Coluna: Paissandu é o favorito

A pergunta que se impõe em todas as rodas, desde que o Remo foi despachado, é se o interior finalmente vai quebrar a escrita e ganhar o Campeonato Estadual. Como não sou de refugar, já externei opinião no Bola na Torre e na Rádio Clube: apesar das expressivas campanhas de Cametá e Independente, a capital segue favoritíssima para ficar com o caneco desta temporada e manter a secular invencibilidade.
Vejam bem: sou interiorano da gema, caboclo de Baião com muito orgulho e vizinho das duas cidades que mais brilharam na competição. Ocorre que a comparação entre os finalistas do returno e o Paissandu, vencedor do turno, ainda faz a balança pender para os alvicelestes.
Alguns detalhes respaldam esse entendimento. O Cametá, que cumpre excelente campanha, aparecendo em terceiro na pontuação geral (30 pontos), tem o melhor ataque (43 gols) e a defesa mais vazada (39 gols). A vulnerabilidade defensiva tem sido bem disfarçada pela produção ofensiva, além de pouco explorada pelos adversários.
Aliás, foi justamente o Paissandu o time que melhor soube tirar partido dessa fragilidade, vencendo os dois confrontos decisivos do turno. Como trunfos, o Cametá tem um dos artilheiros da competição, Leandro Cearense, e o armador mais qualificado, Robinho. Virtudes significativas num torneio de sofrível nível técnico.  
Vejo o Independente com mais chances de ser finalista. Atravessa melhor momento, apesar de números mais modestos. É o 4º na classificação geral, com 28 pontos; fez 31 gols e sofreu 25. Demonstra, porém, regularidade e equilíbrio: no returno, venceu cinco jogos pelo escore de 2 a 0, incluindo o de domingo, sobre o Remo. Sinomar Naves montou um conjunto eficiente e harmonioso, estribado em sua afiada dupla de criação, Gian e Marçal.   
Apesar dessas credenciais, não vejo nenhum dos emergentes em condição de impedir o tricampeonato do Paissandu. Com a saída de Sérgio Cosme, a fiel torcida voltará a abraçar o time e o novo (e bom) técnico, Roberto Fernandes, terá 18 dias para treinar e dar nova feição tática ao time. Existem problemas a resolver na zaga e no meio-campo, mas nada que impossibilite duas atuações de bom nível na decisão. O resto fica por conta da tradição – e que ninguém se iluda: ela ainda pesa muito.  
 
 
Veterano desportista, conselheiro azulino de estirpe, lamenta a derrocada do time no campeonato e, principalmente, as perdas que ainda estão por vir. Em mensagem à coluna, evitando se identificar, revela frustração pela não criação das câmaras setoriais de gestão e critica a centralização excessiva.
Defende a imediata desativação do departamento de futebol profissional. Como segunda medida, aconselha a diretoria a priorizar a equipe sub-17, que vai disputar a Taça Cidade de S. Paulo, tendo Betinho e outros como reforços. Depois, o time deve realizar amistosos pelo interior e Estados vizinhos, a fim de honrar compromissos com patrocinadores. É o que resta a fazer neste momento de profundas incertezas. 

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta terça-feira, 31)

11 comentários em “Coluna: Paissandu é o favorito

  1. Gerson, com a saída desse bobalhão do Sérgio Cosme, não vejo a hora de voltar ao estádio para essa final, coisa que a diretoria estava sonegando ao torcedor.

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  2. Gerson, desculpe o desabafo, mas esse “conselheiro azulino de estirpe” deveria ser um dos que deveriam tomar vergonha na cara, pedir desligamento e nunca mais aparecer na sede do Remo. Chega de incompetência. O Remo não precisa de conselheiros geriátricos e bêbados. Tenho certeza que em Belém existem jovens empresários com cabeça arejada para transformar o futebol paraense num negócio rentável e que nos traga argulho.

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  3. Gerson Nogueira e Amigos do Blog;
    Concordo em Gênero, Número e Grau, com tua análise, mas, para não parecer simplista, ou, simplório, quero acrescentar que:
    1- A torcida voltará sim ao Caldeirão da curuzú, ou, onde o Grande Bicolor Amazônico se apresentar, pois o câncer maior, que incomodava à nação Celeste Amazônica, já foi extirpado;
    2- O Técnico contratado, tem o perfil que precisamos para chegar ao trí-2011, inclusive, quando ele foi liberado pelo timbú Mauriciano, fui um dos que, lembraram neste blog, o nome dele para comandar o nosso time, estou satisfeito; pois o nosso time não é o supra sumo, porém tem vcapacidade técnica, para superar qualquer um dos adversários;
    3- Divirjo, no entanto, de teu palpite quanto ao adversário da finalíssima, apenas nisso, meu pitaco é que vai dar Cametá, pois o Mapará já demonstrou que é mais arrojado, mais afeito à decisões e tem maior poder de recuperação.
    Quanto ao nconselheirpo de estirpe, ele, com certeza, não está no grupo dos abnegados que bancaram o aposentado, fraturado e ex-jogador de futebol finazzi, está???? quem gostou daquela contratação foi o xatiado; nos programas esportivos da Clube, ele anunciava, era mais um brado: FINAAZZI!
    FINAAAZZI!
    FINAAAZZI!,
    Agora meu, a chamada deve ser:
    FINAAADO!!!
    FINAAAADO!!
    FINAAAADOS!!!
    Fala xatiado, quero te ouvir, estou sempre ligado na Clube!!!

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  4. Favorito com toda certeza é o Paisandu, não boto fé nesses emergentes, a prova é que no 1º turno o Cametá amarelou bonito, não foi nem de perto o Cametá que bateu o Remo, então acho que o tri ta na mão dos bicolores, esses emergentes já fizeram o papel deles.
    Opinião.

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    1. Além da tradicional amarelada (São Raimundo em 2009 e Águia em 2010), Ricardo, acredito que o Paissandu vai crescer de produção e entrará nas finais com um time bem mais sólido.

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  5. Pessoal, por onde anda o Carlos Berlli verdadeiro? Foi limado? Ou o computador dele pifou? Ou ainda se apaixonou pelo Avaí – SC e esqueceu o Bicila?

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    1. Otávio, só para esclarecer: o blog não lima ninguém. No máximo, o próprio comentarista se lima ao postar insultos e ofensas. Quem se comporta dentro das normas de civilidade, não sofre qualquer restrição.

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