Até tu, Messi?

Por Rodrigo Bueno

Pelo corpo mirrado e pela personalidade amena, Messi sempre cultivou a imagem de bom menino, garoto que superou problemas hormonais e cresceu o suficiente para ser, com seu talento, o melhor jogador do mundo. Mas nesta temporada ele mudou. O craque argentino, aos 23 anos, passou a exibir uma barba não tão bem cuidada, posou para fotos ousadas, envolveu-se em escândalos com mulheres, acirrou rivalidade e apimentou sua fala. A Copa do Mundo, na qual naufragou com a Argentina na condição de grande astro, talvez tenha marcado bem o final do Messi pacato, avesso a polêmicas e confusões. Em outubro, ele virou garoto-propaganda da marca italiana Dolce & Gabbana, que explorou com sucesso a imagem do “bad boy” Cristiano Ronaldo. Logo imagens de Messi de cueca se multiplicaram em comerciais.

O jogador disse que “sempre teve preferência pelo estilo elegante e pela imagem sofisticada”. O quase nada badalado namoro com a amiga de infância Antonella Roccuzzo deu lugar a manchetes sobre casos com modelos. Andrea Rincón, integrante do Big Brother argentino, contou que teve relação com Messi quando ele foi ao país jogar contra a Espanha em amistoso. Tanto Andrea quanto o craque estavam comprometidos na ocasião. Depois, foi a vez de Sabrina Ravelli divulgar imagens de conversa com Messi por MSN e Twitcam. A ex de Neri Cardozo diz não ter atendido a pedidos mais salientes do astro maior do Barcelona. No ano passado, falou-se do interesse de Messi em Claudia Ciardone, outra modelo argentina. O astro teria enviado intermediário para conquistá-la. Ele só negou mesmo rumores de que teria se aproximado de Cheryl Cole, ex-mulher de Ashley Cole.

No último mês, Messi exibiu sua nova faceta em ensaio para revista italiana GQ. Usando até gravata borboleta, o outrora simples boleiro é vendido como “o maior”.

Barcelona envolvido em factóide ao tucupi

A história é meio sem pé, nem cabeça, mas já está nas ruas. O estádio Edgard Proença teria sido cogitado pelo Barcelona para o amistoso com o Corinthians no Brasil. A mirabolante proposta seria de R$ 6 milhões, bancados pelo governo do Pará, para que o time de Lionel Messi se dispusesse a jogar em solo brasileiro em comemoração ao centenário corintiano. Chama atenção o valor da proposta e a escolha de Belém para uma partida em homenagem ao tradicional clube paulista. Mais que isso: a fantasia envolve um suposto emissário do Barça fazendo contatos com a Seel para saber das condições do gramado do Mangueirão. É o chamado quase-evento, algo entre a célebre batalha de Itararé e a Viúva Porcina, aquela que foi sem nunca ter sido.

Os 70 anos do grande bardo do rock

Por Mauricio Stycer

Sobre Bob Dylan, arrisco dizer, já foram escritos mais livros do que sobre qualquer outro músico nascido no século 20. No momento em que se comemora o seu 70º aniversário, cinco novos volumes juntam-se à biblioteca. Apenas um deles, mas justamente o mais importante, está saindo no Brasil. Trata-se de “No Direction Home – A Vida e a Música de Bob Dylan” (Larousse, 784 págs., R$ 90), de Robert Shelton. Publicado originalmente em 1986, o livro acaba de ganhar uma segunda e definitiva edição. Dylan tinha 20 anos, em 1961, quando Shelton, então crítico do “New York Times”, o ouviu cantar num pequeno clube no Village, em Nova York. Impressionado com o que ouviu, escreveu uma crítica no jornal.

Este texto, hoje histórico, é considerado fundamental para a carreira do músico. Tornou-o conhecido e levou a gravadora Columbia a assinar um contrato para a gravação do seu primeiro LP. Shelton virou amigo de Dylan. Entrevistou-o dezenas de vezes ao longo de uma década. Dedicado a escrever sobre o artista, batalhou durante anos para conseguir publicar o livro do jeito como imaginava. A obra acabou saindo em 1986, com muitos cortes em relação ao texto original. Esta primeira edição nunca foi publicada no Brasil.

