Carta aberta do cientista político, economista e professor Theotônio dos Santos ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, a respeito da avaliação de seu governo. O ponto mais interessante é o comentário esclarecedor sobre o mito da estabilidade econômica do governo de FHC. O texto é longo, mas vale a pena a leitura.
Meu caro Fernando,
Vejo-me na obrigação de responder a carta aberta que você dirigiu ao Lula, em nome de uma velha polêmica que você e o José Serra iniciaram em 1978 contra o Rui Mauro Marini, eu, André Gunder Frank e Vânia Bambirra, rompendo com um esforço teórico comum que iniciamos no Chile na segunda metade dos nos 1960.
A discussão agora não é entre os cientistas sociais e sim a partir de uma experiência política que reflete contudo este debate teórico. Esta carta assinada por você como ex-presidente é uma defesa muito frágil teórica e politicamente de sua gestão. Quem a lê não pode compreender porque você saiu do governo com 23% de aprovação enquanto Lula deixa o seu governo com 96% de aprovação. Já discutimos em várias oportunidades os mitos que se criaram em torno dos chamados êxitos do seu governo. Já no seu governo vários estudiosos discutimos o inevitável caminho de seu fracasso junto à maioria da população.
Pois as premissas teóricas em que baseava sua ação política eram profundamente equivocadas e contraditórias com os interesses da maioria da população. (Se os leitores têm interesse de conhecer o debate sobre estas bases teóricas lhe recomendo meu livro já esgotado: Teoria da Dependência: Balanço e Perspectivas, Editora Civilização Brasileira, Rio, 2000). Contudo nesta oportunidade me cabe concentrar-me nos mitos criados em torno do seu governo, os quais você repete exaustivamente nesta carta aberta. O primeiro mito é de que seu governo foi um êxito econômico a partir do fortalecimento do real e que o governo Lula estaria apoiado neste êxito alcançando assim resultados positivos que não quer compartilhar com você… Em primeiro lugar vamos desmitificar a afirmação de que foi o plano real que acabou com a inflação.
Os dados mostram que até 1993 a economia mundial vivia uma hiperinflação na qual todas as economias apresentavam inflações superiores a 10%. A partir de 1994, TODAS AS ECONOMIAS DO MUNDO APRESENTARAM UMA QUEDA DA INFLAÇÃO PARA MENOS DE 10%. Claro que em cada pais apareceram os “gênios” locais que se apresentaram como os autores desta queda. Mas isto é falso: tratava-se de um movimento planetário. No caso brasileiro, a nossa inflação girou, durante todo seu governo, próxima dos 10% mais altos.
TIVEMOS NO SEU GOVERNO UMA DAS MAIS ALTAS INFLAÇÕES DO MUNDO. E aqui chegamos no outro mito incrível. Segundo você e seus seguidores (e até setores de oposição ao seu governo que acreditam neste mito) sua política econômica assegurou a transformação do real numa moeda forte. Ora Fernando, sejamos cordatos: chamar uma moeda que começou em 1994 valendo 0,85 centavos por dólar e mantendo um valor falso até 1998, quando o próprio FMI exigia uma desvalorização de pelo menos uns 40% e o seu ministro da economia recusou-se a realizá-la “pelo menos até as eleições”, indicando assim a época em que esta desvalorização viria e quando os capitais estrangeiros deveriam sair do país antes de sua desvalorização, O fato é que quando você flexibilizou o cambio o real se desvalorizou chegando até a 4,00 reais por dólar. E não venha por a culpa da “ameaça petista” pois esta desvalorização ocorreu muito antes da “ameaça Lula”.
ORA, UMA MOEDA QUE SE DESVALORIZA 4 VEZES EM 8 ANOS PODE SER CONSIDERADA UMA MOEDA FORTE? Em que manual de economia? Que economista respeitável sustenta esta tese? Conclusões: O plano Real não derrubou a inflação e sim uma deflação mundial que fez cair as inflações no mundo inteiro. A inflação brasileira continuou sendo uma das maiores do mundo durante o seu governo. O real foi uma moeda drasticamente debilitada. Isto é evidente: quando nossa inflação esteve acima da inflação mundial por vários anos, nossa moeda tinha que ser altamente desvalorizada. De maneira suicida ela foi mantida artificialmente com um alto valor que levou à crise brutal de 1999.
