A angustiante, prolongada e chata novela do novo técnico do Remo deve chegar ao fim nesta segunda-feira, segundo palavras do presidente Antônio Carlos Teixeira. E ele é, certamente, quem mais espera pelo fim dessa história, pois sofre na pele os efeitos da impaciência da torcida.
Desde que o Remo conquistou o acesso à Série A, o tema está na ordem do dia. A saída de Guto Ferreira, que tinha contrato até o final da Série B, abriu a temporada de busca pelo novo treinador. O próprio Guto era um dos cotados, mas o acerto financeiro não se concretizou.
Há quem diga que tudo estava encaminhado, mas exigências de última hora fizeram o técnico bater em retirada. Depois dele, o clube entrou em modo ziguezague, atirando em várias direções e demonstrando certa falta de foco na busca de um novo comandante.
Cuca foi procurado, mas tem outros planos de carreira. Martín Palermo, ex-Fortaleza, também esteve nos planos, mas não se interessou pela proposta. Outros técnicos foram sondados e alguns simplesmente surfaram na onda, explorando o próprio ruído de comunicação.
Caso a novela se encerre hoje, será finalmente o ponto de partida para a preparação do Remo. Sem comando técnico, não há como planejar a campanha, pensar em sistema de jogo e nem mesmo contratar jogadores.
A apaixonada torcida do Leão, que lotou o Mangueirão e o Baenão na Série B, é quem mais sofre. E as cobranças se evidenciam nos programas da Rádio Clube e nos canais de comunicação do DOL e do DIÁRIO, de maneira cada vez mais ansiosa. No fundo, ninguém aguenta mais. (Foto: Beatriz Reis/ge)
Márcio Belém: raça, sucesso e títulos no Leão
Atleta revelado na base do Remo, Márcio Belém estava em campo na histórica conquista do Brasileiro da Série C, em 2005. Disputou a Copa João Havelange, na campanha que levou o Leão às oitavas de final, e conquistou dois títulos estaduais. Sua morte repentina, no sábado (13), enlutou a família azulina e motivou várias homenagens.
Volante de forte marcação, do tipo carrapato, Márcio caiu nas graças da torcida. Logo após o bicampeonato paraense, em 2003 e 2004 – o célebre Parazão 100 do Remo – ele integrou a equipe campeã brasileira da Série C, sob o comando do técnico Roberval Davino.
Em nota oficial, o Remo se solidarizou com a família e enalteceu a carreira do volante: “Márcio Belém será lembrado como um jogador de muita garra, deixando seu nome escrito na história. Foram seis temporadas no Baenão, entre 2000 e 2005”.
Além do Remo, Márcio jogou pelo América-SP, Tuna (2007), Tiradentes e encerrou a carreira defendendo o Izabelense, em 2011.
Papão anuncia segundo reforço para 2026
Depois de algumas semanas de atraso, a situação do volante Caio Mello finalmente se definiu no PSC. O clube anunciou a contratação do jogador, que é o segundo reforço para 2026, junto com o goleiro Jean Drosny. Caio tinha pré-contrato, firmado ainda com o executivo Carlos Frontini.
Aos 25 anos, Caio foi revelado nas categorias de base do Bahia e conquistou dois títulos estaduais baianos. Esteve no Guarani de Campinas e no Ypiranga-RS antes de fechar com o Paysandu.
O anúncio de Caio, em meio à festa de lançamento do novo uniforme, ontem (13), abre uma semana que deve ser repleta de novidades. A gestão de futebol promete anunciar contratações para o meio-campo e o ataque, a fim de encorpar o elenco para a próxima temporada.
Com estádio às moscas, Fla passa à final da Copa
Como previsto, o Flamengo não teve dificuldades em superar o Pyramids, do Egito, por 2 a 0, e avançar rumo à final da Copa Intercontinental, disputada no Qatar. O meia Arrascaeta foi a grande figura da partida, com participação fundamental nos gols que deram a vitória ao Fla.
Arrascaeta cruzou para Léo Pereira e Danilo marcarem os gols, explorando o jogo aéreo e a patetice da defesa egípcia. Foi a segunda vitória rubro-negra no Intercontinental. Na estreia, derrotou o Cruz Azul.
O confronto final entre o campeão da Champions League e o da Libertadores acontece na próxima quarta-feira (17), às 14h (horário de Brasília), no mesmo estádio, o moderno Ahmad Bin Aliem, em Doha.
Aliás, o ponto negativo desta Copa Intercontinental é a baixa presença de público. Nos dois jogos do Flamengo, o estádio teve menos de 20% dos lugares ocupados. Nem com os esforços da Fifa para emplacar o torneio, o preço salgado dos ingressos afasta até a torcida árabe. Um vexame.
O PSG tenta se redimir do frustrante vice-campeonato na Copa do Mundo de Clubes, quando foi atropelado pelo Chelsea na final, por 3 a 0.
(Coluna publicada na edição do Bola desta segunda-feira, 15)
“Por onde a água passa produz modificações. Pode dissolver os minerais das rochas e arrastar seus componentes bem distantes para a deposição. Pode formar rios, lagos e oceanos, acumulando um volume considerável de espécies aquáticas. Pode tanto recarregar os aquíferos como transbordar em áreas de inundação e causar prejuízos econômicos em áreas urbanas.” [1]
Essa introdução acima a abria “Por onde a água passa – coletânea de artigos” que foi uma primeira coletânea (74 artigos) publicada no formato de um e-book no ano de 2019; a segunda “Por onde a água passa – coletânea de artigos de antes e durante a quarentena” (98 artigos), foi publicada dois anos depois, em 2021 e a terceira (55 artigos), “Por onde a água passa – a briga pela democracia no meio das mudanças climáticas (e do futebol)”, publicada em 2024. Essas três coletâneas podem ser acessadas, gratuitamente, pelo Sistema de Bibliotecas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). [2] Uma quarta coletânea (66 artigos), “Por onde a água passa – tentativas de divulgação e de popularização de trabalhos técnico-científicos”, foi recentemente publicada pelo Instituto Ação 1 de Direitos [3], que tem por finalidade promover a defesa e demandas em favor da educação, da saúde, da alimentação, entre outras, como atender os demais interesses individuais e coletivos dos brasileiros e estrangeiros residentes no Brasil. Assim, mesmo que na cronologia os dados relatados nessa última coletânea antecedam os três primeiros e-books, são reunidos textos escritos individualmente e em coautoria, durante um período de quase 20 anos (1987 a 2006), publicados em vários jornais regionais dos estados de São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, ainda no formato papel, sendo que alguns deles estão fora de circulação atualmente. Esse fato justifica o registro dessas informações em fac-símiles reunidas no formato de livro digital, com acesso público e gratuito, reforçando a intenção da popularização de trabalhos técnico-científicos. “A água de boa qualidade é como a saúde ou a liberdade: só tem valor quando acaba.” – Guimarães Rosa.
Heraldo Campos é geólogo (Instituto de Geociências e Ciências Exatas da UNESP, 1976), mestre em Geologia Geral e de Aplicação e doutor em Ciências (Instituto de Geociências da USP, 1987 e 1993) e pós-doutor em hidrogeologia (Universidad Politécnica de Cataluña e Escola de Engenharia de São Carlos da USP, 2000 e 2010).