POR GERSON NOGUEIRA

A frase, insistentemente usada como gancho de reforço da autoestima entre os jogadores do Remo, ganhou as ruas e passou a ser repetida como mantra pela torcida na arrancada vitoriosa iniciada com a goleada sobre o CRB e que culminou com o triunfo em cima do Goiás, no domingo passado, 23.
Palavras movem o mundo e são armas poderosas quando bem empregadas. Os azulinos fizeram do grito de guerra “O Remo é para quem acredita” uma peça similar ao “Eu acredito!”, explorado pela primeira vez pela torcida do Atlético-MG em campanha pela Copa Libertadores.
Nada disso teria qualquer efeito se em campo o time não tivesse correspondido à expectativa da torcida. A sequência de seis vitórias, que fez o Remo subir da 12ª colocação para a disputa direta por uma vaga no G4, respaldou o ruidoso incentivo vindo das arquibancadas.
Acreditar é o primeiro passo para qualquer conquista, mas palavras de ordem que não têm eco na atuação dos jogadores terminam esvaziadas e até ridicularizadas, como aquela célebre provocação “Real Madrid, a tua hora vai chegar”, puxada certa vez nos vestiários do Flamengo.
(Naquela ocasião, a frase infeliz foi atribuída ao ex-dirigente do Flamengo, Marcos Braz, atual executivo do Remo e um dos nomes mais importantes do projeto azulino de acesso à Série A.)
O fato é que merece destaque a força mental que o elenco azulino exibiu após a derrota para o Avaí, embalada pelo coro que partia da torcida, incluindo a vibrante demonstração de confiança na conquista. Tudo isso turbinado pela apoteótica celebração que conduziu o Leão à vitória.
Guto Ferreira tem destacado o aspecto anímico da trajetória do Remo e a vinculação com as manifestações religiosas, influindo na resiliência física e no esforço final de jogadores comprometidos com a causa do acesso. (Foto: Beatriz Reis/ge PA)
Dificuldades na rota da reconstrução bicolor
Conciliar a necessidade de contratar reforços com a realidade das finanças do clube é o maior problema para os envolvidos com a reconstrução do PSC. A entrada em cena de novos personagens – Júnior Rocha (técnico) e Marcelo Sant’Ana (executivo) – torna ainda mais urgente a resolução de problemas que contribuíram para o rebaixamento à Série C.
Rocha e Sant’Ana foram apresentados oficialmente nesta semana, expuseram ideias e planos, mas ainda estão tomando pé da situação. Aos poucos, passam a conhecer os problemas do clube em minúcias.
O primeiro desafio é a contratação de jogadores para começar a montagem do elenco para 2026. A vantagem de ter a Série C prevista para abril não exclui a urgência de arrumar a casa com vistas às primeiras competições – Campeonato Paraense, Copa Norte/Verde e Copa do Brasil.
Além disso, as contratações precisam ser fechadas antes que o mercado fique mais restrito, a partir da janela para times das Séries A e B.
Bola na Torre
Guilherme Guerreiro comanda o programa especial deste domingo, às 22h, na RBATV, dedicado à conquista do acesso do Clube do Remo à Série A. O convidado é Pedro Rocha, ídolo azulino e artilheiro da Série B 2025. Participação deste escriba de Baião. A edição é de Lourdes Cezar.
De estrela do tênis a futura imperatriz do açaí
O que o tênis de alto rendimento tem a ver com o açaí paraense? Tudo porque Aryna Sabalenka, bielorussa que é a nº 1 do ranking da WTA, pode ser considerada como a futura rainha do açaí em escala planetária. Afinal, é a namorada do empresário e desportista Georgios Frangulis, CEO e fundador da Oakberry, empresa que investiu na produção de açaí no Pará e passou a dominar as exportações nacionais do produto, presente hoje como franquia em mais de 40 países.
A fábrica original, a Oakville, fica em Santa Izabel, a 60 quilômetros de Belém. Foi inaugurada em setembro de 2022. O Pará, como se sabe, é o maior produtor de açaí do Brasil, com mais de 90% da produção nacional.
Georgios Frangulis, além de sócio majoritário do grupo, acompanha Sabalenka pelas quadras mais importantes do tênis mundial e entrou para o ramo do futebol ao adquirir o clube Le Mans FC, da 2ª divisão francesa.
(Coluna publicada na edição do Bola de sábado/domingo, 29/30)