Segundo mito – Segundo você, o seu governo foi um exemplo de rigor fiscal. Meu Deus: um governo que elevou a dívida pública do Brasil de uns 60 bilhões de reais em 1994 para mais de 850 bilhões de dólares quando entregou o governo ao Lula, oito anos depois, é um exemplo de rigor fiscal? Gostaria de saber que economista poderia sustentar esta tese. Isto é um dos casos mais sérios de irresponsabilidade fiscal em toda a história da humanidade.
E não adianta atribuir este endividamento colossal aos chamados “esqueletos” das dívidas dos estados, como o fez seu ministro de economia burlando a boa fé daqueles que preferiam não enfrentar a triste realidade de seu governo. Um governo que chegou a pagar 50% ao ano de juros por seus títulos para, em seguida, depositar os investimentos vindos do exterior em moeda forte a juros nominais de 3 a 4%, não pode fugir do fato de que criou uma dívida colossal só para atrair capitais do exterior para cobrir os déficits comerciais colossais gerados por uma moeda sobrevalorizada que impedia a exportação, agravada ainda mais pelos juros absurdos que pagava para cobrir o déficit que gerava.
Este nível de irresponsabilidade cambial se transforma em irresponsabilidade fiscal que o povo brasileiro pagou sob a forma de uma queda da renda de cada brasileiro pobre. Nem falar da brutal concentração de renda que esta política agravou drasticamente neste pais da maior concentração de renda no mundo. Vergonha, Fernando. Muita vergonha. Baixa a cabeça e entenda porque nem seus companheiros de partido querem se identificar com o seu governo…te obrigando a sair sozinho nesta tarefa insana.
Terceiro mito – Segundo você, o Brasil tinha dificuldade de pagar sua dívida externa por causa da ameaça de um caos econômico que se esperava do governo Lula. Fernando, não brinca com a compreensão das pessoas. Em 1999 o Brasil tinha chegado à drástica situação de ter perdido TODAS AS SUAS DIVISAS. Você teve que pedir ajuda ao seu amigo Clinton que colocou à sua disposição os 20 bilhões de dólares do tesouro dos Estados Unidos e mais uns 25 BILHÕES DE DÓLARES DO FMI, Banco Mundial e BID.
Tudo isto sem nenhuma garantia. Esperava-se aumentar as exportações do pais para gerar divisas para pagar esta dívida. O fracasso do setor exportador brasileiro mesmo com a espetacular desvalorização do real não permitiu juntar nenhum recurso em dólar para pagar a dívida. Não tem nada a ver com a ameaça de Lula. A ameaça de Lula existiu exatamente em consequência deste fracasso colossal de sua política macroeconômica. Sua política externa submissa aos interesses norte-americanos, apesar de algumas declarações críticas, ligava nossas exportações a uma economia decadente e um mercado já copado. A recusa dos seus neoliberais de promover uma política industrial na qual o Estado apoiava e orientava nossas exportações.
A loucura do endividamento interno colossal. A impossibilidade de realizar inversões públicas apesar dos enormes recursos obtidos com a venda de uns 100 bilhões de dólares de empresas brasileiras. Os juros mais altos do mundo que inviabilizava e ainda inviabiliza a competitividade de qualquer empresa. Enfim, UM FRACASSO ECONÔMICO ROTUNDO que se traduzia nos mais altos índices de risco do mundo, mesmo tratando-se de avaliadoras amigas. Uma dívida sem dinheiro para pagar… Fernando, o Lula não era ameaça de caos. Você era o caos. E o povo brasileiro correu tranquilamente o risco de eleger um torneiro mecânico e um partido de agitadores, segundo a avaliação de vocês, do que continuar a aventura econômica que você e seu partido criou para este país.
Gostaria de destacar a qualidade do seu governo em algum campo mas não posso fazê-lo nem no campo cultural para o qual foi chamado o nosso querido Francisco Weffort (neste então secretário geral do PT) e não criou um só museu, uma só campanha significativa. Que vergonha foi a comemoração dos 500 anos da “descoberta do Brasil”. E no plano educacional onde você não criou uma só universidade e entrou em choque com a maioria dos professores universitários sucateados em seus salários e em seu prestígio profissional.
