Remo tem o jogo de maior público e lidera arrecadação da Série B

A vitória por 3 a 1 sobre o Goiás, que assegurou o acesso do Remo à Série A, quebrou os recordes de renda e público do Brasileiro da Série B. O estádio Jornalista Edgar Proença (Mangueirão) teve 43,3 mil pagantes e R$ 3,1 milhões arrecadados – valor líquido de R$ 2,2 milhões para o Leão. É apenas mais um recorde do Remo na competição, onde é também líder de arrecadação, com R$ 15.794.757 nas bilheterias obtidos nas bilheterias.

TimeRenda bruta total
RemoR$ 15.794.757
CoritibaR$ 10.327.646
Athletico-PRR$ 9.814.868
PaysanduR$ 7.021.650
ChapecoenseR$ 4.304.365
CriciúmaR$ 4.051.890
AvaíR$ 3.192.410
GoiásR$ 2.659.655
Operário-PRR$ 1.441.565
Vila NovaR$ 1.419.360
CRBR$ 1.149.905
Botafogo-SPR$ 1.089.135
Athletic ClubR$ 769.735
Atlético-GOR$ 694.680
CuiabáR$ 649.214
FerroviáriaR$ 632.190
América-MGR$ 569.910
AmazonasR$ 515.280
Volta RedondaR$ 483.600
NovorizontinoR$ 483.220

O campeão Coritiba aparece em 2º lugar, com R$ 10,3 milhões de renda bruta total. Athletico, Paysandu e Chapecoense fecham o grupo dos cinco clubes com as maiores arrecadações da Série B. 

Maiores públicos da Série B

Além de ter estabelecido o maior público do campeonato, o Remo ainda tem outras seis partidas no ranking dos maiores públicos da Série B. Já o Paysandu tem quatro jogos na lista.

JogoEstádioPúblico pagante
Remo 3 x 1 GoiásMangueirão43.315
Athletico-PR 1 x 0 América-MGLigga Arena42.091
Ahtletico-PR 0 x 1 CoritibaLigga Arena39.469
Athletico-PR 2 x 0 Volta RedondaLigga Arena38.930
Remo 0 x 1 PaysanduMangueirão38.154
Coritiba 0 x 0 Athletico-PRCouto Pereira36.391
Coritiba 0 x 0 RemoCouto Pereira33.679
Paysandu 2 x 3 RemoMangueirão33.513
Coritiba 0 x 0 Athletic ClubCouto Pereira31.922
Coritiba 0 x 0 GoiásCouto Pereira30.332
Remo 1 x 1 Botafogo-SPMangueirão28.604
Remo 1 x 0 AmazonasMangueirão27.514
Remo 1 x 1 Volta RedondaMangueirão26.887
Athletico-PR 1 x 0 Operário-PRLigga Arena26.429
Coritiba 1 x 0 Vila NovaCouto Pereira25.651
Coritiba 2 x 1 AvaíCouto Pereira23.449
Coritiba 0 x 0 NovorizontinoCouto Pereira22.731
Coritiba 2 x 5 PaysanduCouto Pereira22.612
Paysandu 1 x 1 CRBMangueirão22.035
Coritiba 2 x 0 Operário-PRCouto Pereira20.921

Júlio César, ex-Flamengo e Seleção, participa da festa da torcida do Remo no Mangueirão

Um ”torcedor” inusitado despertou atenção na festa de acesso do Remo à Série A: o ex-goleiro Júlio César. Famoso pela passagem pelo Flamengo, Inter de Milão e Seleção Brasileira, ele marcou presença no gramado do Mangueirão após a partida e até chorou com a empolgante vitória de 3 a 1 sobre o Goiás, de virada, que colocou o time azulino de volta à elite nacional.

Mas, afinal, por que o ex-arqueiro estava em Belém? Júlio César mantém relação próxima com funcionários do Remo, principalmente com Marcos Braz, ex-vice-presidente do Flamengo e que hoje é executivo de futebol do clube paraense.

O ex-goleiro já tinha sido convidado pelo dirigente há um mês para assistir ao clássico contra o Paysandu. O duelo, inclusive, terminou com vitória azulina por 3 a 2. Na ocasião, ele conheceu as dependências do estádio e ganhou uma camisa personalizada.

