Separatismo atiça cobiça de velho marqueteiro

A onda do separatismo está se alastrando para outras áreas, além dos currais políticos de Tapajós e Carajás. Quem estaria se oferecendo para trabalhar na propaganda da campanha separatista é ninguém menos que o publicitário Duda Mendonça. Fazendeiro na região de Carajás, Mendonça sabe que ali corre muito dinheiro, privado e estatal, daí o olho gordo no plebiscito. Fora das badalações marqueteiras desde que foi denunciado por uso de caixa-dois, o baiano tem tudo para se aliar a Giovanni Queiroz, Zé Geraldo e outros baluartes do esquartejamento do Estado do Pará.

Presidente do Remo condenado a 16 anos de prisão

Sérgio Cabeça Braz, atual presidente do Clube do Remo e ex-diretor do Centro Federal de Ensino Tecnológico do Pará (Cefet), foi condenado juntamente com outras seis pessoas a penas que, somadas, chegam a mais de 75 anos de prisão. Todos são acusados de peculato, por terem desviado verbas públicas provenientes de convênios, cursos e processos seletivos, no período de 1993 a 2001, quando integravam a administração do Cefet no Pará. A sentença, de 61 páginas, assinada pelo juiz federal Rubens Rollo D’Oliveira, da 3ª Vara, especializada em ações criminais, data de 4 de maio passado, mas só foi divulgada nesta quarta-feira (25). Ainda cabe recurso ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região, em Brasília (DF). Todos os réus deverão cumprir a pena em regime fechado, mas poderão recorrer em liberdade.

A condenação maior, 16 anos de reclusão, coube ao engenheiro civil Sérgio Cabeça Braz. O médico Fabiano de Assunção Oliveira foi punido com 12 anos. A pedagoga Regina Célia Fernandes da Silva foi sentenciada a dez anos e oito meses, mesma pena atribuída à economista Maria Francisca Tereza Martins de Souza. O professor Carlos de Souza Arcanjo foi punido com dez anos. A professora Maria Rita Vasconcelos da Cruz Quaresma e o engenheiro Wilson Tavares Von Paumgartten foram condenados, cada um, a oito anos de prisão. Além da pena de reclusão em regime em regime fechado, todos os réus, à exceção de Carlos de Souza Arcanjo, tiveram decretada a perda dos respectivos cargos públicos. Por insuficiência de provas, a sentença absolveu outras seis pessoas: Maria Auxiliadora Souza dos Anjos, contadora aposentada; Ronaldo Passos Guimarães, engenheiro civil aposentado; Carlos Lemos Barboza, professor; Genoveva Maria Esteves de Oliveira Melo, bióloga aposentada; Cézar Marcos Ferreira Takemura, engenheiro eletrônico; e Antônio das Graças de Miranda Almeida, engenheiro civil aposentado.

Na denúncia que ofereceu à Justiça, o Ministério Público Federal se baseou no relatório de auditoria anteriormente instaurada pela Corregedoria Geral da União (CGU), tão logo se evidenciaram indícios de irregularidades. Segundo o procurador da República Ubiratan Cazetta, o Cefet teria burlado repetidamente a contabilidade pública ao deixar de incluir na Conta Única do Tesouro Nacional as receitas arrecadadas por meio dos diversos convênios firmados com prefeituras do interior, empresas privadas como Vale e Albras, e órgãos públicos Ipasep, Planfor, além das verbas oriundas de processos seletivos e cursos livres oferecidos à comunidade. Os recursos, segundo a denúncia, eram depositados em contas paralelas abertas em nome do Cefet no Banco do Brasil, na Caixa Econômica Federal e no Banco da Amazônia S.A. (Basa), mas não eram cadastradas no Siafi (Sistema Integrado de Administração Financeira).

Com esse procedimento, o dinheiro poderia ser movimentado livremente, “possibilitando, assim, toda sorte de desvios e ilegalidades”, segundo expressões do magistrado na sentença. “Seria como se o diretor do Foro federal resolvesse usar o patrimônio público para oferecer cursos na Justiça Federal, receber valores dos interessados e alunos, usar as instalações e pessoal do quadro funcional e não prestar contas ao TCU (Tribunal de Contas da União) e a ninguém”, comparou o juiz Rubens Rollo D’Oliveira.

A auditoria da CGU, diz a sentença, fez com que a administração do Cefet, à frente Cabeça Braz, adotasse tardiamente alguns procedimentos para tentar cumprir às pressas o dever de prestar contas. “A apresentação de meras planilhas sem suporte documental para comprovar despesas em cursos livres, o uso de documentos falsos, alegações falsas de que não se recebia dinheiro, alegações de outros servidores de que alguns cursos seriam gratuitos, apresentação de processo de compra de equipamentos para justificar o desvio de R$ 60 mil de verba de processo seletivo, tudo isso foi resposta desesperada à ação moralizadora da CGU”, conclui o juiz.

