Olheiro derrota Cruzeiro no TST

Um observador técnico, ou “olheiro”, do Cruzeiro Esporte Clube conseguiu equiparação salarial com dois ex-jogadores de futebol que exerciam as mesmas atividades, porém com salários maiores.  Com a justificativa de que os outros olheiros (paradigmas) eram atletas consagrados, o Cruzeiro tentou se livrar da condenação, mas a Quarta Turma do Tribunal Superior do Trabalho negou provimento a agravo do clube ao entender demonstrada a identidade de funções, com prestação de serviços na mesma localidade e para o mesmo empregador, requisitos para a equiparação.

O observador técnico disse na reclamação trabalhista que atuava na seleção de futuros atletas para os times de base do Cruzeiro, tanto nas instalações de Belo Horizonte (MG) quanto em viagens a outras localidades, exatamente como os outros observadores por ele indicados: o ex-zagueiro Gilmar Francisco e o ex-atacante Hamilton de Souza, conhecido no futebol como “Careca”. Alegou que, apesar de realizar as mesmas atividades, recebia como salário quase a metade do valor pago aos colegas.

Em defesa, o Cruzeiro disse que, independentemente da nomenclatura atribuída aos cargos, as funções não eram idênticas. De acordo com o clube, o trabalhador exercia a atividade de auxiliar de avaliação técnica, acompanhando testes de possíveis jogadores para a base do Cruzeiro, enquanto os ex-jogadores selecionavam futuros talentos. Alegou ainda que os paradigmas são consagrados na área esportiva, com história no futebol brasileiro, na Seleção Brasileira e em times internacionais, com vasta experiência técnica, diferentemente do trabalhador que ajuizou a ação.

O juízo da 21ª Vara do Trabalho de Belo Horizonte, com base em depoimentos de testemunhas, julgou improcedente o pedido de pagamento das diferenças salariais. Já o Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região (MG) condenou o clube por entender que provas documentais, como o registro na carteira, apontavam para a veracidade das afirmações do olheiro. O Regional ressaltou ainda que, no depoimento pessoal do preposto do clube, ficou claro que as funções exercidas por ele e pelos ex-jogadores eram semelhantes. Para o TRT-MG, o fato de o preposto admitir que todos desempenhavam a mesma atividade foi suficiente para desconstituir todas as provas orais prestadas na audiência inicial.

TST

O Cruzeiro interpôs agravo de instrumento na tentativa de trazer a discussão para o TST insistindo na tese de que não havia identidade entre as funções exercidas. A relatora do processo, a ministra Maria de Assis Calsing, observou que, segundo a conclusão do TRT, o trabalhador de fato atuou como observador técnico, exatamente como os paradigmas por ele indicados. “Resultou demonstrada a identidade de funções, com prestação de serviços na mesma localidade e para o mesmo empregador, entre empregados cuja diferença de tempo de serviço não é superior a dois anos”, destacou.

Como a Súmula 126 do TST impossibilita a viabilidade de recurso de revista para reexame de fatos e provas, a ministra negou o provimento ao agravo do clube. A decisão foi unânime.

(Taciana Giesel/CF)

Castanhal demite técnico após derrota

Carlos Alberto Dias não é mais o técnico do Castanhal. Caiu depois da derrota frente ao Independente, que sepultou qualquer chance de classificação para o Japiim. Em seu lugar, fica temporariamente Ricardo Estrade. Clube pretende se reforçar para o returno.

Tribuna do torcedor

POR CAMILO FERREIRA

Coitado do meu Clube do Remo, sofrendo em seu calvário desde 2007, como diria o vocabulário papa chibé “levou o farelo” no primeiro turno, dai virá o discurso da copa verde, não adianta copas verde e do Brasil se o time continua sem divisão, que foque e aposte todas as fichas no segundo turno e numa possível conquista do título do campeonato paraense, o Remo antes de voar alto precisa voltar a voar, ninguém corre sem saber andar,  e que o Clube do Remo não tenha o olho maior que a barriga pois a realidade é um clube que não tem divisão e precisa ter o objetivo de voltar a ter uma. Ah, o time regional mesclado com a divisão de base o qual tanto sonho, a única fórmula não testada pelas diretorias azulinas. Aliás Gerson, de 2007 pra cá foram os mesmos erros, lamentável. Eis uma torcida sem time e cada vez mais sem time, bate o medo da segundinha.

O passado é uma parada…

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Elvis Presley durante as filmagens de “Love me Tender”, em 1956.

Um vexame histórico

POR GERSON NOGUEIRA

Aconteceu o previsto. A dupla Re-Pa sai prematuramente da disputa do primeiro turno antes do encerramento da fase classificatória. É a primeira vez que os grandes da capital não disputam as semifinais de um turno do campeonato estadual. Pelos investimentos feitos pelas duas diretorias, a situação configura um tremendo vexame.