Não Fernando, não posso reconhecer nada que não pudesse ser feito por um medíocre presidente.Lamento muito o destino do Serra. Se ele não ganhar esta eleição vai ficar sem mandato, mas esta é a política. Vocês vão ter que revisar profundamente esta tentativa de encerrar a Era Vargas com a qual se identifica tão fortemente nosso povo. E terão que pensar que o capitalismo dependente que São Paulo construiu não é o que o povo brasileiro quer. E por mais que vocês tenham alcançado o domínio da imprensa brasileira, devido suas alianças internacionais e nacionais, está claro que isto não poderia assegurar ao PSDB um governo querido pelo nosso povo. Vocês vão ficar na nossa história com um episódio de reação contra o verdadeiro progresso que Dilma nos promete aprofundar. Ela nos disse que a luta contra a desigualdade é o verdadeiro fundamento de uma política progressista.
E dessa política vocês estão fora. Apesar de tudo isto, me dá pena colocar em choque tão radical uma velha amizade. Apesar deste caminho tão equivocado, eu ainda gosto de vocês ( e tenho a melhor recordação de Ruth) mas quero vocês longe do poder no Brasil. Como a grande maioria do povo brasileiro. Poderemos bater um papo inocente em algum congresso internacional se é que vocês algum dia voltarão a frequentar este mundo dos intelectuais afastados das lides do poder.
Com a melhor disposição possível, mas com amor à verdade, me despeço,
THEOTONIO DOS SANTOS
Theotonio dos Santos, economista, cientista político e um dos formuladores da Teoria da Dependência. Hoje é um dos principais expoentes da Teoria do Sistema Mundo. Mestre em Ciência Política pela UnB e doutor “notório saber” pela UFMG e pela UFF. Coordenador da cátedra e rede UNU-Unesco de Economia Global e Desenvolvimento sustentável – REGGEN.
Pois é.
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Senhor, Teotônio das quintas tens certeza que és tudo isso que diz? Lembro muito bem que o óleo de cozinha era 1,00 real, o dólar era um real até o fim do governo, e o mesmo programa foi mantido até hoje. Daí para frente, se ficou sabendo realmente o que é inflação. Tua intenção é encobrir o roubo que chamam de corrupção da quadrilha mensalbrz da dupla PT PMDB ainda no poder, que nos três mandatos meter a mão no nosso dinheiro, ou dinheiro público? E nada acontece, até o judiciário foi manipulado, tiraram o homem correto que iria acabar com a quadrilha Sr Dr. Joaquim Barbosa. O povo não e bobô.
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Credo. A que ponto chega a farsa. Óleo a R$ 1,00 em 2002. Nem o de peroba. Aliás, a inflação estava 12% ao mês, a selic também mensal acima dos 25% , a dívida pública beirando os 70% do PIB e o risco país acima dos 2 mil pontos, sem contar o dólar a mais de R$4,00. Até o frango, que no início do plano, por sinal de autoria de Itamar Franco, custava , sim, um real, no fim da era privata já ultrapassava os três reais. E o salário mínimo teve seu maior reajuste justamente no último ano do príncipe da privataria, ficando os R$200 pro Lula pagar, conforme o OGU aprovado no fim de 2002, mesmo assim na faixa dos U$70 e pra ser pago em maio. Foi o Lula que troxe a vigência do SM pra janeiro.
Ninguém é obrigado a conhecer o renomado pensador Teothônio dos Santos, ele não não costuma aparecer na tela global. No entanto, no mundo acadêmico ele é certamente muto mais respeitado do os lacaios que desfiam suas idiossincrasias na Vênus Platinada.
Por fim, desprezo a honestidade de quem vendeu a Companhia Vale do Rio Doce por pouco mais de U$ 3 bilhões, atribuindo à uma mina de ferro com capacidade de abastecer o mundo por mais de três séculos valor zero. Se o meliante que perpetrou essa iniquidade é honesto, então, assumo minha desonestidade.
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Se for assim, também assumo minha desonestidade.
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Esses que defendem essa patifaria desses pilantras do governo, com certeza, estão mamando na grande teta, também. Só pode.
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Não julgue os outros por si, Marco. Adoro uma teta. mas não dessa com que você sonha.