À noite, o presidente do Remo foi procurado, mas não quis se pronunciar sobre a decisão judicial. (Com informações do site da Justiça Federal)

Águia se reforça para a Série C

O Águia, depois da eliminação no Campeonato Paraense, movimenta-se para reforçar o time com vistas ao Brasileiro da Série C. Contratou o goleiro Marcelo Cruz, o zagueiro Carlão, o lateral-direito Ceará e o volante William Santos, além do atacante Peri, que já havia sido anunciado. Marcelo Cruz, Carlão e Ceará foram emprestados junto ao Uberlândia-MG. William Santos disputou o Gauchão pelo Lajeadense.

Botafogo contrata jogador oriundo do Pará

Um garoto que viveu no Pará desde os 8 anos é o principal reforço do Botafogo para o Brasileiro da Série A. O meia Elkeson foi apresentado pelo clube na tarde desta quarta-feira, depois de ter seus direitos federativos adquiridos junto a Vitória (BA) e Benfica. O meia assinou contrato de quatro anos com o Alvinegro e já treina com o time para o jogo de domingo diante do Santos, no Engenhão. “Estou muito feliz e orgulhoso de estar no Botafogo. É uma satisfação muito grande vestir essa camisa, que tantos grandes jogadores já usaram. Felizmente, deu tudo certo. Agora, quero mostrar meu futebol e fazer o meu melhor pelo clube”, afirmou Elkeson.

O Fluminense também tinha interesse em Elkeson, mas os dirigentes baianos fecharam acerto com o Botafogo. que pagou cerca de R$ 4,7 milhões pelo novo reforço. O Vitória recebeu R$ 2,3 milhões e o Benfica levou R$ 2,4 milhões. Além da quantia, o clube baiano também ganha três jogadores do atual elenco alvinegro em troca.

Como Jobson, Elkeson de Oliveira Cardoso vem da região de Carajás. Apesar de maranhense de nascimento, o meia de 22 anos passou a maior parte de sua vida morando em Marabá, com os pais. É outro que sai direto do Pará para outros centros, sem passar pelos clubes da capital.

Remo acerta contas com heranças de AK

Equipe jurídica do Remo, chefiada por Ronaldo Passarinho, fecha acordo na Justiça do Trabalho com Luiz Julio Lima, ex-gerente de materiais (que diabo é isso?) na gestão Amaro Klautau e que foi árbitro de futebol. Lima, também conhecido como “Pirão”, exigia indenização de R$ 73 mil, mas levou R$ 30 mil, divididos em 9 parcelas. (Com informações do repórter Michel Anderson)

A morte de um símbolo da luta na floresta

Por Karina Miotto, d’O Eco da Amazônia

Quando o conheci, no TEDxAmazônia, evento que aconteceu em novembro, em Manaus, Zé Claudio contou um pouco do seu dia a dia. Era um homem simples. Naquela tarde ele vestia calça jeans e uma camiseta, era tranquilo, de fala mansa. Extrativista, vivia em Nova Ipixuna, no sul do Pará e sua rotina era marcada por uma luta quase corporal pela castanheira, árvore da qual tirava seu sustento. Às dez horas da manhã de hoje (24), foi morto a tiros em uma emboscada, no ramal que levava à sua casa. Morreu também sua mulher, Maria do Espírito Santo da Silva.

Graças às denúncias de José Cláudio Ribeiro da Silva, pelo menos 10 serrarias de castanheiras foram fechadas no ano passado na região, cinco delas em Nova Ipixuna. As árvores, protegidas por lei, têm sido insistentemente derrubadas por madeireiros e carvoeiros para produção de madeira e carvão vegetal. Serrarias já foram autuadas pelo Ibama por beneficiar madeira retirada ilegalmente do assentamento Praia Alta da Piranheira, onde ele morava. Não fica difícil concluir o tipo de pessoas que há tempos o ameaçavam na tentativa de calar suas denúncias. Após os tiros, disparados desde uma moto, cortaram um pedaço de sua orelha, em uma demonstração além de crueldade, “prova” do pistoleiro ao mandante que o “serviço foi cumprido”, algo comum no violento Pará.

“Já chegaram a oferecer 200 reais pela árvore da área dele, mas ele disse que não, que preferia continuar sobrevivendo dela em pé”, conta Felipe Milanez, jornalista que viajou até Nova Ipixuna para falar com Zé Castanheira, como também era conhecido. “Sou ameaçado de morte. Hoje estou aqui falando com você, amanhã posso não estar”, me disse em Manaus. “E o senhor tem medo?”. “Às vezes eu tenho, mas fazer o quê. Não posso deixar derrubar castanheira, ela é a minha vida”. Meses atrás ele chegou a dizer que quando morresse, que seu corpo fosse cremado e enterrado aos pés de Majestade, maior castanheira de seu jardim, com 11 metros de diâmetros.

A pedido de Dilma Rousseff, o crime está sendo investigado pela Polícia Federal. Zé Castanha comparava sua luta a de Chico Mendes e, assim como ele, entrará para a história da Amazônia como um belo exemplo de coragem pela vida da floresta.

Perguntinha do dia (51)

Há, além de Robinho, algum outro jogador que mereça o título de craque do Campeonato Paraense 2011?