O Papão nem chegou a entrar em campo. Foi eliminado porque tem apenas três pontos ganhos e não pode mais alcançar Tapajós e Cametá, ambos com sete pontos conquistados em três jogos. O golpe de misericórdia foi a vitória do surpreendente time santareno dentro do Parque do Bacurau, por 2 a 1.

Já o Remo sai de cena após empatar com o São Francisco, por 1 a 1, em Santarém. Incrível: foi o primeiro ponto conquistado pelos azulinos em três rodadas. No grupo, Independente (9 pontos) e Parauapebas (6) já estão garantidos nas semifinais. Sob todos os pontos de vista, um vexame sem precedentes na história dos rivais centenários.

O infortúnio do Remo vinha se desenhando desde a estreia no Parazão, quando perdeu em casa para o Parauapebas, por 2 a 1. Perdeu também para o Independente na segunda rodada. Ontem, desesperado, foi a Santarém tentar permanecer vivo na competição. Não deu.

Precisava vencer, até encaminhou a vitória com o gol ainda no primeiro tempo, mas sucumbiu a erros primários de sempre e cedeu o empate. E olha que o São Francisco cansou visivelmente nos vinte minutos finais, sentindo a falta de quatro titulares.

Além da pressão natural sobre os ombros do time, o que espanta no Remo atual é a absoluta ausência de força para se impor, principalmente quando longe de casa. No Barbalhão, a partida parecia de início sob feição para o meio-campo remista, liderado por Bismarck e Eduardo Ramos. Livres de marcação, ambos avançavam sempre com a bola dominada e tinham espaço para manobrar.

O São Francisco custou a corrigir esse descuido, mas ainda assim o Remo continuou mais efetivo até que os donos da casa decidiram partir para os cruzamentos sobre a área. Todos partiam do lado esquerdo da zaga azulina e levavam muito perigo. Cadu chegou a desviar de cabeça e a bola bateu no travessão de Camilo.

Depois do susto, o Remo se reaprumou e partiu para definir. As jogadas em velocidade se repetiam, envolvendo sempre Roni e Bismarck. O São Francisco tinha dificuldades para marcar e foi assim que nasceu o gol, em finalização de Flávio Caça-Rato, até então pouco acionado no jogo.

O gol tranquilizou os azulinos e travou o São Francisco. Tudo indicava que no segundo tempo o Remo podia até ampliar o marcador, pois demonstrava empolgação com a vantagem e jogava melhor.

Acontece que no segundo tempo a equipe esqueceu alguns cuidados básicos. O principal deles: não desperdiçar tantas chances nascidas de contra-ataque. Eduardo Ramos, Roni e Caça-Rato abusaram do desperdício. O São Francisco tentava reagir e saía em bloco, mas deixava um imenso buraco em sua intermediária.

Mesmo fechando a marcação em seu campo e saindo com grande facilidade, o Remo não conseguiu executar um só contra-ataque. Pressa, afobação, excesso de firulas e erros de finalização. Tudo isso junto fez com que o jogo se arrastasse até quase ao final com a vantagem magra no placar e o São Francisco aparentemente controlado e exausto.

Ocorre que um cochilo da marcação na entrada da área permitiu ao combalido Leão santareno um chute forte em direção ao gol. O goleiro Camilo rebateu a bola nos pés do bom ala esquerdo Gerson, que, desmarcado, só fez tocar para as redes.

Castigo merecido para o time azulino, que teve a partida nas mãos durante a maior parte do tempo, mas não teve competência para matar o jogo quando teve oportunidade para isso. Nas circunstâncias, o que se esperava era um Remo mais decidido a fazer gols no tempo final. Ao contrário, Zé Teodoro manteve o time interessado apenas em contra-ataques, mas sem volume suficiente para encurralar os donos da casa.

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Peripécias do Boto tapajônico

Ninguém esperava nada do Tapajós, que é um dos estreantes na competição, ao lado do Parauapebas. Seu cartão de visitas foi a incontestável vitória sobre o Papão logo em seu primeiro jogo. Em seguida, saiu para enfrentar o Paragominas e quase obteve novo triunfo. Ontem, em Cametá, voltou a exibir arrojo e não tomou conhecimento dos donos da casa e marcou 2 a 1.

Repleto de jogadores rejeitados pelos grandes, como Moisés, Patrick e Adriano Miranda, o Tapajós não exibe nenhuma grande novidade tática. É apenas um time que usa bem a velocidade e conta com um camisa 10, Wendel, que sabe o que fazer com a bola.

O técnico Victor Hugo, ao contrário da maioria de seus colegas de Parazão, não tem medo de atacar. O Tapajós atua sempre buscando a vitória, mesmo quando não está no Barbalhão. Num campeonato equilibrado por baixo, com times ainda desajustados, a ousadia tem feito a diferença.