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Muito simples de tirar essa dúvida:
Se este senhor Theotônio com todo esse “imensao conhecimento e instrução” apresentado na biografia ( Dr em Economia, Mestre em Ciências Políticas, membro da Unesco) porque ele não está com uma das pastas da Dilma como Ministro para cuidar dessa nossa ecomonia caótica e frear essa inflação infernal que beira os 50% ao ano??? Porque???? pois se esse cidadão é também da opinião da Dilma que tudo está sob controle, a alta exorbitante nos preços de produtos e serviços é so sensação de inflação do povo e não corresponde à realidade, se esse cidadão pensa assim é mais um que está mamando mesmo na Teta do petismo igual como o nazistas mamaram na teta do nazismo, os bolchevistas mamaram na teta do bolchevismo, os facistas mamaram na teta do facismo, resumindo os totallitaristas mamaram na teta do totalitarismo. E por falr nesses regimes totalitários que fizeram muito mal ao mundo, uma das bases de sustentação deles enquanto duraram no poder era a propaganda enganosa, mais muito forte, cara de pau para iludir grande parte do povo. O Hitler, Mussoline, e Ioseph Stalin que o digam. So para vcs terem uma idéia Hitller até hoje é considerado um dos maiores mestres em horatória da humanidase, mesmo sem ter qualquer estudado muito ou cursado faculdade. Aprendeu na prática e por isso subiu ao poder. Quando o cara se pronunciava( conta a história) para fazer discurso conseguia logo milhares de adptos pela força de seus argumentos. Não sei se foi ele o autor da frase celebre que diz; ‘uma mentira repetidas muitas vezes, acabam tornado-a verdade”, Mas se não foi Hitler o autor, ele seguiu firme essa idelogia. Para isso extinguiu todos os partidos políticos e deixou so dele que achava ser o “único” que prestava. Extinguiu todos os tipos de imprensa, com exceção da sua. Colocou no comando de sua imprensa o GOLBELS, um jornalista, seu fiel escudeiro e mestre em propagandear mentiras para a população Alemã que estava a beira de um colapso igual o Brasil de hoje. O GOLBELS, constantemente postava, anunciava, pregava em sua imprensa hitlerista que Alemanha ja era uma das maiores potência do mundo e estava caminhando para assumir a liderança. Quando alguém de oposição que não acreditava naquela ilusão se rebelava, ela destruia de todas as formas, ou com a morte, ou com a alienação junto à opinião popular através de sua imprensa ou de seus dircursos. O cara estulfava o peito para gritar que não justificava nenhum ataque de oposição, porque dizia era intriga e a inflação estava ‘controlada” como nunca, o desemprego tinha a ‘menor” taxa do mundo e a ofeta de emprego ” a maior”. A produção estava acelerada e não faltava comida na mesa do pobre como ocorria nos governos alemãs anteriores. Dizia que Todos os serviços de utilidade pública funcionavam muito bem como nunca tinha ocorrido jamais, mesmo que a realidade mostrasse o contrário. . Quando alguém do lado dele, cansado de tanta malandragem, mentira, enganação ao povo se rebelava, ele eliminava nas câmaras de gás ou mandava para os campos de concentração ou ainda fazia crer que a pessoa era louca. Esse era o Nazismo sob o poder do Hitler. AÍ EU PERGUNTO: VCS NÃO ACHAM QUE TEM MUITA COINCIDÊNCIA COM O BRASIL DE HOJE??????