”O Remo acabou sendo abençoado com um belíssimo gol ali no final, uma cobrança de falta realmente magistral. Parabéns aos dois times, acho que foi um Re-Pa digno de Re-Pa. Obviamente a torcida do Remo saiu mais feliz, mas para quem ama futebol, curtiu uma grande partida”, disse em entrevista à TV, após o clássico.

Neste domingo, no jogo decisivo contra o Goiás, Júlio César esteve em Belém novamente e até acompanhou a delegação do Remo no ônibus até o estádio. Com o ex-goleiro presente, o time azulino venceu por 3 a 1 com dois gols de João Pedro e outro de Pedro Rocha e contou com tropeço do Criciúma para selar o acesso.

Após o apito final, a torcida invadiu o gramado. Júlio César, por sua vez, participou da festa, foi reconhecido pelos torcedores e foi visto, emocionado, em meio à festa azulina.

Herói português do Leão veio como aposta de Marcos Braz

O Remo garantiu o acesso à Série A após 32 anos com a vitória por 3 a 1 sobre o Goiás, neste domingo (23), no Mangueirão. Um nome foi o grande destaque do jogo e ponto de virada da equipe azulina: o centroavante João Pedro. Autor de dois gols na virada para cima do Esmeraldino, o português de 29 anos, que também tem cidadania de Guiné-Bissau, chegou ao clube por esforço do executivo de futebol Marcos Braz.

Contratado no dia 31 de agosto, o atacante chegou já na reta final da Série B para ajudar o Remo no tão sonhado acesso. Na apresentação destacou a importância de Braz dez dias antes de a janela de negociações fechar.

“Foi fácil (dizer sim ao Remo), é o projeto. Claro que eu procurei me informar e com as informações que obtive, não tinha como dizer que não. Claro que pesou o Braz está incluído no projeto, porque é uma pessoa do futebol”

João Pedro começou a carreira no Santa Clara e passou por Gil Vicente, Trofense, Vitória de Guimarães e Paços de Ferreira, em Portugal. Depois, jogou no Bursaspor, da Turquia, e no Panetolikos, da Grécia. Ele estava no Hà Nôi, do Vietnã, quando foi contratado pelo Remo no dia 31 de agosto Foram 4 gols e uma assistência em 12 partidas.

A volta por cima 3 décadas depois

POR GERSON NOGUEIRA

A equação para o acesso não era simples. O Remo precisava vencer e, além disso, tinha que torcer por um resultado favorável nos jogos da Chapecoense e do Criciúma. Contra as previsões mais pessimistas, tudo transcorreu de acordo com as esperanças azulinas e o esperado acesso à Série A finalmente aconteceu, 33 anos depois.  

Cabe dizer que o capítulo final da Série B começou da pior maneira para o Leão. Em jogada despretensiosa, o Goiás saiu na frente. Um golaço de Willian Lepo, aos 7 minutos. As coisas não pareciam se encaminhar para a celebração que a torcida havia preparado com tanto esmero.  

Com 47 mil espectadores lotando o Mangueirão, o gol gerou preocupação, mas a massa torcedora se encarregou de manter a crença na vitória. E o time correspondeu, tomando conta das ações e controlando o jogo com tentativas de cruzamentos e chutes de fora da área.

O Goiás recuou e não saía de seu campo nem por decreto, bem ao estilo Fábio Carille. A estratégia era conservar a vantagem e segurar o resultado. O principal mérito do Remo foi não perder a concentração e o foco. Seguiu acreditando. Pedro Rocha se livrou da marcação e mandou um chute perigoso, próximo à trave de Tadeu, aos 14’.

Como o Goiás se fechava com até oito jogadores dentro da área, o Remo precisou diversificar os ataques. Kayky disparou um chute forte, que pegou curva e quase entrou no canto esquerdo do gol, aos 26’.

O lance mais perigoso veio em um escanteio cobrado por Pedro Rocha. Klaus desviou de cabeça deu rebote, mas João Pedro chegou atrasado. Quando a chuva voltou e o jogo parecia destinado a terminar empatado no 1º tempo, eis que as coisas começaram a se encaixar para o Leão.