Ainda há muito jogo pela frente e o primeiro turno continua em aberto, mas ninguém deve se surpreender se o time que entrou como franco-atirador acabe virando a sensação do campeonato. Quando levantaram o título estadual, Independente e Cametá tinham esse mesmo desprendimento exibido agora pelo Tapajós. A conferir.

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Parazão pode ter apenas um Re-Pa

O campeonato de 2014 ficou famoso pela overdose de clássicos. Chegou a um ponto que nem as duas fanáticas torcidas aguentavam mais. Desta vez, pode ocorrer justamente o inverso.

Pelos rumos tortuosos da competição, é provável que Leão e Papão só se enfrentem uma vez, justamente na etapa classificatória do returno.

Com times cambaleantes até aqui, não é absurdo prever que ambos voltem a encontrar dificuldades para chegar às semifinais e à decisão do segundo turno.

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Copa Verde: verba minguada

Totaliza R$ 810 mil a verba destinada aos participantes da Copa Verde deste ano. O dinheiro será pago pelo canal Esporte Interativo. A equipe campeã, além de vaga garantida na Sul-Americana 2016, vai faturar R$ 175 mil por toda a campanha.

É pouco.

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta sexta-feira, 20)

A controversa história de “Two and a Half Men”

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POR ALINE DINIZ, DO OMELETE

Chuck Lorre é o responsável por algumas das maiores séries de humor estadunidense dos últimos 20 anos. De Dharma & Greg , Grace Under Fire , Mike & Molly e Mom , uma das produções mais assistidas dos últimos anos The Big Bang Theory , também é de sua autoria. Criada em 2003, Two and a Half Men trazia Charlie Sheen e Jon Cryer de volta aos holofotes e um Angus T. Jones  de dez anos de idade, formando uma família inconvecional para a TV.

A série sofreu um baque com os problemas de Sheen com drogas. Seu vício não era novidade, o ator já havia sofrido piores consequências no passado, tendo sido hospitalizado em maio de 1998 e, em agosto, internado em uma clínica de reabilitação; em 2009, Sheen foi preso por agredir sua então esposa Brooke Miller – mas acabou liberado depois de pagar fiança; e, finalmente, em 2010, foi retirado de um hotel após causar sérios danos e teve de ficar sob observação em um hospital. Em janeiro de 2011, o ator foi internado para desintoxicação, o que acabou paralisando a produção de Two and a Half Men.

Pouco menos de uma semana e 250 milhões de dólares em prejuízo depois, Sheen agradeceu os fãs e anunciou que voltaria a trabalhar até o final de fevereiro. Dia 28 marcaria o retorno das gravações de Two and a Half Men, não fosse a suspensão definitiva da oitava temporada e a emissora se recusar a pagar o salário do ator. Foi aí que começou a guerra – enquanto Sheen pedia um aumento de salário, Lorre se recusava a ceder. Em março, o ator foi formalmente dispensado pela CBS e Warner, gerando um processo de 100 milhões de dólares em nome de Sheen contra seus ex-empregadores.

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Nomes para substituir Sheen não faltaram. Entre eles estavam Rob Lowe, Hugh Grant e Ashton Kutcher, que acabou ficando com o papel. O episódio de estreia da nona temporada trouxe a morte de Charlie Harper e a introdução de Walden Schmidt (Kutcher), um bilionário da internet que acaba comprando a casa e passa a morar com Alan e Jake. O pico de audiência da estreia de Kutcher não compensou a brusca queda nos números, que continuaram caindo ao longo dos três próximos anos.

Contrariado, Lorre se safou ainda com algumas piadas em cima do nome de Sheen no nono ano; uma delas incluiu a participação especial de Kathy Bates como o espírito do falecido. A atriz esteve em apenas um episódio, intitulado ” Why We Gave Up Women”, e apareceu para Alan, que estava internado no hospital depois de um ataque cardíaco.

Mas os problemas de Two and a Half Men não ficaram restritos somente ao protagonista. Em novembro de 2012, Angus T. Jones deu uma declaração a um site religioso pedindo que as pessoas parassem de assistir à série. O ator, então com 19 anos de idade, chamou o programa de “imundo“. Alguns dias depois, Jones divulgou um comunicado oficial pedindo desculpas a seus colegas de elenco e equipe: “sou grato e tenho o maior respeito por todas as pessoas maravilhosas em Two and a Half Men com quem trabalhei pelos últimos dez anos e que se tornaram uma extensão da minha família.

Em abril de 2013, a CBS renovou Two and a Half Men para a 11ª temporada somente com Kutcher e Cryer – Jones retornou apenas para participações especiais. Em maio, foi divulgado que uma filha perdida (lésbica) de Charlie preencheria o buraco deixado por Jones e em agosto descobrimos que ela seria vivida por Amber Tamblyn. Para a 12ª temporada, em uma última tentativa de aumentar os números de audiência da série, Walden e Alan adotariam uma criança.

Hoje, com a expectativa de uma participação de Charlie Sheen, 12 anos de Two and a Half Men chegam ao fim.