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Vejam bem, hoje US$-1,00 = R$-2,85. Isso significa que com o dólar paritário (US$-1,00= R$-1,00), ou com o real supervalorizado (R$-0,85=US$-1,00), quem tinha dólar pra investir jamais aplicaria seu dinheiro no Brasil pelo simples motivo de que o real forçosamente se desvalorizaria. A legislação do nosso país obriga a investir em real, não em dólar porque a moeda circulante por aqui é o real. Imaginem só o empresário estrangeiro que quisesse investir um milhão de dólares (ou US$-1.000.000,00) no Brasil. Ao converter esse valor em reais teria oitocentos e cinquenta mil reais (R$-850.000,00) e teria de investir esse valor, em reais e não em dólar, e ainda teria de ter lucro. Isso é capitalismo. Assim, supondo uma rentabilidade de uns 50%, aqueles R$-850.000,00 teriam se transformado em R$-1.250.000,00 ou US$-1.500.000,00 (um e meio milhão de dólares). Se você possui formas de investir e apurar o lucro em uma semana ou em 24 horas, isso é perfeito. Há quem consiga bons ganhos em tempo tão curto, aqueles que chamamos de especuladores. Isso parece um bom negócio, mas não é porque a cotação do real oscila a cada dia e o retorno do investimento não ocorre em 24 horas para a maioria dos investidores. Como a tendência naturalmente era de o real se desvalorizar os ganhos em real não se transformariam em bons ganhos em dólar. Ilustrando. Supondo que depois de algum tempo o retorno se realizasse com o dólar paritário. O mesmo milhão de dólares, investido a R$-0,85, teria retornado US$-1.250.000,00, e não mais US$-1.500.000,00. Essa é uma diferença de US$-250.00,00, ou de 1/6 se comparado ao que ganha o especulador em curto prazo. Agora quem investisse a longo e médio prazo e observasse a desvalorização do real para US$-1,00=R$-4,00. O mesmo milhão investido a R$-0,85 o dólar resultaria num grande prejuízo pois retornaria apenas US$-312.500,00 (trezentos e doze e quinhentos dólares, mesmo que o lucro em reais seja de 50%). Só quero mostrar que o governo FHC foi ótimo para quem especulava no curto prazo, é dizer, para quem não estava interessado em gerar empregos, mas apenas em movimentações bancárias e compra e venda de ações e coisas do gênero. O investidor de médio e longo prazo necessariamente gera emprego porque seu investimento é devotado à produção. Na era FHC, o Brasil não atraiu esse tipo de investidor, que são as empresas com potencial de gerar empregos. Quando muito, atraiu as empresas que compraram as empresas públicas na onda de privatização, que tornou as riquezas nacionais em ativos particulares. De fato, do ponto de vista exposto, não há mesmo o que comemorar, pelo contrário, muito a lamentar. A riqueza produzida pela nação se vai para o estrangeiro graças a FHC e seus visionários… Me pergunto sempre sobre esse ponto de vista econômico internacional. Afinal, não olham para o Brasil como nação, mas como oportunidade. Quero dizer, lançam sobre nosso país um olhar egoísta, como que dizendo “meu dinheiro aí pode lhes fazer bem”, mas a experiência mostra é que nós é quem pagamos (muito caro) por esse dinheiro, por essa “ajuda”. Lula e o PT, com todos os desvios mostrados pela imprensa (com a maioria não comprovada), aumentou o mercado interno, a renda familiar e o emprego. Em outras palavras, a política econômica do PT nos doze anos de governo atraiu investidores que olham o médio e o longo prazo. Atraiu geradores de emprego e dinamizou a economia. A falta de investimentos no país é um movimento muito claro de migração de recursos, tradicionalmente caros (alto investimento e baixo retorno) os países do centro capitalista estão num momento de “pechincha”, onde o retorno do investimento tende a ser maior que antes, num ambiente “seguro” para os investidores. O momento é de olhar para a matriz e deixar um pouco de lado as filiais. Isso, evidentemente, enfraqueceu a nossa economia, sobremaneira dependente da Europa e EUA. Ao buscar parceria com China, Rússia, Índia e África do Sul, o PT buscou diminuir esta dependência para que, num momento como este, uma eventual crise econômica não se abatesse tão forte sobre a população mais carente. Já há resultado nesse sentido, ainda aquém das nossas necessidades, mas já está sim muito melhor que na era FHC.
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Nélio, com todo respeito, vá ler a História. A Alemanha saiu de um país derrotado e humilhado da 1ª Guerra Mundial, obrigada a pagar indenização à França e à Inglaterra pelos prejuízos dessa guerra. Se não lembra, o estopim da 1ª grande guerra foi o assassinato do arquiduque Franz Ferdinand, ou Francisco Ferdinando, em 1914, em Sarajevo. A real motivação belicista alemã na 1ª grande guerra tem a ver com a partilha da África. Sob a liderança de Hitler, a Alemanha não só pagou a indenização aos franceses e aos ingleses como prosperou e tornou-se novamente uma potência européia. Veja, são dados históricos, não faço aqui apologia a Hitler ou ao nazi-fascismo, faço referências a dados objetivos, bem documentados, além de apenas apontar que você não sabe o que está dizendo. Você pode aprender muito sobre a 1ª e a 2ª guerra mundiais assistindo a documentários da BBC, de Londres, como “The First World War” (A Primeira Guerra Mundial), de 2003; e “History of World War II” (História da Segunda Guerra Mundial), de 2004. Se não, enfie a cara nos livros. Você vai notar o quanto é clara a diferença do fascismo de Mussolini, ou o nazismo de Hitler, da nossa política socialista. Em termos de política econômica e de estado, estamos muito mais próximos do nosso Vargas, só para comparar com outro exemplo histórico. O apoio popular a Hitler veio por causa do desempenho econômico da Alemanha nesse entre guerras de 1919 a 1939. A Alemanha nazista experimentou um milagre econômico. E nem isso torna Hitler um herói, ele continua sendo visto como um líder rancoroso e profundamente maléfico para a civilização, a História apenas coloca um fato histórico em seu devido lugar porque a História não busca um julgamento, mas a compreensão dos fatos do passado e a repercussão desse passado nos dias atuais. Isso tem sido colocado por historiadores europeus respeitados em todo o mundo, e tudo isso é bem documentado. Quero dizer, não se trata de demonizar ou santificar uma figura histórica como Hitler, Stalin ou Mussolini, mas de tentar compreender o que levou alemães e italianos a entrar nessa “onda”. E nazismo e fascismo são políticas liberais de extrema direita. Comparar Hitler e nazismo ao socialismo petista é uma forma de desonestidade ou de ignorância. Nem brincando a comparação é válida.