Agora, um calhamaço de quase 800 páginas faz justiça ao projeto de Shelton, morto em 1995, aos 69 anos. “No Direction Home” é o mais detalhado relato sobre os primeiros anos de Bob Dylan, a infância, as influências musicais, os primeiros passos em Nova York, os primeiros romances (com Suze Rotolo, Joan Baez), a guinada na carreira em 1966. Não a toa, Martin Scorsese batizou o seu ótimo documentário sobre os primeiros anos da carreira de Dylan com o nome do livro de Shelton. “No Direction Home”, o filme, lançado em 2005, concentra-se justamente neste episódio-chave da carreira do músico: a decisão de largar o violão e adotar a guitarra elétrica, deixando para trás o posto que o consagrara, como cantor de protesto.

Vício em heroína
Na véspera do 70º aniversário foi divulgada uma entrevista inédita de Robert Shelton com o músico, realizada em março de 1966, na qual Dylan admite ter usado heroína e pensado em suicídio. O relato feito por Dylan a Shelton dentro de um avião, logo depois de um show, não foi incluído em seu livro. Por duas horas, o músico falou sem parar e revelou que, no início dos anos 60, viciou-se em heroína, mas conseguiu abandonar a droga.

Ipiranga bate Paissandu em Macapá

O Ipiranga do Amapá derrotou o Paissandu por 2 a 1 em amistoso disputado nesta terça-feira à noite, em Macapá. Sob o comando do técnico Samuel Cândido, o Ipiranga se prepara para disputar o certame amapaense. Capela, cobrando falta aos 37 minutos do primeiro tempo, abriu o placar. Eduardo Rato ampliou aos 9 do segundo. E Vanderson diminuiu para o Papão aos 18 da etapa final.

Uma pequena história brasileira

Por André Barcinski

Local: uma padaria “de luxo”, das mais caras da cidade de São Paulo. Um misto quente custa o preço de um almoço no Centro. Estou na fila para pagar. Na minha frente, há uma velhinha miúda, de uns 80 anos, acompanhado de um casal de cerca de 50 anos. Os três estão bem vestidos. Parecem estar voltando de uma peça de teatro ou coisa parecida. A velhinha entrega o cartão de comanda para a menina do caixa: “Está zerada a comanda, pode passar, senhora!”.

Um funcionário da loja se aproxima da velhinha. Ele fala em voz baixa: “Minha senhora, é a terceira vez em dez dias que a senhora dá o mesmo golpe…”. A velhinha parece não entender o que se passa. O funcionário mostra uma comanda para ela: “A senhora pegou duas comandas, usou uma, e jogou a comanda usada na lata de lixo. É a terceira vez que eu vejo a senhora fazendo isso em pouco mais de uma semana.” A velhinha esboça um protesto: “Eu não sei o que o senhor está falando…”

O funcionário diz, sem perder a calma: “A senhora tem duas opções: ou paga o que tem nessa comanda, ou eu chamo a viatura e a gente vai pra delegacia assistir ao vídeo do circuito interno”. A velhinha, sem dizer nada, pega a comanda e paga a conta: mais de 60 reais. O casal acompanha tudo, calado. Os três saem da padaria. No estacionamento, vejo a mulher discutindo com a velhinha. “Eu te disse, mãe! Você é muito burra! Não te disse que aquele sujeito já tinha sacado?”. O trio entra num carro. Preço de tabela do carro: mais de 100 mil reais.

Voltei à padaria e procurei o funcionário. Contei que a família toda estava na jogada. “Ah, eu sei, esses três aí dão esse golpe há um tempão”, respondeu. “Cada dia é um que esconde a comanda!”. Mas então por que vocês deixam esses safados entrarem na padaria? “Porque senão eles processam a gente por constrangimento público. Hoje eu dei sorte que a velha jogou a comanda numa lata de lixo bem na frente da câmera. Geralmente eles jogam a comanda no lixo do banheiro, onde a gente não pode pôr câmera”.

Definitivamente, o Brasil não é para amadores.

Até quando?

