“Temos que usar as palavras verdadeiras. Trump não está ‘bloqueando’ os navios de petróleo da Venezuela. O que ele está fazendo é ‘ROUBAR’ o petróleo venezuelano”.
Glauber Braga, deputado federal (PSOL-RJ)
“Temos que usar as palavras verdadeiras. Trump não está ‘bloqueando’ os navios de petróleo da Venezuela. O que ele está fazendo é ‘ROUBAR’ o petróleo venezuelano”.
Glauber Braga, deputado federal (PSOL-RJ)

POR GERSON NOGUEIRA
As conversas já foram iniciadas. O Remo procurou o Botafogo para tentar a contratação definitiva do atacante Diego Hernández, que está sob empréstimo no clube até junho de 2026. O negócio pode chegar a 2 milhões de dólares, cerca de R$ 10,5 milhões. Se concretizada, será a maior aquisição da história do Leão e do próprio futebol paraense.
Os entendimentos entre Remo e Botafogo têm se estreitado desde o acordo sobre Diego Hernández para a disputa da Série B e se fortaleceram ainda mais com a ida do lateral-direito Kadu, revelação da base azulina, que hoje é titular do time sub-20 do Alvinegro, com opção de compra fixada em cerca de R$ 5 milhões.
Aos 31 anos, Hernández foi um jogador fundamental do Remo na reta final do Brasileiro da Série B. Foi decisivo em confrontos que marcaram a arrancada rumo ao acesso. Entrou em 14 partidas, marcou três gols e deu duas assistências.
Titular inquestionável desde que chegou ao Baenão em julho, em contratação conduzida pelo executivo Marcos Braz, o uruguaio conquistou definitivamente o Fenômeno Azul ao desempatar o Re-Pa com um gol de falta nos instantes finais. Foi o primeiro jogador a fazer gol no clássico vestindo a mítica camisa 33, que homenageia o tabu sobre o maior rival.
Ele chegou ao Brasil em 2023, contratado pelo Botafogo junto ao Montevideo Wanderers. Teve pouco espaço no Alvinegro, atuando em 24 partidas, tendo marcado somente um gol. No início deste ano, foi emprestado ao León, do México, e ao Everton, do Chile, antes de ser cedido ao Remo para o returno da Série B.
Hernández foi expulso, junto com o também uruguaio Nico Ferreira, no fim da partida contra o Avaí, penúltimo compromisso na Série B. Comoveu a torcida ao pedir perdão por não participar da decisão contra o Goiás. O episódio ainda custou ao atacante quatro jogos de suspensão, punição imposta pelo STJD, que o Remo tenta reverter. (Foto: Samara Miranda/Ascom CR)
Um prêmio merecido para o discreto Dembélé
A lista de premiados com o The Best Fifa surpreendeu quase ninguém. Na escolha divulgada ontem, Ousmane Dembélé se consagrou pela primeira vez como o melhor jogador do mundo. A cerimônia de gala ocorreu em Doha, no Qatar, sede da Copa Intercontinental – cuja final será hoje, entre o PSG de Dembélé e o Flamengo.
Campeão da Champions League com o time parisiense, o atacante de 28 anos somou 35 gols e 14 assistências na temporada europeia de 2024/25. Na atual, já tem três gols e três assistências em 12 partidas. Tem ficado na sombra de Mbappé, mas joga tanto quanto o companheiro de seleção.
Da tribuna de imprensa do estádio Lusail, em Doha, vi Dembélé jogar aquela partida esquisita contra a Argentina, na final da Copa do Mundo de 2022. A França, como se sabe, foi gloriosamente operada pela arbitragem naquela noite. O Mundial foi todo centrado na figura de Lionel Messi e o script precisava se cumprir.
Longilíneo, jeitão de Spike Lee, Dembélé é um goleador subestimado. Na final em Doha, ele foi discreto, atuando fora de posição, atento aos avanços de Ángel Di María, mas deixou claro que já era um craque em ascensão, fato agora confirmado na justa escolha da Fifa.