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Sem dúvida, a comparação é absolutamente sem sentido, amigo Lopes.
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Amigo Lopes vale o debate, e tembém com todo o respeito que lhe devo a vc e a todos, não posso deixar de expor minha opinião e solicitar de urgência que vc releia a história do NAZISMO na Alemanha, como Hitler subiu ao poder, como ele menteve e o que ele fazia para se manter poderoso naquele país até a sua eliminação. Amigo Lopes, só como lembrete antes de vc rever o que lhe pedi, já adianto que a Alemanha no tempodo Hitler foi um caos social, onde através de uma ditadura militar e social Hitler fazia as pessoas acreditarem que a Alemanha era potência, que o governo de dle era o melhor de todos os tempos, semelhante ao Brasil do “milagre econômico do Medici’ lembras???? E para Hitler conseguir isso tudo, além dos motivos que postei no texto anterior que não vale repetir, Hiltler manteve um farsa econômica de bem estar social no país através de circulação de moeda, onde para isso ele destituiu o PRESIDENTE DO BANCO DO REIC( reino) e assumiu poder supremo sob todas as finanças do império Alemão. E diante de todo esse poder financeiro nas mãos, Hitler implantou a ditadura militar que vc sabe o que é. A ditadura social ( que na minha opinião foi a imposição através da imprensa dele que a Alemanha em seu governo, era um dos maiores países do mundo economicamente falando) e quem se opunha a essa teoria era eliminado. Mas a verdade é que Alemanha de Hitler vivia num caos social, a ponto de ocorrerem várias tentativas de motim e assassinato dele por gente ás vezes dele mesmo, inconformadas. Quanto a esse milagre econômico verdadeiro que vc citou na Alemanha, ocorreu no pós guerra, com a eliminação justamente do Hitler e invasão dos aliados onde a Alemanha ficou totalmente destruída. E assim para se reerguer teve de fazer esse milagre econômico, porém com a ajuda dos países aliados, INCLUSIVE OS ESTADOS UNIDOS DA AMERICA QUE FINANCIARAM BILHÕES DE DOLÁRES EM EMPRÉSTIMOS AOS NOVOS MANDATÁRIOS ALEMÃES PARA A RECONTRUÇÃO DO PÁIS. FAVOR RELEIA A HISTÓRIA, SENDO HOJE ESSE PAÍS UMA DAS MAIORES POTÊNCIAS DO MUNDO. MAS NO TEMPO DO HITLER TENHA CERTEZA QUE NÃO. TUDO ERA UMA FARSA ECONÔMICA.. repito: IGUALZINHO NA DITADURA DO PRESIDENTE MÉDICI COM NO FAMOSO “MILGARE ECONÔMICO” SEMELHANTE AO BRASIL DE HOJE. Sinto ter de lhe corrigir, mas valeu pelo debate. Um forte abraço
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Nélio, reitero cada palavra que afirmei há pouco. A História não pode ser interpretada conforme se queira, é preciso analisar os fatos históricos com critério, e não simplesmente tentar impor um julgamento pessoal sobre eles. É evidente que você adota um ponto de vista enviesado e baseado em fontes não confiáveis. Não quis afirmar que o nazismo como política de estado foi decisivo para atingir aquele milagre econômico alemão, e tampouco quero defender o nazismo ou Hitler. O que disse foi que Adolf Hitler conseguiu reerguer a economia alemã depois da 1ª Guerra Mundial, e isso é fato. Sabe?, isso não depende da minha vontade e não posso negá-lo. Observar esse fato não é elogio ao nazismo ou a Hitler, mas apenas aceito que isso ocorreu durante o período do III Reich. Tanto isso é um fato que utilizo essa informação para uma breve análise lógica que desmonta seu ponto de vista histórico quanto ao sucesso da política econômica de Hitler, pois não se faz o exército que ele construiu sem dinheiro, é preciso dinheiro para armar um exército tão poderoso quanto aquele, e muito dinheiro. Veja o exemplo norte-americano de hoje, ou você acha que o poderio estadunidense também se baseia em “lavagem cerebral”? A Alemanha desafiou seus inimigos cercada de vários flancos e isso só mostra o quanto aquele exército era forte e preparado. Note, apenas digo, e digo bem, que a