Aos 49’, Pedro Rocha recebeu bola cruzada por Pedro Costa e avançou em direção à meia-lua da grande área. Mesmo marcado de perto, o artilheiro do campeonato bateu à meia-altura e a bola entrou junto ao poste esquerdo de Tadeu. Na trajetória do chute, Jaderson contribuiu com um corta-luz que ajudou também a confundir o goleiro.

O empate veio na hora certa e encheu de entusiasmo o Remo para a etapa final. Os resultados lá de fora continuavam insatisfatórios. A Chape vencia o Atlético-GO e o Criciúma empatava com o Cuiabá.

Só que por volta dos 10 minutos, a torcida explodiu de alegria nas arquibancadas. O Cuiabá fez 1 a 0 lá na Arena Pantanal. O barulho da torcida funcionou como corrente elétrica junto ao time do Leão, que passou a fustigar com mais insistência em busca do segundo gol.

Aos 17 minutos, Pedro Rocha recebeu passe de Panagiotis, avançou pela esquerda e lançou a bola na área. João Pedro se antecipou à defesa e tocou para o fundo das redes, marcando 2 a 1 para o Remo e enlouquecendo o Fenômeno Azul. O Goiás, mesmo em desvantagem, continuou tímido. Fábio Carille fez mudanças, mas o time permaneceu muito atrás.

O Remo, já com Pavani e Jorge em campo, forçou mais o jogo pelos lados e, aos 38’, veio a recompensa. Jaderson passou para Pedro Rocha e este cruzou na área. João Pedro subiu mais que a zaga e testou, ampliando para 3 a 1. Uma linha de passe entre o artilheiro da Série B e o goleador do jogo.

Aí o jogo virou festa porque, instantes depois, veio a confirmação da vitória do Cuiabá. A combinação perfeita esperada pelo Remo para permitir que a torcida gritasse a plenos pulmões: “O Leão voltou!”.

Leão teve ousadia, investimento e boas escolhas

Após o jogo, começou a tradicional avaliação dos responsáveis maiores pela imensa conquista azulina. Garantir presença na Série A, um ano após o acesso à Série B, é uma façanha reservada a poucos times. Méritos para o esforço da diretoria, comandada por Antônio Carlos Teixeira, que teve a ousadia de investir e acreditar de verdade no acesso.

Outro acerto foi a contratação de Guto Ferreira quando o time começava a perder fôlego na disputa, caindo para a 12ª posição em função do fraco trabalho do técnico Antônio Oliveira. Guto deu início a uma reação espetacular, conquistando seis vitórias seguidas e colocando o Remo entre os postulantes reais à conquista do acesso.

Nem mesmo os últimos resultados, com dois empates e uma derrota, arrefeceu a confiança do torcedor, atento ao bom trabalho de Guto e sua comissão técnica. Os 47 mil torcedores presentes no Mangueirão, um recorde na Série B, confirmam que o Fenômeno Azul nunca perdeu a fé na subida para a Série A – maior conquista do Remo nos últimos 20 anos.   

Papão até começa bem, mas sofre a virada

O jogo não valia mais nada para o PSC, a não ser a preocupação com uma despedida honrosa, mas o gol de Peterson aos 8 minutos deu à equipe a vantagem inicial sobre o Athletic, em S. João Del Rey. O placar poderia ter sido ampliado ainda no 1º tempo, com chute do mesmo Peterson na trave do time mineiro, cujo nervosismo era visível.

A primeira etapa foi toda favorável ao Papão, que trocava passes em velocidade e levava perigo sempre que botava pressão. Pode-se dizer que foi o melhor 1º tempo da equipe sob o comando de Ignácio Neto.

Mesmo quando o Athletic criava situações de perigo, a zaga respondia bem e o goleiro Gabriel Mesquita não dava chances ao ataque adversário.

Na virada para o 2º tempo, com o Athletic correndo o risco de rebaixamento, o jogo começou a mudar. Aléssio Da Cruz entrou na partida e, em menos de 10 minutos, conseguiu marcar os gols necessários para virar o placar e garantir a permanência do Athletic na Série B.   

(Coluna publicada na edição do Bola desta segunda-feira, 24)