofrer aquilo que não queremos”.
No ano seguinte, Bolsonaro não mencionou diretamente nenhum ministro, mas fez ameaças. O ex-presidente afirmou que, se reeleito, levaria para as quatro linhas da Constituição Federal “todos aqueles que ousaram ficar fora delas”. Fux foi convidado para o evento, mas não compareceu. (Com informações do DCM)