formação do exército alemão da 2ª grande guerra só foi possível por conta da fantástica recuperação econômica alemã. Sem ela, não haveria tamanha força. Veja bem, discurso não compra aço e nem o transforma em tanques. Concordo que o resultado foi catastrófico para o mundo e que os nazistas mereceram cada punição do tribunal de Nuremberg. Mas é claro que a Alemanha havia retomado seu protagonismo na Europa após a 1ª grande guerra, mesmo porque França e Inglaterra também estavam enfraquecidas economicamente entre 1919 e 1939, assim como a Rússia, recém-saída da revolução que culminaria na formação da União Soviética, a mesma que foi decisiva para a derrota da Alemanha na 2ª grande guerra e protagonista da Guerra Fria, junto com os EUA. O contexto econômico do início do século XX mostra que França e Inglaterra enfrentaram crises muito graves após a 1ª grande guerra, assim como toda a Europa e os próprios EUA. Não esqueça que houve, ainda nesse período, a quebra da bolsa de NY, em 1929, muito em função das grandes petroleiras, lideradas pelos Rockfeller, o maior magnata da história do petróleo e, talvez, da História Contemporânea. Repito, não faço apologia ao nazismo e tenho o nazismo como ideologia execrável, aliás. Quero mostrar o quanto se está indo longe demais para reproduzir inverdades sobre a realidade do Brasil atual por mera ignorância; somos apenas mais um país imerso no meio da crise do capitalismo. Não custa verificar as fontes históricas disponíveis e a que citei, em forma de programa de TV, é apenas uma delas. E, sinto ter de informar, o senhor corrigiu coisa alguma, mas contribuiu para a manutenção da conspiração neo-liberal que quer retomar o poder a qualquer preço. Inclusive distorcendo a História.
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OK amigo, se você pensa assim, continue a pensar. Eu so tenho a lamentar porque sou cidadão assariado e sei da diferença do Brasil do tempo do Plano Real para o Brasil de hoje do modelo econômico do governo. Não vou nem falar em petista porque levam de imediato para o lado do partidarismo político, onde Lula faz a escola, sempre dizendo que qualquer crítica é intriga da oposição, direittista quer voltar ao poder na opinião dele. Mas não há dúvida qiue Brasil era muito melhor economicamente no Plano Real, e o pior cego é aquele que não quer ver. Isso é tão óbvio que o próprio Lula para ganhar a eleição pelo primeira vez na história depois de ter levado muita derrotas na urnas, conseguiu a vitória pela tranqulidade e organização econômica do Brasil no Plano Real, onde em cima disso, antes e durante a campanha eleitoral para eleições de 2002, o ex metalúrgico fez primeiro uma enxurrada de elogios ao Plano Real e logo em seguida como tinha interesses partidários e políticos, era conveniente que apontasse alguns itens que deveriam ser melhorados ou implementados para melhorar mais ainda o Plano Real, onde afirmou que não so iria manter o Plano, como tinha as idéias guardadas a 7 chaves para melhorar. E é claro que com essa campanha, como ainda era um misto de esperança para o povo por ser candidato do único partido que não tinha subido ao poder federal no país, e muita gente queria ver, inclusive eu. Lula venceu a eleição. Mas Em nem um momento Lula disse que o Plano era farsa econômica e que ele iria extinguir. Se dissesse isto, Lula tomaria um banho nas urnas. Isso tudo está gravado em muitos vídeos da campanha do Lula em 2002. Querer negar isso aí muita cegueira ou partidarismo poltico puro mesmo. Mas acho que não deveria ser assim o pensamento dos cidadãos. Político sim, ainda se aceita ser partidário, mas o cidadão tem de ser anti partidário, e se não a coisa não vinga e o voto tão importante nas urnas chega a ser desprezível para quem pensa assim. Póltica, político, eleição não é um campeonato qualquer, não é um REXPA onde a gente morre torcendo por um deste custe