Confiança brazuca contra o favoritismo francês
Com a ilustre presença de Luís Enrique, eleito ontem melhor técnico do mundo no The Best Fifa, a decisão da Copa Intercontinental pode salvar uma competição marcada pelo vazio nas arquibancadas dos estádios. A Fifa definiu o marroquino Ismail Elfath, de 43 anos, para apitar o jogo – que seja melhor que o argentino da final da Libertadores.
O favoritismo óbvio é do PSG, campeão europeu, mas o Flamengo tem motivos para acreditar que é possível contrariar os prognósticos. Os trunfos de Filipe Luís passam pelo entrosamento de um time cheio de jogadores experientes e acostumados a embates com forças europeias.
Luís Enrique tem um belo time nas mãos, forjado em mais de duas temporadas, mas ainda se explica sobre a derrota para o Botafogo no Mundial de Clubes. “Jogamos contra o Botafogo, que fez um jogo fechado na defesa. É o típico jogo que estamos acostumados a jogar, times que se defendem e atacam pouco”.
Não se pode desconsiderar o fato de que o Qatar é a base de sustentação do PSG, que é bancado pelos petrodólares. Ao contrário do que chegou a ser divulgado, Luís Enrique deve botar em campo força máxima, com Marquinhos, Nuno Mendes, Vitinha, João Neves, Dembélé e Doué.
Raridade na TV, uma aula de grande música
Ainda sob os efeitos transcendentes/purificadores do showzaço de Caetano & Bethânia, que a TV mostrou ontem à noite. Uma aula de grande música, abarcando todos os ritmos possíveis – MPB, samba, tango, afoxé, rock & bolero. Precisamos tanto disso em meio ao atual deserto de ideias.
(Coluna publicada na edição do Bola desta quarta-feira, 17)
POR GERSON NOGUEIRA
Lou Reed tinha um estilo econômico de tocar guitarra, sem firulas, mas com o tempo passou a valorizar o fraseado e quase conseguiu sepultar o guitarrista minimalista dos primórdios do Velvet Underground, que se escorava nos recursos do parceiro Sterling Morrison (guitarra base) na inventividade de John Cale, principalmente nas apresentações ao vivo.
O jeito de cantar, porém, pouco se alterou. A pegada de bardo, com canções praticamente declamadas, seguiu como característica marcante de Lou. No livro de Will Hermes, “Lou Reed, o Rei de Nova York”, bio definitiva do cantor, a análise da evolução criativa de Reed valoriza sua incrível capacidade de se reinventar em 30 anos de carreira.
A temática queer, que domina boa parte de sua obra, está presente de forma discreta em “Sweet Jane” (Doce Jane), canção do álbum Loaded (1970), com a formação original do Velvet. Ao longo dos anos, como é próprio de Lou, a música foi ganhando arranjos diferentes, acelerados ou mais suaves, calcados no humor ou estado de recolhimento do músico.
Entre as diversas faces de “Sweet Jane”, destaque para a vibe hard rock do celebrado álbum ao vivo Rock ‘n’ Roll Animal (1974), que marca o ressurgimento de Lou Reed após um período de mergulho nas drogas em meio à desintegração do Velvet, repleta de brigas internas. O baixista Doug Yule tocou bateria na versão original porque a baterista do grupo, Maureen “Moe” Tucker, estava grávida. Segundo ele, Reed obteve o riff ideal com a guitarra em volume máximo.

Grupos como Mott The Hoople, Soul Azylum, Cowboy Junkies e Metallica (abaixo) registraram versões interessantes da canção. A letra foca na paisagem urbana e ressalta personagens de rua, figuras sempre emblemáticas nas nas letras de Reed. Abaixo, trecho da letra:
Eu vou te dizer uma coisa
Jack, ele é um banqueiro
E Jane, ela é uma balconista
Ambos economizam dinheiro
E quando, quando eles chegam em casa do trabalho
Oh, sentados perto do fogo, oh!
O rádio toca
A música clássica
“A Marcha dos Soldados de Madeira”
Doce Jane, vamos lá, querida.
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