“Vivo da floresta, protejo ela de todo jeito. Por isso, eu vivo com a bala na cabeça a qualquer hora. Por que eu vou para cima, eu denuncio os madeireiros, os carvoeiros e, por isso, elas acham que eu não posso existir. A mesma coisa fizeram no Acre com Chico Mendes, querem fazer comigo. A mesma coisa que fizeram com a Irmã Dorothy, querem fazer comigo. Eu posso estar hoje aqui conversando com vocês, daqui a um mês vocês podem saber a notícia que eu desapareci”.

Do líder extrativista José Claudio Ribeiro, em entrevista recente. Ele e a esposa, Maria do Espírito Santo, foram assassinados ontem, em Nova Ipixuna. Qualquer semelhança com as execuções de Chico Mendes e Irmã Dorothy não é mera coincidência.

Troféu Camisa 13: Robinho brilha na 2ª parcial

Há apenas quatro anos um dos possíveis premiados pelo Troféu Camisa 13 nunca tinha disputado um torneio profissional de futebol. Trabalhando na roça para ajudar os pais a criar sete irmãos, Robinho decidiu deixar a pequena Mirabela, no interior de Minas Gerais, para fazer um teste na capital. Acabou ganhando uma oportunidade no time amador do Tio Sam. No ano seguinte, veio parar no futebol paraense, contratado pelo então Vila Rica Cametá, depois de campanha discreta defendendo o Abaeté. Nesta temporada, seu futebol finalmente ganhou reconhecimento geral. Robinho é o grande destaque da segunda parcial de apuração de votos do Troféu Camisa 13, divulgada nesta terça-feira (24). Com 2.894 votos, o meia do Cametá parece ter caído no gosto de torcedores de Remo e Paysandu, recentes vítimas de seus dribles, passes e gols. De contrato pré-assinado com o Paissandu para a Série C 2011, o ex-roceiro se prepara para alçar voos maiores. (Com informações do Bola e DOL)

Havelange e Teixeira novamente contra as cordas

Por Juca Kfouri

O programa de TV “Panorama”, da BBC de Londres, afirmou ontem à noite que a Fifa está impedindo a divulgação de um documento que revela a identidade de dois dirigentes da Fifa que foram forçados a devolver dinheiro de propinas em um acordo para encerrar uma investigação criminal na Suíça no ano passado. Um desses dirigentes é Ricardo Teixeira, do Comitê Executivo da Fifa, presidente da CBF e do Comitê Organizador da Copa do Mundo no Brasil.

O acordo encerrou uma investigação sobre propinas na casa dos 100 milhões de dólares pagas a altos dirigentes da Fifa na década de 1990 por uma empresa de marketing esportivo, a falida ISL. Além de Ricardo Teixeira, a investigação do Panorama cita o ex-presidente da Fifa João Havelange. Só Teixeira, segundo o programa da BBC, recebeu 9 milhões e meio de dólares. Tanto ele quanto Havelange se recusaram a responder as perguntas do programa.

Como Teixeira viaja hoje para Suíça é possível que lá ele se manifeste depois de conversar com Joseph Blatter, que tenta evitar a divulgação dos detalhes do caso, como já determinou um juiz da cidade suíça de Zug, para não ver atrapalhado o seu plano de reeleição na presidência da Fifa na semana que vem.

A frase do dia

“Gol é um momento mágico do futebol, é um momento de alegria. Daria uma cambalhota – na comemoração – contra o Fluminense e contra qualquer outro clube. Por que não daria? Não é dor de cotovelo. Não é ódio. É amor. Mas eles não conseguem demonstrar de uma maneira bonita. Tem algumas pessoas que têm dificuldade de dizer que amam. Tive uma lesão e demorei um pouco para me recuperar. Mas na verdade hoje estou no Corinthians, que sei que tem um departamento médico respeitado e se por ventura tiver uma lesão, estou em um lugar em que posso me recuperar mais rápido”.

De Emerson, o “Sheik”, agora no Corinthians, mandando recado ao Fluminense, seu ex-clube.

Rock na madrugada – Paul McCartney, Venus and Mars/Rock Show/Jet/All My Loving