o que custar. Mas politica pode ser bem ou mal estar social que envolve a todos e por isso temos de se ligar nisso e escolher o melhor ou menos pior, sem partidarismo político. Eu mesmo já votei muito no Lula para presidente e votaria novamente em petista se me convecessem com bom governo. Porque não?? O que não dá é para continuar vendo essa crise braba em todos os ramos da nossa sociedade que até um cego vê, por incompetência de um governo e seu modelo econômico que não vingou, e continuar com a venda nos olhos so porque é simpatizante do partido, ou pior ainda está mamando na TETA como dizem. Eu tenho a ídeia firme que a coisa a coisa vai melhorar e o povo ou eleitor aprender a votar quando deixar da idéia de jerico de partidarismo politico, caso contrário vai continuar com a mentalidade de um vizinho meu, o qual grita bem alto para todo mundo ouvir e ainda acha que esnoba: ” EU remista, flamenguista. PETISTA E beija flor.” . Em resumo, com esse pensamento podem ter o maior ladrão ou incompetente do mundo na Presidência da República, que se for do PT, contiunuará tendo a simpatia desse vizinho sempre. Eu acho que não deveria ser assim. E VCS amigos Gerson e Lopes o que acham desse pensamento?????
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É isso aí Nélio, disse tudo e bem esclarecido.
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Nélio e Ferdinando, ao contrário de vocês dois, sei muito bem que ideologia não é prerrogativa exclusiva da política profissional. Sou esquerdista desde sempre e não há nenhum problema nisso. Vejo um enorme esforço na direção do julgamento moral, e não do debate ideológico por parte de vocês. Também sei perfeitamente que a direita neoliberal e entreguista do Brasil é indefensável e esse deve ser o motivo pelo qual vocês dois tenham desistido de adotar essa ou aquela ideologia. Outro motivo é que se a direita resolvesse explicar seu projeto neoliberal, perderia adeptos, baseada que está num modelo neoliberal de privatizações adotado pelo Chile, na década de 1970, pela ditadura de Pinochet. Esta política posta em prática pelo Chile se assemelha àquela realizada por Tatcher, na Inglaterra, alguns anos depois. O tatcherismo resolveu alguma coisa para a Inglaterra, mas as consequências foram a forte concentração de renda e a consequente pauperização dos trabalhadores britânicos. Para Pinochet, no entanto, foi um fracasso, pois o Chile continua subdesenvolvido. Tony Blair trabalhou duro para combater as consequências nefastas da política tatcherista, que ainda prosseguiu depois da dama de ferro, com John Major, até mais ou menos 1995 (pesquisem na internet). Pela história do Brasil, o modelo tatcherista tem tudo para agradar as elites econômicas, mas desafia o bom senso de quem é pobre. É por isso que permaneço teimosamente na esquerda, gostem vocês ou não das bolsas do governo, dos programas sociais e da decisão de privilegiar o desenvolvimento do mercado e da diversificação de parceiros comerciais. Essas políticas, sobretudo, visam diminuir a dependência econômica das potências do norte, o que é algo com que, pessoalmente, concordo. Como vocês podem ver, tenho inúmeros motivos para permanecer socialista. Se, por um acaso desses da vida, tornar-me rico, mas muito rico, quem sabe não mudo de postura? Até lá…
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Errata; onde se lê: “É por isso que permaneço teimosamente na esquerda, gostem vocês ou não das bolsas do governo, dos programas sociais e da decisão de privilegiar o desenvolvimento do mercado e da diversificação de parceiros comerciais”, leiam: É por isso que permaneço teimosamente na esquerda, gostem vocês ou não das bolsas do governo, dos programas sociais e da decisão de privilegiar o desenvolvimento do MERCADO INTERNO E EMPREGO, e da diversificação de parceiros comerciais
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